22/06/13

Desporto Atletismo - A portuguesa Patrícia Ferreira conquistou este sábado o terceiro lugar na maratona de Díli, organizada pelo Ministério do Turismo e pela secretaria de Estado da Juventude e Desporto de Timor-Leste.



«Patrícia Ferreira conquista terceiro lugar

O vencedor da maratona recebeu um prémio de seis mil dólares.

A portuguesa Patrícia Ferreira conquistou este sábado o terceiro lugar na maratona de Díli, organizada pelo Ministério do Turismo e pela secretaria de Estado da Juventude e Desporto de Timor-Leste.

«É com grande orgulho que consegui terminar a competição e atingir o terceiro lugar. A concorrência não era muita, mas acabou por seu uma prova dura em relação ao ano anterior. Treinei muito menos, arrisquei, consegui manter o terceiro lugar e melhorei cerca de quatro minutos», afirmou à agência Lusa Patrícia Ferreira.

A professora de educação física correu os 42 quilómetros em quase quatro horas.

A prova feminina foi ganha pela timorense Juventina Napoleão, da equipa de atletas de elite da Timor Telecom.

Em masculinos, o major do exército português Paulo Domingues conseguiu a melhor classificação entre os concorrentes portugueses, alcançando o quinto lugar.
Segundo Paulo Domingues, a chuva prejudicou a prova.

«Nos últimos 15 quilómetros da primeira volta a água prejudicou porque a estrada era um rio e a água dava pela canela durante quase dois quilómetros», disse, salientando que não dava para perceber o caminho e era «perigoso».

O major do exército, que nos últimos três meses correu 800 quilómetros para treinar para a maratona, disse também que é uma prova «muito psicológica» porque se está sempre sozinho.

A prova masculina foi ganha pelo timorense Augusto Ramos, também da equipa de atletas de elite da Timor Telecom, que correu o percurso traçado pela cidade de Díli, em 2:46 horas.

«Tive muita dificuldade por causa da água acumulada na estrada», afirmou à Lusa.

Para o ministro do Turismo, Francisco Lay, a chuva ajudou e a maratona foi «abençoada por Deus», sublinhando que assim houve menos calor para os atletas.

A animar a meta e a incentivar os atletas na reta final esteve o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, que também entregou os prémios aos vencedores.
Além da maratona de Díli, dezenas de atletas correram a meia maratona, 21 quilómetros.

Nas provas mais curtas, de dois e cinco quilómetros, participaram centenas de crianças timorenses do ensino básico e secundário.

Os prémios dos vencedores da maratona de Díli foram de seis mil dólares para o primeiro lugar, quatro mil dólares para o segundo e dois mil dólares para o terceiro.» in http://desporto.sapo.pt/atletismo/artigo/2013/06/22/patr_cia_ferreira_conquista_terc.html



(MARATONA DE DÍLI PELA PAZ)

21/06/13

Poesia - A Poetisa de Telões, Amarante, Professora Anabela Borges, interpela-nos com o Poema: "Por dentro deste corpo".


"Por dentro deste corpo
invólucro de carne, 
casulo forrado a pele e salitre, 
estremecem aragens 
e navegam gaivotas enlouquecidas, 
a pique.

Soltam-se fraquezas, 
humedecem-se paixões 
arreganhadas de cor, 
expandem-se pedúnculos, ascídia, flor, 
nas tímidas incertezas de perseguir o sonho 
que parece ainda estar vivo, 
a escorrer tinta cinzenta 
para a língua sedenta 
no chão rasteiro por onde sigo. 

Por dentro deste corpo 
encardido de vontades ridículas 
secam-se os ossos 
por força de se estar o sangue a acabar, 

mas há uma alma rodeada de mar."

Anabela Borges


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=468001106627602&set=at.186361621458220.43721.100002531506939.1657952449&type=1&theater


Poesia - O meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Moinhos de Liberdade"




"MOINHOS DE LIBERDADE

Não é a mesma coisa olhar o vale da serra e a serra do vale…
Da serra, vejo tudo, ainda que esteja sozinho;
Do vale, apenas consigo ver uma parte da serra,
A parte virada para o vale onde estou.
Da minha serra posso ver todos os vales, em redor dela,
Basta rodar sobre mim mesmo!
No alto da serra há moinhos de vento,
Mas os moinhos de vento apenas rodam se houver vento,
E mudam de direção conforme o vento.
Eu faço vento ao rodar sobre mim mesmo,
E em qualquer direção,
E escolho o vale que quero.
Para poder ver o outro lado da serra teria de mudar de vale,
Mas não preciso de mudar de serra para ver o meu vale,
E os vales dos outros.
A minha serra vale mais que todos os vales
Porque é de todos os vales,
E tem muito vento!"


