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12/02/19

Desporto Futebol - O guarda-redes Gordon Banks, lenda do futebol inglês e campeão do mundo com Inglaterra em 1966, faleceu aos 81 anos, anunciou esta terça-feira o Stoke City, um dos clubes que representou durante a carreira.




«Morreu Gordon Banks, o guarda-redes que parou Pelé com a "defesa do século"

O antigo guarda-redes de Inglaterra morreu aos 81 anos.

O guarda-redes Gordon Banks, lenda do futebol inglês e campeão do mundo com Inglaterra em 1966, faleceu aos 81 anos, anunciou esta terça-feira o Stoke City, um dos clubes que representou durante a carreira.

Banks, que disputou todas as partidas do Campeonato do Mundo de Inglaterra em 1966, também entrou para a história por aquela que é considerada a "defesa do século", em resposta a uma cabeçada de Pelé no Mundial do México em 1970, num encontro da fase de grupos que o Brasil acabaria por vencer por 1-0, com um golo de Jairzinho.

A defesa que o viria a imortalizar também o assombrou. O antigo guarda-redes sentiu-se injustiçado ao longo da carreira chegando mesmo a queixar-se publicamente de que, quando era entrevistado, apenas queriam saber da defesa ao remate de cabeça do astro brasileiro, negligenciando o título mundial, o único ganho por Inglaterra em toda a história do futebol.

Gordon Banks nasceu em 1937, em Sheffield. Formado no Chesterfield, Banks representou o Leicester City e Stoke City em Inglaterra, Cleveland Stokers e os Fort Lauderdale Strikers, nos Estados Unidos, somando uma passagem pelo Hellenic, emblema sul-africano. Viria a terminar a carreira em 1978 na Irlanda, ao serviço do St. Patrick.

Mais tarde o apelido passou a ser comparado aos bancos de Inglaterra (safe as the banks of England/ seguro como os bancos de Inglaterra), com o trocadilho a perpetuar a lenda de um guarda-redes intransponível.» in https://24.sapo.pt/desporto/artigos/morreu-gordon-banks-campeao-do-mundo-em-1966-pela-selecao-inglesa


(Gordon Banks - The Greatest Ever Save)


Gordon Banks, Banks of England - [Best Saves]


(LENDAS DO GOL - GORDON BANKS)


28/01/19

Desporto Futebol - Carlos Queiroz anunciou esta segunda-feira que deixa o comando técnico da seleção do Irão, depois da equipa asiática ter sido eliminada nas meias-finais da Taça da Ásia pelo Japão.



«CARLOS QUEIROZ DEIXA SELEÇÃO DO IRÃO

Treinador português estará a caminho de assumir o comando técnico da seleção da Colômbia.

Carlos Queiroz anunciou esta segunda-feira que deixa o comando técnico da seleção do Irão, depois da equipa asiática ter sido eliminada nas meias-finais da Taça da Ásia pelo Japão.

O treinador português utilizou uma canção de Frank Sinatra para confirma o "adeus" à seleção do Médio Oriente

"Acho que a coisa mais simples que posso fazer é copiar aquela velha música: 'and now, the end is here [e agora, o fim está aqui]'. Estou feliz e orgulhoso por poder dizer que fiz as coisas à minha maneira", atirou Queiroz.

Sobre o encontro com o Japão, Queiroz sublinhou que "ganhou a melhor equipa", mas não poupou nos elogios aos seus jogadores: "Um erro inocente dos meus jogadores deu origem ao golo e foram abaixo em termos emocionais. É verdade que hoje ganhou a melhor equipa. Obrigado aos meus jogadores por todo o esforço durante este anos. Vão estar no meu coração para o resto da minha vida".

O Irão foi hoje afastado nas meias-finais da Taça Asiática, ao perder com o Japão por 3-0, em jogo disputado no Estádio Hazza bin Zayed, em Al Ain.

O técnico de 65 anos estará a caminho de assumir o comando técnico da seleção da Colômbia, equipa que está sem treinador desde a saída de José Pekerman.

Ramón Jesurún, presidente da federação do país sul-americano, confirmou mesmo que "há um pacto acordado" com o técnico luso.

"Temos um pacto com Queiroz, que se vai vincular à nossa seleção. Pediu-nos para terminar a Taça da Ásia", revelou, acrescentando que "qualquer nome escolhido vai gerar controvérsia". "Não há plano B. Há o plano A e é bem sólido", disse Jesurún, citado pela LA FM.» in https://desporto.sapo.pt/futebol/futebol-internacional/artigos/carlos-queiroz-deixa-selecao-do-irao


(JAPAN - CHINA PR Highlights (Men's) | EAFF E-1 Football Championship 2017 Final Japan)

11/01/19

Desporto Futebol - A UEFA divulgou, esta sexta-feira, o melhor onze da história do futebol, uma lista dominada por jogadores espanhóis e que Iker Casillas, guarda-redes do FC Porto, faz parte.



«CRISTIANO RONALDO E CASILLAS NO MELHOR ONZE DA HISTÓRIA

Lista é dominada por jogadores espanhóis, incluindo o guarda-redes do FC Porto, Iker Casillas.

A UEFA divulgou, esta sexta-feira,  o melhor onze da história do futebol, uma lista dominada por jogadores espanhóis e que Iker Casillas, guarda-redes do FC Porto, faz parte. A UEFA decidiu juntar os atletas de cada posição que mais vezes surgiram nas equipas do ano, de modo a criar a melhor equipa inicial da história.

Eis a lista completa:

Iker Casillas (Espanha), Sergio Ramos (Espanha), Pique (Espanha), Puyol (Espanha), Lahm (Alemanha), Iniesta (Espanha), Xavi (Espanha), Gerrard (Inglaterra), Cristiano Ronaldo (Portugal), Messi (Argentina) e Thierry Henry (França).

Cristiano Ronaldo é, de resto, o jogador que mais vezes foi escolhido para esta seleção, com 13 seleções. O argentino Lionel Messi está na segunda posição, com 10 presenças, e Sergio Ramos fecha o pódio, com 8.» in https://desporto.sapo.pt/futebol/futebol-internacional/artigos/cristiano-ronaldo-e-casillas-no-melhor-onze-da-historia

29/12/18

Desporto Futebol - Rúben Macedo é reforço do Chaves por empréstimo do FC Porto até final da temporada.



«Chaves lança pista sobre reforço e O JOGO sabe que vem do FC Porto

Rúben Macedo cedido pelos dragões até final da temporada.

Rúben Macedo é reforço do Chaves por empréstimo do FC Porto até final da temporada. O clube flaviense lançou uma pista no Facebook, dando conta da iminente apresentação de um novo jogador, com imagens do Rio Tâmega, que liga Chaves a Amarante, sendo que O JOGO sabe que se trata de Rúben Macedo, natural de Amarante.» in https://www.ojogo.pt/futebol/1a-liga/chaves/noticias/interior/chaves-lanca-pista-sobre-reforco-e-o-jogo-sabe-que-vem-do-fc-porto-10379064.html

07/12/18

F.C. do Porto Atletas Internacionais - A UEFA reuniu uma equipa com os jogadores de cada posição que mais vezes foram escolhidos para o melhor onze do ano. Iker Casillas, guarda-redes do FC Porto, e Cristiano Ronaldo, avançado da Juventus, estão no lote de eleitos.



