29/10/09

Amarante: Porque será que não deixam respirar as árvores puras que querem fazer a floresta mais rica... de honestidade!

«A parábola da árvore que queria morrer de pé e com robustez, mas que nas suas raízes é invadida por vermes miseráveis, que morrem rastejando, tentando sugar a vontade das árvores crescerem!


Era uma vez um jovem que tinha e tem um sonho de comunicar com as pessoas, de dar a sua voz ao povo e fazer melhor pela sua cidade e pelo mundo.
Iniciou um programa de rádio a nível local, e o êxito foi aplaudido desde logo pelos ouvintes, se bem que «o que mandava» nunca se mostrou contente. Não obstante, não interessa a opinião «do que mandava» mas sim os seus ouvintes, os seus convidados. Foram várias as personalidades que por lá passaram e aquém por mais palavras que queira usar, não chegariam a esse jovem para agradecer a prontidão com que lá aparecerem! A certa altura até lhe deu vontade de rir, quando ouviu «o que manda» dizer a um convidado que «Ah, ao tempo que andámos atrás de si e nunca conseguimos convidar». Pois se calhar faltava jeito ao que «manda».
Tudo corria bem, os convidados iam sendo entrevistados por esse jovem, até que um dia, este recebe um telefonema em plena auto-estrada. Mais adiante havia uma paragem e o jovem atendeu o telefone ao «que manda». «Olhe jovem! – dizia o que manda, quer fazer um novo programa aqui na nossa rádio!?» «Mas olhe que eu, este pago-lhe a 5 euros – uma hora» - acrescenta o mesmo. Sim porque até então esse jovem nada recebia, nem materialmente nem moralmente, nada de quem «mandava»! E aliás saiu e não recebeu um tostão, porque ele próprio fez questão!
O jovem mais que dinheiro aceitou prontamente essa nova proposta, porque o seu intuito era fazer aquilo que gostava!
Pois bem a seguir ao seu programa, iniciava-se um outro.
Vamos ao 1.º caso)
  • O jovem fazia questão em ter no seu programa o recém-eleito presidente de uma câmara. O jovem contactou por diversas vezes a equipa do mesmo, e chegou a falar presencialmente com um membro da equipa. Entretanto tinham-se passado duas semanas e nada, como os programas, como relata o jovem, tinham de ser alinhados com antecedência e nunca obtinha nenhuma resposta, decidiu informar a equipa de que queria uma resposta, porque senão, na sua óptica, concluía que esse senhor, não queria ser entrevistado. O «senhor que manda», assim que recebe essa informação, repreende severamente o jovem, dizendo que não quer que convide as pessoas, que venha quem quiser. Eu até nem sou desse partido! - Acrescenta.

  • Numa tarde de verão conversava o jovem com o «senhor que manda» e este, mostra-lhe na internet um órgão de comunicação, onde nas suas palavras, «toda aquela publicidade que embelezava aquele mesmo órgão era pura fachada, e fez questão, em um por um, mostrar a que se devia, tal publicidades. O jovem ria-se, não era para menos, então o «senhor que manda», chegou a dizer que alguma publicidade, nomeadamente mobiliário, estava lá porque o senhor, responsável, desse órgão não o tinha pago. Chegou mais longe, afirmando que esse mesmo órgão, não passava de um departamento camarário, onde o presidente, entrava na sua casa, sempre que quisesse.

  • Andava esse jovem a aprender ainda a mexer com as maquinetas da rádio, quando, uma colega, muito simpática, falava de determinados assuntos em Play off com uma ouvinte, nomeadamente, em sexo. No meio de gargalhadas, eis que o senhor todo-poderoso, entra porta a dentro, proferindo palavras, que até a mim me magoaram. Quando saiu essa jovem afirmou que lá «se vivia um clima de medo» e para «o senhor que manda» entrar assim era porque estava a ouvir, «atrás da porta». O jovem lamenta que essa amiga e colega não o tenha defendido, e assumido aquilo que disse. Mas compreendo, é o ganha-pão dela, e também nunca a iria prejudicar.

  • Pois bem, vamos ao momento fatídico, aquele em que numa hora do novo programa, algo não está bem e o «que manda» tenta entrar em contacto com o locutor. Infelizmente, nessa altura, o jovem não podia. E aqui começam as intrigas, um colaborador, que inicialmente tinha dado os parabéns a esse mesmo jovem por fazer o seu programa, estragou tudo. Fez intrigas entre o jovem e o «que manda», acusando-o de não querer atender e ser arrogante.

