18/06/08

Música Brasileira - Tom Jobim, uma referência da Música Brasileira!



Elis Regina & Tom Jobim - "Águas de Março"
Tom Jobim & Nova Banda - "Garota de Ipanema"
Brasil - "Garota de Ipanema" - (Tom Jobim)
Tom Jobim - "Waters of March" - (English subtitles)
Tom Jobim - "Anos Dourados"
Sinatra e Tom Jobim
Tom Jobim & Toquinho - "Wave"
João Gilberto & Tom Jobim - "Desafinado"
Joao Gilberto and Antonio Carlos Jobim - "Chega de Saudade"
António Carlos Jobim - "Triste"
António Carlos Jobim - "Outra Vez" - (Once Again)
Tom Jobim+Vinicius de Moraes+Toquinho+Miúcha
Vinicius de Moraes & Toquinho

«Tom Jobim

O túmulo de Tom Jobim no Cemitério São João Batista
Informação geral
Nome completo: Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim
Data de nascimento: 25 de Janeiro de 1927
Apelido: Tom
País: Brasil
Origem(ns): Rio de Janeiro
Data de morte: 8 de Dezembro de 1994 (67 anos)
Gênero(s): Bossa Nova
Folk
Jazz
Instrumentos Piano e violão
Período em atividade: 1956 — 1994
Afiliação(ões): Vinícius de Moraes
João Gilberto
Astrud Gilberto
Stan Getz
Frank Sinatra
Website Site Oficial
Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994), mais conhecido como Tom Jobim, foi um compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista brasileiro.

É considerado um dos maiores expoentes da música brasileira e um dos criadores do movimento da Bossa Nova. Tom Jobim é um dos nomes que melhor representa a música brasileira na segunda metade do século XX e é praticamente uma unanimidade entre críticos e público em termos de qualidade e sofisticação musical.

Biografia
Nasceu no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, mudando-se logo com a família para Ipanema. A ausência do pai durante a infância e adolescência lhe impôs um contido ressentimento, desenvolvendo no maestro uma profunda relação com a tristeza e o romantismo melódico, transferido peculiarmente para as construções harmônicas e melódicas. Aprendeu a tocar violão e piano tendo aulas, entre outros, com o professor alemão Hans-Joachim Koellreutter, introdutor da técnica dodecafônica no Brasil.

Vida pessoal
No dia 15 de outubro de 1949, Antônio Carlos Jobim casou-se com Thereza Otero Hermanny, com quem teve dois filhos, Paulo (n. 1950) e Elizabeth (1957).
Em 30 de abril de 1986, ele casou-se com a fotógrafa e vocalista da extinta Banda Nova Ana Beatriz Lontra[1], que tinha a mesma idade de sua filha Elizabeth. Tom e sua segunda esposa tiveram dois filhos juntos, João Francisco (1979) e Maria Luiza (1987).[2]

