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30/07/22

Ambiente e Ecologia - O escritor e antigo professor universitário Carlos Taibo, autor do livro "Ibéria Esvaziada", falou, em entrevista à Lusa, do movimento migratório de sul para norte de Portugal, decorrente do despovoamento, das alterações climáticas, e da teoria do colapso.


«Carlos Taibo: "Estamos nos inícios de um colapso geral" - e as regiões esquecidas vão reagir melhor que as outras

O escritor e antigo professor universitário Carlos Taibo, autor do livro "Ibéria Esvaziada", falou, em entrevista à Lusa, do movimento migratório de sul para norte de Portugal, decorrente do despovoamento, das alterações climáticas, e da teoria do colapso.

"Vamos assistir a migrações de sul para norte. O norte, em termos climatológicos, vai resistir melhor do que o sul. Isto é evidente. Este é o anúncio, também, dentro de Portugal, de migrações para o norte", disse o escritor em entrevista à Lusa, no Porto.

Carlos Taibo esteve na cidade para duas conferências no dia 22 de julho, a primeira na Faculdade de Letras (denominada Rússia e Ucrânia: impérios, povos, energia) e a segunda no Espaço Musas, sobre o tema do Decrescimento.

O antigo académico, que lecionou mais de 30 anos na Universidade Autónoma de Madrid, afirma que, "segundo a teoria", na Galiza e no Norte de Portugal, "na sua versão litoral, as mudanças climáticas não vão gerar uma temperatura mais alta".

"Mas esse não é o cenário de Ourense nem de Trás-os-Montes", aponta, fazendo referência à recolha estatística que fez acerca do interior daquela província galega, que, paradoxalmente, perde população para o sul da Península Ibérica.

Segundo Carlos Taibo, a Espanha que se desertifica (em termos climáticos), no sudeste "ganha população", mas a "Galiza, Astúrias, Leão, o norte de Portugal, perdem população", num processo "muito significativo".

"Haverá que ativar um procedimento de correção. E entendo que a correção vai ser traumática", disse à Lusa o também autor de "Colapso" (2019), "Decrescimento, crise, capitalismo" (2010), "Parecia não pisar o chão. Treze ensaios sobre as vidas de Fernando Pessoa" (2010) e "Galego, português, galego-português?", com Arturo de Nieves (2013).

Há um 'Portugal 'esvaziado', e um 'Portugal 'hiperesvaziado'

Dentro da "Ibéria Esvaziada" do "Despovoamento, Decrescimento, Colapso" que dão título ao seu livro, Carlos Taibo sustenta que também há um 'Portugal esvaziado', numa área que vai desde o Baixo Alentejo a Trás-os-Montes, e mesmo um 'Portugal hiperesvaziado', próximo à província de Ourense, na Galiza.

O antigo professor universitário aventa que o panorama nos territórios portugueses contíguos àquela província espanhola será "semelhante ao da Galiza do interior", uma área "de despovoamento evidente, com um crescimento notável da população idosa", algo que "obviamente tem relação com este processo geral de abandono do mundo rural".

Junto a Ourense, "num primeiro olhar, não são terras pobres", afirma.

"São terras com muita vegetação, que permitiriam o crescimento de uma atividade, mas vivemos em modelos políticos muito marcados pelas cidades", refere ainda, pois "os partidos políticos são formações urbanas" e "os dirigentes políticos são gente que mora nas cidades", o que "não pode gerar outro cenário que este do abandono completo".

Galiza e Norte de Portugal "é a parte da Península Ibérica que vai padecer de menos problemas"

O escritor parte também da "certeza de que há uma biorregião da Galiza e Norte de Portugal", antecipando que "no cenário das mudanças climáticas, é a parte da Península Ibérica que vai padecer de menos problemas".

O mesmo sucederá num cenário de colapso: "as regiões esquecidas, deprimidas, vão levar o colapso de melhor maneira do que as regiões não esquecidas", afirma Carlos Taibo.

No seu entender, isso acontecerá "porque dependem menos de energias e de tecnologias que, por definição, têm de chegar de nós", considerando que "o colapso vai ser um golpe muito mais forte nas cidades do que no mundo rural".

"A minha tese é de que estamos nos inícios de um colapso geral", afirma, dizendo que hoje "é muito mais fácil" de convencer alguém deste cenário "do que era há três anos".

"A pandemia colocou dentro da nossa cabeça a ideia de que as coisas não iam muito bem", cenário a que se juntam, segundo o autor, os "problemas de abastecimento de matérias-primas energéticas, do encarecimento dos custos de transporte de todas as mercadorias, curto-circuitos em processos económicos e financeiros", e agora "as consequências da guerra da Ucrânia".

Para Carlos Taibo, "a causa é estrutural", e "a combinação é tal entre mudanças climáticas e esgotamento das matérias-primas energéticas, que [o colapso] é dificilmente negável, no momento presente".

O colapso, segundo descreve em "Ibéria Esvaziada", é "um processo ou um momento" com "várias consequências delicadas" para a sociedade, como "mudanças substanciais e irreversíveis", "profundas alterações no que se refere à satisfação de necessidades básicas", "reduções significativas no tamanho de população humana", "perda de complexidade" e "crescente fragmentação" social ou o "desaparecimento das instituições previamente existentes".

"Por fim, a falência das ideologias legitimadoras, e de muitos dos mecanismos de comunicação, da ordem anterior", teoriza Carlos Taibo no livro.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/carlos-taiboestamos-nos-inicios-de-um-colapso-geral-e-as-regioes-esquecidas-vao-reagir-melhor-que-as-outras

#ambiente    #ecologia    #demografia     #ibéria

22/06/22

Ambiente e Ecologia - De repente, massas de neve rolaram pela encosta de Sukkertoppen, a montanha que domina a cidade, e arrastaram duas fileiras de casas.


«ÁRTICO: ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS AMEAÇAM O ARQUIPÉLAGO DE SVALBARD

Tor Selnes deve a vida a uma lâmpada. Selnes conseguiu agarrar-se à lâmpada e sobreviver a uma avalanche de neve que tragicamente expôs a vulnerabilidade às alterações climáticas do arquipélago de Svalbard, localizado na região ártica que mais rápido aquece no mundo.

No sábado, dia 19 de dezembro de 2015, a menos de uma semana do Natal, Selnes, um auxiliar de educação de 54 anos, dormia em casa em Longyearbyen, capital deste arquipélago norueguês, que fica entre a Noruega continental e o Polo Norte.

De repente, massas de neve rolaram pela encosta de Sukkertoppen, a montanha que domina a cidade, e arrastaram duas fileiras de casas.

A casa de Tor Selnes foi deslocada 80 metros e o quarto onde dormia foi completamente destruído.

Para tentar evitar ser atingido pela neve, Selne agarrou-se à lâmpada do teto por alguns segundos. "Era como estar numa máquina de lavar, cercado de tábuas, vidro, objetos pontiagudos, tudo o que consiga imaginar", conta.

Selnes conseguiu escapar, mas com cortes e hematomas. Noutra parte da casa, os três filhos escaparam ilesos.

Mas dois vizinhos, Atle, com quem jogara póquer no dia anterior, e Nikoline, uma menina de dois anos, perderam a vida.

A tragédia, até então considerada impensável, chocou a comunidade de menos de 2.500 habitantes.