«UEFA DIVULGA EQUIPA DE SONHO COM RONALDO E UM JOGADOR DO FC PORTO

UEFA reuniu um onze com os jogadores de cada posição que mais vezes foram escolhidos para a equipa do ano.

A UEFA reuniu uma equipa com os jogadores de cada posição que mais vezes foram escolhidos para o melhor onze do ano. Iker Casillas, guarda-redes do FC Porto, e Cristiano Ronaldo, avançado da Juventus, estão no lote de eleitos.

A votação para a equipa de 2018 arranca na próxima semana.

Eis o onze: Casillas; Puyol, Sergio Ramos, Piqué e Lahm; Xavi, Iniesta e Gerrard; Cristiano Ronaldo, Messi e Thierry Henry.» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias


(Iker Casillas Melhores Defesas 2018ll Porto)


(Cristiano Ronaldo - Juventus King 2018/19 Skills & Goals HD)

30/11/18

Desporto Futebol - O último malandro do futebol brasileiro romântico fez de tudo ao longo de 26 anos para não entrar em campo e acabou por ficar na história como o maior '171' do futebol brasileiro.

   
A carteira de futebolista profissional de Carlos Kaiser da época 1987/1988 ao serviço dos franceses do Ajaccio
 

«AS EXTRAORDINÁRIAS BALADAS DE CARLOS KAISER, O CRAQUE QUE 'FINTOU AS QUATRO LINHAS' PORQUE NÃO GOSTAVA DE JOGAR FUTEBOL

Carlos Kaiser construiu uma carreira profissional de futebolista sem realizar um único jogo no Brasil. Passou pelo estrangeiro e conheceu alguns dos maiores jogadores da sua geração, mas o seu jogo era outro.

O último malandro do futebol brasileiro romântico fez de tudo ao longo de 26 anos para não entrar em campo e acabou por ficar na história como o maior '171' do futebol brasileiro. Carlos Kaiser é atualmente personal coach especialista em fisioculturismo e ao SAPO Desporto conta-nos a sua história digna de uma tragicomédia grega.

Treinava, chegava a horas, mas nunca jogava. Aliás, quando tinha de jogar o seu verdadeiro talento vinha ao de cima mas para 'fintar as quatro linhas'. Fingiu lesões numa época em que não havia possibilidade de realizar exames de ressonância magnética e há até histórias de um amigo dentista que lhe passava atestados para contornar o campo.

A história de Carlos Kaiser no futebol brasileiro é tão incrível e improvável que levou à produção de um filme onde é contado o percurso de um jogador que não gostava de jogar futebol, mas que fez carreira profissional e representou os principais clubes do Rio de Janeiro.

"A minha maior riqueza é todos os jogadores que falam no filme e que não tiveram oportunidade de falar e são muitos, são todos jogadores de Seleção. Tudo jogadores famosos. 70 entrevistas com todo o mundo falando bem de mim. Se eu prejudiquei alguém, foi apenas a mim próprio. Não aos outros, pelo contrário, aos outros eu só ajudava", diz Carlos Kaiser sobre os muitos depoimentos de verdadeiros craques do futebol brasileiro como Renato Gaúcho, Romário ou Bebeto.

"Eles queriam-me convencer do contrário, que eu era jogador de futebol. Eu não deixava que eles se envolvessem com bebidas, com drogas. Quando eles estavam bêbados era eu que dirigia o carro. Tentava evitar que eles se envolvessem com pessoas obscuras, esse tipo de coisas. Eu sou um ídolo dos jogadores. Até os dirigentes também gostavam de mim, a imprensa também até porque essa história só veio à tona agora. Parei de jogar futebol aos 41 anos. Estou com 55 anos", acrescenta Ricardo Henrique Raposo, mais conhecido por 'Kaiser', uma alcunha que ganhou quando ainda era muito jovem.

Minha mãe me batia, não tinha como dizer que não queria jogar futebol

Kaiser começou no futebol como muitos meninos no Brasil. Numa habitual 'peladinha' de rua passou um dirigente do Botafogo e identificou um menino de 10 anos para as camadas jovens do clube carioca. Mas ao contrário da maioria dos rapazes da sua idade, Carlos Henrique Raposo queria estudar e ser professor de educação física.

"Eu comecei no Botafogo com 10 anos. Eu não fui adoptado, eu fui roubado. Antigamente havia a lei do passe aqui no Brasil. Essa senhora minha mãe vendeu o passe para um empresário que colocou uma multa rescisória muito alta e eu era obrigado a ir de clube para clube mesmo sem querer. E foi assim que tudo começou com o meu primeiro contrato. Se eu tinha o sonho de futebolista? Eu queria era estudar, acho que tal como os jogadores da NBA você pode praticar desporto e adquirir cultura. Acho que uma coisa não impede a outra. Só que a minha mãe só queria que eu jogasse futebol porque com 10 anos eu já ganhava dinheiro para sustentar a minha família toda. Minha mãe me batia, não tinha como dizer que não queria jogar futebol mas obrigaram-me a jogar. Foi um dom que Deus me deu que eu não queria ter", confessa Carlos Kaiser.

Seis anos depois de começar as dar os primeiros passos de futebolista no Botafogo, Carlos Kaiser rumou ao Flamengo onde esteve apenas um mês como juvenil para depois rumar ao Puebla do México com apenas 16 anos.

Pouco tempo depois de ingressar no Botafogo, Kaiser, assim apelidado devido a semelhanças físicas com Franz Beckenbauer, antigo campeão do mundo alemão de 1974, sai rumo ao Flamengo. Durante um treino na Gávea, observadores do clube mexicano Pueblo identificam talento em Kaiser e contratam-no com 16 anos. No seu primeiro clube estrangeiro não faz um único jogo em dois anos mas regressa ao Brasil para o Botafogo em 1981 já com a carteira de profissional. E foi assim que começou a vida de saltimbanco por vários clubes do Rio de Janeiro ao longo de duas décadas sem fazer um único jogo, provavelmente um recorde único no futebol mundial.

"Simulava contusões forçava expulsões. Eu durante a semana treinava muito. Era o primeiro a chegar, o último a sair, eu não criava problema nenhum. Agora no dia do jogo alguma coisa ia acontecer", Carlos Kaiser

"Eu não quero jogar, eu não quero jogar. Eles insistiam que eu tinha de jogar. Teve uma vez que o América do Rio de Janeiro ficou três vezes sem pagar o salário. A Water Proof, uma marca de relógios que já não existe, eu conhecia o dono Rogério. Eu falei, ‘Rogério, o time usa todo o equipamento que você vende, fala de você e você paga os salários em atraso, e aí o cara foi e pagou os salários em atraso. Então você acha que algum jogador ia deixar eu ir embora? Treinei de salário atrasado e eu resolvi tudo", afirma Carlos Kaizer sobre uma das muitas situações em que recorreu aos seus contactos para ajudar os companheiros de equipa.

