Funcionários que passam para o quadro da mobilidade têm mais de 40 anos e podem ser despedidos. Trinta e oito trabalhadores afectos ao Núcleo Florestal do Tâmega, Área Metropolitana do Entre Douro e Vouga, sediado em Amarante, foram colocados na "prateleira" da Função Pública. Esta reestruturação, decretada ao abrigo da lei da mobilidade, leva, inclusive, à extinção de postos de trabalho. Por exemplo, deixa de haver guarda-nocturno para vigiar o Parque Florestal de Amarante. A maioria dos trabalhadores foi "dispensada" com base na avaliação de desempenho profissional realizada em 1999 . Outros tiveram como base para a dispensa avaliações de 2003. Os funcionários têm agora dez dias para impugnar a decisão do Ministério da Agricultura. Caso contrário, a mudança passará a definitiva com publicação em Diário da República. Os funcionários do núcleo receberam a comunicação da passagem ao quadro da mobilidade, na passada quarta-feira, ao final da tarde. Todos com mais de 40 anos viram-se, assim, confrontados com uma mexida laboral que, em último caso, pode levá-los ao despedimento. A classe dos auxiliares agrícolas é a mais afectada. Dos 32 no activo, dez passam a engrossar o quadro da mobilidade, restando 20 para trabalhar. Ao todo, a medida atinge 13 classes do núcleo cuja área de actuação, abrangia, além do parque florestal, as serras do Marão, da Meia Via e da Ordem, esta última já em território de Baião. A área de actuação estende-se a outras zonas. Por exemplo, se é preciso tratar de um determinado jardim no Grande Porto, sob a tutela do Ministério da Agricultura, os trabalhadores são deslocados para esse serviço. As lágrimas eram disfarçadas por algumas brincadeiras de ocasião. A certeza que o futuro é sombrio trouxe-lhes à memória uma vida dedicada ao trabalho que agora os dispensa. "Comeram-nos a carne, agora que comam os ossos", desabafou Cândido Manuel Medeiros, 42 anos, jardineiro. Ao lado, o operador de máquinas, Álvaro Martinho Mesquita, 47 anos, explicou que o seu coeficiente de avaliação, marcava 3,8 e que o colega com quatro mantinha o trabalho. É é aqui que está a contestação Para que as chefias escolhessem os 38 funcionários a dispensar num universo de 79, houve que recorrer a classificações com vários anos para desempatar. Luís Corte Real, director do núcleo, explicou que "havia um grupo de funcionários que tinha o mesmo coeficiente de avaliação". "De acordo com a legislação em vigor, fomos recuando nos anos de serviço até que se fizesse o desempate", explicou. Prestações para pagar de 350 euros e salários que oscilam entre os 500 e os 700 euros levantam receios aos funcionários. De acordo com a lei, nos primeiros dois meses mantém o salário. Depois dos dois meses até aos dez é-lhes feito um corte de 1/6 do salário. Dos dez meses até aos dois anos, recebem menos 2/6 do que recebiam até aqui. A partir dos dois anos, se entretanto não forem colocados em nenhum serviço, são despedidos.» notícia de António Orlando, Jornal de notícias.
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Isto há coisas muito difíceis de compreender, aliás apenas explicáveis pela tal obsessão pelo deficit que tanto assola os actuais governantes, facto que no passado os mesmos tanto repudiaram e zurziram tão ferozmente. Não bastaria o drama das famílias afectadas, por mais este rude golpe para a nossa região, para só por si justificar a nossa preocupação. Amarante é uma cidade situada aos pés da enorme Serra do Marão, da Serra da Aboboreira e muito próxima da Serra do Alvão, e rodeada de enormes montes, com pinhais e eucaliptais desde a zona duriense, até às zonas de Basto. Não necessitaremos de 80 trabalhadores para fazer a manutenção de tanta mata, já para não falar no auxílio que ainda prestam nos jardins municipais que pelos vistos se estende até ao Porto. O Parque Florestal de Amarante, um dos ex-líbris da cidade, não valerá a pena a sua preservação e manutenção, em contraponto ao abandono. Então a famosa aposta no turismo do Município de Amarante e de Portugal, não contemplará a preservação a todo o custo, deste espaço mágico?! Não será importante o contributo destes valorosos homens na prevenção dos fogos florestais. Quanto custará arder tudo e não falo só em dinheiro, mas muito mais em ecologia! Pobre país este que se inclina de uma forma perigosa e letal, para o litoral, desertificando tudo o resto. E de deserto não falo só pelo abandono dos solos, refiro-me à desertificação humana... Amarante merece mais!
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