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05/06/11

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poemeto: "Sei tanto sítio onde vermo-nos".



"Sei tanto sítio onde vermo-nos,
porque ante o mesmo portão,
as mesmas canções ausência,
os muros, onde crianças
vadias grafitam a palavra PIÃO
com as letras ao contrário: OÃIP,
brincadeiras da incomunicabilidade,
um trabalho que cansa antes de ser-se,
inúmeras barracas no horizonte abismado,
portadas, janelas, brancuras mar,
aborrecedores holofotes."



Ângelo Ochôa - "Sei tanto sítio onde vermo-nos"


24/05/11

Arte Poesia - Ângelo Ochôa interpela-nos com: "Dois Poemas Setúbal".




"Estuário das leves ondulações,
encantos, golfinhos, gaivotas,
à aquática face em alva espuma.
P’lo que ante vagueamos.
-
Enquanto o Sado azula ondulações,
gaivotas bicam peixe à flor da água.
A amplo espaço abre-se o olhar
que até à fera novidade se vai."


Ângelo Ochôa, Poeta





2 Poemas a Setúbal, em Setúbal, Ângelo Ochôa (Poeta)

05/04/11

Poesia: O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poemeto: "Poesia do Azeite"!"



Poesia do Azeite

"Nas íngremes encostas batidas do sol,
às oliveiras, por grossas mãos varejadas,
tombavam para chão das extensas lonas
rebuscados frutos; a quente, no lagar,
prensas esmagavam, esteiras chorando,
gorda espessura com pegajoso suco;
caroços, já desfeita baga, ardiam no lume;
pra fundas talhas escorria loiro fio."

(Ângelo Ochôa, Poeta, com raízes em Alfândega da Fé, onde se produz um Azeite dos Deuses)


Ângelo Ochôa - "Poema do Azeite"


23/01/11

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta Ângelo Ôchoa, interpela-nos com o Poemeto: "O Mar nos ouvidos..."


"O mar
nos ouvidos,
durmo;
se
entretanto
acordo."

Ângelo Ochôa, Poeta


-------------------------------------------------------------
Como pode dormir Ochôa, ainda que embalado pelo Mar, com a graça que Deus lhe deu: Irene, mais um elemento do Clã Ochôa, que faz Ângelo sonhar acordado, sob o manto protector do Senhor da Pedra!




23/11/10

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta Ângelo Ôchoa, interpela-nos com o Poema: "Cidade, com teu cais, luzes, ruas, jardins".



"Cidade, com teu cais, luzes, ruas, jardins

Cidade, com teu cais, luzes, ruas, jardins,
largos onde descansam olhos,
claridade nítida para pequenos nadas,
tais como fumo, água, café,
que intervalam caminhadas,
pesos, lutas e surpresas.
Para lutar há não só praças,
escolas, recintos, fábricas,
casas cheias da memória,
mas uma vontade grande de ver teu corpo limpo,
crianças pisando-te despreocupadas,
operários erguendo não já o que lhes pese."


Ângelo Ochôa, Poeta


Ângelo Ôchoa - "Cidade, com teu cais, luzes, ruas, jardins"

19/07/10

Poesia - O Meu Amigo Poeta Ângelo Ôchoa apresenta: "Cidade com teu Cais" , Poema incompleto!


"Poema incompleto" de_Ochôa, Ângelo



"Cidade com teu cais_

largos onde descansam olhos,

claridade nítida para pequenos nadas,

tais como fumo, água, café,

(…)"


(angeloochoa poesia poema cidade poesia escrita 1959/75 Setúbal Barcelona Porto Madrid Lisboa Amarante Bragança Mirandela Quarteira Faro Loulé Olhão Coimbra Miranda-do-Douro Gaia Vila-Real Vila-Real-de-StºAntónio Tomar Aveiro Figueira-da-Foz Beja Évora Pinhel Guarda Castelo-Branco Covilhã Oslo Copenhaga Budapeste Praga Bratislava Málaga Santiago-de-Compostela Valence Valência Viena Viana Barcelos Braga Guimarães Grândola Tavira Santarém Abrantes Torres-Novas Torres-Vedras Jerusalém Fátima Leiria Lourdes Pau Angra-do-Heroísmo Praia-da-Vitória Funchal-Zamora-Salamanca-Faial)



19/06/10

Arte Poesia - O Meu Amigo Ângelo Ôchoa, interpela-nos com "As Cidades de Israel"!




