06/09/07

Música Clássica - Morreu o Grande Tenor, Luciano Pavarotti, 6-09-2007!


Great Tenor, Luciano Pavarotti!


Sarah Brightman e Andrea Bocelli - "Time to Say Goodbye"


The Three Tenors-Carreras-Domingo-Pavarotti and many friends--Nessun Dorma


Luciano Pavarotti - "Ave Maria" - Schubert

«Morreu Luciano Pavarotti
06.09.2007 - 08h06 AFP, Lusa
O tenor italiano Luciano Pavarotti, 71 anos, morreu hoje de madrugada em sua casa, na cidade de Modena, Itália, em consequência de um cancro no pâncreas, anunciou a agência noticiosa Ansa. O funeral decorre no sábado, na mesma cidade.
Operado em Julho do ano passado a um tumor no pâncreas, Pavarotti tinha sido hospitalizado em Agosto, mas nas últimas semanas estava em casa, rodeado da família.
O agravamento súbito do estado de saúde do cantor lírico tinha sido noticiado ontem à noite pelos meios de comunicação social italianos, acabando por falecer durante a madrugada, de acordo com a Ansa.
A notícia da morte espalhou-se rapidamente em Modena e as autoridades policiais estabeleceram um cordão de segurança em torno da casa do tenor, onde já se encontra um veículo funerário, referiu a cadeia de televisão RAI.
Devido a um "estado febril", Pavarotti tinha sido hospitalizado em Modena a 8 de Agosto, regressando a casa no dia 25 para aí prosseguir a convalescença.
Uma operação às costas, no início do ano passado, seguida da intervenção cirúrgica ao pâncreas, em Julho, tinham obrigado o tenor a cancelar uma digressão de despedida com 40 concertos pelo mundo inteiro que havia iniciado em Maio de 2004.
Pavarotti não era visto em público há vários meses, embora, depois da operação de Julho do ano passado, tivesse anunciado a sua disposição de retomar a digressão de despedida, no início deste ano, mas não chegou a concretizar o seu desejo.
No início do Verão deste ano, numa homenagem ao tenor realizada na ilha de Ischia, perto de Nápoles (sul de Itália), a mulher de Pavarotti tinha afirmado que o seu marido estava bem de saúde e que estava a preparar o lançamento de um disco.
"Nunca se pode saber bem com esta doença, mas acho que Luciano se vai safar, ele está bem. Está a terminar um quinto ciclo de quimioterapia, não perdeu um único cabelo e acima de tudo nem emagreceu", afirmou na altura Nicoletta Mantovani.
Em comunicado divulgado ontem de manhã pela Ansa, Luciano Pavarotti tinha manifestado a sua "emoção" pela criação em Itália de um prémio de "excelência cultural", do qual foi o primeiro galardoado.
"Inclino-me, cheio de emoção e gratidão, pelo prémio que acaba de me ser atribuído, porque me dá a oportunidade de continuar a celebrar a magia de uma vida ao serviço da arte", afirmara Luciano Pavarotti no comunicado.
"O maior tenor do Mundo"
Luciano Pavarotti foi considerado como "o maior tenor do Mundo" desde o desaparecimento do "grande Caruso" em 1921.
Dotado da mais excepcional e cara voz do Mundo, o italiano soube impor-se nos palcos mais prestigiados - do Scala de Milão à Metropolitan Opera de Nova Iorque - com a sua imponente figura, a soberba barba escura e sorriso cativante.
Nascido a 12 de Outubro de 1935 em Modena (norte de Itália), Luciano decidiu-se primeiro pelo ensino, mas optou definitivamente pelo canto em 1961.
"A Boémia" de Puccini - a sua ópera preferida - que interpretou no palco da ópera de Reggio Emília, trouxe-lhe um êxito fulgurante, que depressa ultrapassou as fronteiras de Itália e da Europa.
Donizetti ("A filha do Regimento"), Bellini ("A Sonâmbula"), Rossini ("Guilherme Tell"), Verdi ("Rigoletto") estão presentes em mais de 30 anos de digressões mundiais do triunfante tenor.
Amante dos puro-sange, das massas frescas e dos bons vinhos, este gigante de 1,90 de altura (para um peso variável de 85 a 120 quilogramas) é pai de quatro filhas e avô.
