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03/07/15

Amarante Poesia - O Poeta de Gatão Amarante, Teixeira de Pascoaes, em 1921 publicou «Cantos Indecisos», com pensamentos de grande magia e elevação.



«O Poeta de Gatão Amarante, Teixeira de Pascoaes, em 1921 publicou «Cantos Indecisos», com pensamentos de grande magia e elevação.

«O sol não vê a luz,
E não sabe que tem perfume a violeta.
E assim como o Senhor não conheceu a cruz,
Ignorante de versos é o Poeta.»

Teixeira de Pascoaes» in livro "Na Sombra de Pascoaes", uma fotobiografia de Maria José Teixeira de Vasconcelos.

01/07/15

Amarante Literatura - Teixeira de Pascoaes sempre com a sua ligação à terra, onde ele lia a grandeza das coisas simples e escrevia com grandeza sobre um cavador...




«Pascoaes propunha, às vezes, um pequeno desvio no trajecto para não passar pelos trabalhadores que cavavam a terra, na vinha, não fossem eles pensar que o patrão os ia vigiar. O Poeta tinha por eles o maior respeito. Por isso escreveu:

"O Poeta e o cavador.
A pena é irmã da enxada.
A página de um livro é terra semeada."

Teixeira de Pascoaes» in livro "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos, sobrinha do Grande Poeta de Gatão, Amarante.


29/06/15

Amarante Poesia - António Sérgio, por altura da homenagem da Academia de Coimbra, em Maio de 1951, dedica soneto ao homenageado, o Grande Poeta de Amarante, Teixeira de Pascoaes.



António Sérgio, por altura da homenagem da Academia de Coimbra, em Maio de 1951, dedica soneto ao homenageado, o Grande Poeta de Amarante, Teixeira de Pascoaes, embora defendessem versões antagónicas sobre a questão Saudosista:

«As pessoas são nada, e as cousas tudo:
Ah, se o pensaste assim, e se o disseste,
É que infundindo-lhe a alma, às cousas deste
Um coração represo, arfante e mudo!

O penumbroso monte, o tronco rudo,
Vivem na névoa humana em que os puseste;
Tornaste irmão ansioso o vento agreste
E carinhosa a relva em seu veludo.

Bendito o canto teu, porque desperta
Essa visão de uma alma já liberta
Das cadeias da luta e da miséria.

E ao paraíso ao cabo regressada,
- Porque viu, ao fulgor da «"Vida Etérea"»
Que as pessoas dão tudo e as cousas nada!»

António Sérgio

24/06/15

Amarante Poesia - Em 1906 Teixeira de Pascoaes publica «As Sombras» um livro de Poesia da qual faz parte este extraordinário Poema: "Meu coração é tudo".



"Meu coração é tudo

«Em certas horas, desejo
Estar contigo, falar-te,
Mas não sei onde é que vives,
Coração!

Não fazes caso de mim.
Eu, para ti, não sou nada.
E amas tudo quanto existe
E não existe.

Sou caverna onde te metes,
Durante a noite somente.
Mal vem o dia, lá partes,
Coração!

Por isso, se quero ver-te,
Olho as aves, os penedos,
As florestas, as montanhas
E o sol-pôr...

Quantas vezes, nos meus olhos,
és lágrima, a tremular;
E sorriso nos meus lábios,
Coração!

E as estrelas, que arrefecem
Vão banhar-se em tuas chamas;
E cintilam como em novas,
As estrelas...

Apenas eu não consigo
Acompanhar-te, um momento,
Branca rosa, lírio roxo
Coração!

Sou a pegada que deixas
Neste lodo, quando passas,
A caminho do Infinito,
neste lodo...

Eu, para ti, não sou mais
Que um antro negro e profundo,
Onde só vens quando é noite,
Coração!»

Teixeira de Pascoaes

23/06/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpelas-nos com o Poema: "Retrato de Mulher"


Foto: a modelo Dora Iva

"RETRATO DE MULHER

Visto o teu lindo olhar
De castanho,
E tecido
Ao teu tamanho,
Um negro vestido
De amar.
São de linho
Os teus cabelos,
Que se estendem ao deitar,
Ou novelos 
Em remoinho,
Como enormes ondas do mar.
A tua boca é desejo,
Em teus sorrisos largos,
Que deixas juntar em beijo,
Nos lábios doces-amargos.
E os teus seios,
São frutos altos impuros,
Já colhidos em anseios,
Por homens verdes-maduros.
Quando passas pela rua,
Ou sentada as cruzas,
Todos te vestem nua,
As tuas pernas de musas.
Inspiram meus sentidos dedos
Quando te toco na pele,
Deixando-a em arrepio.
E enquanto aos ouvidos
Segredos,
Há jardins em gemidos,
Por abelhas com cio
De mel."

