«MAGRO MAS JUSTO
No regresso ao Estádio do Dragão após quatro jogos longe de casa, o FC Porto reencontrou o caminho das vitórias, ao bater o Marítimo por 1-0, na primeira vez que José Peseiro se sentou no banco azul e branco e no dia em que a equipa de ciclismo se apresentou aos adeptos. Pela frente estava um adversário que no ano passado saiu invicto dos duelos com os portistas, mas que em todas as visitas ao recinto azul e branco para o campeonato não levou mais do que um ponto para a Madeira. Este domingo, na 19.ª jornada da Liga NOS, a história não foi contrariada e os Dragões mantiveram as distâncias pontuais para o primeiro e segundo classificados.
Ao quarto dia como treinador principal dos Dragões, com apenas três dias de trabalho com o plantel, José Peseiro, que também tem a tendência para vencer nas estreias, concedeu a titularidade aos onze jogadores com mais minutos somados nesta temporada, exatamente os mesmos que alinharam de início nos últimos três jogos da Liga, frente a Vitória de Guimarães, Boavista e Rio Ave. Sendo certo que ninguém esperava ver um FC Porto transfigurado, até porque ainda é curto o tempo de trabalho da nova equipa técnica, a verdade é que já se começaram a notar nesta partida algumas diferenças relativamente ao passado: um futebol mais fluido, preocupado em chegar mais depressa às zonas de criação e de finalização, procurando chegar à baliza não apenas pelas alas, mas também através do jogo interior. O que nem sempre aconteceu, não só porque as ideias começam agora a ser assimiladas, mas também porque do outro lado estava um adversário que adotou uma postura sempre atrevida, com as linhas subidas e que chegava com facilidade ao último terço do terreno, explorando algumas dificuldades dos portistas na transição defensiva.
Foi, no entanto, ao FC Porto que pertenceu o primeiro lance de perigo do jogo, num remate de Brahimi que obrigou Sallin à primeira defesa da noite. O guarda-redes do Marítimo não foi, porém, tão feliz quando um portentoso remate de André André levou a bola a bater na trave da baliza e depois nas suas costas, no lance que viria a originar o primeiro e único golo da noite (22m). Logo a seguir, os Dragões poderiam ter tido uma oportunidade flagrante para dilatar o marcador, caso o árbitro Jorge Ferreira não tivesse ignorado um derrube de Fernando Ferreira a Maxi (24) dentro da área – sem sorte com o juiz bracarense, o uruguaio seria mais tarde castigado com um cartão amarelo por alegadamente ter simulado uma falta dentro da grande área, num lance que voltou a deixar muitas dúvidas. Estávamos na fase de maior emoção na primeira parte, já que no minuto seguinte foi a vez de Casillas ver uma bola devolvida pela trave após um cabeceamento de Dyego Sousa.
O intervalo chegava entretanto na pior altura, porque a segunda parte trouxe menos espetáculo e menos lances de perigo junto às balizas. O FC Porto continuava a mandar no jogo, com mais posse de bola, mais ataques e mais remates, e o Marítimo, apesar do futebol positivo, raramente incomodou Casillas. A melhor oportunidade de golo surgiu apenas à entrada para o último quarto de hora e saiu dos pés de Corona, que rematou cruzado para mais uma boa defesa de Salin, sempre inspirado quando defronta os Dragões. Antes, o extremo mexicano já tinha estado em destaque ao ver a equipa de arbitragem assinalar-lhe um fora de jogo que não existiu, quando se encontrava em boa posição para fazer o 2-0.
O golo da tranquilidade tardava em chegar e Peseiro procurou refrescar a equipa: primeiro o ataque, com a entrada de Suk, depois o meio-campo, com Rúben Neves, antes de fazer entrar Varela, que assim atingia o redondo número de 200 jogos no campeonato, 125 dos quais com a camisola azul e branca. No entanto, a história da partida estava escrita com uma vitória magra, mas justa.» in http://www.fcporto.pt/pt/futebol/fichas-de-jogo/Pages/fcporto_maritimo_1516.aspx