«HOMENAGEM PRESTADA DA MELHOR FORMA AO GUERREIRO EXTRAORDINÁRIO
26 DE FEVEREIRO DE 2023 19:33
FC Porto venceu o Zagreb por 28-26 na 12.ª jornada do grupo A da Liga dos Campeões.
No dia em que se cumprem dois anos da morte trágica de Alfredo Quintana, Mitrevski homenageou-o da melhor forma possível. O macedónio assumiu protagonismo com 13 defesas e guiou o FC Porto à segunda vitória na fase de grupos da Liga dos Campeões (28-26). Já sem hipótese de seguir em frente, a formação de Magnus Andersson soma agora 5 pontos e permanece na última posição do grupo A.
Numa primeira parte em que as defesas se superiorizaram aos ataques, o FC Porto saiu em vantagem para o intervalo pela margem mínima (12-11) depois de ter estado a perder durante quase toda a etapa inaugural. Os primeiros dez minutos, que serviram para Mitrevksi demonstrar ao que vinha (8 defesas em 30 minutos), foram marcados por um equilíbrio que perdurou durante toda a primeira parte. Na primeira linha, Valdés foi essencial ao marcar três golos e ao ser uma pedra basilar na defesa, enquanto Diocou entrou com fulgor e assinou dois golos de rajada.
O guarda-redes macedónio teimou em parar as tentativas croatas de visar a baliza portista no segundo tempo e a vantagem azul e branca cresceu para quatro golos a cerca de um quarto de hora do final (24-20). O nível baixou nos dois lados do campo e o adversário conseguiu até chegar ao empate com 120 segundos por jogar (25-25), mas um golo de Miguel Alves, um enormíssimo bloco de Nikolaj Laeso e uma saída rápida em contra-ataque de Victor Iturriza (27-25) pareciam selar o destino da partida. O Zagreb ainda reduziu, mas Miguel Alves fechou a marcha do marcador (28-26).
“Foi um jogo muito bom contra um equipa muito forte. Estou muito orgulhoso da vitória, mostrámos ter muito caráter. Desperdiçámos algumas oportunidades e não deveríamos ter terminado tão perto no marcador, mas mostrámos uma boa atitude defensiva e estou orgulhoso. Na Liga dos Campeões, não começámos tão bem, tínhamos jogadores novos, mas agora demonstrámos a nossa resiliência”, afirmou Magnus Andersson após o término do duelo.
Na próxima quinta-feira, joga-se a última noite europeia da temporada no Dragão Arena. O FC Porto recebe o Wisla Plock a partir das 19h45 (Porto Canal/FC Porto TV).
FICHA DE JOGO
FC PORTO-ZAGREB, 28-26
Liga dos Campeões, Grupo A, 12.ª jornada
26 de fevereiro de 2022
Dragão Arena, no Porto
Árbitros: Robert Schulze e Tobias Tönnies (Alemanha)
FC PORTO: Nikola Mitrevski e Sebastian Frandsen (g.r.); Pedro Valdés (6), André Sousa, Victor Iturriza (2), Pedro Cruz, Nikolaj Læsø (1), Rui Silva (1), Daymaro Salina (4), Ignacio Plaza, Jack Thurin (2), Mamadou Diocou (3), Leonel Fernandes (1), Diogo Branquinho (4), Miguel Alves (4) e Fábio Magalhães (1)
Treinador: Magnus Andersson
ZAGREB: Dino Slavic e Aljaz Panjtar (g.r.); Davor Cavar (2), Luka Klarica (6), Jakov Gojun, Zvonimir Srna (4), Edin Klis, Paolo Kraljevic, Željko Musa, Karpo Sirotic, Ivan Cupic, Timur Dibirov (10), Stefan Dodic, Aleks Kavcic (3), Csaba Leimeter e Nikola Grahovac (1)
Reduzido a nove, FC Porto perdeu com o Gil Vicente graças a uma grande penalidade inovadora (1-2).
Arrastado para baixo, o FC Porto está mais longe da liderança da Liga. Recém-chegados de Milão, os Campeões Nacionais perderam com o Gil Vicente na ronda 22, aumentaram a distância para o Benfica até aos oito e arriscam ser ultrapassados pelo SC Braga, que fecha a jornada esta segunda-feira em Guimarães. João Mário foi expulso, Matheus Uribe também e só de penálti é que os de Barcelos consumaram a reviravolta.
Sérgio Conceição promoveu três alterações à linha europeia - Wendell por Zaidu, Eustaquio por Grujic, Namaso pelo lesionado Evanilson - e os onze eleitos entraram com tudo. Depois de ver o primeiro ser-lhe anulado por fora de jogo, Taremi regressou aos golos na conclusão de um contra-ataque como vem nos livros (1-0). Cinco minutos volvidos, aos nove, o desenho perfeito entre Wendell, João Mário e Pepê foi desperdiçado de forma incrível pelo camisola 11, que atirou alto só com a baliza pela frente.
Na primeira metade da etapa inaugural só deu Porto e o travessão foi o único elemento capaaz de impedir Danny Namaso de ser feliz na finalização de um trabalho de mestre. O galo começou a cantar mais alto daí em diante, altura em que Diogo Costa disse “presente” antes de Fran Navarro aparecer sozinho na pequena área para voltar a faturar no Estádio do Dragão (1-1).
Até ao intervalo foi a terceira equipa aquela que mais se destacou. Liderada por Rui Costa e com o precioso auxílio de Tiago Martins na Cidade do Futebol, a parelha de árbitros começou por mostrar o vermelho direto a João Mário após corte sem intenção com a mão e, não satisfeita, assinalou penálti num lance inócuo a envolver Matheus Uribe dentro da área da casa. Sortudos vencedores de uma viagem até à marca dos onze metros, os barcelenses adiantaram-se de grande penalidade (1-2).