Eugénio Mourão


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22/06/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão interpela-nos com o Poema: "Mulheres amadas"


imagem partilhada de A Lua e Eu


"MULHERES AMADAS

Carência em ânsia crescente,
Rumos de direção em alento,
O que a um o outro sente
No peito, num momento.
Ao cruzar um gesto se faz
Tão distante, no embaraço
De dar, por não ser capaz
A vontade de um abraço.
São instantes em desvio,
Corações que batem à toa,
Ao preencher o vazio
Da vida, que tão magoa.
Por tão longe a idade
Da memória, num rosto,
Faz acordar a saudade.
Quanta por tão gosto!
Como pedras calçadas
De paixão, que foram ruas
De mulheres tão amadas,
Hoje, de palavras nuas."

Eugénio Mourão

20/06/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Gota de sede..."


Foto: a modelo Uliana Gridina


"GOTA DE SEDE...

Reinventa as tuas mãos em campos
De amor verde
Com um punhado infinito de desejos
Sem mentira.
Regressa a ti,
E parte à procura daquela gota
Viciada numa boca
Que um dia quis ser sede louca
De uma torrente sem razão.
Não procures os lábios desidratados
Que ecoam gritos desertos
Por vales fartos de uma terra
Semeada sem palavras de paixão.
Regressa a ti...
Regressa a mim..."

Eugénio Mourão


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19/06/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Serra de Amar"


Imagem partilhada de A Lua e Eu

"SERRA DE AMAR

Deitas-te perto do céu
De onde descem diabos
Ao teu corpo aberto
Possuído por odores 
A rosmaninho
E nos teus bege lábios
Um sabor a alecrim.
Cubro-te com um véu
De montanhas de promessas.
Tu dizes não que sim
Com mãos de seda
Aos botões com pressa
De jardins de amar,
E eu esvazio a minha alma em ti."

Eugénio Mourão

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Amarante Poesia - O Grande Poeta de Amarante e do Mundo, Teixeira de Pascoaes, também lançou quadras para Fados, mormente quando estudou em Coimbra, em famosas tabernas de fadistas.




O Grande Poeta de Amarante e do Mundo, Teixeira de Pascoaes, também lançou quadras para Fados, mormente quando estudou em Coimbra, em famosas tabernas de fadistas.


"Saudade, palavra escura
Mas por dentro iluminada.
É como na noite sombria
Um beijo da madrugada."

«Na Sombra de Pascoaes» fotobiografia de Maria José Teixeira de Vasconcelos.

18/06/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Se pudesse definir-te..."


Foto: a modelo Uliana Gridina


"SE PUDESSE DEFINIR-TE...

Se pudesse definir-te,
O teu corpo seria o mar,
E os teus olhos canoas,
Que os meus abalroas,
Com o teu lindo olhar.
E o teu coração o sol,
Despido a céu aberto,
Que faz do meu mole,
Como areia do deserto."

Eugénio Mourão

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13/06/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Praia de um Adeus"


Foto: a modelo Stephanie Liporacci F. Santos

"PRAIA DE UM ADEUS

Já começa o fim…
Passámos tantos caminhos,
Que subiam e desciam para nada,
Como praias de areia sem rimar.
Agarro esse instante, de tempo de sol,
E de um mar de palavras, por tão pouco.
Aqui estou, tão longe de mim,
Que esqueço o horizonte.
Já é tarde e a maré alta que magoa, 
Escrevo-a, pela última vez,
E entrego-me ao acaso.
Rebentam ondas por um sonho feliz,
Sonharei com ele à deriva,
Junto ao por do sol,
E amanhã, ao acordar,
Nas dunas de uma ilusão,
Valeu a pena."

Eugénio Mourão

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11/06/15

Amarante Poesia - O panteísmo de Teixeira de Pascoaes está embrenhado em toda a sua obra, sobressaltou-o sempre o milagre da natureza, que endeusava frequentemente.



O Poeta de Gatão, Amarante, em «Terra Proibida»:

«Nasci ao por do sol dum dia de Novembro,
O meu berço o crepúsculo embalou...
E até parece, às vezes, que me lembro,
Porque essa tarde, triste, em mim ficou.»


(TEIXEIRA DE PASCOAES EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL ALBANO SARDOEIRA AMARANTE)

30/05/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Volta..."


Foto: a modelo Flavia Diamond


"VOLTA...

Já viste como ficou a minha boca,
Nos lábios dormentes,
De acordarem sem beijos!
E as minhas mãos,
Nos dedos trementes,
De tantos escritos segredos!
Já viste como ficaram os meus olhos,
Nas lágrimas de sorrisos,
De cegarem de desejos!
E o meu coração,
No peito em frisos,
De tanto baterem por medos!
E tu levaste contigo
Todos os meus sentidos,
Ficaram comigo
Os teus, mas contidos.
Volta..."