"Tem havido muita conversa sobre as alterações climáticas desde que cheguei (...) mas era difícil ver ou assimilar", comentou a escritora e jornalista Line Nagell Ylvisåker, que vive em Longyearbyen desde 2005.

"Quando mora aqui, é como ver uma criança crescer: não vê o recuo dos glaciares" de um dia para o outro, assegura.

PASSADO DE MINERAÇÃO

Em Svalbard, as alterações climáticas significam invernos mais curtos, temperaturas oscilantes, precipitações mais pesadas e degelo do permafrost.

Todas estas condições são propícias a avalanches e deslizamentos de terra.

Nos dias que se seguiram à tragédia, uma chuva caiu sobre a cidade durante o período natalício. Depois vieram chuvas recordes no outono seguinte e outra avalanche que varreu outra casa, sem causar vítimas, em 2017.

"Antes, falava-se muito sobre ursos polares, sobre o que aconteceria na natureza", diz Line Nagell Ylvisåker.

"O urso polar a flutuar num pedaço de gelo era um símbolo disso, mas abriu os meus olhos para como isso afeta também a nós, humanos", acrescenta.

Após as duas avalanches, as autoridades decidiram destruir 144 casas consideradas vulneráveis. Isto representa 10% das casas da cidade, que agora foram substituídas por uma gigantesca barreira anti avalanche feita de grandes blocos de granito.

Um revés para Longyearbyen, cuja história está intimamente ligada aos combustíveis fósseis.

A cidade, repleta de casas de madeira coloridas, foi fundada em 1906 pelo empresário americano John Munro Longyear, que veio para minerar carvão.

Embora quase todas as minas já estejam encerradas - a última encerrará no ano que vem - um enorme galpão de vagões permanece bem acima da cidade, uma lembrança do passado de mineração.

De acordo com Ketil Isaksen, investigador do Instituto Meteorológico Norueguês, a região de Svalbard é "o lugar da Terra com o maior aumento de temperatura".

Na parte norte do Mar de Barents, que circunda o arquipélago, o aquecimento é até sete vezes mais rápido do que no resto do planeta, segundo um estudo da Nature do qual é coautor.

Isto deve-se à redução da banquisa marinha, que, segundo os cientistas, normalmente atua como uma manta isolante que impede o oceano de aquecer a atmosfera no inverno e o protege do sol no verão.

Em Longyearbyen, o degelo do permafrost está a enfraquecer o solo, forçando a reconstrução das fundações das casas.

Nos arredores da cidade, o agora mal chamado Isfjorden ("fiorde de gelo"), que costumava ser atravessado por motos de neve no inverno, não tem formação de gelo real na sua superfície desde 2004.

Nos escritórios do jornal Svalbardposten, o editor-chefe Børre Haugli resume a situação assegurando que hoje, as alterações climáticas, "não se discute, nós vemos".» in https://viagens.sapo.pt/viajar/noticias-viajar/artigos/artico-alteracoes-climaticas-ameacam-o-arquipelago-de-svalbard

#ambiente    #ecologia    #svalbard    #sukkertoppen #longyearbyen

14/06/22

Ambiente e Ecologia - Investigadores da Nova Zelândia identificaram plásticos minúsculos, que podem ser tóxicos para plantas e animais, em 19 amostras de neve na Antártida.


«Microplásticos encontrados na neve da Antártida pela primeira vez

Investigadores da Nova Zelândia identificaram plásticos minúsculos, que podem ser tóxicos para plantas e animais, em 19 amostras de neve na Antártida.

Foram encontrados pela primeira vez microplásticos na Antártida, em neve recente, o que pode acelerar o derretimento da neve e do gelo e constituir uma ameaça para a saúde dos ecossistemas únicos do continente.

Os pequenos plásticos — mais pequenos do que um grão de arroz — já tinham sido encontrados no gelo e na água da Antártida, mas esta é a primeira vez que são observados em neve “fresca”, segundo os investigadores.

A investigação, conduzida pelo estudante de doutoramento da Universidade de Canterbury, Alex Aves, e supervisionada por Laura Revell, foi publicada na revista científica The Cryosphere.

Os microplásticos contaminam agora todo o planeta, desde o cume do Monte Evereste até aos oceanos mais profundos.

Aves recolheu amostras de neve da Plataforma de Gelo de Ross no final de 2019, para determinar se os microplásticos tinham sido transferidos da atmosfera para a neve. Até agora, não há muitos estudos sobre este fenómeno na Antártida, de acordo com o The Guardian.

“Estávamos otimistas que não haveria quaisquer microplásticos num local tão primitivo e remoto”, sublinhou Revell.

A especialista instruiu Aves para também recolher amostras da Base Scott e da Estação McMurdo — onde já tinham sido detetados microplásticos — por isso “ela teria pelo menos alguns microplásticos para estudar“, acrescentou Revell.

Mas foi uma precaução desnecessária — foram encontradas partículas de plástico em cada uma das 19 amostras da Plataforma de Gelo de Ross.

“É incrivelmente triste, mas encontrar microplásticos na neve fresca da Antártida realça a extensão da poluição de plástico, mesmo nas regiões mais remotas do mundo”, indicou Aves.

A poluição plástica foi encontrada desde o cume do Monte Evereste até às profundezas dos oceanos. Sabe-se que as pessoas comem e respiram inadvertidamente microplásticos.

Outro estudo recente descobriu que as partículas causam danos às células humanas. Publicado no ano passado, o estudo descobriu que os microplásticos transportados pelo ar estão “em espiral à volta do globo”.

O estudante encontrou uma média de 29 partículas de microplásticos por litro de neve derretida, que é mais elevado do que o número observado na água do Mar de Ross e no gelo marinho antártico.

As amostras colhidas imediatamente ao lado das bases científicas na Ilha de Ross, na Base Scott e na Estação McMurdo registaram concentrações maiores.

Foram encontrados 13 tipos diferentes de plástico, sendo o mais comum o PET — o plástico normalmente utilizado para fazer garrafas de refrigerantes e vestuário.

A modelação atmosférica sugeriu que podem ter viajado milhares de quilómetros pelo ar, contudo é igualmente provável que a presença de humanos na Antártida tenha estabelecido uma “pegada” mioplástica, segundo Revell.

“Encontrámos uma fotografia de algumas bandeiras que são colocadas para serem utilizadas na busca de caminhos à volta da base. Essas cores correspondem aos microplásticos mais coloridos que encontramos no ambiente”, revelou.

A investigação anterior de Revell mostrou que os microplásticos na atmosfera podem aprisionar a radiação emitida pela Terra e contribuir para a mudança climática.

Os microplásticos escuros em superfícies geladas podem absorver a luz solar e provocar um aquecimento localizado, explicou Revell. Os plásticos também podem ser tóxicos para a vida animal e vegetal.

“Ainda estamos a aprender muito sobre os impactos, mas pelo que sabemos até agora, não é muito bom“, conclui a especialista.» in https://zap.aeiou.pt/microplasticos-encontrados-na-neve-da-antartida-pela-primeira-vez-483390

(Encuentran por primera vez microplásticos en la nieve de la Antártida)

Ambiente e Ecologia - Investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) lideram um projeto europeu que visa “contribuir” para o desenvolvimento de novos processos de tratamento de águas residuais e promover a conservação de ecossistemas aquáticos.