Eugénio Mourão

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=495960070484863&set=a.215009225246617.52914.100002126234550&type=1&theater

Desporto Futebol - O Vitória de Guimarães prepara-se para oficializar a contratação de Fábio Vieira, jovem de 22 anos que deu nas vistas no Sporting de Espinho, e Landinho do Amarante F.C. que já alinhou no Amarante F.C..

 

«Fábio Vieira troca Sp. Espinho por V. Guimarães

O Vitória de Guimarães prepara-se para oficializar a contratação de Fábio Vieira, jovem de 22 anos que deu nas vistas no Sporting de Espinho. Landinho, médio de 20 anos do Amarante, pode ser o senhor que se segue.

As informações em causa são adiantadas pelo Record e dão Fábio Vieira como «fechado» e Landinho «a caminho» do Berço.

Certo é que os dois jogadores correspondem, de facto, ao perfil de contratações recentemente traçado pelos vitorianos: jovens, portugueses, com elevada margem de progressão e de baixo custo.

Fábio Vieira é natural do Porto, é médio ofensivo e termina agora contrato, podendo assinar pelos vimaranenses – por quatro ou cinco anos, estima-se -, a custo zero.  Landinho, por seu lado, nasceu em Amarante, atua pela equipa local e é um médio de características defensivas, estando também a ser seguido pelo Paços de Ferreira.

Como curiosidade, refira-se que o primeiro é representado por Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FC Porto, e o segundo tem como agente Filipe Pires, genro do líder dos dragões.» in http://www.zerozero.pt/noticia.php?id=115538

AMARANTE DESPORTO – As atividades físicas constituem um fator primordial na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, contribuindo para o seu equilíbrio global e permitindo a expressão das suas capacidades nos diferentes domínios da sua intervenção social.

Cartaz aulas de ginástica aeróbica 
«Município de Amarante promove saúde para todos com aulas gratuitas de ginástica aeróbica

AMARANTE – As atividades físicas constituem um fator primordial na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, contribuindo para o seu equilíbrio global e permitindo a expressão das suas capacidades nos diferentes domínios da sua intervenção social.

Com base nesta premissa, e dando seguimento a uma política de diversificação da oferta desportiva e sua democratização, a Câmara de Amarante vai dar continuidade ao programa de aulas de ginástica aeróbica iniciado em 2011, o qual será implementado no Complexo Desportivo da Costa Grande, aos domingos, das 10.00 às 12.00, durante os meses de junho, julho, agosto e setembro.

O objetivo é motivar cada mais os amarantinos para a prática de atividade física regular, na procura de um estilo de vida saudável.

As aulas são gratuitas e abertas a toda a população, estando o seu início previsto para o próximo dia 30 de junho.» in http://local.pt/municipio-de-amarante-promove-saude-para-todos-com-aulas-gratuitas-de-ginastica-aerobica/



(GALA DO DESPORTO CIDADE DE AMARANTE )

20/06/13

AMARANTE – O próximo destino da exposição “Entre Margens” é a cidade de Amarante que, a 4 de julho, vai ser inaugurada pelas 22:00, no Largo de São Gonçalo, aí ficarão patentes as exposições “Água Dura”, de António Pedrosa, “Nove meses de Inverno e três de Inferno”, de João Pedro Marnoto, “Novos Povoadores”, de Attilio Fiumarella e “Santa Marta” de Inês Viseu, que podem ser visitadas até 4 de agosto.

Amarante acolhe exposição _Entre Margens_ a 4 de julho

«Amarante acolhe exposição “Entre Margens”

AMARANTE – O próximo destino da exposição “Entre Margens” é a cidade de Amarante que, a 4 de julho, vai ser inaugurada pelas 22:00, no Largo de São Gonçalo. Ficarão patentes as exposições “Água Dura”, de António Pedrosa, “Nove meses de Inverno e três de Inferno”, de João Pedro Marnoto, “Novos Povoadores”, de Attilio Fiumarella e “Santa Marta” de Inês Viseu, que podem ser visitadas até 4 de agosto.

Para além do Largo de São Gonçalo, a exposição vai também estar patente em Santa Luzia e Largo Conselheiro António Cândido (Arquinho). A inauguração conta ainda com um espetáculo musical, que ficará a cargo do grupo “Jerez-Texas”.

