Em frente, na serra máquinas, camiões e muitos homens entram e saem a todo o momento das duas bocas de túnel que vão atravessar o Marão ao longo de 5665 metros de extensão
A construção Túnel do Marão, o maior da Península Ibérica e que vai aproximar Amarante a Vila Real, fez aumentar o número de clientes nos restaurantes mais próximos e até já se transformou num ponto de atracção turístico.
Quando está sol José Nogueira, 88 anos, pega numa cadeira e vai até à Estrada Nacional 15 (EN15), junto à Boavista, em Vila Real, onde se senta a observar a construção do maior túnel rodoviário da Península Ibérica, que vai atravessar a serra do Marão.
"É onde passo o meu tempo. Estou sozinho e quando o dia está bom venho até aqui. Nunca se viu tanto movimento", afirmou à Agência Lusa o octogenário.
Em frente, na serra máquinas, camiões e muitos homens entram e saem a todo o momento das duas bocas de túnel que vão atravessar o Marão ao longo de 5665 metros de extensão.
"A gente não sabe já o que eles furaram porque não nos deixam lá ir ver, se deixassem a gente já lhe dizia. Mas conseguimos perceber que está a andar depressa", acrescentou Agostinho Pereira Clemente, de 86 anos, que costuma fazer companhia a José Nogueira.
Também José Pereira, 79 anos, gosta de ir observar os trabalhos.
"Trabalham de noite e de dia. Dizem que vai ser o maior de Portugal e é bem para quem tem carro porque no Inverno, com a neve e o gelo, muitos chegavam aqui ao IP4 (Itinerário Principal 4) e tinham que voltar para trás. Assim já vão sempre a direito", salientou.
Jaime do Espinheiro esfrega as mãos de contente. Desde que as obras começaram, entre Maio e Junho, o número de clientes no seu restaurante em Candomil, Ansiães, Amarante, aumentou em cerca de "30 por cento".
" Tenho muitos mais clientes e não tenho mais porque não posso servir mais almoços. Ainda bem que vieram as obras. Já tivessem começado há mais tempo", sublinhou.
Manuel Almeida, também proprietário de um café na Boavista, também viu aumentar o número de clientes, mas queixa-se que ainda são poucos.
"Tenho mais clientes, mas poucos. Aparecem por aí para comer ao meio-dia e à noite, mas são refeições pontuais", referiu.
Cesário Nogueira, de Ansiães, não tem mais clientes no seu café, mas já alugou, por cerca de 200 euros, uma casa a uma empresa que também está a trabalhar na construção do Túnel do Marão.
"Houve por aí muita gente a procurar casa. Aqui já há pelo menos cinco casas alugadas a pessoal da obra. A maior parte é estrangeira", frisou o comerciante.
José Magalhães, residente em Amarante, aproveitou um dia em que pouco tinha para fazer para subir ao Marão só para espreitar o andamento das obras nos dois lados da serra.
"É uma obra muito grande e muito importante. Já devia era estar feito para aí há uns 50 anos", frisou.
Porque é proibido parar no IP4, José Magalhães optou por fazer a viagem pela antiga EN15, onde também encontrou "uma vista muito melhor sobre a obra".
Na pousada do Marão já vão entrando mais clientes para as refeições, muitos deles, segundo um dos funcionários, Carlos Leite, para verem as obras.
"Sem dúvida, temos mais pessoas. Mas a nível de passantes. Mais engenheiros, arquitectos, industriais ligados ao ramo. Vêm essencialmente almoçar e jantar", sublinhou.
Carlos Leite considera que a longo prazo o túnel se poderá transformar num dos grandes pontos de atracão turística desta região.» in http://www.tamegaonline.info/v2/noticia.asp?cod=2546
------------------------------------------------------------------------ O grande problema é que será um benefício apenas temporário... depois será o vazio... como quase sempre!
«Túnel do Marão: Mais clientes nos restaurantes locais e turistas a visitar a obra 
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