«Projeto europeu visa criar novos processos de tratamento de águas residuais

Investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) lideram um projeto europeu que visa “contribuir” para o desenvolvimento de novos processos de tratamento de águas residuais e promover a conservação de ecossistemas aquáticos, foi hoje anunciado.

Em comunicado, o instituto afirma que os atuais processos de tratamento de águas residuais “não são eficazes” na eliminação de fármacos ou microplásticos.

“A monitorização de poluentes emergentes em Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) diz-nos que a eficiência de remoção de produtos farmacêuticos é variável”, observa o ISEP, acrescentando que alguns dos medicamentos, mediante a sua classe terapêutica, são “mesmo devolvidos na sua totalidade através de descargas contínuas”.

Nesse sentido, os investigadores do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE) do ISEP vão, no âmbito do projeto europeu BioReset, procurar contribuir para o desenvolvimento de novos processos de tratamentos de águas residuais “simples, eficientes e sustentáveis”.

“Medidas que contribuam para a reutilização e recuperação de águas tornam-se urgentes”, acrescenta.

De acordo com o instituto, ao longo do projeto serão usadas diatomáceas [microalgas] para avaliar o sucesso dos tratamentos de conservação e restauro dos ecossistemas.

Do mesmo modo, será potenciado o desenvolvimento de sensores eletroquímicos para facilitar a monitorização de poluentes.

Citado no comunicado, o investigador do ISEP responsável pelo projeto, Hendrikus Nouws, esclarece que ao longo do BioReset o foco será o “desenvolvimento de uma estratégia de concentração-degradação-purificação” para alcançar a “melhoria da qualidade da água”.

“Essa estratégia será realizada através da recuperação e aproveitamento de resíduos florestais e agroalimentares, que serão transformados em matérias–primas valiosas e muito úteis para a síntese de biossorventes por processos hidrotérmicos”, explica o investigador, acrescentando que, posteriormente, serão desenvolvidos métodos para regenerar e reciclar os biossorventes.

A monitorização dos poluentes emergentes, levada a cabo pela empresa Águas do Centro Litoral, que é um dos parceiros do projeto, permitirá “conhecer o estado de contaminação dos influentes e efluentes”, bem como usar os tratamentos desenvolvidos para criar um retrato da presença de fármacos e microplásticos, conhecendo a sua correlação com os efeitos nas comunidades de diatomáceas, trabalho que ficará a cargo do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR).

Deste projeto, financiado pela ação COFUND BiodivRestore, os investigadores esperam que possa ser possível produzir dados, metodologias e informações para legisladores, gestores de ETAR e outras entidades.

Constituído por sete parceiros de quatro países diferentes, o projeto BioReset tem um valor global de 898 mil euros.» in https://lifestyle.sapo.pt/vida-e-carreira/ecologia/artigos/projeto-europeu-visa-criar-novos-processos-de-tratamento-de-aguas-residuais

#ciencia    #ambiente    #ecologia    #investigacao    #isep

10/06/22

Ambiente e Ecologia - Esta é uma das regiões com maior índice de desmatamento do planeta, na Argentina e está concentrado em quatro províncias da região do Chaco.


«Chaco. O segundo pulmão mais importante da América do Sul está a morrer

A extensão da fronteira agrícola e pecuária, a caça e as alterações climáticas são factores-chave de uma situação que requer medidas urgentes. “Trata-se de uma floresta seca, e a escassez de água a torna menos atrativa. Por isso, não chama tanto a atenção do público e acaba por passar despercebida”, explica Verónica Quiroga, doutorada em Ciências Biológicas, ao site Mongabay.

Esta é uma das regiões com maior índice de desmatamento do planeta. Cerca de 80% do desmatamento na  Argentina  está concentrado em quatro províncias da região do Chaco:  Santiago del Estero, Salta, Chaco e Formosa  , onde 113 mil hectares foram perdidos no ano passado – Impenetrable é o nome histórico dado às terras semiáridas que ocupam uma vasta área do norte argentino.

Trata-se de uma denominação que revela dois aspectos da região: o emaranhado de galhos e caules que formam os arbustos da vegetação rasteira e limita a possibilidade de se mover com alguma liberdade; e a escassez ou ausência de cursos de água, que impede a permanência na floresta por longos períodos de tempo.

Aqui, existem 3.400 espécies de plantas, 500 espécies de aves, 150 mamíferos, 120 répteis, 100 espécies de anfíbios e mais de quatro milhões de pessoas, das quais cerca de 8% são indígenas, e que dependem da floresta para alimentação, água, madeira e medicina. “Todos os anos há incêndios na estação seca. Mas as condições climáticas, combinadas com um grande desenvolvimento da vegetação, já provocaram um incêndio incontrolável em 2020. Um total de 37 mil hectares foram queimados”, disse José Luis Cartes, diretor-executivo da Guyra Paraguay, uma organização sem fins lucrativos que trabalha com a população local para defender e proteger a biodiversidade da região.» in https://greensavers.sapo.pt/chaco-o-segundo-pulmao-mais-importante-da-america-do-sul-esta-a-morrer/

(Desarrollo en el Impenetrable - Chaco Argentina)

26/05/22

Ambiente e Ecologia - Adeus alumínio, olá fibras: Tetra Pak entra em nova fase na produção de embalagem sustentável


«Adeus alumínio, olá fibras: Tetra Pak entra em nova fase na produção de embalagem sustentável

A camada de alumínio encontrada nas embalagens de cartão para alimentos convencionais, produzidas pela Tetra Pak, vai deixar de existir. A marca entra agora numa nova fase, onde procura substituir este material por uma solução à base de fibras da indústria. Em causa está o impacto que esta barreira tem no ambiente, já que contribuiu para um terço das emissões de gases com efeito de estufa ligadas aos materiais de base utilizados na produção destas embalagens.

Nos últimos 15 meses a marca realizou uma validação tecnológica comercial no Japão, onde utilizou uma solução baseada em polímeros para substituir a camada de alumínio. O estudo ajudou a compreender as implicações da cadeia de valor que surgem ao substituir esta por outra alternativa, assim como a quantificar o impacto desta modificação na redução da pegada de carbono. Os resultados demonstraram que a alternativa fornece uma proteção adequada contra o oxigénio nos sumos naturais, ao mesmo tempo que contribui para o aumento das taxas de reciclagem.

O objetivo da multinacional é conseguir desenvolver uma embalagem asséptica totalmente renovável, reciclável e neutra em carbono.

“Os primeiros resultados sugerem que a embalagem com uma camada à base de fibras oferecerá uma redução substancial de CO2 [dióxido de carbono], quando comparada com as embalagens assépticas tradicionais, bem como um prazo de validade e propriedades de proteção alimentar equivalentes”, afirma Gilles Tisserand, Vice President Climate & Biodiversity da Tetra Pak. “Este conceito tem um potencial claro para efetivar uma economia circular com baixas emissões de carbono.”» in https://greensavers.sapo.pt/adeus-aluminio-ola-fibras-tetra-pak-entra-em-nova-fase-na-producao-de-embalagem-sustentavel/

(Tetra Pak: Pioneering a sustainable future)

#ambiente    #ecologia    #tetrapak

17/05/22

Ambiente e Ecologia - A mais de um mês do início do Inverno, várias regiões do Brasil vão sentir temperaturas mais baixas do que é habitual.


«Vem aí uma “erupção polar” no Brasil

A mais de um mês do início do Inverno, várias regiões do Brasil vão sentir temperaturas mais baixas do que é habitual.

