18/08/08

Amarante Aboadela - Lugar da Rua, em Aboadela, um local com história!


















«Aboadela


Aboadela é uma freguesia portuguesa do concelho de Amarante, com 20,85 km² de área
, os quais são demarcados com as freguesias vizinhas de Canadelo, Sanche, Várzea, Olo e Ansiães. Apresenta 887 habitantes (2001). Densidade: 42,5 hab/km².


História


Origens e toponímia


Centro histórico de AboadelaPode-se falar de Aboadela ao longo da história, mas na realidade, ao longo dos séculos a sua denominação foi alvo de várias alterações. Assim, nos seus primórdios, isto é, por volta de finais do século XII, designava-se por “Santa Maria de Bobadella”, que juntamente com a actual freguesia de Canadelo constituíram a “Honra e Ovelha do Marão”.
Neste território (Honra e Ovelha do Marão) encontrava-se um juiz, um ordinário, um vereador, um procurador, entre outros honrosos funcionários. Aqui, também estava presente uma Companhia de Ordenança que constituía um tipo de confraria que procurava defender a conscrição local, bem como a defesa de castelos, ou seja, tratavam da defesa e organização do território. Há ainda a salientar que a Companhia de Ordenança era chefiada por um Capitão-Mor. No caso do território da Honra e Ovelha do Marão, esta era sujeita ao Capitão-Mor de Gestaçô ou Gestaço, que fora um antigo município na comarca de Penafiel que fora extinto no século XIX.
Durante vários séculos, Aboadela foi alvo de várias alterações. Deste modo, pode-se falar de múltiplas designações, as quais se passam a citar: Bobadella, Abovedela, Boudela, Bovedella, Bauadela, Buedela e Bobadela, sendo finalmente designada como Aboadela d’Ovelha do Marão, hoje conhecida somente por Aboadela. Quanto à sua toponímia, ela tem origem em “Aboar”, que significa pôr marcos, dividir, estremar ou demarcar.


Forais


Os primeiros registos sobre esta freguesia datam do século XII, quando Aboadela recebeu o primeiro foral no ano de 1196 no reinado de D. Sancho I, em Guimarães. Os forais concediam direitos e deveres aos cidadãos, entre outros. Neste caso, o foral imposto pelo rei D. Sancho I estabelecia que cada casal pagasse uma renda de “seis ferros por anno”, não se sabendo no entanto, hoje, a que ferros o foral se referia, pensa-se contudo, que como o foral se destinava a pessoas que tinham terras onde estavam patentes minas de ferro em lavra, então o dito ferro poderia ser uma espécie de barra de ferro ou uma ferradura.
Outros forais foram atribuídos posteriormente, não havendo todavia, registos do seu conteúdo. Sabe-se porém, que em 1212, D. Afonso II atribuiu pela segunda vez um foral, e mais tarde, isto é, em 1514, D. Manuel I também atribuiu mais um, neste caso, o último.


Beetria do Reino de Portugal


Há registos que apontam que Aboadela terá sido vila e couto, no entanto, realça-se o facto de ter sido uma das dez “beetrias” do reino, em meados do século XV. As “beetrias” destacavam-se em relação aos coutos e às honras por constituírem um povo livre, que gozava do direito de escolha e mudança de senhor, sempre que assim o desejassem, ao contrário do que acontecia nos coutos e nas honras.


Em Amarante existiram três das dez “beetrias” que fizeram parte de Portugal. Assim, para além do Ovelha, realça-se a Beetria de Amarante e a de Louredo. Quanto à Beetria de Ovelha do Marão, ela acabaria por ser extinta em 1550, no reinado de D. João III, passando depois a ser uma Vigararia e ainda uma Reitoria. Foram senhores da Beetria da Honra e Ovelha do Marão, Vasco Martins de Sousa, Martim Afonso de Sousa e D. Jaime, Quarto Duque de Bragança.