Trajetória profissional
Pensou em trabalhar como arquiteto e chegou a se empregar em um escritório, mas logo desistiu e resolveu ser pianista. Tocava em bares e boates em Copacabana, como no Beco das Garrafas no início dos anos 50, até que em 1952 foi contratado como arranjador pela gravadora Continental. Além dos arranjos, também tinha a função de transcrever para a pauta as melodias de compositores que não dominavam a escrita musical. Datam dessa época as primeiras composições.
A primeira canção gravada, Incerteza (com Newton Mendonça), na voz de Mauricy Moura. Tereza da Praia, parceria com Billy Blanco, gravada por Lúcio Alves e Dick Farney pela Continental (1954), foi o primeiro sucesso. Depois disso participou de gravações e compôs com Billy Blanco a Sinfonia do Rio de Janeiro, além de outras parcerias com a cantora e compositora Dolores Duran (Se é por Falta de Adeus, Por Causa de Você).
Em 1956 musicou a peça Orfeu da Conceição com Vinícius de Moraes, que se tornou um de seus parceiros mais constantes. Dessa peça fez bastante sucesso a canção antológica Se Todos Fossem Iguais a Você, gravada diversas vezes. Tom Jobim fez parte do núcleo embrionário da bossa nova. O LP Canção do Amor Demais (1958), em parceria com Vinícius, e interpretaçãoes de Elizeth Cardoso, foi acompanhado pelo violão de um baiano até então desconhecido, João Gilberto. A orquestração é considerada um marco inaugural da bossa nova, pela originalidade das melodias e harmonias. Inclui, entre outras, Canção do Amor Demais, Chega de Saudade e Eu Não Existo sem Você. A consolidação da bossa nova como estilo musical veio logo em seguida com o 78 rotações Chega de Saudade, interpretado por João Gilberto, lançado em 1959, com arranjos e direção musical de Tom, selou os rumos que a música popular brasileira tomaria dali para frente. No mesmo ano foi a vez de Sílvia Telles gravar Amor de Gente Moça, um disco com 12 canções de Tom, entre elas Só em Teus Braços, Dindi (com Aloysio de Oliveira) e A Felicidade (com Vinícius).
Tom foi um dos destaques do Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova York em 1962. No ano seguinte compôs, com Vinícius, um dos maiores sucessos e possivelmente a canção brasileira mais executada no exterior: Garota de Ipanema. Nos anos de 1962 e 1963 a quantidade de "clássicos" produzidos por Tom é impressionante: Samba do Avião, Só Danço Samba (com Vinícius), Ela é Carioca (com Vinícius), O Morro Não Tem Vez, Inútil Paisagem (com Aloysio), Vivo Sonhando. Nos Estados Unidos gravou discos (o primeiro individual foi The Composer of 'Desafinado' Plays, de 1965), participou de espetáculos e fundou sua própria editora, a Corcovado Music.
O sucesso fora do Brasil o fez voltar aos EUA em 1967 para gravar com um dos grandes mitos americanos, Frank Sinatra. O disco Francis Albert Sinatra e Antônio Carlos Jobim, com arranjos de Claus Ogerman, incluiu versões em inglês das canções de Tom (The Girl From Ipanema, How Insensitive, Dindi, Quiet Night of Quiet Stars) e composições americanas, como I Concentrate On You, de Cole Porter. No fim dos anos 60, depois de lançar o disco Wave (com a faixa-título, Triste, Lamento entre outras instrumentais), participou de festivais no Brasil, conquistando o primeiro lugar no III Festival Internacional da Canção (Rede Globo), com Sabiá, parceria com Chico Buarque, interpretado por Cynara e Cybele, do Quarteto em Cy. Sabiá conquistou o júri, mas não o público, que vaiou ostensivamente a interpretação diante dos constrangidos compositores.
Aprofundando seus estudos musicais, adquirindo influências de compositores eruditos, principalmente Villa-Lobos e Debussy, Tom Jobim prosseguiu gravando e compondo músicas vocais e instrumentais de rara inspiração, juntando harmonias do jazz (Stone Flower) e elementos tipicamente brasileiros, fruto de suas pesquisas sobre a cultura brasileira. É o caso de "Matita Perê" e "Urubu", lançados na década de 70, que marcam a aliança entre a sofisticação harmônica de Tom e sua qualidade de letrista. São desses dois discos Águas de Março, Ana Luiza, Lígia, Correnteza, O Boto, Ângela. Também nessa época grava discos com outros artistas, casos de Elis e Tom, com Elis Regina, Miúcha e Tom Jobim e Edu e Tom. Passarim, de 1987, é a obra de um compositor já consagrado, que pode desenvolver seu trabalho sem qualquer receio, acompanhado por uma banda grande, a Nova Banda. Além da faixa-título, Gabriela, Luiza, Chansong, Borzeguim e Anos Dourados (com Chico Buarque) são os destaques.

Nordeste já
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We are the world, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985) abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
É difícil escolher os mais significativos entre os mais de 50 discos de que participou, como intérprete ou arranjador. Todos eles têm algo de inovador, de diferente e especial. Seu último CD, Antônio Brasileiro, foi lançado em 1994, pouco antes da sua morte, em dezembro, nos EUA.
Biografias foram lançadas, entre elas Antônio Carlos Jobim, um Homem Iluminado, de sua irmã Helena Jobim, Antônio Carlos Jobim - Uma Biografia, de Sérgio Cabral, e Tons sobre Tom, de Márcia Cezimbra, Tárik de Souza e Tessy Callado.