“Entre Margens” um projeto de intervenção artística nos centros históricos de cidades da Região do Douro. Tem como objetivo principal a promoção de novas leituras sobre a criação artística contemporânea e a dinamização e utilização do espaço público a partir dos conceitos inscritos na Agenda XXI: desenvolvimento local sustentável, cooperação cultural e preservação ambiental.

O projeto desafia fotógrafos e artistas à produção de novas leituras sobre a região. Através dos seus olhares, simultaneamente autorais e contemporâneos, é proposta a descoberta de um universo marcado pelo rio, pelo vinho, pela paisagem e, essencialmente, pelas suas gentes.

O promotor do “Entre Margens” é a Fundação Museu do Douro, com autoria e produção da Procur.arte Associação Cultural, e tem como parceiros oito municípios da região duriense, entre eles Amarante.

Encontrar três fortes personalidades musicais – Ricardo Esteve na guitarra flamenca, Matthieu Saglio no violoncelo, e Jesus Gimeno na bateria, juntá-las em 2002 em Valência (Espanha), e assim se obtém o núcleo duro de Jerez-Texas, uma mistura de flamengo, música clássica e jazz.

Ao vivo, o grupo impressiona pelo entusiasmo e fascínio que provocam em cada concerto. A cumplicidade comunicativa que os músicos partilham com o público transforma os seus concertos em momentos de intensa emoção: hábil mas sempre acessível, técnica mas sensual, a música de Jerez-Texas fala com peritos em busca de novas emoções sonoras tanto como com simples amadores de música. A aposta está ganha se considerarmos o sucesso que o grupo tem obtido ao longo de mais de 400 concertos à volta do planeta: Espanha, Egipto, França, Hong Kong, Haiti, Namíbia, México, Guatemala, Honduras, Estados Unidos, Kuwait, Panamá, Nicarágua, Bélgica, Tunísia, Sudão, República Dominicana, Portugal, etc.» in http://local.pt/amarante-acolhe-exposicao-entre-margens/

Arte Literatura - “Tabacaria” é o poema de Fernando Pessoa mais citado nas diferentes redes sociais, revela um projeto do SAPO Labs em parceria com a Universidade de Lisboa, hoje lançado.


«“Tabacaria” é o poema de Fernando Pessoa mais citado na Internet

“Tabacaria” é o poema de Fernando Pessoa mais citado nas diferentes redes sociais, revela um projeto do SAPO Labs em parceria com a Universidade de Lisboa, hoje lançado.

Fernando Pessoa, nascido há 125 anos, é, nas palavras dos responsáveis pelo projeto, “o poeta português mais conhecido dentro e fora de Portugal, [e] é também provavelmente o mais citado”, afirma o comunicado do portal SAPO.

“’Tabacaria’ é o poema mais citado, nomeadamente os versos ‘À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo’, lê-se na nota.

Esta conclusão pode ser consultada no sítio “O Mundo em Pessoa”, que faz “a recolha automática de citações de Fernando Pessoa, ortónimo e heterónimos, a partir das redes sociais”, explica o mesmo comunicado.

Através deste sítio na Internet pretende-se “mostrar quais as frases e versos de Fernando Pessoa que mais inspiram os seus leitores de todo o mundo", mas também "conduzir todos aqueles que usam as palavras de Pessoa até ao seu texto original, ampliando o número de leitores e o conhecimento da sua obra”. Segundo a mesma fonte, “nos últimos sete dias foram recolhidas quase 500 citações”.

Pessoa nas redes sociais

“Sempre que é citado um texto de Fernando Pessoa no Twitter ou em páginas públicas do Facebook, ‘O Mundo em Pessoa’ identifica e mostra essa mensagem num interface próprio. Para saber se um texto é uma citação da obra de Fernando Pessoa recorre-se a arquivos da obra do poeta disponíveis online, com os quais são comparados os textos do post”, explica a mesma nota.

Em http://fernandopessoa.labs.sapo.pt os utilizadores “podem ver as citações mais recentes, à medida que são identificadas, optando por consultar o último dia, semana ou mês”.

Também é possível “filtrar os resultados por heterónimo e aceder ao top de poemas mais citados nos últimos 30 dias”. Utilizando este critério, o poema "Tabacaria", de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa, foi o mais citado nas redes sociais no último mês, à data do lançamento do projecto. O segundo poema mais citado é da série "O Guardador de Rebanhos”, de Alberto Caeiro, outro heterónimo do autor de “Mensagem”.

Pessoa, um poeta contemporâneo

O investigador e estudioso da obra de Fernando Pessoa, Richard Zenith, realçou recentemente à Lusa que grande parte do interesse em torno de Fernando Pessoa se deve ao facto de o poeta “ser muito mais nosso contemporâneo que a maioria dos escritores nascidos no século XIX”.

