05/09/07

Castelo de Paiva - Gosto daquela terra, onde dei aulas na Escola Secundária, durante 3 anos consecutivos!


Vistas fantásticas de S. Domingos, é um sítio lindíssimo!


Capela da Senhora das Amoras em Castelo de Paiva!



Nos três anos que lecionei em Castelo de Paiva, tenho muita pena de não ter fotografado mais aquela terra, mas infelizmente ainda não dispunha de uma boa máquina fotográfica, deixando, deste modo, paisagens lindíssimas por registar. Contudo, se Deus quiser, ainda hei-de tirar belas fotografias desta terra, que eu fiquei a amar! Confesso que me mete um pouco de confusão, o facto, deste terra pertencer à Associação de Municípios do Vale do Sousa! Penso que pelas suas características socioeconómicas, se enquadrava melhor com a Associação de Municípios do Baixo Tâmega, mas é uma mera opinião pessoal e concordo que para Castelo de Paiva, em termos de perspetivas de desenvolvimento económico, seja melhor pertencer a uma Associação de Municípios, mais próspera. Estive dois anos consecutivos a lecionar na Escola Secundária de Castelo de Paiva, até ao ano letivo anterior, à grande tragédia que marcou aquela gente, a queda da Ponte Hintze Ribeiro, em 4 de Março de 2001. Estranho País o nosso, em que uma Vila é servida por uma ponte que foi construída para o trânsito de cavalos e carroças, e onde passavam diariamente centenas de automóveis e camiões, mormente, carregados de areia, com a negligência dos nossos governantes. Mais uma vez, a macrocefalia Lisboeta, fez asneira da grossa, por desprezo duma Vila pobre, mas rica na sua gente, que se pagou com vítimas. Por ironia do destino, uma excursão deixou castelo de Paiva, rumo às amendoeiras em flor, para no regresso, quase em casa, a ponte não aguentar a fúria do Tâmega e do Douro, naquele ano chuvoso de 2001. As fotos acima foram gentilmente cedidas por uma ex-aluna minha, Maria Arminda, que mora bem no extremo oeste daquela vila, numa terra lindíssima chamada chamada Oliveira do Arda, Freguesia da Raiva, delimitada a oeste pelo Rio Arda. Esta foi a Freguesia com mais mortes no trágico acidente; 33 no autocarro e 1 num carro ligeiro. Da aldeia da minha ex-aluna, Oliveira do arda, foram 25 os falecidos, alguns, inclusive, familiares da Maria Arminda. Aquela gente é muito boa e acolhedora, tendo eu feito em cada aluno, funcionário da Escola, ou colega, um amigo. Gente mineira, gente da extração das areias do Rio Douro, gente da agricultura, gente humilde e boa. Bem haja, gente de Castelo de Paiva! Nunca mais na vida esquecerei essa terra maravilhosa!

«CASTELO DE PAIVA - Queda da ponte de Entre-os-Rios há um ano

O maior acidente rodoviário de sempre em Portugal ocorreu há um ano. A ponte centenária de Entre-os-Rios ruiu. Um autocarro e três veículos ligeiros caíram ao Douro. No total morreram 59 pessoas. Até ao momento foram recuperados 23 cadáveres, os restantes continuam desaparecidos.
A tragédia bateu à porta de Entre-os-Rios no dia 4 de Março do ano passado. O presidente da autarquia foi um dos primeiros a chegar ao local. Paulo Teixeira acusou o Governo de ter ignorado os avisos que tinha feito sobre os riscos de derrocada da ponte Hintze Ribeiro. Poucas horas depois do acidente, o ministro do Equipamento Social. Jorge Coelho demitiu-se, para não deixar «a culpa morrer solteira». As equipas de salvamento começaram desde logo as buscas. O balanço dos mortos era dramático. Um total de 59 pessoas estavam desaparecidas, a maioria da freguesia da Raiva (34). Os primeiros corpos a serem encontrados pertenciam a mulheres. Parte dos cadáveres foram descobertos na Galiza, depois de terem sido arrastados pelas águas do Douro até à foz e levados pelas corrente oceânicas até à chamada Costa da Morte.Os mergulhadores continuaram a procurar os corpos durante dias a fio, mas as fortes correntes impediram mais progressos. Dezasseis dias depois da tragédia, o autocarro foi finalmente encontrado e retirado do rio. Nele encontravam-se seis cadáveres, três mulheres e três homens. No final de Março, o mau tempo obriga a uma pausa nas buscas, lideradas por Augusto Ezequiel, director técnico do Instituto Hidrográfico da Marinha. Dezassete corpos tinham sido recuperados. Ainda neste mês foi encontrado mais um cadáver ao largo de Matosinhos. No dia 1 de Abril, recuperava-se o primeiro automóvel. No seu interior estavam mais dois corpos. Uma semana depois apareceu o segundo, mas nenhum corpo estava no seu interior. O terceiro carro foi encontrado no dia 19 de Junho. A sua remoção das águas só ocorreu no dia seguinte. Mais três cadáveres foram encontrados. Fixou-se assim em 23 o número de corpos recuperados. Ainda no Outono passado, as equipas de salvamento voltaram às operações, mas os resultados foram nulos. 

