A seleção nacional venceu o primeiro jogo de preparação para o Euro por 4-2 e Roberto Martínez terá tirado uma ou duas conclusões: a primeira, de que tem uma equipa com soluções para dar e vender, com jogadores capazes de cumprir vários papéis. A segunda, mais preocupante, que Portugal não pode adormecer, nem perante um adversário que pouco fez para fazer cócegas em Alvalade
Começar a preparação para uma grande competição com uma derrota ou outro qualquer resultado negativo traz fantasmas indesejados, dúvidas nada bem-vindas. A Finlândia nunca pareceu querer fazer tal desfeita a Portugal e os dois golos de Teemu Pukki na 2.ª parte foram praticamente presentes da seleção nacional, como que convidando o drama a entrar, sem necessidade nenhuma. E talvez tenha sido essa a melhor lição deste jogo: não dá para desligar, não dá para dar espaços, não dá para piscar o olho nem frente ao mais inofensivo dos adversários.
Até Pukki, em tempos rei de Norwich, aparecer ali pelos 70 minutos para responder educadamente às oferendas portuguesas, Roberto Martínez ia aproveitando a mui fofinha atitude finlandesa para ir experimentando soluções para o Euro que aí vem. Nesse sentido, o espanhol terá tirado alguns bons apontamentos.
Sem boa parte daqueles que serão os titulares no Euro neste primeiro onze, o selecionador testou, essencialmente, o modelo. Nuno Mendes à esquerda, João Cancelo à direita, com o lateral do PSG com licença para aparecer no miolo, às vezes até como segundo avançado. Vitinha e João Neves à frente de Palhinha, Conceição, Jota e Leão na frente. Rúben Dias marcou aos 17’, a aparecer bem ao 2.º poste na resposta a um canto de Vitinha, e Jota, muito desaparecido na 1.ª parte, a fazer o 2-0 já perto do intervalo, de penálti. José Sá foi um espectador das movimentações dos colegas.
Após o intervalo, uma revolução: entraram Gonçalo Ramos, Dalot, Bruno Fernandes, Pedro Neto e Gonçalo Inácio, com João Cancelo a trocar de lado, Martínez a manter Vitinha ao lado de Bruno Fernandes e a recuar João Neves, com a saída de Palhinha. Com permissão para ser ele agora o lateral a pisar terrenos mais centrais, Cancelo foi o primeiro protagonista da 2.ª parte, com dois lances de perigo na área.
Vitinha e Bruno Fernandes coabitaram bem, ainda que, com Bernardo ainda de fora, continue a permanecer a dúvida se o médio do PSG pode ou não ser titular. Aos 55’, num bom desenho de ataque da seleção nacional, Gonçalo Ramos tornou um passe imperfeito numa situação de golo, com Francisco Conceição a ver bem o aparecimento de Bruno Fernandes à entrada da área. O médio do Manchester United rematou colocado para o 3-0.
Parecia então encaminhada uma vitória fácil, que Pukki fez questão de complicar: no primeiro golo, aproveitou o espaço entre Inácio e António Silva e no segundo a passividade de Dalot e Danilo, que entrou mal - tudo momentos para rever e aprender, afinal de contas, é para isto que estes jogos também servem.
Portugal acordou com os dois golos, muito pela raça de Francisco Conceição, que jogou os 90 minutos e ainda novato o suficiente na seleção para não acreditar em jogos amigáveis. Aos 84’, pressionou o adversário ainda no meio-campo de ataque português e deu depois para Bruno Fernandes, com uma classe impressionante, afastar os tais fantasmas de um possível resultado negativo.
O 4-2 conta bem a história deste primeiro jogo de preparação: Portugal tem soluções, é uma equipa flexível e tem jogadores para vários papéis. Mas também não têm faltado momentos de desconcentração. Na Alemanha serão mais fatais do que agora.» in https://tribuna.expresso.pt/cronica-de-jogo/2024-06-04-portugal---finlandia-uma-licao-para-nao-desligar-18dc7f8d
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