"As Casas de Israel 

 Seguindo o casario,

qual lençol,

o rio deslizando.

The white Chagall:

MA JOIE.

-

Gotas de água

por escorridos vidros;

a rubro raiado poente.

-

Semblantes sumidos

sob chapéus-de-chuva.

-

Repetidamente

a paragem do eléctrico,

imagem mesma

repassada,

sonho nada.

-

Madame Maar,

olhos tortos

esgotando-se;

sons prolongando-se;

um rosto maior

do que um livro;

uma torneira ininterrupta.

-

P’lo tempo revolvido no olvido,

contarei as loucuras possíveis,

os enredos, p’los teus dedos, sim,

p’los teus dedos lã.

Ficaremos os dois, os sons, os ossos,

em arco abrindo-se-nos os braços.

-

Ah,

teu devastado olhar

fixa o demorado mar,

revolto o vento.

-

Os jogos infinitos,

borboletas adejando

vãs tonturas.

-

Teia de aranha

na parede esburacada,

um canto, desperdícios,

uma aldeia em Trás-os-Montes.

As bicicletas não andam.

A humildade é um verme familiar.

Com cerveja e fadiga ideamos vadiar.

-

Sombra intocada

num papel

sem nada,

bermas à luz falsa,

as costelas partidas,

publicação a se7e cores.

-

Nem o abandono inútil,

os pés adormecidos ao peso,

a desolação imensamente plana,

a apatia sem nenhuma saída,

o travesseiro dos bons dias

muito obrigados,

os dedos na queda,

os tectos para o pavor;

as crianças não têm culpa

d’entrementes cabecearem tontos sonos.

-

A periferia dos tubos,

e um peixe.

Os círculos fechados,

o ateado cristal.

-

Para a mulher povo, que não é notícia,

queria uma canção com as mãos dadas.

Quem me cerrou numa esfera de azedeza?

Deixassem-me ignorante, saberia uma canção,

sem nome uma canção, braços, ancinhos,

arados em riste.

-

Acontece-me ficar sentado a tarde toda,

a refazer os gestos gastos.

-

Páscoa

a morrer flores,

ecoando vãos por grandes casas.

-

Mulher,

levei toda a manhã

a sonhar tua viagem.

Tu és o meu poema" Poeta, Ângelo Ôchoa

MOV03191_As Cidades de Israel_Manuel Pedra_Ângelo Ochôa (1)


03/01/10

Arte Poesia - O Poeta Ângelo Ochôa volta a Surpreender-nos com Mais Arte, em Forma de Poesia de Grande Qualidade Artística, aquela que apela ao mais profundo...



Poema do "Boi da Paciência Português", Ângelo de Ôchoa!


‘Meus amigos, que desgraça nascer em Portugal!...’
Boi da paciência, que sempre reencontro,
amo-te, e detesto-te até ao vómito.
Quisesse afagar-te os vis corninhos,
e ririas melífluo, como quem padece coceguinhas.
Conheço-te bem demais, engenhoso atávico ruminante!
Conheço e reconheço ‘teu minucioso e porco ritual…’
E ainda aí estás, a ti igual: Anos 0, anos 60.
Marras agora, como já antes marravas,
no tempo em que te detetaram O’Neill e Ramos Rosa.
Pronto resmungas, desmaias, fazes que desfaleces;
como em derriço; como se te sorrisse um incisivo.
Deixa-me que te diga: Com os 60, que conto, na passagem,
já não estou pra ti virado.
Mas, se esse é teu melhor gozo, envolve-me de blandícias,
revolvendo-me p’lo bandulho.
Estou farto.
Desafias-me a que nem a relance te suspeite.
Tal nojo me mete a tua baba.
Tais emboscadas tramas a poético transporte, meu tesouro.