“Maio é um mês de Outono, ou seja, de transição climática. É normal que a partir da segunda semana do mês as temperaturas comecem a adquirir características de inverno”.

“No entanto, neste momento realmente teremos um declínio de temperatura mais acentuado, uma temperatura abaixo da média que se espera para o período”.

As análises e as explicações são de Humberto Barbosa, meteorologista que falou à BBC News Brasil sobre as temperaturas invulgarmente baixas que se aproximam, no Brasil.

A mais de um mês do início do Inverno, que chega no dia 21 de Junho (no dia em que começa o Verão no hemisfério norte), as temperaturas vão cair já a partir deste domingo, 15 de Maio.

O Instituto Nacional de Meteorologia prevê que cidades como Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá, Campo Grande, São Paulo e Florianópolis apresentem temperaturas abaixo dos 10 graus.

A região Sul será a primeira a sentir essa alteração (com risco de geada), no dia seguinte chega às regiões Sudeste e Centro-Oeste. O Norte deverá registar temperaturas mais “normais”.

Pelo Twitter os brasileiros já comentam entre si que vem aí uma “erupção polar”, uma expressão que não existe, em termos técnicos oficiais.

Um frio atípico que vai dominar ao longo da próxima semana e que terá origem no “La Niña”: arrefecimento das águas da região central do Oceano Pacífico durante, pelo menos, três meses consecutivos.

Além disso, vai verificar-se o deslocamento de uma massa de ar polar vinda da Antártida e a passagem de um ciclone extratropical pelo sul da América do Sul.

Estas temperaturas invulgares não estão relacionadas diretamente com as alterações climáticas – embora estas, como se sabe, facilitem o aparecimento de fenómenos meteorológicos extremos.

“Não posso dizer que essa onda de frio é inédita ou atribuí-la diretamente às mudanças climáticas, mas ela representa o tipo de anomalia que encontramos num cenário em que o planeta está mais quente”, comentou o climatologista Francisco Eliseu Aquino.» in https://zap.aeiou.pt/erupcao-polar-brasil-478838

#ambiente    #ecologia    #brasil    #erupçaopolar

11/05/22

Ambiente e Ecologia - Cientistas descobriram que os prados de ervas marinhas no fundo do oceano podem armazenar enormes quantidades de sacarose, com grandes implicações para o armazenamento de carbono e as alterações climáticas.


«Há “montanhas” de açúcar escondidas no oceano

Cientistas descobriram que os prados de ervas marinhas no fundo do oceano podem armazenar enormes quantidades de sacarose, com grandes implicações para o armazenamento de carbono e as alterações climáticas.

Um novo estudo liderado pelo Max Planck Institute for Marine Microbiology, na Alemanha, descobriu que há uma enorme fonte de sacarose no fundo do mar.

Segundo o Science Alert, o açúcar é libertado pelas ervas marinhas numa área diretamente afetada pelas raízes, conhecia como rizosfera. Isto significa que as concentrações de sacarose do fundo do mar são cerca de 80 vezes mais elevadas do que seriam normalmente.

Se os cientistas tiverem em consideração os sistemas de ervas marinhas em todo mundo, estimam que seja produzida até 1,3 milhões de toneladas de sacarose, o equivalente a 32 mil milhões de latas de Coca-Cola.

“As ervas marinhas produzem açúcar durante a fotossíntese“, explica a microbiologista marinha Nicole Dubilier. “Em condições de luz média, estas plantas utilizam a maior parte dos açúcares que produzem para o seu próprio metabolismo e crescimento.”

No entanto, em condições de luz elevada, as plantas produzem mais açúcar do que conseguem utilizar ou armazenar. São, assim, “obrigadas a libertar o excesso de sacarose na sua rizosfera“.

O mais surpreendente é que os cientistas descobriram que este excesso de açúcar não é consumido por microrganismos no ambiente circundante. Para o impedir, as ervas marinhas enviam para as suas raízes compostos fenólicos.

Estes compostos – presentes no vinho tinto, café, frutas e outros vegetais – são agentes antimicrobianos que impedem o metabolismo da maioria dos microrganismos ou, pelo menos, atrasam o seu crescimento.

Durante os testes, os investigadores adicionaram compostos fenólicos de ervas marinhas aos microrganismos presentes na rizosfera e observaram que foi consumida menos sacarose, de acordo com Maggie Sogin, principal autora do estudo publicado recentemente na Nature Eco­logy & Evol­u­tion.

Só um pequeno grupo de micróbios prosperou com a sacarose, apesar da presença dos compostos fenólicos. Os investigadores suspeitam de que estes “especialistas em micróbios” estejam a dar algo em troca às ervas marinhas, como nutrientes de que necessitam para crescer.» in https://zap.aeiou.pt/montanhas-acucar-escondidas-oceano-477806

#ambiente

#ecologia

#ciencia

28/04/22

Ambiente e Ecologia - Já desde os anos 60 do século XX que começaram a ser visíveis as tentativas de reflorestação local.


«Escócia a caminho de ser o primeiro país “renaturalista”

Reflorestar o território passou a ser a prioridade. 30% das terras públicas podem ser reflorestadas nos próximos oito anos.

Há muitos “desertos ecológicos” na Escócia. Mas esse cenário pode mudar em breve.

A expressão utilizada pela escritora Susan Wright é real. As paisagens verdes, com montanhas bonitas, existem realmente na Escócia. Mas há séculos que o território escocês tem sido desflorestado.

A revista Afar lembra que o abatimento de árvores em larga escala começou ainda no século XVIII. O verde passou a ser ocupado por casas, construções.

No século seguinte, a agricultura também foi motivo para derrubar mais árvores.

Já no século XX, verificou-se que só existia 1% do território total original da Floresta da Caledónia, a maior floresta do país integrado no Reino Unido.

Mas agora é altura de dar a volta à situação.

“Temos o espaço, a riqueza, a experiência e a responsabilidade global de voltarmos à natureza”.

A frase de Richard Bunting, porta-voz da organização sem fins lucrativos Trees for Life (árvores para a vida), resume a intenção de muitos escoceses.

Já desde os anos 60 do século XX que começaram a ser visíveis as tentativas de reflorestação local. Em cerca de 60 anos, mais de 15% da Escócia “natural” foi recuperada.

E a percentagem vai aumentar. Agora há dezenas de projetos, dezenas de instituições empenhadas nesse objetivo.

A Scottish Rewilding Alliance envolve 22 organizações – Trees for Life é uma delas – que querem chegar a um acordo com o Governo local: declarar a Escócia como primeiro “país renaturalista” em todo o mundo.

Em termos práticos, o objetivo é que, nos próximos oito anos, 30% das terras públicas seriam destinadas para reflorestação. Isso passa por recuperar espécies-chave de animais como castores, linces e ostras, ou criar uma zona costeira onde seriam proibidas a drenagem e a pesca de arrasto.

Há um fator psicológico no meio deste processo: tentar educar as pessoas sobre o valor da recuperação da natureza. Fazer com que os escoceses percebam que a natureza pode ajudar na qualidade de vida dos seres humanos – e pode criar empregos.

Para já, no início de 2023, vai ser inaugurado um centro de renaturalização, perto do famoso Loch Ness. Vai haver espaço para visitas, caminhadas, admirar paisagens, plantações, eventos, exposições e para a…educação.

