«Padre Amaro Gonçalo assumiu a Paróquia da Senhora da Hora
“Estou e conto convosco”
No ano em que a Paróquia da Senhora da Hora assinala os 90 anos da constituição, o Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, nomeou, em 28 de Julho, um novo pároco, padre Amaro Gonçalo Ferreira Lopes, que assumiu
as funções no passado domingo.
A igreja paroquial foi pequena para todos aqueles que quiseram conhecer o novo responsável pela comunidade católica. Aos habitantes da Senhora da Hora, juntaram-se ainda grupos oriundos de Eiriz (Paços de Ferreira), terra natal do sacerdote e das paróquias Amarante (São Gonçalo) e São Veríssimo, onde esteve, em trabalho pastoral, de 1992.
A testemunhar a entrada do novo pároco estiveram igualmente os presidentes da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, e da Junta de Freguesia da Senhora da Hora, Alexandre Lopes, bem como representantes de instituições da paróquia e da freguesia.
Coube ao vigário da vara de Matosinhos e pároco de S. Mamede de Infesta, padre António Ângelo Sousa, ler a Carta de Nomeação e conduzir os primeiros momentos da missa em que marcaram presença alguns párocos do concelho (Perafita e Padrão da Légua), do Porto e de outras zonas pastorais da Diocese do Porto.
Na sua primeira intervenção, e referindo-se às leituras do último domingo, Amaro Gonçalo considerou que os cristãos vivem hoje um dilema, pois por um lado morrer é para Cristo ou viver para continuar a missão que terá como objectivo o progresso e a alegria dos fieis.
“É preciso compreender Cristo e viver segundo as suas regras. Devemos ser um instrumento nas mãos do Senhor e fazer com que a comunidade progrida na alegria e na fé. Estes são os critérios que os cristãos devem ter em conta na hora de serem chamados”, referiu.
Dirigindo-se aos seus novos paroquianos, o sacerdote mostrou-se empenhado naquilo que classificou como sendo um colaborador e um servidor da alegria, numa missão que o fez lembrar “um certo macedónio a quem era pedido para passar uma ponte e viesse ajudar quem precisasse”.
Já no final da celebração, Amaro Gonçalo mostrou-se esperançado de poder contar com todos os católicos da Senhora da Hora. “Espero oferecer e receber uma colaboração, conduzindo-nos para o bem comum e integral da freguesia da Senhora da Hora”. Eduardo Coelho.» in http://www.matosinhoshoje.com/index.asp?idEdicao=381&id=19143&idSeccao=3000&Action=noticia
«PALAVRAS FINAIS
Padre Amaro Gonçalo
Ocorrem-me agora, e mais uma vez, as palavras do Apóstolo Paulo, que já me serviram de inspiração, ao anunciar-vos, no final de Julho, a nomeação do vosso novo pároco. E volto a citar: “Todas as vezes que me lembro de vós, dou graças ao meu Deus. É uma oração que faço com alegria, por causa da vossa participação no anúncio do Evangelho, desde o primeiro dia até agora. E é exactamente nisto que ponho a minha confiança: Aquele que em vós deu início a uma boa obra, há-de levá-la ao fim” (Fil.1,3-5).
Nesta hora de celebrar a alegria de uma vida partilhada, dou graças a Deus por todos vós: os que aqui estão e também os que não puderam, não quiseram, ou não conseguiram estar! Tenho presentes, na minha oração (de súplica e de acção de graças) paroquianos e não paroquianos, praticantes e não praticantes, crentes e descrentes, amigos e familiares. E quero incluir nesta oração de acção de graças, todas as pessoas, associações, autarquia e instituições da freguesia e da cidade, que, como nós, procuram servir a pessoa humana e o seu bem comum e integral.
Mas tenho, em lugar muito próprio, alguns filhos gerados na fé, na dor e no amor de Cristo, que foram minha alegria, ajuda e companhia, todos os dias; agradeço a Deus, o dom de algumas famílias, onde fui dado como pai, ou recebido como filho. Não sei, como agradecer a Deus, esse meu grande amigo, meu “irmão gémeo” de adopção, que me acompanha na vida, e vai sempre à minha frente, na missão. São pessoas que expuseram a vida por mim, e pelo evangelho, e que bem conheceis. Não tenho a coragem, nem sinto necessidade de aqui as nomear!