Esse protagonismo manteve-se no regresso das cabines. Já com Zaidu e Gonçalo Borges nos lugares de Wendell e Namaso, Uribe viu a segunda cartolina amarela e foi expulso. Mesmo reduzidos a nove, os Dragões nunca deixaram de almejar a baliza contrária enquanto Diogo Costa mantinha o papel de espetador atento. Pelo meio, Eustaquio ainda encontrou o fundo das redes visitantes, mas a igualdade viria a ser negada pelo VAR.
Vinte minutos volvidos desde o segundo cartão vermelho em prejuízo do FC Porto, Rui Costa e Tiago Martins nada viram quando um cruzamento de Otávio acabou intercetado pelo braço de Rúben Fernandes nem quando Taremi foi pisado igualmente em zona proibida. Naturalmente exausto, o internacional canadiano saiu, Rodrigo Conceição entrou e a toada manteve-se, com os portistas à procura do empate e gilistas satisfeitos com um resultado caído do céu.» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20230226-pt-inferiores-so-em-numero
Highlights | Resumo: FC Porto 1-2 Gil Vicente -(Liga 22/23 #22)
Com Angélica André e Francisco Amaral em destaque, FC Porto venceu por larga margem os Nacionais realizados em Coimbra.
O FC Porto foi o grande vencedor coletivo do Campeonato Nacional de longa distância que se realizou este sábado no Complexo Olímpico de Coimbra.
Os atletas azuis e brancos somaram 65 pontos e superaram largamente a concorrência do Sporting (24) e do SC Braga (20).
Autores de novos recordes pessoais, Angélica André e Francisco Amaral venceram a prova dos cinco quilómetros absolutos, ao passo que Bruno Loureiro se sagrou Campeão Nacional na vertente júnior.
Dragões venceram o Benfica por 4-2 na 7.ª jornada da fase final do campeonato
A equipa de Sub-17 do FC Porto bateu neste domingo o Benfica (4-2), no Estádio de Pedroso, em jogo a contar para a 7.ª jornada da fase de apuramento de campeão do Campeonato Nacional de Juniores B.
Os lisboetas até se adiantaram no marcador de grande penalidade aos 14 minutos, mas um golo de Anha Candé já nos últimos instantes da etapa inaugural (43m) resultou em novo empate ao intervalo (1-1). O melhor momento da partida surgiu aos 67 minutos quando, após um cruzamento de Fábio Amaral e um corte de um defesa do Benfica, Gonçalo Paiva, sem deixar cair o esférico, concretizou um remate acrobático que levantou todos os presentes nas bancadas. Um erro da defensiva portista deu novo empate aos vermelhos e brancos (72m), mas um grande cabeceamento de Anha Candé (79m) e um golo de grande penalidade de Tiago Sousa já nos descontos (90m+5) selaram o desfecho final da partida (4-2).
Com este resultado, os jovens Dragões somam agora 16 pontos e estão a apenas dois do adversário desta manhã e líder desta fase.
Os Sub-17 portistas, orientados por Ricardo Costa, alinharam com Gonçalo Silva, Vasco Santos, Duarte Nogueira, Tomé Almeida, Guilherme Venâncio, Fábio Amaral, João Teixeira (Rodrigo Mora, 76m), Gonçalo Sousa (Amadu Camará, 82m), Gil Martins (Alassana Baldé, 82m), Gonçalo Paiva e Anha Candé.
FC Porto B venceu no reduto do Vilafranquense (2-1) e subiu ao 6.º lugar da Segunda Liga
A equipa B voltou aos bons resultados em grande estilo. Vindos de três desaires por 1-2, o último deles para lá da hora, os portistas foram a Rio Maior fazer o que nunca tinham feito: vencer o Vilafranquense fora de portas. Um golaço de Wendel Silva e uma finalização à ponta de lança do central Romain Correia valeram o merecido triunfo numa jornada que prestigiou a competição. Com este resultado, os jovens Dragões ascendem ao sexto lugar e passam a somar 30 pontos, menos três do que o adversário deste domingo.
António Folha apostou num esquema de três centrais - denunciado pela titularidade de David Vinhas - e dificilmente os setores mais recuados poderiam ter sido testados mais cedo. Logo nos segundos inaugurais, um cruzamento teleguiado de João Mendes fez escala nas botas de Wendel Silva antes de aterrar no poste. À segunda o camisola 50 não perdoou: pegou na bola, galgou metros, puxou o pé esquerdo atrás e disparou forte para abrir a contagem em grande estilo (0-1).
A resposta pouco tardou e teve como autor o suspeito do costume. Após recuperação de bola de Bernardo Martins, Nené recebeu em posição privilegiada e atirou para o fundo das redes azuis e brancas (1-1). O encontro não perdeu gás e manteve-se tão aceso que, perto do descanso, foi a vez de o travessão portista negar o golo aos da casa na sequência de um cabeceamento com demasiada pontaria.
Com um remate certeiro e uma bola ao ferro para cada lado, a etapa complementar arrancou igualmente mexida e o Vilafranquense forçou Gonçalo Ribeiro a sujar o equipamento em bolas paradas sucessivas - primeiro após livre direto de Nené e depois na cobrança exímia do pontapé de canto resultante. Alguns metros mais à frente Bruno Costa assumia a batuta e tanto Vasco Sousa como João Mendes davam trabalho a Pedro Trigueira antes de Marcus Abraham render Nilton Varela.