Secar lágrimas às famílias 

Para consolar as famílias das vítimas, logo depois da derrocada da ponte, o primeiro-ministro, António Guterres, e o presidente da República, Jorge Sampaio, deslocaram-se ao local. Até o Papa enviou uma mensagem de condolências. Os donativos também não faltaram para secar as lágrimas de Entre-os-Rios.O Estado propôs indemnizações às famílias das vítimas. Nomearam-se comissões de inquérito (uma independente, outra parlamentar) para investigar o sucedido. Para fazer as ligações provisórias entre as margens do Douro entraram em funcionamento, no dia 21 de Abril, dois «ferry-boats», que vieram da Alemanha. Por todo o país, começaram a vistoriar-se pontes e a interditar-se a circulação nas mais velhas. Para substituir a ponte centenária, o Governo prometeu demolir o resto das estruturas da Hintze Ribeiro para dar lugar a uma réplica, ainda a ser construída e com inauguração prevista para 5 de Maio. O concelho vai também beneficiar de uma nova Ponte Rápida a integrar no futuro itinerário complementar IC35, que deve estar pronto em 2003.A compensação do Governo engloba investimentos superiores aos efectuados nos últimos 30 anos no concelho, num valor global de 110 milhões de euros (22 milhões de contos), como diz hoje a agência Lusa.

Demissões e responsabilidades

Para além de Jorge Coelho, demitiram-se também logo após a tragédia outros responsáveis do sector: desde o presidente do Instituto de Navegabilidade do Douro ao presidente do Instituto de Estradas de Portugal. Do Governo saiu igualmente Luís Parreirão, que alegadamente já havia sido advertido dos riscos da queda da ponte, pelo autarca Paulo Teixeira, quando era um dos secretários de Estado do Ministério do Equipamento Social. A comissão parlamentar de inquérito desmentiu que o presidente da Câmara de Castelo de Paiva tenha feito qualquer tipo de avisos sobre a ponte. As informações apuradas, pelos inquéritos parlamentar e independente, indicam que o acidente aconteceu devido às actividades de extracção de inertes e redução do caudal de inertes na zona da ponte por retenção nas albufeiras do Douro e afluentes. A Procuradoria-Geral da República abriu também um processo para apurar responsabilidades. A averiguação ainda decorre e os resultados ainda estão por conhecer. O acidente aconteceu cinco meses depois de caudais elevados, mas o problema já vinha desde 1986 quando uma inspecção subaquática da JAE detectou complicações, junto a um dos pilares que estava danificado e cujo colapso provocou a tragédia. Segundo os relatórios, nem a JAE bem os institutos que lhe sucederam tiveram consciência dos riscos.» in TSF OnLine em 2/04/2002.

Mais informações sobre Castelo de Paiva, em:



4 comentários:

  1. Parabéns ao autor desta página.
    Sendo eu desta maravilhosa terra, é muito bom ouvir palavras tão positivas dos paivenses, gente GRANDE, de GRANDE cultura, de GRANDE amizade, e acima de tudo de GRANDE coração.
    Pena, muitas pessoas terem conhecido esta maravilhosa terra por uma tragédia :-(

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  2. Muito Obrigado, Verónica! Enquanto eu for vivo, castelo de Paiva, terra lindíssima, viverá no meu coração!

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