Em 1983 Carlos Kaiser conhece Renato Gaúcho numa boate num episódio caricato e tornam-se amigos inseparáveis nas noites de Carnaval no Rio de Janeiro. Numa festa dedicada ao craque do Flamengo, Carlos Kaiser acaba por ser confundido com Renato Gaúcho e entra na festa como anfitrião. Quando o jogador do Flamengo chegou à porta da boite foi travado pelo porteiro o que gerou alguma confusão. E é nos circuitos de boites do Rio de Janeiro que Carlos Kaiser estabelece laços de amizade com jogadores famosos e jornalistas desportivos e que constrói uma rede de contactos que lhe permite criar uma espécie de imagem de avançado centro goleador com passagens por clubes como Independiente e Ajaccio.

Durante anos, Carlos Kaiser alegava ter pertencido ao plantel do Independiente que vencera o Mundial de Clubes e a Copa Libertadores em 1984. No entanto, o único Carlos Henrique que jogava nessa equipa era argentino e não brasileiro.

Já no Ajaccio a história é outra. Carlos Kaizer representou o clube da terceira divisão francesa e antes de rumar a França esteve perto de jogar no Louletano, mas devido a alegados problemas do clube algarvio o jogador brasileiro acabou por rumar à Córsega onde teve de colocar em prática toda o seu instinto de sobrevivência.

Logo na apresentação, Kaiser apercebeu-se que estava previsto um treino no relvado porque havia bolas por todo o lado e num acto de improviso, o 'reforço' brasileiro começou a rematar as bolas para as bancadas cheias de adeptos e a beijar o emblema da camisola.

"Quando tinha de ir a festas, recepções, entregar a camisola do time era eu que era sempre solicitado. Relações públicas da altura. Nós éramos patrocinados pelo Hipermarchet Corseg, o maior supermercado da altura na França. Quem tirava fotos e tudo era eu. Não eram os outros jogadores. Já que eu estava lá [no futebol] e tinha contrato, alguma coisa eu tinha de fazer", disse Carlos Kaiser.

Com fama de goleador conquistada em França, Kaiser regressa ao futebol brasileiro para jogar no Bangu numa altura em que Castor de Andrade era presidente do emblema carioca e um dos homens mais temidos no Brasil devido às suas alegadas ligações ao jogo ilegal.

Depois de aplicar o seu esquema no Bangu, os meses iam-se passando e Kaiser não jogava. O presidente do clube perdeu a paciência e exigiu ao treinador Moisés que o convocasse para um jogo.

"Eram quatro da manhã e eu estava numa boite no Rio que se chamava Calígula, não existia celular na altura", começa por recordar Kaiser.

"O treinador Moisés que jogou no Vasco me liga para a boite e fala: 'oh, amanhã eu vou ter de te botar no banco, você pode vir mas eu não vou botar você para jogar. E aí eu falei: 'não pode botar, são quatro da manhã. Vou chegar à concentração ao meio-dia. O jogo é às quatro horas da tarde. E Bangu é um bairro muito quente aqui no Rio, um autêntico inferno. Quando eu fui para o jogo com cinco minutos e começamos a tomar 1-0. Aos sete minutos o 2-0 então o doutor Castor [de Andrade] manda uma mensagem via walkie-talkie dizendo que eu tinha que entrar. Aí o treinador falou: 'o homem tá mandando você entrar' e me mandou para o aquecimento", acrescenta Kaiser.

Perante a situação incontornável de entrar no jogo e ser desmascarado, Carlos Kaiser volta a driblar as 'quatro linhas' e aproveitando os insultos das bancadas durante o aquecimento saltou a rede e agrediu um adepto. A estratégia funcionou, uma vez que Kaiser acabou por ser expulso e receber ordem para regressar aos balneários.

Após o final do jogo realizado no Estádio Moça Bonita, Castor de Andrade desce até ao balneário para pedir explicações a Kaiser noutro episódio digno de um filme, o jogador consegue dar a volta a uma situação extrema e ainda tem direito a um aumento salarial.

"Eu sentei no vestiário, o doutor Castor entra, quando ele chega próximo de mim eu falo para ele: ‘Antes que o senhor diga qualquer coisa, Deus me deu um pai e levou. E Ele me deu outro. Então jamais vou admitir que digam que meu pai é ladrão e os torcedores estavam atrás de mim falando isso.’ Ele me segurou pela nuca, me deu um beijo e me convidou para viajar. Renovou comigo por mais seis meses e com o dobro do salário", recorda Kaiser.

Apesar de não jogar futebol, Carlos Kaiser procurava ajudar os companheiros das equipas por onde passava. Aproveitando a sua vasta rede de contactos, Kaiser era um autêntico relações públicas dos jogadores: organizando festas, churrascos, garantindo patrocínios e convidando algumas das mulheres mais bonitas do Rio de Janeiro para conviver com os craques. Os esquemas para encobrir a sua história atingiram o estatuto de lenda no futebol carioca e o nome de Carlos Kaiser ficou para sempre associado à alcunha de "O Maior Malandro do Futebol Mundial".

"Por exemplo, o time ia concentrar, tem jogo hoje. Eu chegava três dias antes com umas 15/20 mulheres, hospedava elas dois andares em baixo e de noite os caras só tinham de descer as escadas e fazer a festa", relata Carlos Kaiser.

"Sou viciado em sexo, mulher, entendeu? Mas eu não bebo, eu não fumo, não uso drogas, nada disso. Nunca lesei ninguém, nunca roubei. Os jogadores queriam-me convencer que eu era jogador de futebol. Eu não deixava que eles se envolvessem com bebidas, com drogas. Quando eles estavam bêbados era eu que dirigia o carro. Tentava evitar que eles se envolvessem com pessoas obscuras, esse tipo de coisas. Eu sou um ídolo dos jogadores. Até os dirigentes também gostavam de mim, a imprensa também até porque essa história só veio à tona agora. Parei de jogar futebol aos 41 anos. Estou com 55 anos. Em 90 minutos mesmo só joguei uns 20 jogos. Golos? Marquei uns 15, no máximo 30. Esse negócio de jogar futebol, de filmes, isso tudo, isso não me fascina. Eu não tenho essa fixação", afirma Carlos Kaiser sobre a sua passagem pelo futebol.

Se o Cristiano Ronaldo jogasse na Seleção brasileira já tinha sido campeão do Mundo faz tempo
Sobre Portugal, Carlos Kaiser assume que Cristiano Ronaldo é o melhor jogador do mundo depois de Renato Gaúcho e que se indentifica com Fernando Couto.