“É uma narrativa de esperança”, resume Richard Bunting.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/escocia-primeiro-pais-renaturalista-475756

#ambiente

#ecologia

#escocia

#lochness

27/04/22

Ambiente e Ecologia - O Grupo INDAQUA, responsável pelo tratamento das águas residuais de cerca de 450 mil habitantes do Grande Porto, está a desenvolver um projeto-piloto que vai analisar o risco de poluição atmosférica das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).


«Risco de poluição atmosférica das ETAR vai ser alvo de estudo

O Grupo INDAQUA, responsável pelo tratamento das águas residuais de cerca de 450 mil habitantes do Grande Porto, está a desenvolver um projeto-piloto que vai analisar o risco de poluição atmosférica das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).

Através da monitorização em tempo real do funcionamento da ETAR e da qualidade do ar ao seu redor, esta tecnologia permite identificar fontes de maus odores e atuar de forma preventiva, antecipando riscos de poluição e gerindo as operações de forma a reduzir a disseminação potencial das emissões gasosas.

O modelo de base tecnológica está a ser desenvolvido e testado na ETAR de Matosinhos, podendo vir a ser disponibilizado a outras entidades gestoras brevemente.

“As soluções disponibilizadas, atualmente, no setor das águas residuais não contemplam uma resposta global aos riscos de poluição atmosférica de instalações tão complexas quanto as ETAR. Existem apenas mecanismos muito fragmentados ou especializados em diferentes vertentes desta problemática. Por isso, o modelo que estamos a criar trará uma resposta inovadora e transversal às necessidades do setor”, explica Pedro Perdigão, CEO do Grupo INDAQUA.» in https://greensavers.sapo.pt/risco-de-poluicao-atmosferica-das-etar-vai-ser-estudada-pela/

#ambiente

#ecologia

26/04/22

Ambiente e Ecologia - A Associação Ecologistas en Acción publicou em março o relatório “Rios Tóxicos 2022” no qual denuncia que todas as bacias hidrográficas do país – inclusive as que partilham a fronteira com Portugal – estão contaminadas.


«Relatório espanhol revela que rios ibéricos estão contaminados

A Associação Ecologistas en Acción publicou em março o relatório “Rios Tóxicos 2022” no qual denuncia que todas as bacias hidrográficas do país – inclusive as que partilham a fronteira com Portugal – estão contaminadas. As águas superficiais e subterrâneas contêm substâncias tóxicas como pesticidas, herbicidas e metais pesados, provenientes da agricultura mas também da indústria petroquímica.

Os autores consideram que existem falhas na legislação europeia e espanhola, dado que não existem padrões de qualidade para analisar a presença de substâncias utilizadas atualmente. Cerca de 80% dos contaminantes mais comuns ficam de fora desta análise.

Observemos o exemplo de rios que tanto circulam em Espanha como em Portugal: no Rio Minho deteta-se a presença maioritária do herbicida glifosato e ácido aminometilfosfónico resultante, o inseticida HCH e metais como Cádmio e o Níquel. No rio Douro, destaca-se a presença do herbicida glifosato, de chumbo e mercúrio. No rio Tejo esta situação repete-se, com a presença dominante de glifosato, mercúrio e chumbo, mas também de naftaleno. No rio Guadiana, nota-se uma vez mais a presença do glifosato, mas também de outras substâncias, como mercúrio, cádmio e chumbo, do pesticida dicofol, do hidrocarboneto aromático benzo (G,H,I) perileno e de ácido perfluorooctanóico.

Como sublinha a Ecologistas en Acción, “A contaminação química das águas superficiais e subterrâneas tem consequências graves, não só para os ecossistemas aquáticos, como para todo o ambiente, fauna, flora e saúde humana. Estas consequências vão além da toxicologia oficial baseada no risco individual de cada tóxico e devem considerar o efeito combinado produzido pela interação de várias substâncias químicas no meio ambiente.”» in https://greensavers.sapo.pt/relatorio-aponta-que-rios-ibericos-estao-contaminados-com-pesticidas-e-metais-pesados/

07/04/22

Ambiente e Ecologia - Em plena floresta amazónica peruana, espécies locais de abelhas conseguem produzir mel, apesar de não terem ferrão.


«Na Amazónia, há abelhas sem ferrão a produzir mel “milagroso”

Em plena floresta amazónica peruana, espécies locais de abelhas conseguem produzir mel, apesar de não terem ferrão. O produto final é cada vez mais procurado para alimentação e para a medicina.

Historicamente, este mel era colhido na natureza, uma prática que destrói as colmeias. Mas nos últimos anos, cientistas como Cesar Delgado, do Instituto de Investigaciones de la Amazonía Peruana (IIAP), têm ensinado as pessoas a criar e manter os insetos de forma sustentável.

“As abelhas sem ferrão estão a trazer vida de volta à Amazónia”, diz Rosa Vásquez Espinoza, bioquímica que formou parceria com Delgado. Elas fornecem mel medicinal, rendimento e benefícios de polinização para uma região que foi muito afetada pela covid-19 e que precisa de ajuda.

Segundo a National Geographic, vários estudos sugerem que o mel de abelhas sem ferrão tem propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e cicatrizantes.

As abelhas sem ferrão produzem mel que contém produtos químicos que evitam o crescimento microbiano e fúngico. Não é por acaso que alguns até já lhe chamam “líquido milagroso”.

Os locais usam vários tipos de mel de abelhas sem ferrão e a cera das suas colmeias para tratar infeções respiratórias, doenças de pele, problemas gastrointestinais e até mesmo para tratar diabetes e cancro.

Embora alguns estudos já tenham corroborado alguns dos usos do mel, é necessária mais investigação para descobrir o seu verdadeiro potencial.

No Brasil, a meliponicultura, a criação racional de abelhas sem ferrão, é bastante comum, cada vez mais sofisticada e popular, mas no Peru a prática começa a desenvolver e a expandir-se.

A criação das abelhas permite que os tratadores dividam os ninhos e estabeleçam uma fonte estável de rendimento. As abelhas sem ferrão também são importantes para a saúde do ecossistema e benéficas para a agricultura.

Abelhas sem ferrão podem ajudar a aumentar o rendimento de uma cultura nativa, camu camu, em quase 50%, por exemplo.

“As abelhas nativas são melhores para criar – elas são mais dóceis, pois não picam”, diz o apicultor peruano Heriberto Vela Córdova.

“O mel é de maior qualidade devido às suas propriedades curativas… e as abelhas nativas constroem os seus potes com cera que produzem e com a resina que extraem das árvores, algumas das quais são conhecidas por serem medicinais, como a resina de árvore de sangue de dragão”.» in https://zap.aeiou.pt/abelhas-sem-ferrao-mel-milagroso-471387

(Na Amazónia, há abelhas sem ferrão a produzir mel “milagroso”)

05/04/22

Ambiente e Ecologia - O aquecimento das águas faz com que as ondas de som se propaguem mais rapidamente e sejam mais duradouras, o que vai ter implicações na comunicação dos animais marinhos.


«As alterações climáticas estão a tornar os oceanos mais “barulhentos”

O aquecimento das águas faz com que as ondas de som se propaguem mais rapidamente e sejam mais duradouras, o que vai ter implicações na comunicação dos animais marinhos.

Quando a água aquece, as ondas sonoras propagam-se mais rapidamente e duram mais. Um novo estudo publicado na Earth’s Future concluiu que as alterações climáticas estão a aumentar a temperatura dos oceanos e, por isso, a torná-los mais “barulhentos”, nota a Science Daily.