Os da Invicta não se cansavam de criar perigo e traduziram o domínio nos cantos (dez contra dois) na tão desejada vantagem à entrada para a reta da meta. Destemidos no ataque, os defesas Rodrigo Pinheiro e Romain Correia (a defrontar o irmão Anthony) combinaram de forma sublime para o 1-2. Desgastado depois de muito trabalhar, Wendel Silva saiu para ceder a vaga a Martim Fernandes. Até ao apito final ainda houve tempo para Vasco Sousa, também ele protagonista de uma excelente exibição, dar lugar à entrada de Levi Faustino e para Bruno Costa testar os reflexos de Trigueira uma última vez.
“Entrámos bem no jogo, mas sabíamos que ia ser difícil. O Vilafranquense tem uma excelente equipa, vem de uma vitória boa fora e seria um jogo complicadíssimo. Teríamos de ser fortes e organizados, porque estávamos a precisar de ganhar depois de alguns resultados que não queríamos. Acima de tudo foram duas grandes equipas, a respeitarem-se, a trabalharem muito à procura dos três pontos. Caíram para nós, se não caísse se calhar estaria aqui a dizer que o empate teria sido bom. Fomos competentes no lance do 2-1 e estamos muito felizes, vínhamos de uma série que correu mal e os miúdos trabalharam para dar a volta. O campeonato está muito renhido, há que continuar com os pés assentes na terra e a tentar fazer evoluir estes jovens para eles crescerem. O jogo hoje foi bom e estou muito contente com isso”, declarou António Folha após o término da contenda.
Segue-se uma receção ao Mafra no Olival agendada para as 15h30 do próximo domingo (FC Porto TV/Porto Canal).
FICHA DE JOGO
VILAFRANQUENSE-FC PORTO B, 1-2
Liga Portugal 2, 22.ª jornada
26 de fevereiro de 2023
Estádio Municipal de Rio Maior
Árbitro: Diogo Rosa
Assistentes: Vanessa Gomes e Flávio Antunes
Quarto árbitro: Gonçalo Freire
VILAFRANQUENSE: Pedro Trigueira (g.r.), Sílvio, Anthony, Suliman, Veiga, Ceitil (cap.), André Sousa, Bernardo, Luís Silva, Belkheir e Nené
Substituições: Bernardo por Sangaré (55m), Belkheir por Mercado (69m), Veiga por João Amorim (82m), Luís Silva por Dioh (83m) e André Sousa por Léo Alaba (83m)
Não utilizados: Fábio Duarte, Hermoso, Maddi e Bruno Silva
Treinador: Ricardo Chéu
FC PORTO B: Gonçalo Ribeiro (g.r.), Rodrigo Pinheiro, Romain Correia, David Vinhas, Zé Pedro (cap.), João Mendes, Bruno Costa, Vasco Sousa, Sidnei Tavares, Nilton Varela e Wendel Silva
Substituições: Nilton Varela por Marcus Abraham (69m), Wendel Silva por Martim Fernandes (83m) e Vasco Sousa por Levi Faustino (89m)
Não utilizados: Ivan Cardoso, André Oliveira, Rui Monteiro, Umaro Candé, Luan Brito e Luís Mota
Treinador: António Folha
Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Wendel Silva (7m), Nené (11m) e Romain Correia (79m)
FC Porto triunfou em Coimbra, frente à Académica, por 5-0 na 4.ª jornada da fase final do campeonato.
A equipa de Sub-15 do FC Porto deslocou-se neste domingo a Coimbra para golear a Académica por 5-0 na 4.ª jornada da fase de apuramento de campeão do Campeonato Nacional de Juniores C. João Pereira (45m e 52m), Tomás Peixoto (47m), Cardoso Varela (63m) e Guilherme Carvalho (73m) apontaram os golos dos Dragões, que são líderes com 12 pontos conquistados em quatro jornadas.
Os Sub-15 portistas, orientados por José Violante, alinharam Diogo Pereira, Ivandro Silva, Salvador Gomes, Martim Chelmik, Guilherme Carvalho, Gonçalo Oliveira (Cardoso Varela, 54m), Duarte Cunha (Diogo Oliveira, 65m), Bernardo Lima, João Pereira (Rúben Barbosa, 54m), João Abreu (Salvador Ribeiro, 54m) e Yoan Pereira (Tomás Peixoto, 40m).
FC Porto somou o primeiro triunfo na Liga dos Campeões na receção ao Sarzana (5-0).
O FC Porto estreou-se a vencer na Liga dos Campeões ao bater nesta quinta-feira o Sarzana (5-0), no Dragão Arena, na 3.ª jornada do Grupo B. Após dois empates nas duas primeiras rondas, os azuis e brancos chegaram à primeira vitória e passam a somar cinco pontos, tal como o Noia e o Trissino. O Sarzana, por sua vez, continua sem qualquer ponto somado.
O coletivo comandado por Ricardo Ares esteve sempre por cima durante os 25 minutos iniciais, mas não conseguiu encontrar o caminho da baliza à guarda de Simone Corona, tal como o Sarzana do outro, o que ajuda a explicar o 0-0 registado ao intervalo. Na etapa complementar, os Dragões finalmente transformaram a superioridade em golos, por intermédio de Roc Pujadas, Carlo Di Benedetto, Ezequiel Mena, Gonçalo Alves e Rafa, e carimbaram o primeiro triunfo europeu da temporada.
“Como em todos os intervalos, ajustámos o que não correu bem na primeira parte, pois quisemos recuperar a bola demasiado rápido e isso fez com que cometêssemos alguns erros. Custou-nos abrir uma defesa tão fechada, mas na segunda parte impusemos outro ritmo e provocámos muitas dificuldades ao Sarzana. Depois de abrirmos o marcador, o jogo tomou outro rumo, mas o importante hoje era vencer. No domingo temos mais um jogo importante para o campeonato”, afirmou o treinador Ricardo Ares após a partida.
