«Uma baleia deu à costa em Paris
Na verdade, não deu, até porque Paris não tem costas, somente margens. E numa dessas margens do Sena está de facto um enorme cachalote. O objetivo é alertar para o impacto da atividade humana na vida destes animais.
No horizonte da catedral de Notre Dame, em Paris, uma visão desconcertante. Uma enorme baleia, com 16 metros de comprimento, deitada sobre o passeio de Quai de Tournelle, à beira do rio Sena. Paris, a capital francesa, está bem no coração de França, longe do mar, longe do oceano de onde terá vindo o cachalote.
E, porém, ei-lo. Morto. Foi ali encontrado na manhã da passada sexta-feira, dia 21 de julho. Rodeado de cientistas, totalmente equipados da forma como se equipam os cientistas que averiguam a morte de cachalotes, que o analisam de alto a baixo, de baixo a alto. O animal está morto. Há uma área vedada de sete metros em torno do cadáver. Dezenas alinham-se à beira, a ver os científicos procedimentos.
A baleia morta, todavia, apesar de parecer realmente baleia e de parecer realmente morta, nem nunca foi baleia, nem nunca foi morta. Não passa de uma instalação do coletivo belga Captain Boomer. A baleia é falsa. E os cientistas são atores. A mensagem, porém, é bastante real: a ação humana perturba os ecossistemas naturais dos cachalotes.
E aquilo que o coletivo procura é precisamente chamar a atenção para as baleias e golfinhos que dão às costas por todo o mundo. “É uma forma artística de fazer as pessoas ter consciência do ambiente”, disse Bert Van Peel, fundador do Captain Boomer ao jornal francês ‘Figaro’.
Esta baleia não é estreante e já passou por outros lugares inusitados de outras cidades europeias. “Estas esculturas hiperrealistas são uma metáfora imensa para a disfunção do nosso sistema ecológico”, acrescenta Van Peel.» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/uma-baleia-deu-a-costa-em-paris
Mais sobre este assunto:
http://pt.euronews.com/video/2017/07/21/baleia-estendida-no-cais-do-sena-em-paris
Sem comentários:
Enviar um comentário