“Calculamos os efeitos da temperatura, profundidade e salinidade com base nos dados públicos para modelarmos a paisagem sonora do futuro“, revela Alice Affati, investigadora de bioacústica e principal autora do estudo, que é o primeiro que se debruça sobre o impacto das alterações climáticas no som dos oceanos.

A pesquisa prevê que dois pontos sofram mais mudanças nas profundidades de 50 metros e 500 metros, um do mar da Gronelândia e outro no noroeste do Oceano Atlântico. A velocidade média do som deve aumentar mais de 1,5%, ou perto de 25 metros por segundo, desde a superfície até aos 500 metros de profundidade até ao fim do século, caso as emissões de gases com efeito de estufa se mantenham.

A paisagem sonora dos oceanos inclui vibrações produzidas por organismos vivos, fenómenos naturais como o rebentar das ondas ou os estalos do gelo, e também sons causados pela atividade humana, como o comércio nos navios ou a extração de recursos naturais.

Muitos animais marinhos, como as baleias ou os golfinhos, usam o som para comunicarem uns com os outros, pelo que as mudanças na velocidade do som trazidas pelo aquecimento das águas afetam as capacidades destes animais de alimentarem, encontrarem parceiros, migrarem ou fugirem a predadores.

Além dos dois pontos mais frágeis, o estudo também concluiu que haverá um aumento de 1% na velocidade do som aos 50 metros de profundidade no Mar de Barents e no noroeste e sul do Pacífico e aos 500 metros no Oceano Ártico, no Golfo do México e no sul do Mar das Caraíbas.

Os investigadores também criaram modelos para as vocalizações comuns da Baleia-franca-do-atlântico-norte, uma espécie em perigo de extinção, dentro das projeções futuras, e concluíram que a chamada típica destes animais, que ocorre nos 50 Hertz, se vai propagar mais num oceano mais quente.

No futuro, a equipa quer criar um mapa que avalie a interseção de vários fatores que influenciem a paisagem sonora do mar e que aponte para as áreas mais afetadas.» in https://zap.aeiou.pt/alteracoes-climaticas-oceanos-barulhentos-470295

#ambiente

04/04/22

Ambiente e Ecologia - Assim como as cheias que surgem em poucas horas, após uma grande quantidade de precipitação, também as secas repentinas deterioram os solos em poucos dias ou semanas.


«Assim como as cheias, podem começar a haver secas repentinas

Assim como as cheias que surgem em poucas horas, após uma grande quantidade de precipitação, também as secas repentinas deterioram os solos em poucos dias ou semanas. Estes eventos podem começar a ser mais frequentes, revela um estudo realizado por uma equipa internacional da Universidade do Texas em Austin, da Universidade de Tecnologia do Texas e da Universidade Politécnica de Hong Kong.

Os cientistas descobriram que com o aquecimento das temperaturas, as secas estão a ocorrer mais rapidamente. De acordo com os dados que obtiveram dos últimos 21 anos, mais de um terço das secas repentinas ocorreram em cinco dias, e mais de 70% decorreu em meio mês – ou até menos. As condições que secam o solo em apenas 5 dias aumentaram entre 3 a 19%, e nas regiões onde estas secas repentinas são mais frequentes, como o sul da Ásia e o Centro da América do Norte, aumentaram entre 22 e 59%.

Apesar de terem curta duração, estes acontecimentos provocam grandes perdas económicas. É exemplo disso uma situação de seca em 2012, nos Estados Unidos, que decorreu num período importante para as culturas milho, e que levou a perdas de cerca de 32 mil milhões de euros.

“Estamos a assistir, todos os anos, a episódios de aquecimento recorde, e isso é um bom precursor para estas secas repentinas. A esperança e o propósito [desta investigação] é minimizar os efeitos prejudiciais.”, afirma o autor Zong-Liang Yang, da Universidade do Texas em Austin.» in https://greensavers.sapo.pt/assim-como-as-cheias-podem-comecar-a-haver-secas-repentinas/


(ALGO INEXPLICÁVEL ESTÁ ACONTECENDO EM TODO O MUNDO!)

02/04/22

Ambiente e Ecologia - Combinar a plantação de árvores e plantas nativas promove um ecossistema diversificado e aumenta a biodiversidade.


«Restaurar as florestas nativas é o melhor para o Planeta

O reflorestamento é uma ferramenta comummente utilizada para ajudar a mitigar os impactos das alterações climáticas. Uma investigação a nível global, que reuniu especialistas de sete países diferentes, avaliou perto de 26 mil registos de estudos em 53 países, para comparar a restauração de florestas através da plantação de espécies nativas ou de monocultura.

Foram avaliados os principais serviços ecológicos, como o abastecimento de água, o controlo da erosão do solo, a biodiversidade e o armazenamento de dióxido de carbono. As duas abordagens trazem vantagens diferentes, mas a plantação de espécies nativas é a que mais beneficia em todos os aspetos mencionados. Combinar a plantação de árvores e plantas nativas promove um ecossistema diversificado e aumenta a biodiversidade. A plantação de monoculturas de árvores traz benefícios predominantemente na produção de madeira.

“Os formuladores de políticas têm uma suposição implícita de que todas as florestas fornecem os vários serviços ecossistémicos… mas essa ideia não é apoiada pela ciência”, afirma o autor Hua Fangyuan, da Universidade de Peking, na China.

O estudo foi publicado na revista científica Science.» in https://greensavers.sapo.pt/a-importancia-de-restaurar-as-florestas-nativas/

#ambiente

#ecologia

#floresta

29/03/22

Ambiente e Ecologia - O plástico é uma das maiores pragas dos nossos tempos e uma das maiores ameaças à estabilidade do nosso planeta, especialmente dos oceanos.


«Cientistas descobrem enzima que decompõe o plástico e permite a sua reutilização

O plástico é uma das maiores pragas dos nossos tempos e uma das maiores ameaças à estabilidade do nosso planeta, especialmente dos oceanos.

Em busca da criação de uma economia circular para evitar o desperdício de plástico e reaproveitar este material, uma equipa de cientistas descobriu uma nova enzima que ajuda a degradar um dos principais componentes do plástico, podendo as moléculas simples que restam ser utilizadas na produção de novos produtos.

Em 2016, os cientistas no Japão descobriram uma bactéria que come plásticos PET ao usar uma enzima que os consegue degradar em poucas semanas, nota o New Atlas.

Os investigadores da Universidade de Portsmouth conseguiram depois criar uma versão mais avançada da enzima — PETase —, à qual juntaram em 2020 outra, chamada MHETase, para formarem uma superenzima que digere os plásticos seis vezes mais rápido. Apesar disto, restam ainda dois componentes químicos do PET, o etilenoglicol e o TPA, sendo que este último é mais prejudicial para o ambiente.

No novo estudo, publicado na The Proceedings of the National Academy of Sciences, os cientistas conseguiram provar que a superenzima criada pelos investigadores de Portsmouth — TPADO — decompõe o TPA com uma grande eficiência.

As descobertas anteriores da equipa surgiram depois de estudarem estas enzimas no ‘Diamante’, no Reino Unido — as instalações nacionais do estudo das fontes de luz síncrotron — onde as atingiram com feixes de raios X.