  • Outro aspecto o jovem havia contactado com uma empresa recente para os seus técnicos, serem seus convidados. No entanto o que manda disse logo que só quando fizessem publicidade é que podiam. E segundo relata o jovem, até hoje o que manda ainda não percebeu, que não seria a empresa que ali iria estar no programa, mas uma técnica, independente.

  • Resta acrescentar que por variadíssimas vezes o jovem foi mal tratado verbalmente pelo que manda, como sendo um «maçarico, que fazia um programa de «merda» desculpem o termo, mas não foi o jovem que o usou, e que nunca ninguém rejeitou atender o telefone, enquanto «senhor todo-poderoso».

  • Quanto ao suposto senhor das intrigas, o jovem sabe bem o que ele quer e certamente vai conseguir e parabéns, desde já! – É passar de colaborador a apresentador.

  • O jovem informa assim a todos os leitores e ouvintes que o programa foi cancelado.»
Parábola escrita pelo Jovem Ricardo Pinto, de Gondar, Amarante!
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Esta parábola escrita pelo jovem brilhante, Ricardo Pinto, prova que a podridão instalada nestes últimos vinte anos em Amarante, dessiminou uma pleiade de vermes que tudo tentam sugar... até Amarante! Segue em frente Ricardo, as árvores morrem de pé! Dedico ao Ricardo, um Poema de José Régio e outro de António Gedião:

"Cântico Negro


"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!" (
José Régio)


"Dez réis de esperança

Se não fosse esta certeza
que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos á boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue." (António Gedião)


"Eu não sei porque razão
certos homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer." (António Aleixo)

3 comentários:

  1. O programa «À CONVERSA COM RICARDO PINTO» FOI CENSURADO. Não obstante, este programa irá continuar em outro formato. Como devem saber eu sou estudante e para estar agora a fazer rádio num local mais longe, era complicado. Infelizmente aqui em Amarante, é o que temos, «senhores todos poderosos» como refere o jovem e ai daquele que tente argumentar!
    Infelizmente ou se calhar felizmente, isso não funciona comigo. Sempre fui directo e não sou de andar a compactuar com ideias, situações que reprovo! É lamentável, o clima de repressão que se vive nesta cidade!

    Se seguirem o alinhamento do programa verificaram que estava a correr tudo bem, ou não era muito PSD a falar mal. Azar, o convite à ala esquerda já havia sido feito desde o dia 12 e nada, em vésperas de programa envio um mail do género a um membro da equipa, amanhã vamos apelar, para que um dia destes, o representante eleito por maioria acate ou não o nosso pedido.
    Conclusão: Na hora há um telefonema a dizer, que o senhor presidente andava muito ocupado, que não tinha tempo. Agora pergunto, qual é a função de uma secretária e assessores, no meio de tudo isto.
    Reparem que eu mandei eu e-mail ao Dr. Luís Gaspar e ele prontamente respondeu e também faz parte da Câmara.
    É pena quem manda não ter capacidades de ouvir. Um bom líder é aquele que ouve e sabe assumir os seus erros. Mas nesta cidade, o que temos, é gente que se acha UM SER SUPERIOR. Aqui há tempos postava um texto, onde falava nisso mesmo, NO NASCER E NO MORRER SOMOS TODOS IGUAIS, mas há gente que pensa que vai durar uma vida inteira!
    Resta agradecer a todos os amigos e amigas que fizeram questão de me apoiar e seguir em frente, e retenho esta frase do Hélder Barros na minha memória: «uma árvore morre de pé, um verme não1». Obrigado Anabela Magalhães, Hélder Barros, Elsa Cerqueira, Mónica Machado, Ângelo Ochoa, Cristina, Paula, Teresa, e mesmo aos e-mails anónimos de apoio. Podem divulgar esta parábola, como lhe chamou Hélder Barros à vontade. Enquanto houver blogosfera séria, a falsidade será desmascarada!

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  2. Não tem que agradecer!
    Bola para a frente e continue a fazer o que gosta de forma íntegra e autêntica!
    Abraço,

    Helder Barros

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