O FC Porto volta a entrar em campo no próximo domingo, às 16h00 (FC Porto TV/Porto Canal), no Pavilhão Municipal de Barcelos, frente ao Óquei de Barcelos, em jogo da 19.ª jornada do Campeonato Nacional.
FICHA DE JOGO
FC PORTO-SARZANA, 5-0
Liga dos Campeões, Grupo B, 3.ª jornada
23 de fevereiro de 2023
Dragão Arena
Árbitros: Alvaro De La Hera e David Cantós (Espanha)
FC PORTO: Xavier Malián (g.r.), Xavier Barroso, Rafa, Gonçalo Alves e Carlo Di Benedetto
Suplentes: Tiago Rodrigues (g.r.), Reinaldo García (cap.), Telmo Pinto, Ezequiel Mena e Roc Pujadas
Treinador: Ricardo Ares
SARZANA: Simone Corona (g.r.), Davide Borsi (cap.), Facundo Ortiz, Sergio Festa e Jerónimo García
Suplentes: Alessio Bianchi (g.r.), Bruno Alonso, Mattia Rispogliati, Andrea Perroni e Francesco De Rinaldis
«ChatGPT – A evolução da Inteligência Artificial: Riscos e Benefícios
SOFIA NAIR BARBOSA
23/02/2023 09:39
Não há legislação específica em nenhum país do mundo que trate exclusivamente do ChatGPT ou de tecnologias semelhantes.
Atualmente, vivemos num mundo em que a tecnologia é uma constante presença nas nossas vidas, que molda e transforma o mundo em que vivemos. Desde a Revolução Industrial, a tecnologia tem impulsionado o desenvolvimento económico e social, gerando novas possibilidades para diversas áreas de atuação (negócios, comunicação, produção, entre outras). O surgimento da computação, da internet e da inteligência artificial (IA) fez com que a tecnologia alcançasse um novo patamar de influência e impacto, mudando a forma como interagimos, trabalhamos, aprendemos e nos relacionamos uns com os outros. A tecnologia permite que as pessoas se conectem instantaneamente, fornece-nos informações instantâneas e acessíveis, ajuda-nos a resolver problemas complexos e oferece-nos novas formas de criar e explorar.
Existem muitas tecnologias que foram consideradas revolucionárias antes do surgimento do ChatGPT (Chat Generative Pre-trained Transformer), algumas das quais transformaram a forma como vivemos. Passo a destacar algumas destas tecnologias: i) Internet: a capacidade de comunicarmos e trocarmos informações instantaneamente em todo o mundo mudou a forma como interagimos, trabalhamos e nos divertimos; ii) Computadores pessoais: a disponibilidade de computadores individuais e de simples manuseamento, permitiu uma revolução ao nível da indústria de software permitindo que as pessoas realizem tarefas, que antes do seu aparecimento, eram impossíveis de executar; iii) Smartphones: a capacidade de nos conectarmos com a internet em qualquer lugar, a qualquer momento, e realizar uma variedade de tarefas num dispositivo portátil mudou a forma como vivemos e comunicamos; iv) Energia elétrica: a capacidade de gerar e distribuir eletricidade em larga escala permitiu a criação de novas indústrias e transformou o quotidiano de milhões de pessoas, e entre outras.
Em 2019, surge então uma revolucionária tecnologia - o ChatGPT. O ChatGPT trata-se de uma tecnologia de IA criada pela OpenAI que tem como propósito fornecer uma forma interativa e natural para que os utilizadores possam aceder a informações, respondam a perguntas e mantenham conversas. Esta ferramenta foi testada numa ampla gama de dados de linguagem natural, nomeadamente: notícias, livros, artigos de enciclopédia e publicações de redes sociais. Pode ser aplicada em diversos contextos, desde assistentes virtuais em sites de comércio eletrónico e até em chatbots de suporte ao cliente. É capaz de responder a perguntas, fornecer informações, completar frases e até mesmo criar diálogos coerentes. O objetivo final é ajudar as pessoas e as organizações a obterem informações de maneira mais rápida, fácil e aprimorar a interação humana com a tecnologia.
Por outro lado, apesar de toda a potencialidade positiva do ChatGPT, existem alguns riscos que devem ser considerados, nomeadamente: 1) O ChatGPT é uma tecnologia que funciona a partir de grandes quantidades de dados textuais disponíveis na internet, o que significa que pode reproduzir preconceitos ou estereótipos presentes nesses mesmos dados. Isso pode levar a respostas e recomendações tendenciosas, que podem ser prejudiciais para um determinado grupo de pessoas; e 2) É uma tecnologia que ainda está em crescimento, o que significa que pode não ser capaz de entender ou responder a todas as perguntas de forma precisa e eficaz, o que pode levar a respostas incompletas ou erróneas, podendo influenciar negativamente decisões importantes; 3) Não substitui totalmente a interação humana, uma vez que existem muitas nuances em conversas e situações, que apenas os seres humanos são capazes de compreender e responder adequadamente; 4) é necessário que as instituições ou pessoas que utilizam a ferramenta estabeleçam limites claros para o seu uso e considerem cuidadosamente como o mesmo será integrado nas suas operações e processos de tomada de decisão; e 5) inexistência de legislação específica para a utilização do ChatGPT.
De acordo com a pesquisa efetuada, até ao momento não há legislação específica em nenhum país do mundo que trate exclusivamente do ChatGPT ou de tecnologias semelhantes. No entanto, existem algumas leis e regulamentações mais amplas que podem aplicar-se à utilização do ChatGPT em determinados contextos.
Em Portugal existe legislação específica que aborda a privacidade e proteção de dados pessoais, que se aplica a tecnologias como o ChatGPT. No ordenamento jurídico português é a Lei de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 58/2019), que foi implementada em resposta às exigências do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) da União Europeia.