“Parte do barulho em redor de Pessoa tem a ver com o facto de ele ser muito mais nosso contemporâneo que a maioria dos escritores nascidos no século XIX”, disse o investigador norte-americano, distinguido com o Prémio Pessoa 2012.

O interesse pela obra de Pessoa tem a ver também com “a particularidade da sua visão do mundo, assim como a maneira de escrever que o aproxima do mosso tempo, e é significativo que grande parte da sua obra tenha sido conhecida na segunda metade do século XX e no atual”, acrescentou o investigador, que tem publicado vários textos inéditos do autor de "Mensagem".

Fernando Pessoa (1888-1935) publicou poucos textos em vida, tendo a maior parte da sua obra sido publicada na segunda metade do século XX, e atualmente, continuam a surgir inéditos.

O autor, além de produzir poesia, que assinava com seu nome, criou vários heterónimos, nomeadamente Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, Bernardo Soares, entre outros, que produziram variada poesia e prosa.» in http://noticias.sapo.pt/nacional/artigo/tabacaria-e-o-poema-de-fernando-_5699.html


"Tabacaria

Não sou nada. 
Nunca serei nada. 
Não posso querer ser nada. 
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. 

Janelas do meu quarto, 
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é 
(E se soubessem quem é, o que saberiam?), 
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, 
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, 
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, 
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, 
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, 
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. 

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. 
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, 
E não tivesse mais irmandade com as coisas 
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua 
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada 
De dentro da minha cabeça, 
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu. 
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo 
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, 
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro. 

Falhei em tudo. 
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. 
A aprendizagem que me deram, 
Desci dela pela janela das traseiras da casa, 
Fui até ao campo com grandes propósitos. 
Mas lá encontrei só ervas e árvores, 
E quando havia gente era igual à outra. 
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar? 

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? 
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa! 
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! 
Génio? Neste momento 
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu, 
E a história não marcará, quem sabe?, nem um, 
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. 
Não, não creio em mim. 
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas! 
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? 
Não, nem em mim... 
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo 
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando? 
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas - 
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, 
E quem sabe se realizáveis, 
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? 
O mundo é para quem nasce para o conquistar 
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. 
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. 
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, 
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. 
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, 
Ainda que não more nela; 
Serei sempre o que não nasceu para isso; 
Serei sempre só o que tinha qualidades; 
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta 
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, 
E ouviu a voz de Deus num poço tapado. 
Crer em mim? Não, nem em nada. 
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente 
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo, 
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. 
Escravos cardíacos das estrelas, 
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama; 
Mas acordámos e ele é opaco, 
Levantámo-nos e ele é alheio, 
Saímos de casa e ele é a terra inteira, 
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido. 

(Come chocolates, pequena; 
Come chocolates! 
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. 
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come! 
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! 
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho, 
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.) 

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei 
A caligrafia rápida destes versos, 
Pórtico partido para o Impossível. 
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas, 
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro 
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas, 
E fico em casa sem camisa. 

(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas, 
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva, 
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta, 
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida, 
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua, 
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais, 
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -, 
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado. 
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco 
A mim mesmo e não encontro nada. 
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. 
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, 
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, 
Vejo os cães que também existem, 
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo, 
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.) 

Vivi, estudei, amei, e até cri, 
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. 
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, 
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses 
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); 
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo 
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente. 

Fiz de mim o que não soube, 
E o que podia fazer de mim não o fiz. 
O dominó que vesti era errado. 
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. 
Quando quis tirar a máscara, 
Estava pegada à cara. 
Quando a tirei e me vi ao espelho, 
Já tinha envelhecido. 
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. 
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário 
Como um cão tolerado pela gerência 
Por ser inofensivo 
E vou escrever esta história para provar que sou sublime. 

Essência musical dos meus versos inúteis, 
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse, 
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte, 
Calcando aos pés a consciência de estar existindo, 
Como um tapete em que um bêbado tropeça 
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada. 

Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. 
Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada 
E com o desconforto da alma mal-entendendo. 
Ele morrerá e eu morrerei. 
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos. 
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, 
E a língua em que foram escritos os versos. 
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. 
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente 
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, 
Sempre uma coisa defronte da outra, 
Sempre uma coisa tão inútil como a outra, 
Sempre o impossível tão estúpido como o real, 
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, 
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra. 

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?), 
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim. 
Semiergo-me enérgico, convencido, humano, 
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário. 