Honra e Concelho


Simbolo na antiga casa da Câmara


Lagoa junto ao IP4No século XVI, com a extinção de “beetria”, Aboadela mudava mais uma vez de estatuto, desta vez sendo substituída por uma Honra que associada ao conceito de concelho permaneceu até ao período do Liberalismo, isto é, até ao século XIX. O novo concelho de Ovelha do Marão foi então constituído pelas freguesias de Aboadela de Ovelha do Marão e S. Pedro de Canadelo. Foram senhores desta terra, D. Luís António de Sousa Botelho Mourão, quarto morgado de Mateus e D. José Maria do Carmo de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, seu filho. É da época destes ilustres senhores que data o brasão existente na antiga Casa da Câmara, no Lugar da Rua, símbolo emblemático do poder que se fazia então sentir naquele período nesta região.


Invasão Francesa


As invasões francesas deram-se em três momentos, e num primeiro e segundo momento acabariam por atingir a vila de Amarante, mas também passaram por Aboadela, no concelho de Ovelha do Marão, tendo ocorrido aqui uma das mais violentas batalhas de então, isto precisamente a 9 de Maio de 1809. Aboadela foi deste modo, um sítio estratégico para o lado português. Nesta freguesia foi reforçada a artilharia portuguesa e ainda foi oferecido apoio logístico.
As tropas francesas à chegada a Aboadela e à semelhança do que faziam noutros lugares por onde passavam serviam-se da população, ou seja, procuravam abastecimento junto desta. Seguidamente, não tinham qualquer gesto de piedade, pilhando e destruindo tudo que pudessem. Contudo, há a registar a derrota das tropas francesas contra três corpos de cavalaria portuguesa enfraquecendo deste modo, o lado francês.


A integração de Aboadela no concelho de Amarante


No século XIX, Amarante recebeu muitas das freguesias dos concelhos que haviam sido extintos (Gestaçô, Gouveia e Santa Cruz de Ribatâmega). É pois nesta altura que a Honra e Ovelha do Marão é destituída, através do Decreto 06/11 de 1836. Assim, as freguesias de Canadelo e Aboadela ficam anexadas ao concelho de Amarante, as quais permanecem até aos dias de hoje.


Geografia


Aboadela encontra-se na parte ocidental da Serra do Marão. Dista actualmente a 10 quilómetros do centro de Amarante, a 26 do centro de Vila Real e a 65 do centro do Porto. O acesso é feito através do IP4, onde existe uma saída deste itenerário, nesta freguesia. A EN15 também está relativamente próxima da freguesia. Para além da Serra do Marão, com uma altitude de 1450 metros, a freguesia também dispõe do Rio Ovelha, rio que nasce nesta mesma freguesia e que a atravessa. O solo é maioritariamente formado por granito, mas também está presente o xisto.


Demografia


Os últimos censos (2001) mostraram um crescimento populacional, sendo que naquela altura residiam em Aboadela, 887 habitantes. Estes resultados são um bom indicador do crescimento da população, sendo que Aboadela é uma das 11 freguesias das 42 que constituem o concelho de Amarante que viu a sua população aumentada em mais de 10%, relativamente aos censos de 1991. É também a única da zona do Marão a ver a sua população em crescimento.
Actualmente, já se estima que em Aboadela vivam mais de 1200 habitantes, existindo cerca de 700 eleitores inscritos, contrariando ainda mais o decréscimo populacional que se vem fazendo sentir nas freguesias juntas à Serra do Marão


Economia


Alguma da população dedica-se à agricultura, embora este sector esteja em decadência. Há também quem se dedique à construção civil, ao artesanato e ao pequeno comércio. Salienta-se ainda as pessoas que trabalham em entidades públicas como as escolas, jardins de infância, junta de freguesia, entre outros. O resto da população dedica-se a diversas actividades, fora da freguesia.
Durante a Idade Média para além da agricultura, a população dedicou-se à caça, à pastorícia, mas também à pesca, proveniente do Rio Ovelha.


Figuras ilustres


António Clemente Pinto (1º Barão de Nova Friburgo)
José Luís Gaspar (Político)


Gastronomia
Dentro da gastronomia típica tradicional de Abodadela destacam-se os pratos de carne, nomeadamente, o cabrito assado, mas também o arroz de cabidela. Relativamente ao primeiro prato, este deve ser cozido no forno e acompanhado por batatas e arroz branco, de preferência num forno a lenha. Quanto ao arroz de cabidela, em primeiro deve-se recolher o sangue para um recipiente quando se mata a ave (galo), depois de ser morto, deve ser estufado e acrescentada água. Por fim adiciona-se o arroz.
Para saborear na totalidade estes pratos é aconselhável serem acompanhados por vinho verde, natural da região.