Isto resulta num modelo de alta resolução da enzima que revela os átomos individuais que a compõem, o que mostrou como a TPADO consome o TPA. Esta descoberta pode levar a que os cientistas criem versões ainda mais eficientes da enzima.

“Este trabalho vai um passo à frente e vê a primeira enzima numa cascada que pode desconstruir estes blocos de construção em moléculas mais simples, que podem ser usadas pelas bactérias para gerar químicos e materiais sustentáveis que podem ser utilizados para a criação de produtos valiosos a partir do desperdício de plástico“, remata John McGeehan, autor do estudo.» in https://zap.aeiou.pt/enzima-decompoe-plastico-468870

(Carbios reinvents plastic life cycle!)

28/03/22

Ambiente e Ecologia - Uma calota de gelo, com uma superfície equivalente à da cidade de Los Angeles, soltou-se totalmente na semana passada na região leste da Antártida, durante a onda de "calor" sem precedentes que afetou a região, informaram cientistas na última sexta-feira.


«Plataforma de gelo do tamanho de Los Angeles solta-se da Antártida

Uma calota de gelo, com uma superfície equivalente à da cidade de Los Angeles, soltou-se totalmente na semana passada na região leste da Antártida, durante a onda de "calor" sem precedentes que afetou a região, informaram cientistas na última sexta-feira.

"Colapso total da plataforma de gelo Conger na Antártida do leste a 15 de março [cerca de 1.200 km²]", publicou a cientista da NASA Catherine Colello Walker, no Twitter, partilhando imagens de satélite do ocorrido.

A superfície equivale, aproximadamente, ao tamanho das cidades de Los Angeles, Estados Unidos, ou de Roma, Itália, mas ainda está longe dos maiores icebergues.

A plataforma, situada na região conhecida como Terra de Wilkes, já tinha começado a desintegrar-se há muito anos, mas, na semana passada, registou o seu "colapso final", explicou Jonathan Wille, do Instituto de Geociência Ambiental de Grenoble, à AFP, sugerindo uma "relação" com a onda de calor "sem precedentes" que assolou o respetivo continente na semana passada.

De acordo com o Centro Nacional do Gelo dos Estados Unidos (USNIC, na sigla em inglês), a agência americana que monitoriza a calota de gelo flutuante, a desintegração da plataforma deu lugar a um icebergue de quase 30 quilómetros de comprimento e 18 quilómetros de largura, chamado de C38, que depois se partiu em dois.

A formação de icebergues, conhecida como "nascimento", é um processo natural, mas o aquecimento da atmosfera e dos oceanos contribuem para acelerá-lo, segundo os cientistas.

E "o colapso da calota de Conger é mais significativo, porque coincide com um fenómeno de calor extremo", referiu Peter Davis, oceanógrafo do centro de pesquisa British Antarctic Survey, em declarações à AFP.

Um "nascimento" não significa necessariamente a desintegração total de uma calota de gelo - nome dado à extensão dos glaciares sobre o mar.

Esta não é a primeira vez que uma plataforma de gelo da Antártida se desintegra por completo. Em 2002, a plataforma Larsen B, muito maior, colapsou, mas estava na Península Antártica, do outro lado do continente.

A plataforma de Conger "pode ser menor, mas está na Antártida Oriental, uma região que acreditávamos ser menos vulnerável", sugeriu Andrew Mackintosh, da Universidade de Monash, na Austrália, através de uma publicação no Twitter. "Isto é um alerta", salientou.

A parte leste do continente gelado, cujo manto contém gelo suficiente para elevar o nível do mar em dezenas de metros, passou na semana passada por uma onda de calor que surpreendeu os cientistas, com temperaturas até 40°C acima dos padrões sazonais.

Não é possível, no momento em que acontece se dá um determinado fenómeno, atribuí-lo às mudanças climáticas, mas a intensificação das ondas de calor está alinhada com as previsões dos cientistas.

A Antártida, assim como o Ártico, está a aquecer mais rapidamente do que a média global, com um aumento de aproximadamente +1,1°C desde o período pré-industrial.

"Se esta onda de calor é um prenúncio das futuras condições na região, então este 'nascimento' é muito significativo e os cientistas farão o possível para entender como estes dois fatos estão relacionados", insistiu Peter Davis.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/plataforma-de-gelo-do-tamanho-de-los-angeles-solta-se-da-antartida

(Iceberg gigante se desprende de plataforma na Antártida)

25/03/22

Ambiente e Ecologia - Alguns dos principais contaminantes das águas costeiras de superfície e fluviais da Galiza e do Norte de Portugal são, medicamentos, pesticidas, plastificantes, compostos perfluorados e compostos derivados de produtos de limpeza.


«Medicamentos, pesticidas e plastificantes presentes nas águas da Galiza e do Norte de Portugal

Alguns dos principais contaminantes das águas costeiras de superfície e fluviais da Galiza e do Norte de Portugal são, medicamentos, pesticidas, plastificantes, compostos perfluorados e compostos derivados de produtos de limpeza. Os resultados foram apresentados numa conferência em Vigo, na sede do Centro Tecnológico do Mar-Fundación Cetmar, e resultam do trabalho de investigação do NOR-WATER, projeto europeu financiado através do Programa de Cooperação Transfronteiriça Galiza-Norte de Portugal.

Nos últimos três anos, a equipa procurou desenvolver novos métodos analíticos e ferramentas de previsão e modelagem para poluentes emergentes com maior risco potencial para os ecossistemas, bem como para melhorar a eficácia dos sistemas de tratamento para sua eliminação. As áreas em estudo foram o Sul da Galiza e o Norte de Portugal, mais precisamente a Ria de Vigo, os rios Minho e Lima  – nas suas vertentes galega e portuguesa – e os rios Ave e Cávado. Foram ainda recolhidos dados de seis estações de tratamento de águas residuais. No total, foram identificados mais de 350 poluentes, dos quais 52 foram selecionados para monitorização tendo em consideração vários critérios, como a persistência no ambiente, a mobilidade e a frequência de ocorrência.

Além dos vários estudos para a transformação dos poluentes detetados e para a melhoria dos sistemas de tratamento de águas residuais, foram desenvolvidos três protótipos de fotorreatores para a degradação de poluentes emergentes através de processos avançados de oxidação, ozonização e filtração, por membranas para tratamento de águas residuais urbanas terciárias. As tecnologias desenvolvidas permitirão a remoção de mais de 80% de 15 dos 19 poluentes selecionados, obtendo-se uma água tratada sem efeitos toxicológicos, que poderá ser reutilizada para fins de irrigação. Estão também a ser testados dois fotorreatores (FluHelik) à escala pré-industrial na ETAR do Ave com o apoio da EFACEC.

Os resultados do projeto vão permitir implementar medidas de gestão ambiental para mitigar a presença dos compostos identificados de maior risco, bem como contribuir para melhorar as eficiências das ETARs da Galiza e Norte de Portugal. O consórcio NOR-WATER tem realizado também ações de educação e sensibilização ambiental, com formações em escolas do sul da Galiza, Vila Nova de Cerveira e Viana do Castelo.