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los 
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos. 
Sigo o fumo como uma rota própria, 
E gozo, num momento sensitivo e competente, 
A libertação de todas as especulações 
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto. 

Depois deito-me para trás na cadeira 
E continuo fumando. 
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando. 

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira 
Talvez fosse feliz.) 
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela. 

O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?). 
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica. 
(O dono da Tabacaria chegou à porta.) 
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me. 
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo 
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu."

Álvaro de Campos, in "Poemas" 
Heterónimo de Fernando Pessoa


(Fernando Pessoa por Joao Villaret - "Tabacaria")

Amarante Desporto - O Mr. Ferreira Pinto, ou o Grande Embaixador do Clube da Cruz de Cristo, o Belenenses, em Amarante!

«Ferreira Pinto, ou o embaixador da Cruz de Cristo em Amarante.

Esta imagem reporta-nos ao ano de 1986/87, no Estádio Municipal de Amarante, ainda pelado, com a bancada de sócios primitiva e cheia de adeptos alvinegros, para assistir a um (Amarante F.C. 2 vs Paços de Ferreira 1), na categoria de Juniores. Pode-se ver a configuração inicial dos bancos de suplentes, em que víamos o jogo abaixo do plano horizontal do campo, daí o banco improvisado em cima... e lá está, o Mr. Ferreira Pinto, de camisola azul, mas azul com a Cruz de Cristo, como ele faz o favor de nos lembrar sempre que nos encontra. Ao meio o Ferreira, é assim que gosto de lhe chamar, O Sr. Manuel sempre elegante, à direita; o magricela de risca ao meio sou eu; ao meu lado o Quim de Figueiró, que era o guarda redes suplente do Henrique de Vila Chã; o Oliveira de Gatão à direita do Ferreira; do lado esquerdo, temos o Guedes de Bustelo ao lado do Zé Carlos de Codessoso, Celorico de Basto.

Aproveito esta fotografia que guardo com saudade, para homenagear, ainda que de forma humilde, o Mister Ferreira Pinto. Não sendo natural de Amarante, o Ferreira é imanente a Amarante; acho que ninguém consegue dissociar o Ferreira, de Amarante. Anda pelas ruas da cidade sempre com um riso malandro, quase ninguém passa por ele sem o saudar, metendo-se com ele, e a sua simpatia irradia pelas ruas da nossa cidade, conferindo mais alegria aos dias que vão passando.


Agora que tenho o privilégio e a honra de conviver mais com ele, pois na qualidade de avô, lá vai esperar pelos netos à porta da Escola, como eu vou levar e trazer, os meus filhos. Os anos parece que não passam por ele; nem mais gordo, nem mais magro, sempre com o mesmo olhar atento e malandro, pouca coisa lhe escapa. Parecendo distraído e alheado das coisas, pouca gente passa imune às suas picadelas futebolísticas, atacando preferencialmente, os portistas, como eu... e lá lhe lembro que sou da mesma cor, azul; mas ele diz sempre que falta a Cruz de Cristo, para o azul ser maior.

Em Amarante, não conheço mais ninguém, que seja adepto do Belenenses; mas o Clube da Cruz de Cristo tem cá um excelente embaixador... foi com alegria que o revi durante este ano letivo, ao toque das campainhas da Escola EB1 + J de Amarante, orgulhoso e até vaidoso com as vitórias do seu Belenenses, que regressou de forma brilhante à primeira divisão; e o Ferreira faz questão de lembrar isso a toda a gente! E sempre cuidadoso e atento aos seus netos!

Mas voltando lá para o ano de 1985, quando ingressei nos Juvenis do Amarante F.C. e em que conheci este ser humano maravilhoso. Eu, um moço de Fregim que não conhecia quase ninguém da então vila, resolvi ir aos treinos de captação do Amarante F.C., a conselho do falecido Mr. Chantre, com quem jogava aos Domingos de manhã, no Campo do Estradinha, bem junto à partilha com Fregim. O Snr. Chantre, grande mestre de futebol, dizia que o meu pé esquerdo era muito bom, na sua bondade e simpatia, claro está!

O Ferreira tinha uma forma singular de nos observar, como se não estivesse a olhar para nós e não precisava de cadernos, para escrevinhar... ele olhava, atento aos pormenores, quer técnicos dos atletas e, nas suas reações, físicas ou psicológicas. Era um Treinador da Velha Guarda, de “antes quebrar que torcer”. Cheguei ao clube sem “Escola”, jogava puro, sem saber marcar, agarrava-me muito à bola e tinha a mania que era o Futre... para mal dos meus pecados.