A lei portuguesa estabelece regras para a recolha, utilização, processamento e armazenamento de dados pessoais, incluindo os dados obtidos por meio de tecnologias de IA, como o ChatGPT. Além disso, a legislação estabelece direitos para os indivíduos relativamente aos seus dados pessoais, como o direito de acesso, correção, exclusão e portabilidade.
Importa ainda referir que a utilização do ChatGPT em Portugal deve estar em conformidade com as regras estabelecidas pela legislação de proteção de dados pessoais e outras leis aplicáveis, como a Lei de Propriedade Intelectual. As organizações que utilizam o ChatGPT devem estar conscientes das suas obrigações legais e tomar medidas adequadas para proteger a privacidade e segurança dos dados pessoais dos utilizadores.
São vários os organismos que se têm debruçado sobre as discussões ético-deontológicas e regulamentares relacionadas com o ChatGPT, incluindo os governos, organizações da sociedade civil, universidades e empresas. Em Portugal, podemos orientar-nos pelas seguintes fontes: a) Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD); b) Centro Internet Segura (CIS); c) Iniciativas académicas: Algumas universidades portuguesas, têm programas de pesquisa e ensino em ética e regulação de tecnologia, por exemplo a Universidade do Porto e de Lisboa (entre outras); e d) organizações da sociedade civil: por exemplo a Associação Portuguesa de Ética e Filosofia Prática e a Associação D3 - Defesa dos Direitos Digitais.
De notar que os temas relacionados com a ética e regulação da tecnologia estão em constante evolução, podendo surgir novas iniciativas e novas fontes de informação, ao longo do tempo.
Em suma, acredito que o ChatGPT é uma grande inovação tecnológica, na medida que pode promover a eficiência e soluções rápidas no que concerne ao mundo organizacional (público e privado). Na minha perspetiva, Portugal sendo um país que já adota tecnologias de inteligência artificial em diversas áreas, poderá aderir facilmente ao ChatGPT nas diversas áreas – justiça, saúde, finanças, serviços públicos e entre outros. Recentemente, foi divulgado que esta ferramenta irá ser aplicada ao Ministério da Justiça em Portugal, no sentido de tirar dúvidas a cidadãos e empresas sobre processos judiciais, no que concerne, a situações de planeamento familiar, direito no trabalho e entre outros temas pertinentes para a sociedade. Considero que esta implementação é bastante positiva, pois subsistimos num mundo tão volátil e com imensa informação em constante mutação e a criação desta chatbox, por parte do Ministério da Justiça, irá promover e colaborar com a justiça social e económica do país. Este exemplo, para mim significa uma evolução em termos de mentalidades e um apelo à partilha informação de fácil acesso a todas as pessoas, não negligenciando o seu uso consciente e responsável.» in https://ionline.sapo.pt/artigo/793145/chatgpt-a-evolucao-da-intelig-ncia-artificial-riscos-e-beneficios?seccao=Opiniao_i
(Muitos parabéns à Professora Liliana Cabral, Professor Rui Rodrigues e ao aluno do 10 EAC, Nuno Teixeira, que muito nos orgulham sempre! Pessoas e Profissionais brilhantes, devidamente reconhecidos e premiados pela Universidade do Minho!)
FC Porto perdeu em Milão frente ao Inter (1-0) na 1.ª mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões.
45 minutos de uma belíssima estratégia para conter o ímpeto da equipa da casa, 30 de uma agressividade ofensiva merecedora de pelo menos um golo e 23 de luta contra mais um elemento, após a expulsão de Otávio, e com um golo sofrido (Lukaku, 85 minutos). Assim se conta a primeira batalha dos oitavos de final da Liga dos Campeões. A 14 de março, o Estádio do Dragão vai encher-se para empurrar a equipa, que tentará dar a volta a uma eliminatória que sai de Milão com um sabor inglório para os portistas.
Após uma semana de muita expectativa entre os adeptos portistas, Sérgio Conceição fez regressar Matheus Uribe, Galeno e Otávio a um onze que teve também Zaidu como lateral esquerdo titular.
Os azuis e brancos entraram pressionantes desde o início e os condicionalismos causados por Galeno, Mehdi Taremi e Pepê na primeira linha de pressão obrigaram o Inter a errar e a ter o ímpeto natural de quem joga em casa quebrado. Ainda assim, foi dos italianos a primeira oportunidade de golo e também o primeiro momento de protagonismo de Diogo Costa: aos 18 minutos, após um canto curto, Çalhanoğlu alvejou a baliza de uma zona ainda lateral e o 99 respondeu com um grande estirada para novo canto.
Após uma maior incidência no aspeto defensivo ao longo dos 20 minutos inaugurais, os Dragões conseguiram ter a bola em sua posse e registaram, aos 26 minutos, a sua melhor chance de golo da primeira parte. Na sequência de uma circulação de bola de flanco a flanco, Otávio, à direita, desmarcou Mehdi Taremi, que dentro da área deu o apoio em profundidade e tocou prontamente de calcanhar para Grujić. O médio, embalado, desferiu um tiraço que Onana conseguiu defender e que Galeno, posteriormente, não conseguiu desviar para o fundo das redes nerazzurri.
Poucos instantes se seguiram até o adversário reclamar por uma falta inexistente de Galeno sobre Darmian dentro da área portista. O jogo prosseguiu, os da casa colocaram a bola fora das quatro linhas por própria iniciativa e, após Srdjan Jovanović ter naturalmente mandado retomar a partida na sequência de uma indicação do VAR, Zaidu desmarcou Otávio, que já ia no cara a cara com o guarda-redes oponente quando o próprio juiz interrompeu a partida e obrigou os da Invicta a devolverem o esférico ao Inter, de forma inexplicável.
