«São Gonçalo assinalado em paróquia funchalense
Durante muitos anos a paróquia de São Gonçalo celebrou a festa do seu padroeiro no último domingo de janeiro, nas proximidades do dia litúrgico daquele santo português que se assinala a 10 desse mês.
Por decisão do Conselho Paroquial aquela festa foi alterada para o segundo domingo de julho devido à circunstância de janeiro ser tempo de inverno, nada propício a festas com arraial e também para diminuir custos pois em julho aquela paróquia realiza em domingos consecutivos as suas principais festas: São Gonçalo e Santíssimo Sacramento.
Assim no próximo domingo 12 de julho na igreja de São Gonçalo às 17 horas principiará a Eucaristia que marcará a solenidade em honra do orago daquela paróquia funchalense.
Na obra «São Gonçalo, História ou lenda» da autoria de Arlindo de Magalhães é referido que «São Gonçalo é o santo português que, sobretudo no Norte de Portugal, goza da maior devoção, logo depois de Santo António de Lisboa. Na sua História Eclesiástica de Portugal, o Padre Miguel de Oliveira diz apenas o seguinte: «S. Gonçalo de Amarante que se supõe falecido a 10 de Janeiro de 1259; o seu culto foi permitido pelo Papa Júlio III (24 de Abril de 1551) e confirmado por Pio IV (1561); Clemente X estendeu o ofício e a Missa a toda a Ordem dominicana (1671)».
Terá sido São Gonçalo uma invenção posta ao serviço de uma qualquer ideia ou propósito, ou podemos perceber o percurso da sua devoção ou do seu culto? O mais antigo documento que se refere a São Gonçalo, é um testamento de 18 de maio de 1279 em que uma tal Maria Johannis lega os seus bens à Igreja de São Gonçalo de Amarante. Quer dizer, uns 20 anos depois da morte de São Gonçalo existia uma igreja dita «de São Gonçalo de Amarante». E há outros documentos… e escritos sobre a figura de São Gonçalo e o seu culto.
Na biografia oficial de São Gonçalo, apresentada como tal a partir do Flos Sanctorum de 1513, não há dúvidas: Gonçalo, nasceu em Tagilde, estudou rudimentos com um devoto sacerdote e frequentou depois a escola arqui-episcopal de Braga. Ordenado sacerdote foi nomeado pároco de São Paio de Vizela. Depois foi a Roma e Jerusalém; no seu regresso vendo-se desapossado do seu benefício prosseguiu um caminho de busca interior já anteriormente encetado, depois foi a experiência da vida eremítica, a pregação popular…, e logo caiu na ambiência mendicante da época, após o que se faria dominicano…
As coisas não são assim tão lineares. De qualquer modo, tenha sido padre diocesano, cónego de Santa Maria em Guimarães, beneditino ou dominicano, tenha – quase por certo – passado de uma a outra condição, nenhuma destas hipóteses esbate a riqueza e o vigor da sua figura».
Quando foi constituída em 7 de março 1566 uma nova paróquia na Madeira foi lhe atribuído São Gonçalo como padroeiro, sendo a única na Diocese do Funchal que o tem como orago.
Entretanto no domingo 19 de julho a paróquia de São Gonçalo vai celebrar a solenidade do Santíssimo Sacramento iniciando-se a Eucaristia às 17 horas.
Devido às restrições motivadas pela pandemia, não haverá procissões nem arraial nestas festas.» in http://www.jornaldamadeira.com/2020/07/09/sao-goncalo-assinalado-em-paroquia-funchalense/
(Maria Isabel *Bruno Faria, Capela Das Neves São Gonçalo Funchal-Madeira)
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