14/04/20

Política de Saúde - Uma nova investigação, conduzida durante nove anos no Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, testou 28 pumas que vivem neste território, concluindo que metade destes felinos foram, em algum momento das suas vidas, infetados com a Yersinia pestis, a bactéria que causa a peste.



«A peste está a matar silenciosamente os pumas de Yellowstone

Uma nova investigação, conduzida durante nove anos no Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, testou 28 pumas que vivem neste território, concluindo que metade destes felinos foram, em algum momento das suas vidas, infetados com a Yersinia pestis, a bactéria que causa a peste.

Há vários tipos de peste causadas por esta mesma bactéria (Yersinia pestis), sendo a Peste Bubónica a mais comum de todas, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Este tipo de peste, que ficou comummente conhecida como Peste Negra devido à sua taxa de mortalidade, atingiu o seu auge entre 1346 e 1353 e os especialistas estimam que tenha causado entre 50 a 200 milhões de mortes na Ásia e na Europa.

De acordo com a nova investigação, cujos resultados foram recentemente publicados na revista científica especializada Environmental Conservation, a bactéria causadora da Peste Negra foi agora identificada em muitos dos grandes felinos de Yellowstone, sendo mesmo apontada como causa de morte em alguns destes animais.

Foi no inverno de 2006 que os cientistas encontraram as primeiras vítimas mortais entre os felinos de Yellowstone, conta a National Geographic, dando conta que foi neste altura que a coleira de monitorização de um puma enviou um alerta: o animal não se mexia há 8 horas.

O puma em causa, sinalizado como F018, foi encontrado sem vida, juntamente com a sua cria de três meses, descoberta também sem vida ao seu lado.

“Todos assumiram que foi a fome [que matou este puma]”, afinal, “estávamos no meio do inverno”, explicou Mark Elbroch, diretor do programa de pumas da Organização de Conservação de Animais Silvestres Panthera, em declarações à National Geographic.

No entanto, análises realizadas revelaram que a causa da morte tinha sido outra. “Ficamos tão surpresos como todos ao saber que os felinos tinham morrido de peste“, disse.

Foi depois de terem encontrado estes dois felinos sem vida que os cientistas decidiram conduzir uma investigação mais longa e, depois de nove anos de estudo, concluíram que a bactéria que causa a peste está bastante presente na população de pumas de Yellowstone.

Ao todo, foram testados 28 grandes felinos. Destes, metade tinha anticorpos contra a peste na sua corrente sanguínea, o que significa que, em algum momento, foram expostos à bactéria que causa a peste. O contacto pode ter-se dado através da cadeia alimentar, pela ingestão de roedores ou de outros predadores que se alimentam de roedores.

Sete por cento dos animais adultos e juvenis estudados morreram da peste e dos sintomas de pneumonia que esta causa, escreveram ainda os cientistas no novo estudo. A nova investigação “destaca que o ecossistema de Yellowstone é, provavelmente, uma área com uma prevalência muito maior da peste do que se pensava”, apontou Elbroch.

O especialista recordou ainda que animais portadores da peste representam um risco, ainda que baixo, para as pessoas que interagem diretamente com a vida selvagem – caçadores, biólogos, veterinários, entre outros profissionais.» in  https://zap.aeiou.pt/peste-esta-matar-silenciosamente-os-pumas-yellowstone-318941


(Les pumas de Yellowstone, prédateurs hors-pair)

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