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O triunfo tinha de ser teu, Dragão!
O jogo «percebeu-se» logo no terceiro minuto. Canto a favor do F.C. Porto, aflição na área do Benfica e Luisão, em pânico, acerta com o cotovelo na face de Rolando. O árbitro não viu e os portistas anteviram o que teriam pela frente. Os restantes minutos seriam mais do mesmo. O Tricampeão a atacar muito, a criar oportunidades de sobra para vencer, o adversário sem argumentos, apostando muitas vezes na rudeza e em precoces perdas de tempo. Por tudo isto, o empate sabe a pouco. O Dragão não gosta de dividir pontos.
O F.C. Porto entrou muito bem no jogo e, num dos lances verticais, colocou Lucho González na carreira de tiro. Katsouranis, sem chances, segurou o capitão azul e branco pelo braço. O grego viu apenas amarelo, quando Quim era o único atleta no horizonte do argentino. Lucho bateria a grande penalidade com classe.
Grande entrada do Dragão! Com um meio-campo sufocante e Lisandro e Rodríguez a espalhar o medo nos últimos 30 metros, o F.C. Porto arrancou para uma exibição muito boa, cheia de veneno atacante e robustez defensiva. Não foi, por isso, de estranhar que as oportunidades se repetissem, com Quim a cancelar dois festejos no mesmo minuto, ainda antes do melhor marcador da temporada passada ter acertado no poste. O acerto do guarda-redes contrário e a falta de sorte não permitiram que a segunda parte fosse um mero exercício burocrático.
E quando se esperava que a equipa visitada mostrasse algo mais, era o F.C. Porto que reentrava em marcha numa rotação elevada, com Guarin a assistir Lisandro, com o remate do avançado a passar por cima do ferro, já com Quim prostrado a seu pés. A máxima do costume traria um empate absurdo ao marcador, numa recarga de Cardozo que Bruno Alves quase conseguia evitar. Infortúnio fortíssimo, equilíbrio enganador.
Sem temores, seguro de si e ciente de que a sua qualidade jamais será beliscada, por mais dúvidas que tentem lançar no seu processo de crescimento, o F.C. Porto l
imitou-se a seguir o seu plano. A meia hora do fim, Rodríguez fintou quatro oponentes, derrubou-os com o repentismo e rematou para golo. Quim conseguiu colocar as luvas no caminho do cometa uruguaio, repetindo o bloqueio em dois disparos de Hulk.
Jesualdo Ferreira apostara tudo no ataque e o Benfica, reduzido a dez, tombava a cada lance, procurando acelerar o relógio e travar o jogo atacante do F.C. Porto. De rastos, o visitado sucumbia aos arranques de Hulk e Candeias, que pisaram o relvado para inflacionar as descargas ofensivas. Daí para diante, de resto, o que se registaria da equipa da casa seria apenas uma entrada violenta de Nuno Gomes sobre Sapunaru muito mal avaliada pelo árbitro. De futebol, portanto, nada.
Esta noite, houve uma equipa que quis sempre ganhar e outra que se agarrou como pôde ao empate. Sinais claros para o futuro.
FICHA DO JOGO
Liga 2008/09 (2ª jornada – 30 Agosto 2008)
Estádio da Luz, em Lisboa
Árbitro: Jorge Sousa
Assistentes: José Ramalho e José Luís Melo
4º árbitro: Duarte Gomes
BENFICA: Quim; Maxi Pereira, Luisão «cap.», Katsouranis e Leo; Yebda e Carlos Martins; Di Maria, Aimar e Reyes; Cardozo
Substituições: Aimar por Nuno Gomes (50m), Cardozo por Sidnei (65m) e Leo por Ruben Amorim (68m)
Não utilizados: Moreira, Makukula, Binya e Balboa
Treinador: Quique Flores
F.C. PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves e Fucile; Fernando, Tomás Costa, Raul Meireles e Lucho González «cap.»; Lisandro Lopez e Rodríguez
Substituições: Tomás Costa por Guarin (46m), Fernando por Hulk (62m) e Raul Meireles por Candeias (81m)
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Lino e Farias
Treinador: Jesualdo Ferreira
Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Lucho González (11m, g.p.) e Cardozo (55m)
Disciplina: cartão amarelo a Katsouranis (10 e 58m), Sapunaru (16m), Fernando (20m), Rodríguez (26m), Cardozo (50m), Lucho González (70m), Lisandro Lopez (81m) e Nuno Gomes (83m)
1.º Golo apontado por Lucho Gonzalez!
Golo do empate do Benfica apontado por Cardoso!
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O F.C. do Porto apesar de ter perdido três jogadores de grande importância, um de cada sector, falo de Bosingwa na defesa, Paulo Assunção no ataque e de Ricardo Quaresma na frente e ao contrário do Benfica, não ter feito contratações sonantes ao Real Madrid e ao Inter de Milão, foi à luz provar à saciedade que é sem dúvidas nenhumas a melhor equipa portuguesa de futebol. Foi sempre superior ao longo de todo o jogo, tendo várias hipóteses de marcar golos, uma bola no poste inclusive - Lisandro tem que ir à Bruxa - e humilhando o Benfica que acabou o jogo de gatas, sendo no entanto beneficiado por um brinde de Helton. No entanto, nem tudo foi bom, Tomás Costa voltou a desiludir, depois de no jogo anterior ter dado boa conta de si. Muito boas as entradas de Rolando, Fucile de Fernando, um trinco puro, este sim, com características de camisa seis. Uma palavras para a arbitragem: a equipa do Porto, comandada por Jorge Mendes, provou mais uma vez que é a melhor de Portugal e pede meças aos árbitros de nomeada da UEFA e do Sr. Platini, que roubaram o Vitória de Guimarães! E uma nota para a civilização dos adeptos da capital - um adepto entra dentro do terreno de jogo e agride um auxiliar; sim, aconteceu no Estádio da Luz! Viva o F.C. do Porto a vencer desde 1893!