Cerre os dentes firme, Cego A Alta Luz.
Que aspiras ’inda, mansarrão?
Abre os olhos e vê:
Esses não são já os melhores dias.
Ateimas ’inda?
Continuas, boi boizinho?
Pertinaz aderente,
sei que só sumirás quando, por mim, me der o fora.
Espera sentado,
que vou ali e já venho.


Ângelo Ochôa, Poeta

(Agradeço ao Meu Amigo Poeta Ângelo Ôchoa, por nos dar Poesia... afinal o Mundo com Poetas, fica Melhor, sempre Maior, sempre mais Alto!)


25/06/09

Arte Poesia - "O funcionário cansado", de António Ramos Rosa!



"O funcionário cansado 

A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de empregado
Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo numa só noite comprida
num quarto, só...

António Ramos Rosa, in "Viagem através duma nebulosa", 1960.


«António Ramos Rosa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

António Víctor Ramos Rosa (Faro, 17 de Outubro de 1924), é um poeta português, ainda reconhecido como desenhador.

Ramos Rosa estudou em Faro, não tendo acabado o ensino secundário por questões de saúde. Em 1958 publica no jornal «A Voz de Loulé» o poema "Os dias, sem matéria". 
No mesmo ano sai o seu primeiro livro «O Grito Claro», n.º 1 da colecção de poesia «A Palavra», editada em Faro e dirigida pelo seu amigo e também poeta Casimiro de Brito. Ainda nesse ano inicia a publicação da revista «Cadernos do Meio-Dia», que em 1960 encerra a edição por ordem da polícia política.

Fez parte do MUD Juvenil.

O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.

Índice

[esconder]

[editar] Prémios

[editar] Obra

  • 1958 - O Grito Claro
  • 1960 - Viagem Através duma Nebulosa
  • 1961 - Voz Inicial
  • 1961 - Sobre o Rosto da Terra
  • 1963 - Ocupação do Espaço
  • 1964 - Terrear
  • 1966 - Estou Vivo e Escrevo Sol
  • 1969 - A Construção do Corpo
  • 1970 - Nos Seus Olhos de Silêncio
  • 1972 - A Pedra Nua
  • 1974 - Não Posso Adiar o Coração (vol.I, da Obra Poética)
  • 1975 - Animal Olhar (vol.II, da Obra Poética)
  • 1975 - Respirar a Sombra (vol.III, da Obra Poética)
  • 1975 - Ciclo do Cavalo
  • 1977 - Boca Incompleta
  • 1977 - A Imagem
  • 1978 - As Marcas no Deserto
  • 1978 - A Nuvem Sobre a Página
  • 1979 - Figurações
  • 1979 - Círculo Aberto
  • 1980 - O Incêndio dos Aspectos
  • 1980 - Declives
  • 1980 - Le Domaine Enchanté
  • 1980 - Figura: Fragmentos
  • 1980 - As Marcas do Deserto
  • 1981 - O Centro na Distância
  • 1982 - O Incerto Exacto
  • 1983 - Quando o Inexorável
  • 1983 - Gravitações
  • 1984 - Dinâmica Subtil
  • 1985 - Ficção
  • 1985 - Mediadoras
  • 1986 - Volante Verde
  • 1986 - Vinte Poemas para Albano Martins
  • 1986 - Clareiras
  • 1987 - No Calcanhar do Vento
  • 1988 - O Livro da Ignorância
  • 1988 - O Deus Nu(lo)
  • 1989 - Três Lições Materiais
  • 1989 - Acordes
  • 1989 - Duas Águas, Um Rio (colaboração com Casimiro de Brito)
  • 1990 - O Não e o Sim
  • 1990 - Facilidade do Ar
  • 1990 - Estrias
  • 1991 - A Rosa Esquerda
  • 1991 - Oásis Branco
  • 1992 - Pólen- Silêncio
  • 1992 - As Armas Imprecisas
  • 1992 - Clamores
  • 1992 - Dezassete Poemas
  • 1993 - Lâmpadas Com Alguns Insectos
  • 1994 - O Teu Rosto
  • 1994 - O Navio da Matéria
  • 1995 - Três
  • 1996 - Delta
  • 1996 - Figuras Solares

[editar] Revistas em que colaborou

[editar] Jornais em que colaborou

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Magnífico Poema gentilmente enviado pela minha Colega e Amiga, Professora Elsa Cerqueira!