Festas populares
S. Sebastião (Lugar da Rua) - 20 de Janeiro
S. Brás (Lugar de Várzea) - 3 de Fevereiro
Santo António (Lugar de Covêlo do Monte) - 13 de Junho
Santa Maria (Orago da freguesia) - 15 de Agosto


S. Bento (Lugar do Carregal) - 1 de Novembro


Símbolos e Património


Brasão


Quanto ao brasão, e em conformidade com um brasão típico de qualquer freguesia, independentemente da área ou do número de habitantes, ele apresenta uma coroa mural de prata com três torres. O escudo é dourado, onde está presente um monte de três cômoros de verde, representando a Serra do Marão. Mais a baixo está uma ponte de quatros arcos que representa um dos maiores símbolos da freguesia, a ponte românica.

Por baixo da ponte, o azul simboliza o Rio Ovelha.
Sobre a ponte ainda está presente uma ovelha, símbolo também da freguesia quer fosse pelo seu passado, onde outrora fora Honra e Ovelha do Marão, mas também em homenagem ao rio que nasce e atravessa a freguesia, o Rio Ovelha. No fundo do brasão encontra-se presente um listel todo a branco com “Aboadela” escrito a negro.


Bandeira


Em relação à bandeira, ela está esquartelada a verde e amarelo. Nela ainda se encontra um cordão e borlas com as cores referenciadas anteriormente.


Ponte Românica


Apresenta-se como um dos símbolos mais importantes da freguesia, e um dos exemplos mais importantes da arquitectura românica da região, quer pelo seu notável estado de conservação quer pelas suas características.
É difícil saber quando a ponte foi construída, a época de construção situa-se na época medieval, num período algures entre os sécs. XIII/XV altura em que foram realizadas várias construções com estas características um pouco por todo o país. Pensa-se contudo que poderá ter existido naquele local uma travessia mais antiga, visto que ali passava uma via romana.
Está construída sobre o rio Ovelha, um dos principais afluentes do rio Tâmega, é uma das ligações entre as duas margens da freguesia de Aboadela.
Enquadra-se num meio rural, isolado, num vale rodeado por uma zona montanhosa da serra do Marão. Do lado esquerdo da margem a ponte é antecipada por um cruzeiro do séc. XVII e o acesso é feito por uma rua onde existe um conjunto de casas na sua maioria edificadas no séc. XVIII e XIX. Na outra margem o acesso está circundado de quintas e terrenos agrícolas, que se alarga junto à ponte, criando um espaço para estacionamento, com uma fonte e algumas árvores, aqui também se localiza uma praia com areal e onde funciona ocasionalmente um bar. A jusante da ponte existem várias plataformas com pequeno tanque e canais de condução de água, em cantaria. Próximo, na margem direita, ergue-se um velho moinho.
A ponte enquadra-se no estilo Românico, construída em granito e juntas preenchidas com argamassas e seixos, possui quatro arcos de volta perfeita de diferentes tamanhos sendo o segundo a contar da esquerda consideravelmente mais alto que os restantes, (os arcos laterais são mais achatados que os centrais), sobre os arcos assenta um tabuleiro plano no centro e rampeado nas extremidades, com pavimento lajeado de granito. Entre os arcos, para o lado da nascente, existem três talha-mares agudos interrompidos, a jusante, talhantes de planta rectangular. Os parapeitos laterais são formados por duas fiadas de cantaria sobrepostas. Arcos apresentam com aduelas estreitas e compridas, de diferentes tamanhos, apresentando agulheiros do cimbre.
Depois de 2000 a ponte sofreu obras de restauro sobretudo ao nível da pavimentação, onde se procedeu à substituição do lajeado, recolocação de algumas pedras dos parapeitos, assim como a limpeza e remoção da vegetação que se tinha acumulado ao longo das últimas décadas.
Esta ponte é frequentemente designada pela população como “ponte romana”, denominação completamente errada.