"Se o Cristiano Ronaldo jogasse na Seleção brasileira, o Cristiano Ronaldo já tinha sido campeão do Mundo faz tempo, só que ele joga sozinho infelizmente. Me desculpa por esta opinião. Para mim os maiores jogadores portugueses são o Ronaldo, Eusébio, Figo e Paulo Futre. Identifico-me muito com a mentalidade do Fernando Couto, um jogador muito aguerrido", afirmou Carlos Kaiser.

Waltinho: "Kaiser é um 171 do bem"

171 é um código que faz referência ao artigo nº 171 do Código Penal Brasileiro, referindo-se ao ato de estelionato, ou seja, um indivíduo que pratica crime de fraude, induzindo alguém em erro para ganhar vantagem ilícita (para si ou para terceiros) em prejuízo de outrem. No gíria popular do Brasil, apelidar alguém de '171' é chamar-lhe de embusteiro, impostor ou intrujão.

Em entrevista ao SAPO Desporto, Waltinho, ex-jogador do Sporting e amigo de Carlos Kaiser, explica como é que o 'Maior Malandro do Futebol Mundial' conseguiu conquistar a confiança de alguns dos maiores jogadores brasileiros da sua geração sendo um '171 do bem'.

O Carlos não jogava nada

"O Carlos Kaiser era um 171 do bem. Foi por isso que ele conquistou tanta amizade junto de jogadores famosos. Se fosse sacana, se fosse do mal, ninguém, especialmente eu, não seria amigo dele. Como o Renato Gaúcho, o Ricardo Rocha ou tantos outros. Ele era alguém que fazia essas aldrabices pelo bem, para ajudar as pessoas, nunca para prejudicar ninguém. Nunca tentou sacar dinheiro de ninguém. É um cara do bem, honesto, alegre, mas não jogava nada. O Carlos não jogava nada", sentenciou Waltinho ao SAPO Desporto sobre as possíveis qualidades de futebolista de Kaiser.

"Ele foi sempre honesto com presidente e com o treinador: ele sempre dizia 'eu não quero jogar. O meu negócio é ter a carteira de trabalho assinada. Porque eu tendo essa carteira de trabalho assinada eu tenho como arranjar patrocínios'", acrescentou Waltinho.

O especialista em fitness e fisioculturismo

 Carlos Kaiser durante um treino fitness e fisioculturismo no seu ginásio
Carlos Kaiser durante um treino fitness e fisioculturismo no seu ginásio créditos: D.R.

Depois de anos a forjar uma carreira de futebolista profissional, Carlos Kaiser abraçou finalmente a sua verdadeira paixão tornando-se professor de educação física e treinador de duas categorias de fitness e fisioculturismo.

"Eu treinava muito, gostava de treinar. Eu só não queria era jogar. Eu não queria ser jogador de futebol. Eu queria ser o que seu sou hoje. Professor de educação física eleito por cinco federações como o melhor treinador nas categorias de Wellness e Modus. Eu sou apresentador de dois programas no Youtube", começa por dizer Carlos Kaiser sobre a sua atual profissão.

"Eu ministro muitas técnicas que aprendi com os maiores preparadores físicos que eu tive. Paulo Paixão, Ronaldo Torres, Cláudio Café, Ademildo Geraldo Pai, Ademildo Geraldo Filho. Muitas técnicas que eu aprendi no futebol eu aplico no meu ginásio onde eu dou aulas", acrescenta Carlos Kaiser.

"Hoje eu sou o vice-presidente da Federação chamada Brasil Fitness Show. Fui convidado pelo presidente André Andrade. É uma federação só de mulheres e de transsexuais. Foi eleito por cinco federações como o melhor coach de welness e modus, que são duas categorias", sentenciou o agora especialista de fitness.» in https://desporto.sapo.pt/futebol/brasil-futebol/artigos/as-extraordinarias-baladas-de-carlos-kaiser-o-craque-que-fintou-as-quatro-linhas-porque-nao-gostava-de-jogar-futebol

07/11/18

Desporto Futebol - O treinador português Vítor Pereira disse hoje que os nomes dos novos campeões ficarão “gravados na história do clube e do futebol chinês”, momentos depois de ter levado o Shanghai SIPG à conquista do seu primeiro título.



«VÍTOR PEREIRA DIZ QUE NOMES CAMPEÕES FICARÃO “GRAVADOS NA HISTÓRIA DO FUTEBOL CHINÊS”

Treinador português terminou com a hegemonia do Guangzhou Evergrande, campeão chinês nas sete épocas anteriores.

O treinador português Vítor Pereira disse hoje que os nomes dos novos campeões ficarão “gravados na história do clube e do futebol chinês”, momentos depois de ter levado o Shanghai SIPG à conquista do seu primeiro título.

“Esta conquista deixará os nossos nomes gravados na história do clube e do futebol chinês. Devo lembrar que para a maioria destes jogadores este é o primeiro título das carreiras”, afirmou o treinador português, em declarações aos órgãos de comunicação social chineses.

A equipa de Xangai conquistou o título a uma jornada do fim do campeonato, ao impor-se por 2-1 na receção ao Beijing Renhe, com golos do uzbeque Odil Akhmedov, aos 20 minutos, e do goleador Wu Lei, aos 47, tendo o senegalês Makhete Diop reduzido, aos 65.

“Conquistámos este campeonato com muito trabalho. Liderámos o campeonato durante a maioria das jornadas, o que demonstra a nossa regularidade e maturidade. Merecemos este título” observou Vítor Pereira, prometendo “continuar a trabalhar no próximo ano para revalidar o título”.

Vítor Pereira, de 50 anos, sagrou-se campeão no terceiro país, depois dos títulos conquistados em Portugal, no FC Porto (2012 e 2013), e na Grécia, no Olympiacos (2015), quebrando o hegemonia do Guangzhou Evergrande, campeão chinês nas sete épocas anteriores, as últimas três sob o comando do brasileiro Luiz Felipe Scolari, antigo selecionador português.

O Shanghai SIPG, que se tornou o oitavo clube a conquistar o título na China, teria assegurado o troféu mesmo que perdesse, uma vez que o heptacampeão foi derrotado por 2-0 no estádio do Chongqing Lifan, antiga equipa de Paulo Bento, com golos dos brasileiros Sebá, ex-jogador do FC Porto e Estoril Praia, e Fernandinho.

“Acabámos com o monopólio do Guangzhou Evergrande, que dominou o futebol chinês nos últimos sete anos. Foi um desafio incrível e nós conseguimos superá-lo. Este é o meu primeiro ano na China, onde me sinto muito feliz”, afirmou.

O técnico português, que em dezembro de 2017 sucedeu a André Villas-Boas no comando do Shanghai SIPG, sagrou-se campeão logo na época de estreia na equipa de Xangai, tal como tinha acontecido em 2011, no FC Porto, depois de também ter substituído o compatriota.