27/01/09

Arte Poesia - O Poeta Ângelo Ôchoa sempre a inquietar-nos a Alma com a sua Poesia: "A Escada..."




"A Escada...", Poema de Ângelo Ôchoa, dito por Graça Ôchoa!


"A Escada...

Presa ao corrimão da escada,
a bicicleta do sonho;
nela galgo degraus e patins,
milhentos andares."

in
Um Novo Milénio,
Ângelo Ochôa


07/01/09

Arte Poesia - "O Equívoco", por Ângelo Ôchoa, Poeta!



"O Equívoco!

Vemos Camus.
Ceamos num recanto do teatro.
Seguimos atentos o depoimento filmado em vida do autor
reclamando-nos a portugueses e espanhóis
descendentes d’incertos carniceiros, e etc., etc.,
e da importância do por demais debatido bife bovino.
Nem reparamos que o figurão usa bigode.
Rimo-nos muito quando se supõe não ter graça.
Não entendemos patavina quanto ali acontece.
Desliza o palco até à rua, e continuamos a peça.
Fazemos que nos cumprimentamos, e não dizemos nada.

Autor, Poeta Ângelo Ôchoa"

«Ouçamos os Poetas e o Mundo será mais Belo e mais Justo, porque mais Humano!», Helder Barros.


31/12/08

Arte Poesia - Auto-Retrato, pelo Poeta Ângelo Ôchoa!



"Auto-Retrato

Olhos castanhos, gordo, agreste cara;
meio bronco nos pés; alta postura;
aspeto incerto, de alegria ou de tristura;
nariz dobrado a meio, feroz, torto;
ânimo vário, mas mais brando agora;
co'a idade inclinado a mover-se-lhe coração ferido;
p'los cafés matando os dias;
a sorrisos gentis nunca insensível, digo, a cândidas musas;
quase só p'lo confesso suportando padres;
eis Ochôa: Luas asas lhe deram desta a devaneio."

Com os Meus Votos Sinceros de um Ano de 2009 Pleno de Felicidade, para todo o Clã Ôchoa!


23/12/08

Ângelo Ôchoa - "Dá trabalho ter a casa em dia..."

 
(último poema do íntimo ãfa)

"Dá trabalho ter a casa em dia.
Até correr cada compartimento,
e achar cada coisa em seu lugar.
Há sempre um papel a jogar fora.
Tua casa esteja em ordem.
Arruma-a, cada vez que precise.
Guardes lá um recanto onde medites.
Livros, palavras, sons
para as horas mais longas.
Que o mundo se restabeleça,
ao contacto fresco
das paredes da paz.

Ângelo Ochôa"
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Com os Meus Votos de Um Santo Natal a Todo o Clã Ôchoa!

09/11/08

Arte Poesia - O Poeta Humanista, Ângelo Ôchoa, em mais uma Criação Poética!


"'Os pobres trabalham cedo…'
Algum poeta escreveu.
Se manhã, já dia, é belo,
no trabalho não entendem.
O trabalho, os braços, os braços, o futuro.
Esperança, alegria, alegria, esperança.
O pão dos pobres é duro.
Duro pão o que trabalham.
Tanta lágrima lavrando.
Quando é que o sol se reparte
neste profundo alçapão?
Os pobres trabalham cedo.
Terão sol por aqui neste ermo cego."

Ângelo Ochoa, Poeta


18/10/08

Arte Poesia: Ângelo Ôchoa - "A Minha Mesa de Café..."


"Minha mesa de café.
Quero-lhe tanto, a garrida.
Toda da pedra brunida.
Que linda e fresca que é…'
Lá tempero a solidão, com o café do costume.
Do cigarro, que acendo, não mais se lhe apaga o lume.
Falhados, todos temos poesia, morte, instantes.
Boa é a pedra, que esconde, sob ela, o poeta anónimo,
que escreve e rescreve para o esquecimento da vida.
E se a patroa se despe?
E se o cinzeiro se espalha?"

Dito e Criado por Ângelo Ôchoa, Poeta!

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