Comercialização do vinho verde sob uma marca comum
«O economista Daniel Bessa defendeu segunda-feira uma melhoria de organização nos circuitos de comercialização do vinho verde, nomeadamente a promoção de uma marca comum para todo os produtores do Baixo Tâmega.
"Eu preferia vender todo o vinho de Celorico de Basto com a marca Amarante, Concelho que é uma referência na produção de vinho a nível nacional, obtendo mais rendimentos do que fazer as vendas da marca Celorico a preço inferior e por isso recebendo menos", afirmou o economista e professor universitário.
Daniel Bessa reconhece que é difícil de explicar às gentes de Celorico de Basto que deviam vender o vinho sob a marca de outra terra mas "é esse o caminho e é essa a realidade".
"Eu sei que ouvir isso dói mas não vim aqui para vos vender ilusões", afirmou.
O ex-ministro da Economia do Governo de António Guterres, que falava na Escola Profissional de Fermil de Basto, traçava um retrato das potencialidades industriais da Região do Tâmega, definindo que a esta Região restam os sectores da madeira e indústrias associadas, a indústria da pedra e um pouco de têxtil e vestuário, embora estes dois últimos sectores sejam, no seu entender, "actividades muito ameaçadas".
"Se o Tâmega tem de ter uma indústria tem de ser a da madeira", disse o economista, lembrando que a floresta é o maior potencial dos concelhos da sub-região do Baixo Tâmega, que integra a NUT III do Tâmega juntamente com a sub-região do Vale do Sousa.
O professor universitário e presidente da Escola de Gestão do Porto foi convidado pela Associação de Municípios do Baixo Tâmega a ajudar na definição das oportunidades industriais deste espaço regional, que inclui três dos municípios "mais pobres do País", aqueles que têm o menor poder de compra "per capita", apenas 37 por cento da média nacional.
Segundo Daniel Bessa, que foi autor do Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos (PRASD), realizado no tempo do Governo de Durão Barrroso, já há cinco anos o Tâmega era apontado "como uma região muito deprimida".
Acrescentou que as informações mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o Município de Celorico de Basto é o último em poder de compra e aquele que tem os rendimentos "per capita" mais baixos em todo o País.
Complementar a estas indústrias, Daniel Bessa lembrou ainda que a energia eólica pode ser também uma fonte de rendimento, sobretudo se as juntas de freguesia, as câmaras e os baldios souberem negociar os terrenos para a instalação das torres eólicas "numa base de uma renda regular" durante todo o prazo do investimento.
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2007-07-31 00:20:01 »
Interessante esta entrevista sobre a problemática do vinho verde, que envolve, em particular, o nosso Concelho, mas também os limítrofes. O Dr. Daniel Bessa que conduziu um estudo de viabilização de regiões deprimidas, por isso mesmo e não só, sabe do que fala. Já uma vez, tive a oportunidade de o ouvir a apresentar algumas soluções para a nossa região tão social e economicamente deprimida. Segundo ele, deveríamos, no sector da construção, tentar atrair as classes média e média alta, para o nosso Concelho, devido à nossa situação geográfica privilegiada. Este tipo de classes sociais, segundo o mesmo, poderiam potenciar o desenvolvimento económico local, aumentando a capacidade de poder de compra e sendo sempre gerador de empregos, ao nível dos serviços. Lembro-me também de alguma contestação dos políticos no poder local a estas ideias, criticando a sua escolha pelas classes médias e médias altas, esquecendo-se provavelmente que, o investimento é a melhor forma de gerar riqueza e em consequência emprego... Sabe-se que a emigração voltou a níveis dos anos 80, a imigração diminuiu e são muitos os jovens dos Concelhos de Amarante e limítrofes estão a trabalhar, em Espanha na construção civil em forte crise, em Portugal!
«O economista Daniel Bessa defendeu segunda-feira uma melhoria de organização nos circuitos de comercialização do vinho verde, nomeadamente a promoção de uma marca comum para todo os produtores do Baixo Tâmega.
"Eu preferia vender todo o vinho de Celorico de Basto com a marca Amarante, Concelho que é uma referência na produção de vinho a nível nacional, obtendo mais rendimentos do que fazer as vendas da marca Celorico a preço inferior e por isso recebendo menos", afirmou o economista e professor universitário.
