16/02/24

Ambiente e Ecologia - A presença e concentração em depósitos naturais de partículas resultantes da queima de combustíveis fósseis é considerado um bom indicador da presença humana num determinado ambiente.



«Corais podem ajudar a contar a história da poluição humana

A presença e concentração em depósitos naturais de partículas resultantes da queima de combustíveis fósseis é considerado um bom indicador da presença humana num determinado ambiente. Além disso, o seu aparecimento é considerado o início da época do Antropocénico, embora ainda não seja cientificamente reconhecida.

Contudo, não é apenas na litosfera que se guardam os registos da história da Terra. Também o corais, com os seus esqueletos de carbonato de cálcio, são vistos como repositórios da memória do planeta.

Dadas as suas longas vidas e o seu crescimento regular e vagaroso, os corais podem fornecer aos cientistas dados valiosos sobre os climas de outros tempos, à escala de anos, meses ou mesmo semanas.

Uma equipa de investigadores quis testar uma nova abordagem e estudar os corais para recriar a história da poluição causada pelos humanos através dos combustíveis fósseis. À medida que os corais crescem, nos seus esqueletos vão ficando retidas partículas do meio envolvente, ajudando a perceber as condições de então.

Num artigo divulgado recentemente na ‘Science of the Total Environment’, investigadores do Reino Unido e de Espanha analisaram fragmentos de corais da espécie Cladocora caespitosa, recolhidos em 2015 no Mar Mediterrâneo, na Reserva Natural das Ilhas Columbretes, a 60 quilómetros da costa espanhola.

Os investigadores detetaram no esqueleto dos corais, pela primeira vez, a presença de partículas resultantes da queima de combustíveis fósseis, que dizem indicar que pelo menos parte do desenvolvimento desses animais invertebrados se deu durante um período de grande atividade industrial na região europeia.

“É a primeira vez que conseguimos ver este tipo de contaminantes em corais”, aponta, em comunicado, Lucy Roberts, da University College London e primeira autora do estudo.

Em laboratório, e sabendo o ritmo de crescimento desta espécie de coral (cerca de 0,3 centímetros por ano), a equipa percebeu que os esqueletos dos corais apresentavam um grande nível de contaminação que dataram entre 1969 e 1992, um período que, dizem, coincide com uma rápida industrialização da Europa e com um aumento significativo do consumo de carvão em Espanha.

Assim, estes cientistas acreditam que também o estudo dos corais pode ajudar a compreender a história da poluição humana e até mesmo aferir níveis de poluição ao longo dos anos, e, eventualmente, ajudar a marcar o início da época em que nós, humanos, começámos também a deixar a nossa marca indelével na face do planeta.» in https://greensavers.sapo.pt/corais-podem-ajudar-a-contar-a-historia-da-poluicao-humana/

(Las Islas Columbretes || Historia y reserva marina || El documental)

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