«AMARANTE: Fotobiografia revela facetas contraditórias do pintor Amadeo de Souza-Cardoso
"Esperava que ele fosse um boémio, um homem contra as convenções e valores tradicionais, mas afinal era na vida prática profundamente católico, monárquico, adorava as suas raízes e gostava de tourada".
Uma fotobiografia de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) revela que o pintor, considerado o introdutor da modernidade em Portugal, "tinha uma personalidade conservadora nas ideias políticas e afetivas", concluem as duas investigadoras e coautoras dos textos.
"Esperava que ele fosse um boémio, um homem contra as convenções e valores tradicionais, mas afinal era na vida prática profundamente católico, monárquico, adorava as suas raízes e gostava de tourada", disse hoje à Agência Lusa Margarida Magalhães Ramalho, ressalvando que aqueles comentários eram feitos sem preconceitos.
A fotobiografia Amadeo de Souza-Cardoso, com textos da Historiadora de Arte Margarida Magalhães Ramalho e a artista plástica Margarida Cunha Belém, faz parte da coleção de Fotobiografias do Século XX, com direcção de Joaquim Vieira, que tem sido editada pelo Círculo de Leitores.
Considerado uma das referências supremas da pintura do início do século XX em Portugal, Amadeo de Souza-Cardoso nasceu a 14 de Novembro de 1887 em Manhufe, concelho de Amarante, e morreu em Espinho, vítima de “pneumónica” ou gripe espanhola, em 1918.
"Ele viveu tão pouco tempo, mas fez obras extraordinárias. Foi o autor da grande rutura na história das artes plásticas nacionais", sintetizou Margarida Ramalho.
As duas investigadoras recorreram ao vasto espólio que existe no museu com o nome do pintor, em Amarante, e à Fundação Calouste Gulbenkian, e acabaram por descobrir muita informação que deu a conhecer facetas por detrás do artista, sobretudo nas cartas que trocou com amigos e com Lúcia, a futura mulher.
Na opinião das autoras, estes "aspetos fascinantes" acrescentam algo importante ao que se conhece de outras obras já existentes sobre Souza-Cardoso, e consideram que a fotobiografia "é acessível a um público mais diversificado e talvez menos conhecedor" do trabalho do artista.
"O que é mais incrível nele é que continha em si toda a modernidade. Em Paris, em 1909, entra em contacto com o trabalho de artistas como Modigliani e Delaunay, cuja obra, considerada bizarra na altura, compreende e adora como nenhum outro português, mas, ao mesmo tempo, não perdia as procissões e as missas da terra", observou Margarida Cunha Belém.
Amadeo de Souza-Cardoso estudou Arquitetura e frequentou os estúdios de Godefroy e de Freynet em Paris, mas acabou por desistir do curso, por estar mais interessado em desenhar e fazer caricatura, ao mesmo tempo que seguia atentamente o movimento artístico parisiense.
"Ele foi provavelmente o maior ou um dos maiores pintores portugueses de sempre. Fez a diferença na altura, como ninguém, e teve uma adesão às vanguardas como nenhum outro artista português. O próprio Almada disse-lhe que ele pintava melhor", sublinhou Margarida Belém também em declarações à Lusa.
Apesar de ter tido uma curta existência, viria a morrer aos 31 anos, a produção de Souza-Cardoso foi bastante intensa e percorreu muitos estilos - desde o Cubismo, arte abstrata, Expressionismo e Futurismo - que gostava de investigar e experimentar.
Com 200 páginas, a fotobiografia criada pelo Círculo de Leitores está preenchida com dezenas de fotografias do artista, da família e amigos, documentos, cartas, e reproduções de pinturas, ilustrações e desenhos, e será também lançada no mercado livreiro pela Temas e Debates a 09 de Outubro.» in http://www.tamegaonline.info/v2/noticia.asp?cod=2517
"Esperava que ele fosse um boémio, um homem contra as convenções e valores tradicionais, mas afinal era na vida prática profundamente católico, monárquico, adorava as suas raízes e gostava de tourada".
Uma fotobiografia de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) revela que o pintor, considerado o introdutor da modernidade em Portugal, "tinha uma personalidade conservadora nas ideias políticas e afetivas", concluem as duas investigadoras e coautoras dos textos.
"Esperava que ele fosse um boémio, um homem contra as convenções e valores tradicionais, mas afinal era na vida prática profundamente católico, monárquico, adorava as suas raízes e gostava de tourada", disse hoje à Agência Lusa Margarida Magalhães Ramalho, ressalvando que aqueles comentários eram feitos sem preconceitos.
A fotobiografia Amadeo de Souza-Cardoso, com textos da Historiadora de Arte Margarida Magalhães Ramalho e a artista plástica Margarida Cunha Belém, faz parte da coleção de Fotobiografias do Século XX, com direcção de Joaquim Vieira, que tem sido editada pelo Círculo de Leitores.
Considerado uma das referências supremas da pintura do início do século XX em Portugal, Amadeo de Souza-Cardoso nasceu a 14 de Novembro de 1887 em Manhufe, concelho de Amarante, e morreu em Espinho, vítima de “pneumónica” ou gripe espanhola, em 1918.
"Ele viveu tão pouco tempo, mas fez obras extraordinárias. Foi o autor da grande rutura na história das artes plásticas nacionais", sintetizou Margarida Ramalho.
As duas investigadoras recorreram ao vasto espólio que existe no museu com o nome do pintor, em Amarante, e à Fundação Calouste Gulbenkian, e acabaram por descobrir muita informação que deu a conhecer facetas por detrás do artista, sobretudo nas cartas que trocou com amigos e com Lúcia, a futura mulher.
Na opinião das autoras, estes "aspetos fascinantes" acrescentam algo importante ao que se conhece de outras obras já existentes sobre Souza-Cardoso, e consideram que a fotobiografia "é acessível a um público mais diversificado e talvez menos conhecedor" do trabalho do artista.
"O que é mais incrível nele é que continha em si toda a modernidade. Em Paris, em 1909, entra em contacto com o trabalho de artistas como Modigliani e Delaunay, cuja obra, considerada bizarra na altura, compreende e adora como nenhum outro português, mas, ao mesmo tempo, não perdia as procissões e as missas da terra", observou Margarida Cunha Belém.
Amadeo de Souza-Cardoso estudou Arquitetura e frequentou os estúdios de Godefroy e de Freynet em Paris, mas acabou por desistir do curso, por estar mais interessado em desenhar e fazer caricatura, ao mesmo tempo que seguia atentamente o movimento artístico parisiense.
"Ele foi provavelmente o maior ou um dos maiores pintores portugueses de sempre. Fez a diferença na altura, como ninguém, e teve uma adesão às vanguardas como nenhum outro artista português. O próprio Almada disse-lhe que ele pintava melhor", sublinhou Margarida Belém também em declarações à Lusa.
Apesar de ter tido uma curta existência, viria a morrer aos 31 anos, a produção de Souza-Cardoso foi bastante intensa e percorreu muitos estilos - desde o Cubismo, arte abstrata, Expressionismo e Futurismo - que gostava de investigar e experimentar.
Com 200 páginas, a fotobiografia criada pelo Círculo de Leitores está preenchida com dezenas de fotografias do artista, da família e amigos, documentos, cartas, e reproduções de pinturas, ilustrações e desenhos, e será também lançada no mercado livreiro pela Temas e Debates a 09 de Outubro.» in http://www.tamegaonline.info/v2/noticia.asp?cod=2517
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