Ele, sempre com o seu apito na boca, quando eu fintava o primeiro, o segundo e não passava a bola, dizia ao Lando da Estradinha, ou ao Paulo Amor, ou ao Filipe “Rei Preto”, dai-lhe, atirai-o ao chão, que ele assim aprende a passar a bola. Eu, na minha inocência, ficava a pedir falta e dizia o Ferreira: “agora levanta-te e vai atrás dela”... ou então, se estava mais impaciente, parava a jogada e obrigava-nos a levantar a cabeça para colocar a bola nas pontas, sempre bem definidas, no seu 4-3-3 clássico. E então lá ia o Juary de Padronelo, ou o Guedes de Bustelo, ou o Artur de Felgueiras, em grandes correrias a tentar apanhar os nossos lançamentos de longa distância...

Todas as terças feiras tínhamos palestra, onde sem apontamentos, tudo de cabeça, o Ferreira nos apontava o que fizemos de mal e o que deveríamos fazer para melhorar; isto de forma meio zangado, meio gozão, onde troçava com as nossas falhas, mas se nos ríamos era o bonito: zangava-se o Ferreira e transformava-se num leão, a chamar-nos à razão... tinha um estilo muito próprio de interagir connosco, mas sempre, com muita amizade. 

Depois era tareia pela certa, nada de bola, mas mesmo assim abria-nos o apetite juvenil, levava o saco das bolas para o meio do campo e aquecíamos bem com os seus exercícios de elasticidade e força, depois corríamos meia hora e, subíamos a superior e descíamos até quase cair para o lado... mas antes de cairmos, punha-me sempre o Paulo Amor, Paulo Rato, ou o Coluna da Lomba, às costas, e nós, quais rangers sempre a subir e descer, senão tínhamos que o ouvir...

Claro que eu era novo naquelas andanças e ia para frente da fila com o Rolando da Estradinha, lá ia aguentando, mas ficava todo “roto”; o Jaime Cerqueira, ou o machado vinham lá atrás a ver-nos correr... espertos!  Não admirava que  durante os jogos da primeira fase estivéssemos empatados ou a ganhar por uma bola de diferença ao intervalo, e acabávamos o jogo goleando os adversários, na segunda parte. E o Ferreira chegava ao balneário, com o Sr. António massagista a rir-se, e dizia-nos: “Estais a ver, era preciso era cansá-los!...”

Muito havia a dizer sobre a “Escola de Vida” que adquirimos com o Ferreira que, no seu Ford Amarelo, andava às sextas e sábados a ver se encontrava o Paulo Rato, ou o Filipe, os mais noctívagos. Uma palavra para os nossos diretores: o Sr. Ramiro já falecido, o Sr. Manuel, o Sr. Matos e o Grande Eng. Fernando Ribeiro, que era quase um Pai para nós, sempre a ver se estávamos bem, algo que o Armandinho, por certo, lhe transmitiu...» 

(Artigo a Publicar na edição semanal de "O Jornal de Amarante")


(Fotografia do plantel)

Amarante Infraestruturas - O presidente da Junta de Ansiães, Amarante, onde começa o túnel do Marão, disse hoje à Lusa que a paragem nas obras tem provocado prejuízos, sobretudo o assoreamento de terra em estradas e caminhos.

 

«Junta de Ansiães, Amarante, alerta para prejuízos da paragem do túnel do Marão

O presidente da Junta de Ansiães, Amarante, onde começa o túnel do Marão, disse hoje à Lusa que a paragem nas obras tem provocado prejuízos, sobretudo o assoreamento de terra em estradas e caminhos.

Armando Carvalho salienta que é nos dias com chuva mais intensa que a situação mais se complica no lugar do Casal, o mais próximo da entrada do túnel, com assoreamento de terra e pedras.

"Nós temos andado a limpar os caminhos", contou, sublinhando que a paragem nas obras, ocorrida há cerca de dois anos, tem sido "uma situação muito negativa para a freguesia".

"Ninguém toma conta disto. Estamos nós aqui e não sabemos quem é o responsável", acrescentou, frisando que "as pessoas estão preocupadas, porque pode haver o deslize de algumas pedras".

O presidente de junta comentava o facto de o Estado ter resgatado a concessão do túnel do Marão, com justa causa fundada no incumprimento pela Concessionária Autoestradas do Marão, que parou a obra em junho de 2011, segundo o Diário da República (DR).

O despacho assinado pelos secretários de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues, e das Obras Públicas, Sérgio Monteiro, foi publicado no segundo suplemento do DR de segunda-feira.

