Recompensa à apatia visitante
Pressão constante, inúmeras oportunidades criadas e uma audácia persistente não foram suficientes para dar ao Dragão o desejado e merecido triunfo perante o Marítimo, que passou grande parte dos 90 minutos acomodado na sua zona recuada, procurando quase sempre evitar males maiores. O anti-jogo saiu premiado, após incansável insistência portista, sublinhada de resto pelo reconhecimento dos milhares nas bancadas através de uma sonora ovação. A determinação azul e branca começou com o apito inicial do árbitro, expressa em apenas vinte segundos, por Lucho, na primeira de várias ocasiões de golo, e perseverou até aos cinco minutos adicionais jogados para lá dos 90. O Dragão fez por merecer outro desfecho na partida, mas a fortuna, caprichosa como sempre, afastou as iniciativas portistas por centímetros, em cima da linha de golo ou até pela negação das evidências, quando Fernando Cardozo agrediu Rolando em plena área, gesto que não trouxe consequências para o defesa do Marítimo.
Depois de ter aberto a contenda com um disparo perigoso, Lucho haveria de voltar à acção aos dez minutos, novamente com um remate potente que falhou o alvo por centímetros. O mesmo destino, mas desta feita por cima da trave, teve o pontapé de Bruno Alves, aos 28 minutos, tal como haveria de ter o cabeceamento de Rodríguez, dez minutos mais tarde. A primeira metade de sufoco azul e branco passou sem danos para a defesa madeirense, sector especialmente reforçado na disposição da equipa no recinto de jogo portista.
O reatamento trouxe de novo o F.C. Porto a assumir as despesas do jogo e novamente Rodríguez a aparecer em plano de destaque, com duas ocasiões soberanas após cabeceamentos, que voltaram a errar ligeiramente o destino pretendido. Contudo, nem as fugazes tentativas forasteiras, nem a complicada abordagem ao jogo que, através de constantes interrupções e de permissividade à perda de tempo, aumentaram o nervosismo em torno da disputa, foram capazes de anular as intenções azuis e brancas, que voltaram a tomar de assalto o último reduto dos visitantes no derradeiro período do encontro.
Até ao apito final, Lisandro, Hulk e Farías protagonizaram lances com objectivo definido, mas a infelicidade acabou por superar a eficácia na noite do Dragão. O décimo sucesso consecutivo dos Dragões ficou cancelado, mas a vontade de o alcançar e a determinação em devolver a equipa ao seu lugar de sempre, não deixaram indiferentes os adeptos portistas, que fizeram questão de ovacionar os jogadores na saída para os balneários.
Liga Portuguesa 2008/09 – 12ª Jornada
21 de Dezembro de 2008
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 37.809 espectadores
Árbitro: Duarte Gomes (AF Lisboa)
Assistentes: Bertino Miranda e Pedro Garcia
4º Árbitro: Vasco Santos
F.C. PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves e Pedro Emanuel «cap.»; Fernando, Raul Meireles e Lucho; Lisandro, Hulk e Rodríguez
Substituições: Pedro Emanuel por Mariano (67 min) e Raul Meireles por Farías (85 min)
Não utilizados: Nuno, Stepanov, Benítez, Guarin e Tomás Costa
Treinador: Jesualdo Ferreira
MARÍTIMO: Marcos; Briguel, João Guilherme, Fernando Cardozo e Van der Linden; Olberdam, Bruno «cap.», Marcinho e Miguelito; Bruno Fogaça e Baba
Substituições: Bruno Fogaça por Djalma (46 min), Marcinho por Vítor Júnior (77 min) e Baba por Manu (86 min)
Não utilizados: Marcelo, Luis Olim, João Luiz e Zé Gomes
Treinador: Lori Sandri
Ao intervalo: 0-0
Disciplina: cartão amarelo a Olberdam (14 min), Van der Linden (44 min), Hulk (54 min), Fucile (67 min), Baba (75 min), Rodríguez (78 min), Vítor Júnior (80 min), Marcos (90 min) e Bruno (90 min). Cartão vermelho a Miguelito (90 min).
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