Daniel Bessa reconhece que é difícil de explicar às gentes de Celorico de Basto que deviam vender o vinho sob a marca de outra terra mas "é esse o caminho e é essa a realidade".
"Eu sei que ouvir isso dói mas não vim aqui para vos vender ilusões", afirmou.
O ex-ministro da Economia do Governo de António Guterres, que falava na Escola Profissional de Fermil de Basto, traçava um retrato das potencialidades industriais da Região do Tâmega, definindo que a esta Região restam os sectores da madeira e indústrias associadas, a indústria da pedra e um pouco de têxtil e vestuário, embora estes dois últimos sectores sejam, no seu entender, "actividades muito ameaçadas".
"Se o Tâmega tem de ter uma indústria tem de ser a da madeira", disse o economista, lembrando que a floresta é o maior potencial dos concelhos da sub-região do Baixo Tâmega, que integra a NUT III do Tâmega juntamente com a sub-região do Vale do Sousa.
O professor universitário e presidente da Escola de Gestão do Porto foi convidado pela Associação de Municípios do Baixo Tâmega a ajudar na definição das oportunidades industriais deste espaço regional, que inclui três dos municípios "mais pobres do País", aqueles que têm o menor poder de compra "per capita", apenas 37 por cento da média nacional.
Segundo Daniel Bessa, que foi autor do Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos (PRASD), realizado no tempo do Governo de Durão Barrroso, já há cinco anos o Tâmega era apontado "como uma região muito deprimida".
Acrescentou que as informações mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o Município de Celorico de Basto é o último em poder de compra e aquele que tem os rendimentos "per capita" mais baixos em todo o País.
Complementar a estas indústrias, Daniel Bessa lembrou ainda que a energia eólica pode ser também uma fonte de rendimento, sobretudo se as juntas de freguesia, as câmaras e os baldios souberem negociar os terrenos para a instalação das torres eólicas "numa base de uma renda regular" durante todo o prazo do investimento.
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2007-07-31 00:20:01 »
Interessante esta entrevista sobre a problemática do vinho verde, que envolve, em particular, o nosso Concelho, mas também os limítrofes. O Dr. Daniel Bessa que conduziu um estudo de viabilização de regiões deprimidas, por isso mesmo e não só, sabe do que fala. Já uma vez, tive a oportunidade de o ouvir a apresentar algumas soluções para a nossa região tão social e economicamente deprimida. Segundo ele, deveríamos, no sector da construção, tentar atrair as classes média e média alta, para o nosso Concelho, devido à nossa situação geográfica privilegiada. Este tipo de classes sociais, segundo o mesmo, poderiam potenciar o desenvolvimento económico local, aumentando a capacidade de poder de compra e sendo sempre gerador de empregos, ao nível dos serviços. Lembro-me também de alguma contestação dos políticos no poder local a estas ideias, criticando a sua escolha pelas classes médias e médias altas, esquecendo-se provavelmente que, o investimento é a melhor forma de gerar riqueza e em consequência emprego... Sabe-se que a emigração voltou a níveis dos anos 80, a imigração diminuiu e são muitos os jovens dos Concelhos de Amarante e limítrofes estão a trabalhar, em Espanha na construção civil em forte crise, em Portugal!
Outra ideia interessante, quanto a mim, trata-se desta questão de uniformizar a marca vinho verde, à data completamente "de rastos". Vejamos, o papel das Cooperativas Agrícolas esvaiu-se; elas foram durante muito tempo, locais de promoção pessoal dos seus dirigentes, e não trouxeram mais valias para os agricultores. Quanto a mim, numa sociedade competitiva como a que vivemos, as Cooperativas Agrícolas, falharam sempre na promoção dos produtos agrícolas locais. Não se pode competir com os refrigerantes (por exemplo, a coca-cola é a marca mais publicitada do mundo), com a cerveja, as águas e outras bebidas espirituosas, se não apostarmos forte no marketing e na divulgação do vinho verde. A começar na vasta comunidade de emigrantes que temos espalhada pelo mundo. África, Oriente e América do Sul são locais a apostar, devido a afinidades culturais que possuímos. Como diz o Dr. Daniel Bessa, trata-se, sobretudo, de uma questão de escala, podendo e devendo ser Amarante a liderar uma frente de municipios com identicos interesses. São ideias de um homem que todos devíamos escutar, quer pela sua proficiência, quer pela sua experiência na politica e na gestão pública e privada!
Sem comentários:
Enviar um comentário