O autarca de Ansiães apela para que as obras recomecem rapidamente, recordando haver um caminho público cortado pela obra, que é importante para a freguesia, por permitir o acesso à Senhora de Moreira, onde se realizam duas festas anuais.

"Nós temos que desviar o trajeto 500 metros por terrenos particulares", alertou.

O presidente de Ansiães, a freguesia de Amarante que, no alto do Marão, confina com Vila Real, disse à Lusa ter "pouca esperança" de que "o problema seja resolvido rapidamente".

Entretanto, lamentou, "muita coisa aconteceu", com o encerramento de várias empresas da região e o aumento do desemprego, levando à emigração.

"Qualquer dia não temos aqui gente para trabalhar", alertou.

A concessionária Autoestradas do Marão, que junta as empresas Somague a MSF, decidiu suspender as obras em toda a extensão da autoestrada que vai ligar Amarante a Vila Real a 27 de junho de 2011.

Os sublanços, cuja construção está interrompida, deveriam ter entrado em serviço em 13 de novembro de 2012.

Também sobre esta matéria, o presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu, considera que o eventual recomeço das obras do túnel do Marão não vai compensar os prejuízos provocados na economia local pelos dois anos de paragem da obra.

"Já não há maneira de ressarcir os prejuízos provocados na economia local, incluindo falências e desemprego", afirmou hoje o autarca socialista, em declarações à Agência Lusa.» in http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=660563&tm=6&layout=121&visual=49



 (Túnel do Marão sofre deformações e está parado há 17 meses)

Cinema - O ator James Galdolfini, de 51 anos, protagonista da série «Os Sopranos», morreu na quarta-feira de ataque cardíaco, em Itália, onde se encontrava de férias.

 

«Ator James Gandolfini morreu aos 51 anos

O ator James Galdolfini, de 51 anos, protagonista da série «Os Sopranos», morreu na quarta-feira de ataque cardíaco, em Itália, onde se encontrava de férias.

A notícia foi avançada esta madrugada pelo site do jornal La Repubblica, mas a confirmação chegou através do canal norte-americano HBO. James Gandolfini, que ganhou três Emmys e um Globo de Ouro pelo seu papel na série «Os Sopranos», foi vítima de um ataque cardíaco, de acordo com os sites de Internet Variety e TMZ.

«Temos a imensa dor de anunciar que nosso cliente, James Gandolfi, morreu hoje quando se encontrava de férias em Roma», confirmaram os agentes do ator Mark Armstrong e Nancy Sanders.

As homenagens começaram de imediato a espalhar-se pelas redes sociais, como a da atriz Susan Sarandon, que postou no Twitter: «muito triste perder James Gandolfini. Um dos atores mais doces, engraçados e generosos, com os quais eu já trabalhei. Envio as minhas orações para sua família».

«Estou de coração partido de saber que o James Gandolfini faleceu. Ele é um dos meus atores favoritos de todos os tempos, é uma trágica perda», disse Jonah Hill também no Twitter. Já o ator Steve Carell qualificou a notícia como «inacreditavelmente triste».

Segundo o site TMZ, o ator estava na Itália para o Festival de Cinema de Taormina, na Sicília e participaria este fim de semana numa mesa-redonda com o realizador italiano Gabriele Muccino.

Gandolfini teve uma longa carreira cinematográfica antes de se tornar mundialmente conhecido por seu papel como Tony Soprano, um mafioso depressivo na série «Os Sopranos» (1999-2007).

Na lista de filmes onde participou estão títulos como «Amor à Queima-Roupa» (1993), «Jogos Quase Perigosos» (1995), «A Mulher das Nossas Vidas»(1997), «8 MM» (1999), «O Barbeiro» (2001), «A Mexicana» (2001), «Assalto ao Metro 123», «Corações Perdidos» e «Extremamente Alto, Incrivelmente Perto».

Como produtor, James Gandolfini participou em séries de televisão como «Hemingway & Gellhorn», realizada para a HBO, com a participação de Clive Owen e Nicole Kidman.

Nascido em New Jersey, Gandolfini começou a carreira no teatro de Nova Iorque, fazendo a sua estreia na Broadway em 1992, com o revival de «Um Elétrico Chamado Desejo», ao lado de Jessica Lange e Alec Baldwin.

Interpretou também o papel de diretor da CIA no filme «00h30 A Hora Negra» e participou já este ano na comédia «The Incredible Burt Wonderstone», naquele que ficará para a história como o seu último papel no cinema.

Trompetista e saxofonista amador, Gandolfini inspirou-se na carreira de Robert de Niro para se tornar ator.