No último lance da etapa inaugural, após uma mão de Zaidu, Di Marco encontrou Bastoni solto ao primeiro poste, mas o cabeceamento do central, já a escassos metros da baliza, foi parado por uma estonteante defesa com o braço do melhor guarda-redes a atuar na principal competição europeia de clubes. Deitaram as mãos à cabeça os italianos e os portistas, mas por motivos diferentes. O nulo mantinha-se à ida para os balneários.
Um FC Porto mais agressivo em termos ofensivos, principalmente a partir de transições rápidas, poderia ter marcado dois golos ainda antes do quarto de hora inicial do segundo tempo. Aos 54 minutos, Pepê conduziu o contra-ataque e entregou a Taremi, que já em esforço tentou desviar de Onana, mas o internacional camaronês esticou-se e evitou a vantagem portista.
Dois minutos mais tarde, o guardião dos de Milão haveria de responder a todos os momentos de brilhantismo de Diogo Costa num só: numa transição conduzida por João Mário, a bola chegou a Uribe à entrada da área, que largou para duas tentativas de Zaidu, a primeira travada por um corte de Skriniar e a segunda pelo guarda-redes do Inter. O esférico sobrou ainda para Taremi, que viu o golo impedido novamente por uma defesa impressionante de Onana.
Aos 77 minutos, qualquer intenção ofensiva azul e branca esvaneceu-se. Otávio viu o segundo amarelo e foi expulso – vai falhar, por isso, a segunda mão da eliminatória no Estádio do Dragão –, deixando os Dragões com menos um elemento em campo.
A partir daí, o Inter lançou-se para diante e, aos 85 minutos, Romelu Lukaku apareceu solto na área, desviou um cruzamento vindo da direita de cabeça para o poste e conseguiu mesmo marcar na recarga (1-0). Nova tentativa do belga, três minutos depois, esbarrou na muralha de nome Diogo Costa. Diferença mínima no final dos 90 minutos com a ambição de um desfecho diferente no Porto.» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20230222-pt-diferenca-ingloria-para-inverter-no-dragao
(Resumo | Inter 1-0 FC Porto | Champions League 22/23)
«Emoção na reta final e história feita. Seleção feminina garante apuramento inédito para o Mundial
Equipa das quinas venceu os Camarões por 2-1 no play-off intercontinental, com o golo da vitória a surgir nos descontos.
Dia histórico para o futebol feminino português, com a Seleção lusa a garantir o apuramento para o Mundial2023 pela primeira vez, na sequência do triunfo por 2-1 diante dos Camarões, na final do Grupo A do Play-off Intercontinental, em Hamilton, na Nova Zelândia.
Uma grande penalidade apontada por Carole Costa, aos 90+4 minutos, selou a inédita qualificação lusa, depois de, aos 89, a camaronesa Ajara Nchout ter anulado o tento inicial de Portugal, apontado por Diana Gomes, aos 22.
O golo inaugural de Diana Gomes concretizava o total domínio da Seleção Nacional na meia hora inicial. Kika Nazareh bateu um livre para o primeiro poste, onde apareceu a central do Sevilha a cabecear cruzado, em cheio ao poste. Na recarga, e com a baliza à mercê, Diana Gomes encostou para o 1-0.
De referir que o conjunto de Francisco Neto dispôs das oportunidades mais claras do jogo, com duas bolas enviadas aos ferros.
Já na reta final, Abam introduziu a bola na baliza no que seria o empate para as camaronesas. No entanto, a ponta de lança do Houston Dash estava em posição adiantada.
Mas aos 89 minutos os Camarões festejaram mesmo: Nchout recebeu uma bola à entrada da área portuguesa, rodou e atirou rasteiro para o empate.
Já nos descontos, Johnson desviou o remate de Andreia Jacinto com o braço direito, a árbitra foi ao VAR e assinalou grande penalidade favorável a Portugal. Chamada à conversão, Carole Costa não falhou.
Portugal consegue, pela primeira vez na sua história, apurar-se para uma fase final de um campeonato do mundo, após ter estado nos últimos dois Europeus (2017 e 2022).
AJM/FC Porto venceu o Vitória de Guimarães por 3-0 nos quartos de final.
A AJM/FC Porto recebeu e venceu o Vitória de Guimarães por margem máxima (3-0) nos quartos de final da Taça de Portugal e apurou-se para a final 4 da competição, em que estão também PV2014/Colégio Efanor, Sporting e Vilacondense. 25-21, 25-18 e 25-18 foram os parciais do triunfo.
O Vitória de Guimarães até entrou destemido na partida, conseguiu furar o equilíbrio inicial e colocar-se em vantagem (8-5 e 11-9), mas uma resposta cabal das bicampeãs nacionais com um parcial de 8-1 deu-lhes uma vantagem (17-12) que, apesar de não ser definitiva porque o set ainda haveria de estar empatado a 20, foi decisiva para dar a confiança necessária para chegarem à vantagem no jogo (1-0, 25-21).
O embalo ganho pelo triunfo no primeiro set levou a uma gestão confortável do segundo, que terminou da mesma forma. Desde início (9-2), a AJM/FC Porto distanciou-se no marcador e, mesmo com uma tentativa das adversárias de contrariar a tendência (15-11), as atletas de Rui Moreira dispararam (23-16) e concluíram o set com uma diferença de sete pontos (25-18).
O terceiro e derradeiro jogo não fugiu à história do anterior. As azuis e brancas começaram a vencer por 8-5, estenderam a vantagem para o dobro das adversárias (14-7) e, com toda a qualidade e superioridade que lhes é reconhecida, mantiveram-na até aos momentos de decisão. Aí, a diferença final estabeleceu-se nos sete pontos (25-18), curiosamente com os mesmos números do segundo set.
