11/08/07
Amarante - Um dia bem passado com o meu saudoso amigo Snr. Pinto Coelho!
Eu, a Senhora Escocesa, o Snr. Pinto Coelho, os amigos, Zé Tó e JP.
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O meu amigo e nosso de toda a minha família, Snr. Pinto Coelho era uma pessoa muito agradável, com ele hora passada era hora divertida, com belas histórias contadas por ele. Pessoa viajada, cedo emigrou para o Brasil, mas a menina dos seus olhos, além da sua filha "Bety", era Amarante. Lembro-me de ser novo, um jovem adolescente, e ficar às vezes horas a ouvir as lições de vida do Snr. Pinto Coelho. O meu pai pessoa circunspecta, sempre quase calado e então a animação era do Snr. Pinto Coelho, secundado pela minha mãe e eu já lá ia opinando sempre que podia. Sim porque a voz estridente do Snr. Pinto Coelho a todos abafava e nós ficávamos quase que hipnotizados, a ouvir aquele contador de histórias. O Snr. Pinto Coelho era um comunicador, seduzia com as palavras. Às vezes estávamos num almoço qualquer, em qualquer sítio e saia um poema, de cor e muito bem declamado, como só o Snr. Pinto Coelho sabia. Se tivesse seguido a área artística, talvez teatral, penso que teria sido uma grande personagem nessa carreira. Embora tivesse conhecido o Marcos, filho do Snr. Pinto Coelho, que estudou comigo no liceu, embora mais velho e que foi um galã aqui em Amarante, autentico conquistador, ele devastou nessa área aqui a cidade, é à simpatiquíssima filha, "Bety", a quem dedico esta postagem, pois muitas vezes me lembro do pai dela e dela, pela sua bondade e simpatia. O local que aparece nas fotografias, é o monte onde o Snr. Pinto Coelho fez a quinta e que agora é o local onde o proprietário da Metalocardoso fez a sua bela e imponente moradia. Os amigos Zé Tó e JP, grandes camaradas da adolescência, do período universitário, mas que a vida paulatinamente e infelizmente, nos tem separado. O JP é irmão do meu colega e amigo, Professor Alfredo Pinheiro. A história deste dia é muito engraçada, encontramos um casal Escocês, num restaurante, e eu e o Zé Tó no nosso Inglês muito "fusco" entabulamos imediatamente conversa, dada a simpatia deles. Estávamos com o Snr. Pinto Coelho, que fez questão de lhes mostrar a sua quinta e os seus inúmeros projectos para a mesma, com uma vista lindíssima para o Marão e para Amarante. O casal estava extasiado, depois, seguiu-se o lanche na casa dos meus pais, em que a minha mãe, às vezes do nada, fazia aparecer um belo manjar. O extâse do casal era tanto, que só diziam que não havia um povo como o nosso tão acolhedor. Ainda há meia dúzia de anos atrás, a senhora se correspondia comigo. Depois, o Snr. Pinto Coelho falava tão bem, mesmo não sendo em Inglês, que eles riam-se naturalmente das suas expressões; ele era, sem dúvida, uma pessoa muito contagiante de alegria! Uma referência também para a muito simpática esposa do Snr. pinto Coelho, D.ª Odaleia. Aquele casal, embora divorciados à data, mas eu via-os como um casal, sentia que havia ali um choque de personalidades, mas eles continuavam amigos e isso é muito importante! Depois as conversas, quando estavam os dois eram muito engraçadas e curiosas. Ele, estilo D. Quixote, sonhador, uma pessoa que não era jovem fisicamente, mas com os sonhos de um menino e sempre pronto a divagar por um sonho impossível, por uma quimera. Ela, estilo Sancho Pança, muito inteligente, racional e com os pés bem assentes no chão, a vida "obrigou-a" a ser assim; afinal viver com um sonhador, não é fácil. Mas era um casal muito simpático, ambos, à sua maneira, muito inteligentes e especiais. Que Deus os tenha em bom repouso, amigos Snr. Pinto Coelho e D.ª Odaleia. Um abraço para a "Bety", Peter e seus dois filhos. Que sejam muito felizes em Inglaterra, onde vivem! Nestas fotos, posso ver o meu pai tranquilo e feliz o que era raro! O meu pai adorava o Snr. Pinto Coelho! Nunca esquecerei aquele dia, em que o meu pai estava muito caído no Café Bar, fruto de alguns problemas financeiros. O Snr. Pinto Coelho, não aguentou a tristeza e apatia do meu pai e disse: "Barros, tem aqui um cheque em branco e assinado, paga-me quando quiser!" Acho que já não há franqueza assim... Custou-me nunca ter dito isto ao Snr. Pinto Coelho, eu era um rapaz muito novo e nem me atrevia a falar dessas coisas. Muito obrigado por ter sido meu amigo, Snr. Pinto Coelho!
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Eu e o Artur também privámos com este senhor que guardo na lembrança pela sua contagiante alegria de viver. E também me lembro bem do Marcos, rapaz bem parecido e simpático que esteve quase a ser meu primo postiço!!!
ResponderEliminarE é claro que me lembro bem do teu pai, que eu associo sempre sempre à tua mãe e que não me lembro de ver nas ruas de Amarante sem ela!Fica bem amigo e exorciza as tuas memórias. Faz bem. Sabe bem.
Ainda bem que conheceste este Senhor, super simpático!
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