Vítor Pereira tornou-se o terceiro treinador luso a conquistar o título em três países, juntando-se a Artur Jorge, campeão em Portugal (FC Porto), França (Paris Saint-Germain) e Arábia Saudita (Al-Hilal), e José Mourinho, que foi em quatro países: Portugal (FC Porto), Espanha (Real Madrid), Inglaterra (Chelsea) e Itália (Inter Milão).

O técnico natural de Espinho foi o único dos três treinadores portugueses que iniciou e terminou a temporada na China – e logo como campeão -, uma vez que Paulo Bento e Paulo Sousa rescindiram os contratos com Chongqing Lifan e o Tianjin Quanjian, respetivamente.» in https://desporto.sapo.pt/futebol/futebol-internacional/artigos/vitor-pereira-diz-que-nomes-campeoes-ficarao-gravados-na-historia-do-futebol-chines


(Shanghai SIPG vence Beijing Renhe e conquista título inédito do Campeonato Chinês | 06/11/2018)

16/10/18

Desporto Futebol - O antigo jogador do Portsmouth, Rod Taylor, faleceu no passado mês de abril aos 74 anos com um trama encefálico e tornou-se no segundo futebolista britânico a morrer devido a lesões provocadas pelos impactos da bola no crânio.



«FAMÍLIA DE ANTIGO FUTEBOLISTA BRITÂNICO QUER UMA PESQUISA SOBRE O IMPACTO DOS CABECEAMENTOS NA SAÚDE DOS JOGADORES

Rod Taylor faleceu em abril com um trauma encefálico por cabecear a bola demasiadas vezes.

O antigo jogador do Portsmouth, Rod Taylor, faleceu no passado mês de abril aos 74 anos com um trama encefálico e tornou-se no segundo futebolista britânico a morrer devido a lesões provocadas pelos impactos da bola no crânio.

Depois da morte do antigo avançado inglês Jeff Astle com um trama encefálico, a família de Rod Taylor anunciou que irá doar o cérebro da antiga estrela do Portsmouth, Gillingham e Bournemouth para uma investigação sobre o impacto dos cabeceamentos na saúde dos jogadores de futebol.

Em declarações ao jornal 'The Sun', Penny Taylor, víuva de Rod Taylor afirmou que, "doar o cérebro do marido para investigação foi uma decisão muito dolorosa", mas que o estudo sobre o impacto das bolas de futebol na cabeça dos atletas em alta competição é importante para as próximas gerações.

"Ele já não nos conhecia e não conseguia falar. Foi abaixo muito rapidamente. Ainda bem que agora há mais conhecimento sobre a medicina no desporto. Naqueles dias eles não estavam conscientes dos perigos que corriam", acrescentou Penny Taylor.

Já a filha de Rod Taylor, Rachel Walden, juntou-se a uma campanha para conseguir mais apoios para uma investigação mais aprofundada sobre o tema junto da Associação de futebolistas profissionais em Inglaterra e da própria Federação Inglesa de Futebol (FA).

"A Associação de futebolistas profissionais e a Federação inglesa queriam mais provas sobre a ligação do trama encefálico aos cabeceamentos no futebol e foi isso que entregámos", afirmou Rachel Walden.

"Sou uma grande apaixonada pelo futebol e creio que não me compete a mim falar de eventuais proibições de cabecear a bola neste desporto. No entanto, é necessário estabelecer, tanto para os jogadores da actualidade como os do futuro, quais os impactos que uma bola na cabeça pode vir a ter no cérebro ao longo de 20, 30 e 40 anos".

Rod Taylor jogou futebol profissional na década de 50 e 60 e faleceu no passado mês de abril com um trama encefálico e sinais de demência. Rachel Walden revelou ainda ao jornal 'The News' de Portsmouth o sofrimento da sua família nos últimos anos de vida do ex-jogador.

"Foi extremamente difícil ver este futebolista enorme, forte e em forma transformar-se de forma súbita num pequeno velhote. Quando soubemos que o trama encefálico contribuiu para a sua morte ficámos todos muito tristes", acrescentou Rachel Walden sobre a importância de continuarem os estudos sobre a relação entre os cabeceamentos no futebol e os sintomas de demência.

Num comunicado, a Associação de Futebolistas Profissionais ingleses revelou que uma investigação já está a ser desenvolvida sobre esse tema.

"No seguimento de dois anos de pesquisas e recolha de informação, em novembro de 2017, a Associação de Futebolistas Profissionais e a Federação Inglesa promoveram uma investigação científica para estudar os efeitos a longo termo dos jogadores profissionais de futebol nomeadamente a investigação de casos de degeneração neurocognitiva em antigos futebolistas, e que será liderada pelo Dr. William Stewart e os seus colegas na Universidade de Glasgow e Hampden Sports Clinic.» in https://desporto.sapo.pt/futebol/premier-league/artigos/familia-de-antigo-futebolista-britanico-quer-uma-pesquisa-sobre-o-impacto-dos-cabeceamentos-na-saude-dos-jogadores

15/09/18

Desporto Futebol - O assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, não resistiu ao caso e-toupeira e já tem acordo com Luís Filipe Vieira para cessar funções no clube da Luz nas próximas semanas.



«LUÍS FILIPE VIEIRA DEIXA CAIR PAULO GONÇALVES

Diretor jurídico tem acordo com o presidente do Benfica para cessar funções.

O assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, não resistiu ao caso e-toupeira e já tem acordo com Luís Filipe Vieira para cessar funções no clube da Luz nas próximas semanas.

Segundo escreve esta sexta-feira o jornal A Bola, o diretor jurídico não resistiu ao caso e-toupeira e o anúncio da desvinculação com o Benfica será feito nas próximas semanas.

Recorde-se que Paulo Gonçalves tem sido um dos principais visados nos vários processos a decorrer na justiça contra o Benfica nomeadamente o 'e-toupeira'.» in https://desporto.sapo.pt/futebol/primeira-liga/artigos/luis-filipe-vieira-deixa-cair-paulo-goncalves

25/08/18

Desporto Futebol - Pepe foi o primeiro ídolo do futebol português, no Belenenses e na Seleção, morreu aos 23 anos, em 1931, envenenado pelas bruxarias de uma mulher "endoidada







«Quem matou Pepe, herói do futebol português? Bruxaria, ciúmes ou um caso de bola?
Helena Matos

Pepe foi o primeiro ídolo do futebol português, no Belenenses e na Seleção. Morreu aos 23 anos, em 1931. Envenenado pelas bruxarias de uma mulher "endoidada 

23 de Outubro de 1931. Um operário agoniza numa enfermaria do Hospital da Marinha. Tem 23 anos e trabalha como torneiro mecânico nas oficinas da Aviação Naval. Entrou há pouco no hospital. Ao médico que o atende, Mendes Belo, o jovem operário, ainda com o fato de ganga com que fora trabalhar, diz com dificuldade “Foi depois de ter comido pão com chouriço…” O seu estado é tão grave que apesar de ser civil foi solicitado o seu internamento naquele hospital reservado à Marinha.