“O objetivo é ganhar a Taça. Temos de chegar à final e para isso temos de passar as eliminatórias, hoje foi uma delas. Hoje houve alguns erros técnicos, o que fez com que a qualidade do jogo não fosse a melhor. Blocámos bem, fomos crescendo no serviço e essas duas coisas foram muito bem feitas da nossa parte. O menos positivo foi o trabalho na receção contra uma equipa que serviu bem com pancadas de serviço pouco agressivas. No ataque, fomos compensando os problemas, resolvemos bem. Era um jogo a eliminar, vínhamos de uma viagem, procurámos melhor índices físicos e isso faz com que o nível técnico nem sempre seja o melhor. Vamos estar na final 4 da Taça e queremos conquistar este troféu que nos escapa há dois anos. Tentamos incutir na equipa um culto de vitória constante”, afirmou Rui Moreira no final da partida.
No próximo domingo, a AJM/FC Porto desloca-se a Lisboa para defrontar o Benfica na 13.ª jornada da segunda fase do campeonato (16h00).
AJM/FC PORTO-VITÓRIA DE GUIMARÃES, 3-0
Taça de Portugal, quartos de final
21 de janeiro de 2022
Dragão Arena, no Porto
Árbitros: Susana Rodrigues e Raquel Portela
AJM/FC PORTO: Joana Resende e Ana Matos (líberos); Clarisse Peixoto, Aline Delsin, Jurja Vlasic, Ana Karina Gamboa, Klára Vyklicka, Janaina Vieira, Victória Pinto, Thuany Bardin, Tia Jimerson, Beatriz Moreira, Inês Marques e Kyra Holt
Treinador: Rui Moreira
VITÓRIA DE GUIMARÃES: Maria Marques e Raquel Silva (líberos); Jéssica Miranda, Grécia Lopez, Manuele Silva, Helena Murta, Maria Giorgi, Diane Oliveira, Magda Conceição, Beatriz Machado, Nayara Ferreira, Elif Öner e Ana Nunes
«Objeto de madeira com quase 2000 anos pode ter sido brinquedo sexual dos romanos
Um artefacto de madeira com a forma de um pénis encontrado no Reino Unido pode ter sido usado pelos romanos quando ocupavam aquele território. Descoberto originalmente em 1992, os investigadores achavam que este era um acessório de costura, mas observações mais atentas levaram a outra conclusão.
Tal como lembra o IFL Science, o órgão sexual masculino era frequentemente retratado pelos escultores romanos, com os arqueólogos a depararem-se com outros exemplares feitos de pedra, mas também metal ao escavarem outras localizações do império.
No entanto, dildos de madeira são extremamente raros, uma vez que os materiais orgânicos tendem a decompor-se antes de serem descobertos.
As condições de um forte romano em Vindolanda, no norte da Grã-Bretanha, parecem ter ajudado a preservar uma série de artefactos que de outra forma não teriam resistido, como quadros de madeira escritos ou um par de luvas de boxe de couro. O objeto em forma de pénis foi encontrado numa vala, o que sugere que pode ter sido atirado ao lixo.
Com 16 centímetros de comprimento, o artefacto apresenta uma “base cilíndrica com uma extremidade convexa, eixo mais estreito e um terminal moldado para representar a glande“, descrevem os investigadores. Ainda de acordo com a equipa responsável pela sua descoberta, é provável que este tenha diminuído de tamanho com o tempo.
É ainda possível atribuir outras funcionalidades ao artefacto para além das sexuais. Como destaca a mesma fonte, este pode ter sido usado como um amuleto de boa sorte ou ter sido encaixado numa estátua que guardava um edifício importante. No entanto, o facto de o artigo ter sido deitado fora torna esta finalidade improvável.
Os investigadores sugerem ainda que o objeto pode ter sido um pilão usado para moer ingredientes para alimentos, cosméticos ou medicamentos.
Não querendo desiludir as mentes mais perversas, os investigadores também admitem uma uma interpretação mais erótica para o artefacto. No entanto, continuam a considerar tal possibilidade discutível.
“A história dos brinquedos sexuais tem recebido atenção académica limitada“, reconhecem os autores do estudo. “Podemos assumir, contudo, que tais objetos existiram noutras sociedades do passado, e tal é fortemente suportado por textos e representações artísticas do mundo greco-romano”. Ainda assim faltam, em geral, provas sólidas para o uso de dildos, e tais objetos “raramente figuram em achados arqueológicos”.
Admitindo a possibilidade de o artefacto ser efetivamente um dildo, a equipa clarifica que este precisava necessariamente de ter sido usado para penetração. Pelo contrário, “ações como a estimulação do clítoris poderiam adaptar-se melhor à forma e ao desgaste observados”.
Dizem também que os lubrificantes podem muito bem ter sido aplicados pelo utilizador do antigo brinquedo sexual, embora “nem estes nem as secreções humanas possam ter sobrevivido arqueologicamente”.
«Até ao século XVIII, ser alegre era malvisto. Depois, misteriosamente tudo mudou
Houve um tempo na história da humanidade em que era malvisto demonstrar alegria. Aliás, a busca pela felicidade como conhecemos hoje é algo relativamente novo na nossa história.
Essa é uma das observações do historiador Peter N. Stearns, professor emérito da Universidade George Mason (EUA), especializado em história comparativa social e história das emoções e autor do livro História da Felicidade.
A busca pela felicidade
Até o início do século XVIII, em lugares como Reino Unido e nas suas colónias na América do Norte, os historiadores perceberam que as pessoas tinham orgulho de serem um pouco melancólicas.