Cruzeiro junto à ponte românica
Pelourinho medieval



CruzeiroConstruído no séc. XVII, o cruzeiro está adossado ao parapeito do lado direito, à entrada da ponte, na margem esquerda. É constituído por plinto de planta quadrada, tendo inscrição com a data de construção na face frontal, e moldura superior em quarto de círculo invertido com encaixe central para o fuste cilíndrico liso. O capitel tem a forma de esfera achatada, sustentando cruz latina lisa, de secção circular. O cruzeiro apresenta na face frontal do plinto a inscrição “1630 - RMO”, representativo da data de construção. O motivo de construção é essencialmente de ordem religiosa, normalmente este tipo de edificação servia para lembrar os seus entes queridos falecidos, para além do culto que lhes prestavam nos cemitérios.


Pelourinho


O pelourinho de Aboadela localiza-se numa zona rural junto à ponte românica, paralelo ao cruzeiro.
Enquadra-se na tipologia civil de arquitectura seiscentista (séc. XVII). A base da coluna está assente numa plataforma cúbica construída sobre cinco degraus, tem uma forma de anel baixo e achatado. O fuste é cilíndrico, de superfície lisa, onde são visíveis marcas dos furos onde seriam engatados os ferros de sujeição. O capitel é baixo, está assente numa esfera achatada nos topos superior e inferior, tem uma forma quadrangular que se vai abrindo ligeiramente até terminar num pequeno tabuleiro onde assenta o remate formado por uma pirâmide quadrangular.
Em Portugal, os pelourinhos ou picotas (esta a designação mais antiga e popular) dos municípios localizavam-se sempre em frente ao edifício da câmara e marcavam o local onde era feita justiça. Os presos eram amarrados às argolas e açoutados ou mutilados, consoante a gravidade do delito e os costumes da época.
Apesar de muitos pelourinhos terem sido destruídos pelos liberais a partir de 1834 por os considerarem um símbolo de tirania, este permaneceu praticamente intacto. O facto de a freguesia possuir um pelourinho demonstra o seu estatuto e importância durante o período medieval.» in Wikipédia.
Mais informações sobre este local no seguinte link:

17/08/08

Fausto Bordalo Dias - O Cantor Maldito!






Fausto - "O barco vai de partida"

Haja Saúde - "O barco vai de partida" - (Fausto)

André e Sofia - "Navegar, Navegar" - (Fausto)

FAUSTO - "Namoro"

Fausto - "Uns vão bem e outros mal"

Fausto - "Atrás dos tempos"

Fausto - "Ó PASTOR QUE CHORAS"



«Fausto Bordalo Dias


Fausto Bordalo Dias, de seu nome completo Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias, também conhecido simplesmente por Fausto (Vila Franca das Naves, 26 de Novembro de 1948) é um compositor e cantor português.


Discografia


Álbuns de OriginaisFausto (1970)
Pró que der e vier (1974)
Beco com saída (1975)
Madrugada dos trapeiros (1977)
Histórias de viajeiros (1979)
Por este rio acima (1982)
O Despertar dos alquimistas (1985)
Para além das cordilheiras (1987)
A preto e branco (1988)
Crónicas da terra ardente (1994)
A Ópera mágica do cantor maldito (2003)


Colectâneas
O Melhor dos melhores (1994)
Atrás dos tempos vêm tempos (1996)
Grande grande é a viagem (ao vivo) (1999)
18 Canções de Amor e Mais Uma de Ressentido Protesto (2007)» in Wikipédia.


"Navegar, Navegar
Fausto
Composição: Fausto


Navegar navegar
Mas ó minha cana verde
Mergulhar no teu corpo
Entre quatro paredes
Dar-te um beijo e ficar
Ir ao fundo e voltar
Ó minha cana verde
Navegar navegar


Quem conquista sempre rouba
Quem cobiça nunca dá
Quem oprime tiraniza
Naufraga mil vezes
Bonita eu sei lá


Já vou de grilhões nos pés
Já vou de algemas nas mãos
De colares ao pescoço
Perdido e achado
Vendido em leilão
Eu já fui a mercadoria
Lá na praça do Mocá
Quase às avé-marias
Nos abismos do mar


navegar navegar...


