23/04/20

Cidade de Amarante - A forma fálica de um doce de Amarante animou dois amigos que, em tempo de pandemia de codiv-19, criaram um movimento nas redes sociais e nas ruas que exorta a população a “levantar-se de novo”.




«Doce fálico inspira cidade a “levantar-se de novo”
por Notícias de CoimbraAbril 22, 2020

A forma fálica de um doce de Amarante animou dois amigos que, em tempo de pandemia de codiv-19, criaram um movimento nas redes sociais e nas ruas que exorta a população a “levantar-se de novo”.

A principal “janela” do movimento está numa página do Facebook, já com mais de sete mil seguidores, cuja imagem de perfil é o doce fálico ligado à tradição casamenteira de São Gonçalo, o padroeiro da cidade.

Há cerca de um mês, os amigos João Brás, de 34 anos, e Abel Rodrigues, de 32, ambos profissionais liberais preocupados com as consequências do confinamento na economia devido ao novo coronavírus, puseram “mãos na massa” e lançaram a ideia, que rapidamente foi seguida por milhares de pessoas.

Inicialmente, pensava-se criar uma lona para pôr no centro histórico da cidade, como mensagem de esperança para o futuro. Logo a seguir, contou à Lusa Abel Rodrigues, um dentista de Amarante, que teve de fechar o seu consultório devido à pandemia, sugeriu a ideia de lançar um grupo no Facebook, que exponenciou a mensagem rapidamente.

O grupo chama-se “We Will Rise |Vamo-nos Levantar #Amarante” e conta já com milhares de visualizações. A maioria dos seguidores é de Amarante, mas também os há na Suíça, França, Alemanha, Reino Unido e Angola.

Nas últimas semanas, o grupo distribuiu cerca de mil máscaras em instituições de solidariedade e compilou as lojas que se mantêm abertas na cidade.

Mais recentemente, colocou máscaras em estátuas de figuras ilustres de Amarante, como Teixeira de Pascoaes e António Cândido, para incentivar a população a usar aquele tipo de proteção.

No grupo da rede social são transmitidas atividades de ginástica, dança, concertos, literatura e até a missa pascal celebrada pelo pároco de São Gonçalo não foi esquecida.

A página apresenta uma agenda cultural semanal de atividades para os subscritores acompanhar.

Em tempo de pandemia, com a cidade vazia, sem a agitação dos turistas, um consultório virtual, com vários especialistas de saúde, tem respondido a questões suscitadas e dúvidas pelos subscritores.

Abel Rodrigues explica o sucesso do movimento com o “forte sentido de comunidade das pessoas de Amarante”, que vê naquela ferramenta “uma forma de se manifestar” e de partilha.

Defende, por isso, que o grupo deve manter-se quando a pandemia passar, como forma de ajudar Amarante a “levantar-se de novo”, inspirada no doce fálico, um símbolo acarinhado pelos residentes, mas também pelos milhares forasteiros que costumam visitar a cidade.



“O doce fálico, presença habitual nas romarias de Amarante, está associado ao culto pagão a S. Gonçalo. Ao santo são atribuídos dotes de casamenteiro, sobretudo das “velhas”, pelo que o doce fálico constitui um ícone facilmente associável a preces e rituais das solteironas para conseguirem um noivo”.

O culto a São Gonçalo materializa ainda, na atualidade, crenças e rituais relacionados com a fertilidade, que remontarão à época Romana ou mesmo às sociedades Pré e Proto-históricas. São disso exemplo o doce fálico e a bênção e dádiva dos figos secos, que ocorre todos os anos a 10 de janeiro, ou no domingo seguinte, no final das celebrações religiosas em honra ao Santo, onde se agradece e apela a um “novo ano fecundo e favorável”.

Atualmente este doce é confecionado em algumas pastelarias de Amarante, cujas receitas diferem de estabelecimento para estabelecimento, tendo apenas em comum alguns ingredientes e a forma.» in https://www.noticiasdecoimbra.pt/doce-falico-inspira-cidade-a-levantar-se-de-novo/


(We Will Rise Amarante)

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