Isto tinha a ver, em parte, com a lógica protestante, de ter consciência dos seus pecados e de se manter humilde perante os olhos de Deus.
Peter Stearns cita nas suas pesquisas o diário escrito por um chefe de família da época, que defendia que Deus, entre aspas, “não permitia alegria nem prazer, mas sim uma espécie de conduta melancólica e austera”.
Isso não quer dizer que as pessoas fossem infelizes — simplesmente não temos como julgar isso de modo imparcial, a partir dos padrões atuais. Até porque a felicidade, obviamente, é algo bastante subjetivo.
O que significa é que havia entre as pessoas da época a perceção de que era necessário pedir desculpas por momentos de felicidade, porque estes eram uma afronta a Deus, segundo Stearns.
Mas isso mudou radicalmente no século XVIII, a ponto de, na redação da Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776, a busca pela felicidade ter sido considerada um direito humano. A Constituição da França de 1793 também explicitou a ideia de que, entre aspas, “o objetivo da sociedade é a felicidade comum”.
Novas funções para os dentistas
“A nova ideia era que as pessoas não apenas deveriam ser felizes, mas tinham a responsabilidade de parecer felizes, produzindo algo como um novo imperativo de alegria”, diz Stearns em seu livro.
“O resultado aparecia tanto em conselhos por escrito quanto, ainda mais impressionante, numa nova disposição de sorrir amplamente e de esperar sorrisos em troca. As boas maneiras começaram a ser redefinidas no sentido de enfatizar o positivo.”
“Os romances — um género literário novo por si só — começaram a descrever as mulheres com sorrisos ‘encantadores’ ou ‘doces’, um claro sinal de novidade”, ele escreve.
“Em meados do século XVIII, surgiram novos tipos de dentistas em áreas urbanas de ambos os lados do Atlântico, ávidos por cuidar dos dentes em vez de os arrancar. Uma série de produtos inovadores, incluindo palitos e escovas de dentes, foi introduzida para preservar os sorrisos, e foram projetados auxílios artificiais, como o batom, para destacar a brancura dos dentes. O ato de sorrir demonstrava que a pessoa estava a acompanhar os mais recentes produtos de consumo, além de exibir o tipo certo de emoção.”
Mas o que levou a uma mudança tão grande de perspetiva, causando a exaltação da felicidade e do sorriso? Existem explicações, mas também mistério, segundo Peter Stearns.
“Sabemos parte da resposta. Houve, obviamente, uma enorme mudança no clima intelectual nas sociedades ocidentais, associada ao Iluminismo. Os intelectuais tornaram-se mais otimistas. Eles ficaram mais focados neste mundo, em vez de numa aspiração tão religiosa. Então a mudança no contexto cultural estava intimamente ligada à ascensão de um interesse maior numa expectativa de felicidade.”
O aumento no conforto físico e na prosperidade das classes sociais mais altas, bem como períodos de trégua de epidemias e pragas, provavelmente também despertaram uma sensação maior de otimismo.
Obsessão com a felicidade?
Ao mesmo tempo, a busca pela felicidade entrincheirou-se de tal modo nas sociedades ocidentais que, na visão de Stearns, criou uma obsessão e uma dificuldade em lidar com a tristeza.
“Certamente há um aspecto do interesse moderno na felicidade que provavelmente nos tornou intolerante à tristeza. Há alguns estudos, por exemplo, que mostram que não lidamos bem com crianças que estão tristes porque queremos que as crianças sejam felizes. Então eu acho que, francamente, há um problema nisso”, refere.
Há padrões semelhantes no elo entre a felicidade e o amor romântico. À medida que a felicidade se tornou um objetivo social, as manifestações culturais – de romances a canções e, mais adiante, filmes — passaram a exaltar o amor romântico, baseado no casamento e nos relacionamentos, como um caminho para ser feliz.
Do mesmo modo, porém, surgiram expectativas irreais a respeito disso, na visão de Stearns.
“Por que queremos finais felizes no que lemos? Acho que é provavelmente verdade que ficamos insatisfeitos com histórias que não tenham final feliz. Não acho que isso seja totalmente saudável. Então tentar encontrar um equilíbrio entre expectativas e realidade é outra parte complexa desse tipo de análise.”
Nómadas eram mais felizes?
Um ponto que tem despertado discussões entre historiadores é que os seres humanos podem ter perdido felicidade durante uma fase crucial da sua evolução: quando deixaram de ser nómadas e começaram a criar sociedades sedentárias.
É claro que não temos como perguntar a um caçador-coletor daquela época se ele era mais feliz do que somos hoje, mas os historiadores citam alguns pontos objetivos dessa transição.
Ao deixar a caça, muita gente passou a ter uma alimentação menos variada. As jornadas de trabalho ficaram mais longas. Ao viver em sociedade, as pessoas ficaram mais suscetíveis a epidemias e a guerras. A desigualdade entre diferentes classes sociais começou a ganhar forma.
Para Peter Stearns, uma das questões principais a ser discutidas no contexto atual é o espírito de coletividade dos caçadores-coletores. “Eles tinham uma grande quantidade de solidariedade grupal”, diz Stearns à BBC News Brasil.
“O que não quer dizer que não havia tensões, mas eles realmente dependiam uns dos outros. E acho que há muitos indicativos de que estruturas comunitárias melhoram a felicidade. E um dos desafios da felicidade hoje é que, para muita gente, as estruturas comunitárias estão enfraquecidas”, aponta Stearns.
“Em contrapartida, não podemos voltar a esse nível. Eles (caçadores-coletores) não tinham os nossos confortos, nem os mesmos níveis de saúde que temos. Não há por que fingir que conseguiríamos voltar (no tempo). Então precisamos encontrar o nosso próprio equilíbrio que funcione num contexto moderno”.