«Somos Portugueses
“(…) o que principalmente veem em mim é o que lá fora faz de mim alvo dos aplausos delirantes, ou de pedradas furiosas: o doutrinador político e social, o expositor da Monarquia e do Nacionalismo integral, do Autoritarismo contrarrevolucionário, do Tradicionalismo católico e ocidental – numa palavra, o doutrinador de Portugalidade.
Repito e insisto: de Portugalidade.
Nem da Latinidade – termo que nada significa, por amplo de mais; nem da Hispanidade, que nos absorve e confunde; nem da Lusitanidade, que nos abastarda. Não somos latinos, nem somos hispanos, nem somos lusitanos, somos portugueses!
A Latinidade é uma categoria histórica, sem base concreta; a Hispanidade tem Castela por centro; a Lusitanidade tem por lar a Lusitânia que não é toda nossa.
Só a Portugalidade é inteiramente nossa, característica e tipicamente nossa.
Portugalenses, portugaleses, portugueses, assim nos chamamos e nos chamaram ao nascer; assim nos chamamos e nos chamaram, durante séculos, até que a pedantaria dos humanistas nos crismou de lusitanos.
Portugueses nascemos, portugueses devemos morrer. Doutrinador de Portugalidade – eis o sector da minha multiforme atividade intelectual, que, como íman fatídico, atrai as dedicações luminosas que me cercam, aqui e lá fora, e encandeia os ódios e os rancores que me seguem a sombra...
Porque doutrinador de Portugalidade – católico, não católico progressivo, à maneira de Maritain e os seus sequazes portugueses, mas católico português, como sempre foram os portugueses católicos que nunca se envergonharam de o ser e nunca se esconderam sacrílega e comodamente atrás do termo equívoco, confuso e neutro de cristão, como nunca aceitaram que lhes estendessem a mão os inimigos da sua Fé. (…)
Alfredo Pimenta, extracto de “Em defesa da Portugalidade” Guimarães, 11.10.1947.» in https://www.facebook.com/groups/monastab/1033708026682998/?notif_t=group_activity¬if_id=1459629837128768