Casou-se em segundas núpcias em Dezembro de 2003 com a sua ex-colaboradora Nicoletta Mantovani, trinta anos mais nova.
Limitando os seus concertos a cem por ano, as maiores divas - Montserrat Caballé, Kiri Te Kanawa, Joan Sutherland - acompanharam-no nas suas actuações.
Em Julho de 1998, durante um mega-concerto transmitido a partir da Torre Eiffel (Paris), José Carreras e Plácido Domingo formaram com Pavarotti um trio de tenores.
Capaz de cantar desde o clássico às variedades, passando pelo canto napolitano, não hesitou, desprezando a fúria dos críticos, em formar duetos com Sting, Joe Cocker ou Mariah Carey para defender causas humanitárias.
À frente de uma das maiores fortunas do Mundo e de uma farta discografia, o tenor do século, de 71 anos, empreendeu em Maio de 2004 uma digressão mundial de despedida, interrompida em Julho do ano passado já por causa da doença que o viria a matar.
José Carreras relembra amigo como um grande cantor e jogador de póquer
O tenor espanhol José Carreras comentou a morte de Pavarotti relembrando-o como um grande cantor de ópera, um bom amigo seu, um óptimo cozinheiro e um excelente jogador de póquer.
"As melhores recordações são as da intimidade. Tinha uma personalidade muito divertida", declarou Carreras ao jornal sueco "Expressen", país onde deu ontem um concerto.
"Nós devemos recordá-lo como o grande artista que era, um homem com um extraordinário carisma", acrescentou Carreras, que formava com Pavarotti e Placido Domingo o célebre trio da história da ópera mundial - os três tenores.» in Público on-line.
Para mim o tenor Luciano Pavarotti foi como que, um professor, na verdadeira acepção da palavra. Quando ouvi, pela primeira vez os três tenores a actuar, Luciano Pavarotti, Plácido Domingos e José Carreras, comecei a gostar de música clássica. Pela forma airosa e despretensiosa, como eles souberam transmitir a sua mensagem, que penso que passava por dar mais popularidade, ao mundo um pouco hermético e elitista da música clássica. Continuei a acompanhar Luciano Pavarotti, o que mais me impressionou, nos seus encontros musicais, de amigos músicas das áreas do Pop e do Rock, foi a forma despojada como se apresentava, totalmente anti-vedeta e sem medo da mistura! Foram encontros fantásticos! Claro que há quem diga que ele queria ser popular a todo o custo. Sinceramente, não me parece que, uma pessoa com a sua qualidade, não precisava disso, para atingir o estrelato; ele nasceu para ser uma grande estrela da música clássica! Hoje ouvi na TV, uma professora universitária, da área da música clássica, definir, brilhantemente, o tenor Luciano Pavarotti: "A sua voz era um potente instrumento musical, muito eficiente, pois com pouco esforço e violência física, consegue projectar uma voz muito potente e bela, impossível ao comum dos mortais". Adorava ter assistido a um concerto ao vivo, deste tenor; presumo que seria uma experiência arrepiante! Como diria o nosso grande poeta, Luís Vaz de Camões, os grandes homens, são os que se conseguem libertar da lei da morte. É o caso, Luciano Pavarotti, nunca morrerá no reino da música, a sua voz é uma referência indelével. Costumo compará-lo a João Paulo II, na medida em que também ele, conseguia uma grande empatia com a juventude. Depois era um ser humano excelente, com um sorriso cativante e simpático. Ele mostrou-me a beleza de Avé Maria de Schubert e Nessun Dorma de Puccini, que na interpretação dele, são arrepiantes! Descansa Pavarotti, canta uma canção no céu, para que todos nós possamos ser melhores e vivamos numa harmonia cósmica, mais adequada à nossa natureza de humanos.

http://www.lucianopavarotti.com/

Mais informações sobre Luciano Pavarotti, em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Luciano_Pavarotti

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