No final desta longa jornada, de quase dezasseis anos, agradeço a generosidade no serviço à Igreja de muitos e bons colaboradores, de ambas as Paróquias. Não tenho nada a pagar, nem nada com que lhes pagar! Só tem a pagar, quem se porta, como patrão. E eu sempre quis estar no meio de vós, como Aquele que serve! Por isso, só tenho a partilhar convosco a alegria de quem vive e serve na Casa do Senhor. A esses muitos e bons colaboradores, anónimos, na oração e no sofrimento, ou conhecidos, no exercício dos diversos serviços e ministérios, para esses “humildes trabalhadores da vinha do Senhor”, sejam eles os da primeira ou os da última hora, sejam os de todas as horas ou apenas de algumas, asseguro que o vosso prémio está reservado nos céus. Mas estou certo de que a alegria de quem dá e se dá pelo evangelho, já vos pertence, e essa ninguém vo-la pode tirar. Tudo o que não é dado, é perdido! Olho com confiança, para todos vós e desejo que cresçais cada vez mais no amor a Cristo, no amor à Igreja, no amor entre vós, no amor ao próximo.
Desejo que a minha partida do meio de vós desperte, no seio destas comunidades, novo ímpeto e mais estreita corresponsabilidade na nova evangelização: nova no ardor, novas nas expressões, nova nos métodos, nova até nos seus colaboradores. Que o novo pároco possa estimular mais audácia, mais iniciativa e criatividade, mais alegria e beleza, no anúncio do evangelho!
«Meus queridos e saudosos irmãos, minha alegria e minha coroa» (Fil.4,1)
Hoje deixo de ser vosso pároco. Posso dizer-vos que vos amei e vos amei até ao fim e que o meu amor permanecerá. Jamais deixarei de vos chamar amigos! Em nome de Deus, em nome da Igreja, em meu nome próprio, obrigado ó Deus, obrigado a Deus, por tudo, obrigado a todos. Obrigado, Senhor, por aquilo e por aqueles que nem sei agradecer! Obrigado, porque apesar de todas as minhas fraquezas, realizastes a nosso favor maravilhas incontáveis e inefáveis.
Obrigado por todos estes últimos gestos de carinho, de ternura, de saudade e gratidão, da vossa parte; são sinais expressivos a confirmar a presença activa do Espírito de Deus, que edifica a comunidade na unidade do amor.
«Meus queridos e saudosos irmãos, minha alegria e minha coroa” (Fil.4,1), “procurai agora somente viver de maneira digna do Evangelho de Cristo” (Fil.1,27)!
Pe. Amaro Gonçalo
Igreja de São Gonçalo
20 de Setembro de 2008» in http://www.agencia.ecclesia.pt/pub/24/noticia.asp?jornalid=24¬iciaid=64271
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O Senhor Padre Amaro Gonçalo é uma das figuras que vai ficar, incontornavelmente, ligada à história da Cidade de Amarante e na minha opinião, de uma forma muito positiva. Encontrou uma Paróquia ao abandono, uma Igreja de S.º Gonçalo em elevado estado de degradação, mas, mesmo assim, soube empreender uma dinâmica de mudança e de transformação que culminou com o ponto alto da sua obra, a Construção do Centro Pastoral. Esta edificação foi muito criticada por alguns políticos responsáveis locais, mas pasme-se, serviu muitas de vezes de Salão de Visitas de muitos eventos públicos ocorridos em Amarante, dado que, sabe-se que Amarante precisava há muito de um espaço físico condigno de suporte à realização de conferências, eventos públicos, festas, reuniões importantes, seminários, etc. Mas a obra mais importante que o Padre Gonçalo Amaro desenvolveu, teve a ver essencialmente com a sua dimensão humana e social, com uma pastorícia de proximidade, uma postura dinâmica, do lado da resolução dos problemas e não a clássica postura passiva da Igreja de ficar dentro da Cátedra a assistir ao que se passa no Mundo, dado que a sua missão extravasou muitas vezes as portas da Igreja de S.º Gonçalo, fazendo questão de ir de casa em casa dar apoio e conforto aos mais necessitados. Claro que ganhou muitos inimigos e resistências entre os seus pares, mas isso é normal quando se dá uma "pedrada no charco". Muito mais haveria a dizer sobre o Padre Amaro Gonçalo, mas basta atentar na perspicácia do novo Bispo do Porto que, de imediato, o chamou para servir o Bispado, reconhecendo aí toda a sua capacidade Evangélica e, concomitantemente, de gestor de projetos inovadores. Gonçalo de nome como o nosso Santo Patrono, que a vida lhe pague por tudo o que fez por nós amarantinos. Obrigado, Padre Gonçalo Amaro! Temos agora que ajudar o novo Pároco de S.º Gonçalo de Amarante, a continuar a Obra do Padre Amaro Gonçalo, sendo esta, quanto a mim, a melhor forma de perpetuar a sua obra e de lhe agradecer! Bem haja, Padre Gonçalo!