Às 12h30 o escrivão anota no livro de registos de ocorrências do Hospital da Marinha: “Torneiro mecânico José Manuel Soares, em serviço nas Oficinas da Aviação Naval – Hospitalização acidental, julgada urgente.”

Enquanto presta os primeiros cuidados ao doente, o médico nota que os seus gestos são seguidos com crescente interesse pelos marujos e pessoal do hospital. Há quem acorra para ver o que está acontecer. Para surpresa do médico o grupo desses assistentes não pára de aumentar. Até que, como mais tarde relatará o médico Mendes Belo a um jornalista, “os rapazes” lhe disseram: “É o Pepe!”

“É o Pepe!”

Quem estava entre a vida e a morte naquela enfermaria era o primeiro grande ídolo do futebol português: o torneiro mecânico José Manuel Soares era o jovem que em 1927, com 19 anos acabados de fazer e a camisola da Seleção vestida, marcou dois dos quatro golos com que Portugal esmagou a França. Foi também o autor do golo na vitória sobre a Checoslováquia em 1930 e capitão de uma das mais importantes equipas de então, o Belenenses.

Como dramaticamente se percebe naquela tarde de 23 de Outubro de 1931 no Hospital da Marinha, em Lisboa, Pepe era um dos rostos da mudança que então se vivia no mundo desportivo: ainda sem se poder dizer um desporto de massas, o futebol era em boa parte ignorado pelas elites mas tornava-se cada vez mais popular entre o povo. Assim, o médico não conhecia a estrela do futebol mas os trabalhadores do hospital e os marujos, esses, reconheceram de imediato o Pepe no jovem operário que, apontando para a barriga, dizia ao médico Mendes Belo: “Daqui é que parte”.

A notícia da hospitalização corre do Hospital da Marinha a Belém, onde vivia Pepe e o Belenenses tinha o seu campo, nas Salésias até chegar às redacções dos jornais…

Especula-se com o que teria levado Pepe a ser hospitalizado. Doença? Consumo dos malditos géneros podres e adulterados que pululavam pelas mercearias e talhos da capital?…

A comoção aumenta quando se sabe que quase à mesma hora que Pepe era levado para o Hospital da Marinha a sua mãe começara a sentir-se mal. Pouco depois foi a sua irmã Susana que começou com queixas. Pelas cinco da tarde o irmão Rogério cai desmaiado e é levado para o Hospital de São José… A noite vai chegando. Os outros dois irmãos de Pepe, Jorge e Ana, também não se sentem bem.

Apenas o pai não apresenta queixas.

Entretanto, nas oficinas da Aviação Naval, aparece num canto o corpo sem vida da gata Faroleira, mascote dos operários, e que estivera brincando junto de Pepe nessa manhã.

Seguindo o rasto de todas estas pessoas – da gata Faroleira falaremos depois – chega-se a uma hora e um dia em que parece estar a chave para esta sucessão de acontecimentos: seis e meia da tarde de 22 de Outubro. Ou seja, temos de recuar à véspera de Pepe ter entrado no Hospital da Marinha, mais precisamente temos de olhar, como quem contempla as peças desarrumadas de um puzzle, a última refeição que a família de Pepe tomou em conjunto.

Um jantar em família

São seis e meia da tarde, hora a que então se jantava em muitas casas. À mesa estão Pepe, a mãe e os irmãos Ana, Rogério, Jorge e Suzana. A refeição consta de sopa de grão com massa acompanhada por carne de vaca cozida, entrecosto e chouriço.

Mas nem todos comem o mesmo: o pai jantara mais cedo e comeu apenas grão. A irmã Ana praticamente só come massa. E, claro, todos comem pão. Muito pão.

Acabada a refeição ainda sobra algum tempo antes da hora de deitar. Nos últimos tempos os serões de Pepe eram passados na casa da noiva, Rosa do Carmo. Mas antes das dez da noite já Pepe fazia o caminho de regresso da Calçada do Galvão, onde vivia Rosa do Carmo, para a Rua do Embaixador, onde o capitão do Belenenses vivia com a sua família no minúsculo n.º 17.

Naquela zona popular o sono chega cedo porque é também muito cedo que começa o dia. Às seis e meia da manhã do dia 23 acorda-se no n.º 17 da Rua do Embaixador. Todos bebem café e comem pão. O pai é o primeiro a sair: vai para o Mercado de Belém, onde tem uma banca.

Depois é a vez de o irmão Rogério seguir para oficinas da CML, em Alcântara. Às sete e meia da manhã, imitando um gesto já feito por Rogério, Pepe pega na lancheira arranjada pela mãe. Lá dentro está o almoço: pão com o chouriço que sobrara do jantar da véspera.

Pepe despede-se e sai. Percorre uma cidade no bulício das primeiras horas do dia: “De todos os lados, as donas de casa saíam à rua, dirigindo-se às padarias. Leiteiros, braços pendidos ao peso das bilhas, palmilham as ruas, batem às portas, sobem aos andares dos prédios”, escreve no Notícias Ilustrado o jornalista Tomé Vieira, na reconstituição que faz sobre as últimas horas de Pepe. “Pepe dirige-se ao Centro de Aviação Marítima, no Bom Sucesso, em cujas oficinas é empregado. Pelo caminho: rua de Belém, largo de Belém, largo dos Jerónimos, encontra amigos, camaradas, admiradores, que o saúdam: ‘Adeus Pepe. Adeus Pepe’. E ele responde, sorrindo sempre: ‘Bons dias! Bons dias!’”.

A um quarto para as oito está nas oficinas da Aviação Naval. Muda de roupa e começa a trabalhar. Às 10h30 pára para comer. Pergunta aos colegas: “Vocês querem da bucha?” Estes respondem: “Obrigada, bom proveito”. Pepe começa a comer. Partilha o chouriço com a mascote da oficina, a gata Faroleira.

Às 11h experimenta os primeiros sinais de mal estar. Diz para os colegas: “O pão e o chouriço que comi fizeram-me mal.” Piora. Tem de interromper o trabalho porque se sente sem forças.

Às 11h30 o seu estado já inspira cuidados e os colegas levam-no ao posto de enfermagem que existia nas oficinas. O enfermeiro não está. Um oficial toma a decisão de transportar Pepe no automóvel da unidade até ao Hospital da Marinha. Às 12h30 já o escrivão fazia o registo do seu internamento.

Duas horas depois a sua situação agrava-se. O pulso desaparece. O médico toma a decisão de fazer uma transfusão de sangue. Vários braços se oferecem. O pulso reaparece mas a esperança dura pouco: Pepe volta a piorar, entra em coma e às 10h30 do dia 24 morre.

Porquê?

Perante o absurdo desta morte, uma primeira pergunta impõe-se: porque morreu Pepe? E vinda não se sabe donde outra surge: e se alguém matou Pepe?