Deixa para trás a mulher, Deborah Lin, com quem se casou em 2008, e o filho Michael, que teve com a primeira mulher, Marcy Wudarski.» in http://tv.sapo.pt/noticias/ator-james-gandolfini-morreu-aos-51-anos



 (James Gandolfini Tribute Video - HD Movie) 

(James Gandolfini Dead At 51: 'Sopranos' Star Dies In Italy BREAKING NEWS. R.I.P.)

 (JAMES GANDOLFINI DEAD OF HEART ATTACK IN ITALY Tony Soprano Was Giant)

19/06/13

AMARANTE – Como vem sendo habitual na época de Verão, o fado volta a encher as noites de Amarante, e assim, a 29 de junho (sábado), pelas 22:00 o Largo de São Gonçalo acolherá João Braga para uma atuação cuja assistência é livre.

Joao Braga canta o fado em Amarante

«João Braga canta o fado em Amarante

AMARANTE – Como vem sendo habitual na época de Verão, o fado volta a encher as noites de Amarante. E assim, a 29 de junho (sábado), pelas 22:00 o Largo de São Gonçalo acolherá João Braga para uma atuação cuja assistência é livre.

“João Braga nasce em Lisboa (15 de abril de 1945), mas ainda muito novo vai viver para Cascais, onde se torna frequentador de retiros de Fado amor naquela zona, mais tarde, regressa à capital, em 1966, estreando-se na Taverna do Embuçado, altura em que abandona o curso de Direito. O ano de 1967 marca o começo da sua carreira musical, com o lançamento, em janeiro, do seu 1º disco “É Tão Bom Cantar o Fado”, editado pela Aquila, que lança nesse ano mais 3 EP’S e 1 LP o que lhe vale atuar, pela primeira vez, num programa da RTP (“Alerta Está!”). Em 1969 lança-se definitivamente, por via dos serões televisivos do Villaret (Zip-Zip). Um ano antes conhece Luís Villas-Boas, produtor com quem grava 7 discos e com quem organiza o 1º Festival Internacional de Jazz em Portugal (Cascais, 1971).

Entre 1977 e 1987 grava mais 7 álbuns e a partir de 1990 centra a sua atividade nos concertos e na composição musical, tendo, a partir desse ano, dado início à renovação do panorama fadista através de convites a jovens intérpretes para integrarem os seus concertos: Maria Ana Bobone, Rodrigo Costa Félix, Miguel Capucho, Mafalda Arnauth, Ana Sofia Varela, Mariza, Katia Guerreiro, Diamantina, Cuca Roseta, Joana Amendoeira, Gonçalo Salgueiro, Teresa Tapadas, Lina Rodrigues, entre muitos outros.

Com atuações um pouco por todo o mundo lança, desde 1990, 9 álbuns com “Terra de Fados” a superar a venda de 30 mil cópias. O seu último álbum, “Fado Nosso”, foi posto à venda em julho de 2009, pela CNM (Companhia Nacional de Música)”.» in http://local.pt/joao-braga-canta-o-fado-em-amarante/


João Braga - "É tão bom ser pequenino"


Alfredo Marceneiro - "É tão bom ser pequenino"

"“É TÃO BOM SER PEQUENINO”

É tão bom ser pequenino
Ter pai, ter mãe, ter avós
Ter esperança no destino
E ter quem goste de nós

A velhice traz revés
Mas depois da meninice
Há quem adore a velhice
Para ser menino outra vez
Ser menino que altivez
De optimismo e desatino
Ver tudo bom e divino
Tudo esperança, tudo fé
Enquanto a vida assim é
É tão bom ser pequenino


Ver tudo com alegria
Sem delongas sem demoras
Viver a vida numa hora
Eternidade num dia
Ter na mente a fantasia
Dum bem que ninguém supôs
Ter crença sonhar a sós
Com a grandeza deste mundo
E para bem mais profundo
Ter pai, ter mãe, ter avós

Ter muito elevo a sonhar
Acordar e ter carinho
Ter este Mundo inteirinho
No brilho do nosso olhar
Viver alheio ao penar
Deste orbe torpe ferino
Julgar-se eterno menino
Supor-se eterna criança
E num destino sem esperança
Ter esperança no destino

Oh! Desventura, Oh! Saudade
Causas da minha inconstância
Dai-me pedaços de infância
Retalhos de mocidade
Dai-me a doce claridade
Roubando-a ao tempo atroz
Eu queria ter a minha voz
Para cantar o meu passado
E é tão bom cantar o fado 
E ter quem goste de nós."

Letra de: Carlos Conde

Pin It button on image hover