Já é tempo de partir
Adeus morenas de Goa
Já é tempo de voltar
Tenho saudades tuas
Meu amor
De Lisboa
Antes que chegue a noite
Que vem do cabo do mundo
Tirar vidas à sorte
Do fraco e do forte
Do cimo e do fundo
Trago um jeito bailarino
Que apesar de tudo baila
No meu olhar peregrino
Nos abismos do mar"


Mais informações sobre este Músico de grande qualidade, no seguinte link:
http://marius709.com.sapo.pt/index.html

16/08/08

F.C. Porto 0 vs Sporting C.P. 2 - Derrota justa na Supertaça Cândido de Oliveira!

Dureza de final

A noite algarvia nada quis com os ensejos, a insistência ou a vontade portistas, que esbarraram invariavelmente nos ferros da baliza contrária, na facilitada dureza do adversário ou, pura e simplesmente, na infelicidade da desejada conclusão. As oportunidades criadas, em todas as diferentes etapas do encontro, mereciam um outro desfecho e, sem dúvida, um equilíbrio mais evidente para a partida. Imperou a injustiça, portanto.
Ao contrário do que uma análise fria do resultado final da partida poderá revelar, as incidências do encontro entre o Campeão Nacional e do vencedor da Taça de Portugal da época transacta demonstram à evidência que o equilíbrio foi mais do que uma mera hipótese académica. Existiu, de facto, quer através das boas ocasiões de golo manifestadas, quer também pela toada dividida que sempre imperou.
O início do encontro, de resto, foi bem exemplo disso mesmo, com as oportunidades de êxito a surgirem em ambas as balizas. Guarin abriu as hostilidades portistas com um remate de meia distância, seguido de perto pelas intenções de Benítez, que também se acercaram da zona de perigo contrária. A dupla tentativa serviu como prelúdio ideal para a ocasião soberana que haveria de surgir, pouco depois da meia-hora de jogo, através de um disparo de Lucho, do meio da rua, que estava destinado a abrir a contagem a favor dos Dragões e caprichosamente se encaminhou para o poste da baliza adversária. Toda a história deste jogo poderia, neste instante, ter sido escrita de outra, bem diferente, forma.
Desde o apito inicial, mas com especial relevância nesta fase da partida, a permissividade incentivada perante lances de ilegítima discussão dentro de campo, sentidos na pele por Rodriguez ou Lisandro, para citar apenas alguns, premiou a impetuosidade excessiva do adversário e abriu portas a decisões que, posteriormente, se revelariam inadequadas.
O tento sportinguista chegou em cima do intervalo, adiando para o reatamento a reacção azul e branca, que não tardou mais que uns minutos logo após o reinício do jogo. Meireles tentou de longe, antes de Lisandro chamar a si um papel de evidência, parado em grandes dificuldades pelas mãos do guarda-redes adversário. Por sinal, e mantendo uma senda enganadoramente intocável, o jogo viu chegar pouco depois o segundo golo verde e branco, que elevou ao expoente do cinismo o desfecho da repartida disputa.
Não se quedou aí, no entanto, a vontade de sucesso portista, que incansavelmente perseverou face aos obstáculos colocados de forma sucessiva. Depois de uma dupla ocasião protagonizada por Raul Meireles e Lucho, Caneira cortou com a mão, em plena área, um cruzamento oportuno de Candeias. Assinalado o penalti e mostrado o cartão amarelo devido, ficou, no entanto, a sensação de injustiça perante uma advertência que imerecidamente não surgiu, quando o mesmo jogador agrediu Rodriguez ainda durante o primeiro tempo. Comprovou-se, então, que desta vez a dureza foi premiada. Sem mais.
Para não fugir a um destino teimosamente traçado, Lucho não conseguiu converter o castigo máximo e o resultado do encontro não mais sofreu alterações. Não estava destinado que assim fosse, por muito que tenha sido tentado para o impedir. Este arranque, ainda assim, não é suficiente para anular as ambições intimamente ligadas à alma portista. O caminho só agora começou a ser trilhado e muito há para percorrer. As contas, essas, fazem-se como sempre, no final.