Mais ou menos consensual é o facto de Pepe ter um aparelho digestivo sensível, claramente mais sensível que o dos irmãos, nomeadamente do que o de Rogério, apresentando às vezes queixas de mal estar. E também não se pode ignorar que, dada a condição de atleta de Pepe, ao jogador cabia sempre uma maior porção de carne e enchidos na divisão do rancho familiar. Mas nada disto chega como explicação daquela morte.

Os jornais enchem-se com várias hipóteses. Alguns dão mesmo espaço a diferentes jornalistas que montam e desmontam as mais diversas teses. Todas elas levam invariavelmente àquele jantar de dia 22 em que todos, menos o pai, que aliás nunca se sentira mal, tinham estado. E há que não esquecer a gata Faroleira com quem Pepe na oficina partilhara o chouriço que sobrara desse jantar e fora a primeira a morrer.

Sendo mais ou menos consensual que a morte de Pepe fora desencadeada pelo que comera no jantar de 22 a dúvida incide sobre a casualidade dessa intoxicação alimentar: teriam Pepe e a sua família sido vítimas das mixórdias e produtos estragados que entravam, por exemplo, no recheio de muitos enchidos ou alguém teria envenenado a sopa de grão com massa e carne servida nessa refeição? E porque quereria alguém fazê-lo?

As palavras que se pronunciam para responder a esta questão nada têm a ver com futebol mas sim com ciúmes, paixão e bruxaria.

As damas de luto


A morte de Pepe e muito particularmente o seu velório levou a que os olhos dos curiosos caíssem em cima da sua namorada, Rosa do Carmo. Ela lá está, qual viúva, coberta de luto e lágrimas. Mas Rosa do Carmo não era a única jovem mulher a chorar um homem que acreditou seu. No imenso tapete de flores que se estende pela câmara ardente de Pepe uma coroa tem a seguinte inscrição “No meu coração permanecerá uma eterna saudade”. Por uns momentos Rosa do Carmo diz que a coroa foi enviada pela “outra! A do Porto” cujo retrato Pepe guardara. Mas não, aquela coroa chegara de Lisboa. Fora enviada por aquela a quem os jornalistas vão poeticamente chamar “a dama de luto” mas que afinal era a Celeste do Parque Mayer, a Celeste que se fascinara de tal forma por Pepe que em 1927 trocara o Benfica pelo Belenenses. A Celeste que se ia despedir de Pepe quando ele partia com a seleção para o estrangeiro e que lá estava à espera dele quando regressava. A Celeste, pequeno e solitário vulto negro no cortejo fúnebre do Pepe.

Mas por maiores que fossem as rivalidades entre as mulheres que amavam Pepe nenhuma delas entrou no n.º 17 da Rua do Embaixador nem teve por qualquer meio possibilidade de deitar no caldo e na carne aí comidos na noite de 22 os pós receitados por uma qualquer bruxa.

Excluída o que os jornalistas designam como “cisma de noiva ou de qualquer outra mulher endoidada de amores” logo surgem outras explicações: havia forte desacordo na família de Pepe por causa do anunciado casamento com Rosa do Carmo. O pai e a irmã Ana eram contra esse casamento. A mãe e os restantes filhos a favor. Daí a conjecturar-se que a irmã Ana por vingança resolvera recorrer ao veneno foi um passo… Mas também esta explicação caiu por terra: que sentido fazia, para evitar o casamento do irmão, envenenar toda a família e a si mesma?

No meio de enorme comoção tem lugar o funeral de Pepe. A importância que o futebol adquirira torna-se óbvia diante daqueles muitos milhares de pessoas que constituem um mar de gente que se estende da Rua da Junqueira ao cemitério da Ajuda.

Nos dias seguintes sucedem-se as romagens à campa de Pepe e também os interrogatórios da Polícia de Investigação Criminal a todos aqueles que podem esclarecer as razões daquela morte tão prematura: pelo Torel passam os familiares, vizinhos, colegas, a namorada, Rosa do Carmo, a “dama de luto” ou mais precisamente Celeste Infante…

Fazem-se perícias laboratoriais e análises. A equipa do Belenenses joga com braçadeira de luto. Pepe torna-se memória: no campo das Salésias, em 1932, foi inaugurado um monumento em sua honra e quase noventa anos depois da morte de Pepe o Futebol Club do Porto quando joga com o Belenenses continua a colocar nesse monumento uma coroa de flores em memória de Pepe.

Quanto à pergunta “Quem matou o Pepe?” nunca teve uma resposta oficial mas o tempo foi consolidando aquela que parece ser a explicação mais provável para a morte do capitão de Belenenses: Pepe morreu provavelmente vítima de um erro da sua mãe, que terá usado soda caustica pensando estar a usar sal ou bicarbonato.» in https://observador.pt/especiais/quem-matou-pepe-heroi-do-futebol-portugues-bruxaria-ciumes-ou-um-caso-de-bola/

29/06/18

Desporto Futebol - O ex-futebolista Goran Bunjevcevic, que ocupava o cargo de diretor desportivo da seleção da Sérvia, morreu aos 45 anos, depois de ter sofrido um aneurisma em 20 de maio, anunciou hoje a Federação do país dos Balcãs.



«EX-FUTEBOLISTA SÉRVIO GORAN BUNJEVCEVIC MORRE AOS 45 ANOS

Ex-jogador do Tottenham ocupava o cargo de diretor desportivo da seleção da Sérvia.

O ex-futebolista Goran Bunjevcevic, que ocupava o cargo de diretor desportivo da seleção da Sérvia, morreu aos 45 anos, depois de ter sofrido um aneurisma em 20 de maio, anunciou hoje a Federação do país dos Balcãs.

Segundo o organismo, o sérvio Bunjevcevic morreu na quinta-feira, em Belgrado.

O ex-defesa, que iniciou carreira na antiga Jugoslávia, passou, entre outros clubes, pelo Estrela Vermelha e pelos ingleses do Tottenham, equipa que representou durante cinco temporadas e fez 58 jogos e marcou dois golos.

Bunjevcevic foi internacional pela ex-Jugoslávia e ex-Sérvia e Montenegro, tendo feito cinco e dois jogos oficiais pelas duas seleções, respetivamente.

“A Federação sérvia lamenta o falecimento de um dos melhores profissionais do desporto, um grande homem e profissional”, afirmou o organismo.

Também o Tottenham, ex-equipa de Bunjevcevic que atua na I Liga inglesa, disse estar profundamente triste pela notícia, referindo que “os pensamentos de todos no clube estão com os seus amigos e familiares neste momento extremamente difícil”.» in https://desporto.sapo.pt/futebol/futebol-internacional/artigos/ex-futebolista-servio-goran-bunjevcevic-morre-aos-45-anos


(Former Tottenham star Goran Bunjevcevic dies at the age of 45)

09/05/18

Desporto Futebol - Ricardo Quaresma foi protagonista de um bom momento de futebol na vitória (2-0) caseira do Besiktas desta segunda-feira, frente ao Kayserispor.



