17/06/11

Educação em Portugal - O Novo Ministro da educação é o Dr. Nuno Crato e boas ideias não lhe faltam, como se pode ler neste seu texto!



«(AC) Ensinem-me, por favor


[Aprendizagem pela descoberta vs instrução directa]

Nas últimas semanas, tive de ir algumas vezes a uma rua esconsa do Bairro Alto. Na primeira vez que atravessei a pé o emaranhado de ruas, fiz vários erros. Fui tacteando, e só após algumas voltas dei com o lugar. Da segunda, mal confiado na minha experiência e na minha intuição de lisboeta, voltei a errar e só dei com o sítio após várias tentativas inúteis. À terceira, explicaram-me o caminho das pedras: à esquerda aqui e à direita ali. Não voltei a enganar-me.

As minhas primeiras voltas constituíram uma aprendizagem pela descoberta. Não foram muito eficazes. No final, por instrução directa, memorizei um caminho óptimo e não voltei a falhar. Talvez, se tivesse continuado a procurar às apalpadelas, tivesse conseguido encontrar esse caminho óptimo. Mas o processo teria sido muito ineficiente.

Lembrei-me das minhas deambulações pelo Bairro Alto ao ler um artigo científico acabado de sair na revista 'Cognitive Development' (nº 23, págs. 488-511). Os investigadores que assinam o trabalho, Mari Strand-Cary e David Klahr, do Departamento de Psicologia da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, comparam a eficácia de dois processos de aprendizagem que estão no cerne de uma velha polémica pedagógica: a aprendizagem pela descoberta e a instrução directa.

O filósofo suíço Jean Piaget, um dos defensores da aprendizagem pela descoberta, dizia, por exemplo, que, "cada vez que se ensina prematuramente a uma criança algo que ela poderia ter descoberto por si, ela fica impedida de a inventar e, por isso, de a compreender completamente". Várias teorias pedagógicas levaram ao extremo esta ideia, condenando a instrução directa como nociva para a verdadeira aprendizagem e para a criatividade infantil. Mais modernamente, muitos estudos vieram moderar este ponto de vista, preconizando uma mistura da redescoberta activa, guiada pelo professor, com a instrução directa.

Os investigadores de Carnegie Mellon atacaram o problema de frente. Estudaram os efeitos dos dois métodos pedagógicos em algumas dezenas de estudantes dos primeiros anos de escolaridade. O objectivo foi ensinar um processo de controlo de variáveis em experimentação científica elementar, portanto algo central ao desenvolvimento do espírito crítico. Em causa estava a capacidade de distinguir duas variáveis (tipo de superfície e inclinação) no estudo da aceleração de esferas num plano inclinado.

As conclusões do estudo, que vêm confirmar estudos semelhantes feitos nos últimos anos, são reveladoras. A percentagem de sucesso das crianças sujeitas a instrução directa é muito maior que a das crianças entregues a um processo de aprendizagem pela descoberta. Essa percentagem, que depende das medidas utilizadas, chega a ser três vezes superior no primeiro grupo.

Os investigadores procuraram ainda saber como as crianças tinham assimilado a técnica de separação de variáveis e reavaliaram-nas várias vezes mais tarde (uma semana, três meses e três anos). A conclusão é de novo curiosa: não importa o método de ensino, as crianças que apreenderam o método por instrução directa são tão capazes de o aplicar em situações novas como as que o descobriram por si. O ensino directo não parece ser inimigo da criatividade nem do pensamento independente.

Da próxima vez que procurar uma rua no Bairro Alto, vou pedir que me ensinem o caminho.

Nuno Crato (Dez-2008)» in http://revistaensinareaprender.blogspot.com/2009/01/ac-ensinem-me-por-favor.html
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Como o Dr. Nuno Crato é oriundo da área das Ciência, como conhece o nosso Sistema de Ensino como poucos, esperemos que não se deixe contaminar pela política e se mantenha, tanto quanto seja possível, fiel às suas ideias e princípios, que eu me fartei de ler e reler, estando expectante pela sua aplicação na práxis educativa... não terá tarefa fácil!



(Nuno Crato fala sobre o estado do Ensino em Portugal!)



2 comentários:

  1. a melhor escola e a da vida não e necessário mais do que o 1 ciclo porque falar ja falamos quando vamos para la escrever e ler aprende-se no 1 ciclo
    só do 9 no aluno de 4 excepto a portugues na escala de 0 a 5
    tenho ligeira dislexia
    português-12anos
    matemática-17 a 18anos
    outras matérias-17 a 18anos
    raciocino-18anos ao mais
    tendo todos os parâmetro avaliados acima da media excepto português
    rebentei com a escala de likert em todos os parâmetros excepto português
    português tenho isto devido a minha professora de 3 ano
    tenho problemas de aprendizagem apesar de já superados com muitas lágrimas derramadas
    não de trabalhar mas de bocas dos professores devido ao facto de minha mãe ser professora e se preocupar comigo pergunta ao professores como eu ando
    um professor de historia diz me na aula enfrente a todos o meus colegas isto depois de eu perguntar ao colega de carteira quando era o teste o professor diz voce fala na aula e depois sua mãe anda para ai nos corredores como uma galinha a perguntar como voce anda
    entre outras bocas de porfessores de matematica geografia e portugues

    ps gostaria de reduçao de duas horas nestes dias assinalados segunda feira; terça feira; quita feira devido ao facto de ter aulas ate as 18:00 e quarta feira tenho esplicaçoes ate as 17:30
    agradecia sua comprarenca

    tem de se morrer de alguma maneira normalmente de morte natoral e nao e costume de afogamento de aulas

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  2. Concordo que a carga horária é muito grande, amigo!

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