Ficha de Jogo

Supertaça Cândido de Oliveira (16 de Agosto de 2008)

Estádio do Algarve, em Faro

Árbitro: Carlos Xistra (AF Castelo Branco)Árbitros Assistentes: José Braga e Mário Dionísio
4º Árbitro: André Gralha

F.C. PORTO: Helton; Sapunaru, Bruno Alves, Pedro Emanuel «cap.» e Benítez; Guarin, Raul Meireles e Lucho; Lisandro, Farias e Rodriguez
Substituições: Farías por Hulk (56 min) e Guarin por Candeias (70 min)
Não utilizados: Nuno, Fucile, Rolando, Tomás Costa e FernandoTreinador: Jesualdo Ferreira

SPORTING: Rui Patrício; Abel, Anderson Polga, Tonel e Caneira; João Moutinho «cap.», Rochemback, Romagnoli e Izmailov; Yannick e Derlei
Substituições: Romagnoli por Miguel Veloso (67 min), Derlei por Hélder Postiga (82 min) e Yannick por Pereirinha (90 min)
Não utilizados: Tiago, Adrien, Grimi e TiuíTreinador: José Mota

Ao intervalo: 0-1Marcadores: Yannick (45 e 58 min)
Disciplina: cartão amarelo para Anderson Polga (10 min), Benítez (29 min), Caneira (71 min), Lucho (90 min), Miguel Veloso (90 min) e Rodriguez (90 min)
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Apesar de alguma infelicidade por parte da equipa azul e branca, a vitória do Sporting é totalmente merecida, em virtude de ser neste momento uma equipa mais consolidada do que o F.C. do Porto, muito por força da estabilidade e reforço acertado do seu plantel. Apesar da derrota do F.C. do Porto, Lucho Gonzalez foi, quanto a mim e mais uma vez, o melhor jogador da equipa e o melhor em campo, passeando a sua classe, mas desta vez sem ajudas ao seu nível! Começa a ser difícil ao F.C. do porto bater este Sporting do Mister Paulo Bento! Muitas coisas por resolver nesta equipa do F.C. do Porto: a questão dos laterais, o caso "Quaresma", a tardia recuperação de Tarik e a falta de qualidade de Guarin, para ocupar a difícil posição 6... muito trabalho espera o Mister Jesualdo Ferreira! Parabéns ao Sporting, Viva o F.C. do Porto!

1.º Golo por Djaló!

2.º Golo por Djaló!

15/08/08

Religião - Hoje é dia da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria!



«SOLENIDADE LITÚRGICA DA ASSUNÇÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA


HOMILIA DO SANTO PADRE


Quarta-feira 15 de Agosto de 2001


1. "O último inimigo a ser destruído será a morte" (1 Cor 15, 26).


As palavras de Paulo, que acabam de ser proclamadas na segunda leitura, ajudam-nos a compree
nder o significado da solenidade que hoje celebramos. Em Maria, que subiu ao Céu no termo da sua vida terrestre, resplandece a vitória definitiva de Cristo sobre a morte, que entrou no mundo em virtude do pecado de Adão. Foi Cristo, o "novo" Adão, que venceu a morte, oferecendo-se em sacrifício no Calvário, em atitude de amor obediente ao Pai. Assim, Ele resgatou-nos da escravidão do pecado e do mal. No triunfo da Virgem, a Igreja contempla Aquela que o Pai escolheu como verdadeira Mãe do seu Filho unigénito, associando-a intimamente ao desígnio salvífico da Redenção.
É por isso que Maria, como é bem evidenciado pela Liturgia, constitui um sinal consolador da nossa esperança. Olhando para Ela, arrebatada na exultação das plêiades angélicas, toda a existência humana, impregnada de luzes e de sombras, se abre para a perspectiva da bem-aventurança eterna. Se a experiência quotidiana nos faz sentir directamente como a peregrinação terrestre se desenvolve sob o sinal da incerteza e da luta, a Virgem exaltada na glória do Paraíso assegura-nos que o socorro divino jamais nos faltará.