«A assistência de Quaresma que promete dar que falar

Ricardo Quaresma foi protagonista de um bom momento de futebol na vitória (2-0) caseira do Besiktas desta segunda-feira, frente ao Kayserispor. 

O extremo português esteve em destaque no primeiro golo da equipa turca, com um cruzamento de letra para Tosic. Vale a pena ver.» in https://www.jn.pt/desporto/interior/a-assistencia-de-quaresma-que-promete-dar-que-falar-9317607.html


Tosic golü - (Quaresma rabona asist)

27/04/18

Desporto Futebol - João Diogo “Kikas”, de malas feitas para o futebol profissional – rubricou um vínculo de três anos com o Belenenses – é o goleador do distrito de Castelo Branco, no universo das equipas dos campeonatos nacionais, Sporting da Covilhã incluído.



«Futebol: Menino de 19 anos é o rei dos marcadores
Artur Jorge - 26/04/2018 - 15:35

Kikas, com 17 golos, dominou no conjunto dos jogadores das equipas no distrito em campeonatos nacionais. Acaba a época com 21 em provas oficiais.

João Diogo “Kikas”, de malas feitas para o futebol profissional – rubricou um vínculo de três anos com o Belenenses – é o goleador do distrito de Castelo Branco, no universo das equipas dos campeonatos nacionais, Sporting da Covilhã incluído. O jovem de 19 anos, que cumpriu a sua primeira época como sénior, apontou 17 golos no campeonato (CPP). À conta pessoal acresce mais quatro na Taça de Portugal.

Kikas está entre os melhores marcadores do futebol português. Em jogos do campeonato apenas é superado por Jonas (Benfica), 33 golos; Bas Dost (Sporting), 26; Paul Ayongo (Amarante), 20; Marega (FC Porto), 20; João Rodrigues (Caldas), 18; Ricardo Gomes (Nacional), 18; Carlos Vinícius (Real), 18. É o oitavo da lista.

Ao nível do CPP, o atacante albicastrense que passou pelos juvenis e juniores do Vitória de Guimarães, fecha a época no pódio. É o terceiro das contas. Os seus 17 golos só são superados pelos 20 do ganês Paul Ayongo (Amarante), que em 2018/2019 vai representar o Paços de Ferreira e pelos 18 de João Rodrigues “Tarzan” (Caldas), que aos 23 anos vai ter também a merecida oportunidade no futebol profissional: assinou pelo Leixões.

Kikas teve a nível individual uma época em cheio. Dificilmente poderia esperar que as coisas lhe tivessem corrido melhor neste regresso à sua cidade natal. E alguém estará a coçar a orelha!

No compacto das nossas equipas, o camisola 98 do BC Branco dominou por larga diferença a lista dos marcadores. O que mais se aproximou, ainda assim a seis golos, foi o cabo-verdiano do Sertanense, Ká Semedo. O avançado está de saída da Sertã, onde realizou duas temporadas. Antes tinha estado dois anos na equipa B do V. Guimarães. Com 11 golos surgem Sunday e o maestro do Águias do Moradal Ruben Nogueira. Apontaram 11 tentos. Bom desempenho destes dois jogadores. Sunday é um nigeriano de 21 anos que chegou à Sertã proveniente do Farense. Possante. Quanto a Ruben Nogueira, já o dissemos numa anterior edição: sem a arrelia das lesões é uma mais-valia para qualquer equipa deste escalão.

Ivan Fidalgo, o herói de Mortágua, apontou dez golos no Oleiros, menos dois que na época passada com a camisola do Mafra. Em 2014/2015, na sua melhor época de sénior, fez 17 golos pelo Sertanense. Diego, também do Oleiros, marcou 9. Já Jackson fez 8 golos no CPP, mais 4 na Taça de Portugal. Oito golos também para o albicastrense Gazela.

O nigeriano Sodiq Fatai é, até este momento (faltam três rondas para a conclusão da II Liga), o melhor marcador do Sporting da Covilhã, com 6 golos. Está na serra emprestado pelo Paços de Ferreira.

O “top ten” é encerrado pelo brasileiro do Sertanense Robson Silva, com 6 golos. Os albicastrenses Youssou Sow, Dani Matos e Bruno Simões anotaram 5 golos.

TOP TEN DOS GOLOS

Kikas (BC Branco)…….17

Ká (Sertanense)……….12

Sunday (Sertanense)….11

R. Nogueira (Moradal)...11

Ivan Fidalgo (Oleiros)….10

Diego (Oleiros)…………9

Gazela (BC Branco)…….8

Jackson (Oleiros)………8

Fatai (Sp. Covilhã)………6

Robson (Sertanense)….» in http://www.reconquista.pt/articles/futebol-menino-de-19-anos-e-o-rei-dos-marcadores


(Kikas - Benfica Castelo Branco)


(Kikas - Forward - Young Talent)


(Benfica de Castelo Branco 1-0 UD Leiria)

18/04/18

Desporto Futebol - Há muito que Paul Ayongo, o principal marcador do Amarante e da Série B do Campeonato de Portugal, estava a ser seguido por clubes da 1ª Liga, mas o futuro do avançado ganês vai passar pelo P. Ferreira.



«AYONGO CONTRATADO PARA MISSÃO GOLEADORA

Principal marcador do Amarante reforça castores.

Há muito que Paul Ayongo, o principal marcador do Amarante e da Série B do Campeonato de Portugal, estava a ser seguido por clubes da 1ª Liga, mas o futuro do avançado ganês vai passar pelo P. Ferreira. Ayongo, de 21 anos, vinculou-se aos castores por quatro temporadas, de acordo com informações veiculadas pela imprensa ganesa que confirmam a notícia de Record sobre a investida pacense. Aliás, até é divulgada uma fotografia do jogador já vestido a rigor e nas instalações dos castores.

"É uma boa sensação, porque o Paços é um grande clube e acredito que me pode ajudar a evoluir. Está entre os melhores clubes portugueses", disse Ayongo à imprensa do seu país. "As minhas expectativas para a primeira época no Paços são entrar no onze e crescer durante a minha passagem pelo clube, tal como fiz pelo Amarante. Sei que será difícil, mas com muito trabalho e determinação nada é impossível", acrescentou Ayongo.

Há já algum tempo que o Paços de Ferreira estava atento ao percurso de Ayongo pelos amarantinos. A SDUQ pacense já prepara a próxima época, apesar de ainda não ter sido matematicamente garantida a permanência e esta aquisição insere-se nesse plano. Ayongo, que também era desejado pelo Aves, soma 20 golos no Campeonato de Portugal e três na Taça de Portugal. Apesar do número redondo, nas últimas oito partidas o avançado só marcou um golo.

O Paços de Ferreira, note-se, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a contratação de Paul Ayongo.

Autores: André Gonçalves e José Santos» in https://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/p--ferreira/detalhe/ayongo-contratado-para-missao-goleadora.html


(Paul Ayongo - Amarante FC highlights 2016/17)
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