Eugénio Mourão


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27/05/15

Arte Poesia - O Meu Amigo e Colega, Professor Eugénio Mourão interpela-nos com o Poema: "Margens da Vida".


Imagem partilhada de A Lua e Eu


"MARGENS DA VIDA

Fui vê-la,
Na margem de um rio,
E levava comigo palavras de sol,
Para cobrir
O arrepio
Do seu destino.
Estava despida,
Resignada,
E lamentava à corrente,
As suas folhas caídas,
Já quietas e molhadas.
Mas de repente,
Daquele inverno sentido,
E de um sol proibido,
Fez-se a árvore da vida,
Porque um dia será primavera,
E as suas folhas serão mais verdes do que a esperança,
E agitadas,
Ao vento meigo e quente,
De um abril qualquer."

Eugénio Mourão.


26/05/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Chão de Amar"



"CHÃO DE AMAR

Não demores o por do sol,
Porque é inútil semear um canteiro,
À sombra de um lençol.
Amanhã voltarás a ter
Montes de querer,
Por tudo o que não fizeste.
Não demores a vontade de um corpo em dolo,
Com odor a pinhos,
Deitado num chão agreste.
Colhe-o pela cintura,
Como à rosa o jardineiro,
E com a mesma ternura
Com que uma andorinha em consolo,
Esvoaça um céu de espinhos."

Eugénio Mourão

22/05/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Ilusão"


Foto: a modelo Lorennah Carvalho

"ILUSÃO

É noite,
Noite demais!
Chamo-a,
Para contar-lhe a ilusão,
Mas ela não sabe o que é,
E não pode esperar mais por causa do dia,
Porque a vida é claridade,
E é mais do que aquilo que queremos.
O meu sonho entristece e esconde-se, 
Com medo do sol, 
E voa à deriva no escuro,
Pelos lugares onde a perdeu de vista.
Sonho até ser sonho,
Mas já ninguém passa,
E os olhos estão quase a chegar.
É tarde,
Tarde demais!"

Eugénio Mourão

19/05/15

Poesia - O Meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Olhos nos Olhos"



"Olhos nos Olhos

Lindos são os teus olhos, cor da terra,
Verdes ousados, os meus contidos.
Como janelas com vista para os céus
Os teus estrelas, que iluminam os meus.
E as tuas sobrancelhas, alecrim da serra,
As minhas desnudas, outeiros despidos.
Flores de girassol que se voltam para mim,
Os teus, quantas vezes dispersos e alheios,
Outras, asas de borboletas batem que sim,
Ao sol, e ao olhá-lo nos teus, encandeio.
E sonho, ao fixá-los tão profundamente,
Ficam vidrados de paixão, reflexo dos teus.
O mundo para! O olhar escurece!
Porque os teus olhos leem os meus.
O corpo desperta o peito, humedece
A boca, e diz mudas palavras em voz.
Sentinelas que abrem alas ao coração,
Sorriso de alma embaciado em vós,
Como semáforos em ruas de solidão.
Noite de nevoeiro que cega o mar,
De compaixão, faróis mostram o cais,
Intermitentes, olho os teus sinais,
Como pirilampos que brincam no ar.
Fê-los Deus, e um dia ao olhar adeus,
Levarei para sempre o amor dos teus."

Eugénio Mourão

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18/05/15

Amarante Poesia - João Veloso de Queiroz, sobre a origem do nome Amarante, num exercício Poético bastante elaborado (Poema em 74 oitavas)!




"Amarante

«Nobre digo por sua antiguidade
Porque ia no tempo dos Romanos
(E a história verdadeira o persuada)
a fundarão fermosos turdetanos

Foi seu nome Araduca n'essa edade
antes de Christo vir muitos annos
mas do tempo a inclemencia e desconcerto
pouco a pouco a desfez e fes deserto.»

«Em misera ruina sepultada,
sendo exemplo de soberbas na ruina
Logo por Amarantho reformada
Fenis renace a villa de Amarantina
é de seu nome ilustre derivada,
a ser perpetua flor se determina
mas que perpetua seia não me espanto
porque he flor que não murcha d'Amarantho.»

«Corrompeo ce este nome transmutando
a letra o em e com que Amarante
este nome foi sempre conservando,
alguns, porque o Marão lhe está deante
de ante Marão o forão derivando,
falça ethemologia, mas galante
e aqui se deixa ver, se se penetra
o que faz a mudança de uma letra.»"

João Veloso de Queiroz

(NOTA: Apenas as oitavas mais ligadas ao nome de Amarante, documento existente na Biblioteca da Universidade de Coimbra)
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