O projeto NOR-WATER foi viabilizado pelo trabalho de um consórcio coordenado pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto, com a participação do Centro Tecnológico del Mar (CETMAR), da Universidade de Santiago de Compostela e  Instituto Tecnolóxico para o Control do Medio Mariño de Galicia (INTECMAR), a Agência Portuguesa do Ambiente, IP – Administração da Região Hidrográfica do Norte (APA-ARH do Norte), Câmaras Municipais de Viana do Castelo (Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental) e Vila Nova de Cerveira (Aquamuseu do Río Minho) e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Contou-se ainda com a participação do painel consultivo, composto pela Águas do Norte, EFACEC, Augas de Galicia, Confederação Hidrográfica do Minho – Sil e Direção-Geral de Saúde Pública da Xunta de Galicia.

A Rede NOR-WATER foi criada como um fórum de colaboração multidisciplinar público-privada, com capacidade operacional e proativa para facilitar a cooperação e promover iniciativas na área dos poluentes emergentes. Esta reúne 41 entidades, 13 portuguesas e 28 espanholas, que se dividem em organismos de investigação especializados em poluição e qualidade da água, empresas de purificação e desenvolvimento de tecnologias de controlo e monitorização, administrações responsáveis pela gestão da água e associações e organizações não governamentais.» in https://greensavers.sapo.pt/farmacos-pesticidas-e-plastificantes/

#ambiente

#ecologia

24/03/22

Ambiente e Ecologia - É na Agência Portuguesa do Ambiente que funciona a Rede de Vigilância em Contínuo da Radioatividade no Ambiente (RADNET), criada em 1989 até para cenários de eventual acidente nuclear em Espanha.


«'Radiação está sempre à nossa volta, até nas bananas', explica físico

Radiação de fundo em Portugal é controlada desde 1989 pela APA.

É na Agência Portuguesa do Ambiente que funciona a Rede de Vigilância em Contínuo da Radioatividade no Ambiente (RADNET), criada em 1989 até para cenários de eventual acidente nuclear em Espanha. Diferentes estações no país medem em contínuo a radiação gama (produzida geralmente por elementos radioativos) no ambiente e na água, acionando alarmes quando os níveis são superiores a limiares predefinidos, o que nos últimos anos não tem acontecido.

Questionada pelo i, a APA explicou no final da semana passada que não se registaram “alterações relevantes” no episódio de poeiras provenientes do Norte de África, apontando para valores coerentes com os valores expectáveis considerando o fundo radiológico natural.

Os dados da RADNET, que são publicados em tempo real, mostram uma ligeira subida na chamada radiação gama na semana passada, com uma elevação no dia 20, que a APA não confirmou se terá a ver com o Césio-137 agora associado às poeiras vindas da Argélia pela ACRO.

Ao i, Jorge M. Sampaio, investigador do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, admite que havendo um “sinal” no mesmo dia em todas as estações, essa pode ser uma hipótese, explicando no entanto que os valores em causa não são relevantes para os limiares definidos em matéria de saúde pública. O site da RADNET mostra um pico na casa das poucas dezenas nas estações habitualmente com menores medições e máximo de 154 nanoservierts por hora nas Penhas Douradas, quando o limite é uma exposição de 1 mSv por ano.

Jorge M. Sampaio explica que quando se avalia o risco é preciso ter presente que há sempre radiação à nossa volta, de que nem sempre estamos conscientes. “Pode não ter a ver com acidentes, ensaios nucleares ou com as centrais. Existe radiação natural e mesmo no interior do nosso corpo podemos ter elementos radioativos. Quando ingerimos bananas temos potássio e há um dos potássios que é radioativo e não é radioativo porque tenha havido uma contaminação, é assim desde a formação da Terra”, exemplifica. “O que temos de comparar é se o valor que temos a mais de radioatividade artificial, seja para bem ou para mal, porque pode ser para bem quando vamos fazer um exame médico, está muito acima do valor base esperado. Em Portugal sabemos, por exemplo, que existem zonas com maior concentração do gás radioativo radão, que resulta do decaimento de urânio, e que no interior do país tem de ser mais controlado. Se estiver na atmosfera espalha-se como o Césio não tem grande problema mas em casas antigas, com pouca ventilação, pode concentrar-se mais e aí é menos saudável”, diz. 

E a perceção do risco passa pela informação: “Há locais com mais radiação do que outros, seja pela geologia ou a altitude porque recebemos também radiação do Espaço. Há praias no Brasil, por exemplo, que são muito radioativas em que as pessoas estão expostas a níveis de radiação superiores aos que houve em Fukushima. A questão é sempre como se avalia a perceção do risco e às vezes essa perceção não é muito clara porque há situações naturais mais arriscadas do que as artificiais”.

Jorge M. Sampaio sublinha que a conclusão da ACRO é mais interessante por mostrar como estes elementos chegam até nós e, nesse sentido, assim deverá continuar a acontecer nos próximos anos: os isótopos radioativos de Césio-137 têm uma meia-vida (tempo necessário para que metade de seus átomos radioativos se desintegre) de 30 anos, ou seja em média demora 30 anos a transformar-se, dando lugar ao bário, que já não é radioativo, quando os isótopos radioativos de urânio têm meias-vidas de milhões de anos.» in https://sol.sapo.pt/artigo/765831/radiacao-esta-sempre-a-nossa-volta-ate-nas-bananas-explica-fisico

11/03/22

Ambiente e Ecologia - Um especialista das Nações Unidas advertiu que estão a ser criadas “zonas de sacrifício” de poluição no mundo, onde dezenas de milhões de pessoas estão a sofrer com diversos problemas de saúde.


«Poluição: Milhões estão a sofrer em “zonas de sacrifício”, alerta a ONU

Um especialista das Nações Unidas advertiu que estão a ser criadas “zonas de sacrifício” de poluição no mundo, onde dezenas de milhões de pessoas estão a sofrer com diversos problemas de saúde.

“Há zonas de sacrifício em todo o mundo, em todas as regiões: no norte, no sul, no este, no oeste, em países ricos, em países pobres”, disse David Boyd ao The Guardian. O especialista em direitos humanos e do ambiente da ONU refere que as comunidades mais pobres são as mais afetadas pela contaminação ambiental.

Boyd avisa que milhões de pessoas estão expostas a problemas de saúde, incluindo cancro, doenças respiratórias, doenças cardíacas, mas também “problemas de saúde mental incríveis associados à vida nestes locais, porque as pessoas sentem-se exploradas, sentem-se estigmatizadas”.

Tudo isto viola os seus direitos humanos. “Os seus direitos à vida, à saúde, e o direito a um ambiente limpo, saudável e sustentável. Não é possível conciliar o direito fundamental a um ambiente saudável com estas condições ambientais absolutamente horríveis”, fez notar o especialista da ONU.

Num relatório, que vai ser apresentado na próxima terça-feira ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU, Boyd indica que a poluição contribuiu para o dobro das mortes prematuras causadas pela Covid-19 nos primeiros 18 meses da pandemia.

O especialista revela que o relatório mostra que o número de mortes registadas nesse período de tempo foi de nove milhões. O cenário é pessimista, pois “a toxicidade do planeta Terra está a intensificar-se”.

O relatório aponta o dedo às empresas e indústrias, consideradas as principais culpadas pelo agravamento da poluição. Muitas ignoram os custos sociais e ambientais das suas políticas em prol das receitas financeiras. David Boyd apela por isso aos governos que imponham uma forte regulação às empresas que mais contribuem para a poluição.» in https://multinews.sapo.pt/noticias/poluicao-milhoes-estao-a-sofrer-em-zonas-de-sacrificio-alerta-a-onu/

(5 ilhas de Plástico | Lixos no Oceano)
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