2. "Apareceu um grande sinal no Céu: uma mulher revestida de Sol" (Ap 12, 1). Olhemos para Maria, caríssimos Irmãos e Irmãs que aqui vos encontrais reunidos num dia tão especial para a devoção do povo cristão. Saúdo-vos com grande afecto. Cumprimento de modo particular o Senhor Cardeal Angelo Sodano, meu primeiro colaborador, e o Bispo de Albano acompanhado do seu Auxiliar, e agradeço-lhes a sua presença. Além disso, saúdo o pároco com os sacerdotes que o assistem, os religiosos, as religiosas e todos os fiéis aqui presentes, de maneira especial os consagrantes salesianos, a Comunidade de Castelgandolfo e a das Vilas Pontifícias. Incluo no meu pensamento os peregrinos de várias línguas, que quiseram unir-se à nossa celebração. A cada um formulo votos para que viva com alegria a solenidade deste dia, rica de sugestões para a meditação.
Hoje aparece um sinal grandioso no Céu: a Virgem Maria! É dela que nos fala com linguagem profética o sagrado autor do livro do Apocalipse, na primeira leitura. Que prodígio extraordinário se apresenta diante dos nossos olhos estupefactos! Acostumados a olhar para as realidades da terra, somos convidados a elevar o nosso olhar para o Alto: rumo ao Céu, que é a nossa Pátria definitiva, onde a Santíssima Virgem espera por nós.
O homem moderno, talvez mais do que no passado, tem interesses e preocupações materiais. Busca segurança e não raro experimenta a solidão e a angústia. Além disso, que dizer do enigma da morte? A Assunção de Maria é um acontecimento que nos interessa de perto, precisamente porque cada homem é destinado a morrer. Todavia, a morte não é a última palavra. Ela garante-nos o mistério da Assunção da Virgem é a passagem para a vida, ao encontro do Amor. É a passagem para a bem-aventurança celestial, reservada a quantos se empenham em prol da verdade e da justiça, esforçando-se por seguir a Cristo.


3. "Desde agora, todas as gerações me hão-de chamar ditosa" (Lc 1, 48). Assim exclama a Mãe de Cristo no encontro com a idosa prima Isabel. O Evangelho acabou de nos propor de novo o Magnificat, que a Igreja canta todos os dias. Trata-se da resposta de Nossa Senhora às palavras proféticas de Santa Isabel: "Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor" (Lc 1, 45).
Em Maria, a promessa torna-se realidade: ditosa é a Mãe e felizes seremos nós, seus filhos se, como Ela, escutarmos e pusermos em prática a palavra do Senhor.
A solenidade deste dia abra o nosso coração para esta exaltante perspectiva da existência. Possa a Virgem, que hoje contemplamos resplandecente à direita do Filho, ajudar o homem contemporâneo a viver, acreditando "que terão cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor".


4. "Hoje, os filhos da Igreja na terra celebram com alegria a passagem da Virgem para a Cidade superna, a Jerusalém celeste" (Laudes et hymni, VI). É assim que a Liturgia arménia canta no dia de hoje. Faço minhas estas palavras, pensando na peregrinação apostólica ao Cazaquistão e à Arménia que, se Deus quiser, realizarei daqui a pouco mais de um mês. Confio-te a Ti, Maria, o bom êxito desta nova etapa do meu serviço à Igreja e ao mundo. Confio-te a Ti o auxílio aos fiéis, a fim de que sejam sentinelas da esperança que não desilude e proclamem incessantemente que Cristo é o vencedor do mal e da morte. Ilumina, Mulher fiel, a humanidade do nosso tempo, para que compreenda que a vida de cada homem não se esgota num punhado de pó, mas é chamada a um destino de felicidade eterna.
Maria, "Tu que és o júbilo do céu e da terra", vela e intercede por nós e pelo mundo inteiro, agora e sempre!» in http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/homilies/2001/documents/hf_jp-ii_hom_20010815_assunzione-maria_po.html
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Num dia tão importante para os católicos de todo o Mundo, nada como as palavras do Anjo Branco, Papa João Paulo II. O Papa que mais venerou Fátima!

(Assunção de Nossa Senhora Teatro)


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