O maestro no Brasil e no exterior
Inexplicavelmente, a genialidade de Tom Jobim continua sempre mais reconhecida nos palcos internacionais que entre os brasileiros, que estão em melhores condições de apreciar a beleza de suas canções, por exemplo no que se refere à concatenação melodia e letra. Como traduzir "Caingá candeia, é o Matita Pereira(...)" "Passarinho na mão, pedra de atiradeira(...)" da canção "Águas de Março"?
O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro foi renomeado Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antônio Carlos Jobim ', só por pressão junto ao Congresso Nacional de uma comissão de notáveis, formada por Chico Buarque, Oscar Niemeyer, João Ubaldo Ribeiro, Antônio Cândido, Antônio Houaiss e Edu Lobo, criada e pessoalmente coordenada pelo crítico Ricardo Cravo Albin.

Composições consagradas
"Chega de Saudade" (1957), o marco inicial da bossa nova
"Água de Beber"
"Desafinado" (1959), vencedora de três prêmios Grammy
"Samba de Uma Nota Só" (1959)
"A Felicidade" e "O Nosso Amor", do filme Orfeu Negro (1959)
"Insensatez" (com Vinícius de Moraes) (1960)
"Garota de Ipanema" (com Vinícius de Moraes) (1963)
"Fotografia" (1965)
"Triste" (1967)
"Wave" (1967)
"Águas de Março" (1970)
"Luísa"
"Corcovado"
"Dindi"
"Retrato em Branco e Preto" (com Chico Buarque)
"Samba do Avião"
"Anos Dourados"
"Eu te Amo"
"Meditação"
"Só Tinha de Ser com Você" (1974)
"Sabiá"
"Eu sei que vou te amar"
"Falando de amor"
"Ela é carioca"
"Bebel"

Discografia
Sinfonia do Rio de Janeiro - 1954
Tom Jobim e Billy Blanco - 1960
Brasília e Sinfonia da Alvorada - 1961
Antônio Carlos Jobim - 1963
Caymmi visita Tom - 1964
Antônio Carlos Jobim com Nelson Riddle e sua Orquestra - 1964
Getz/Gilberto featuring A. C. Jobim - 1964
A Certain Mr. Jobim - 1965
Love Strings & Jobim (Tom Jobim Apresenta) - 1966
Wave - 1967
Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim - 1967
Compacto Duplo - 1968
Tide - 1970
Stone Flower - 1970
Sinatra & Company.s - 1971
Disco de Bolso - O Tom de Tom Jobim e o tal de João Bosco - 1972
Matita Pere/Jobim - 1973
Elis & Tom (com Elis Regina)- 1974
Urubu - 1976
Compacto Duplo - 1977
Miúcha & Antônio Carlos Jobim - 1977
Tom, Vinícius, Toquinho, Miúcha, gravado ao vivo no Canecão - 1977
Miúcha e Tom Jobim - 1979
Sinatra-Jobim Sessions - 1979
Terra Brasilis I & II - 1980
Edu & Tom / Tom & Edu - 1981
Gabriela, Trilha do Filme - 1983
O Tempo e o Vento - 1985
Para Viver um Grande Amor, Trilha do Filme - 1985
Rio Revisited (com Gal Costa) - 1987
Passarim - 1987
Tom Jobim (inédito) - 1987
No Tom da Mangueira - 1991
Antônio Brasileiro - 1994
Antônio Carlos Jobim and Friends - 1996
Antônio Carlos Jobim em Minas ao vivo: Piano e Voz - 2004

Ver também
Vinicius de Moraes
Chico Buarque
Toquinho
Mutinho
Heitor Villa-Lobos
Antônio Carlos Gomes

Bibliografia
Helena Jobim: Antônio Carlos Jobim, um Homem Iluminado, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
Luis Carlos Lisboa: A vida de Tom Jobim, Rio de Janeiro: Rio Cultura/Faculdades Integradas Estácio de Sá, 1983.
Sérgio Cabral: Antônio Carlos Jobim - Uma Biografia, Rio de Janeiro: Lumiar, 1997.
Márcia Cezimbra, Tárik de Souza e Tessy Callado: Tons sobre Tom.» in http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom_Jobim

"Águas de Março
Tom Jobim

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol

É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o MatitaPereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira

É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto

É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé

São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, minho
Resto, toco, oco, inho
Aco, vidro, vida, ó, côtche, oste, ace, jó

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração."

Mais informações sobre este extraordinário músico, no seguinte link:


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