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01/11/12

História de Portugal - Há 257 anos, no dia 1 de novembro de 1755, um dos maiores terramotos da História destruiu Lisboa!


«Visite Lisboa antes do terramoto de 1755

Há 257 anos, no dia 1 de novembro de 1755, um dos maiores terramotos da História destruiu Lisboa. Agora, usando a tecnologia do ambiente virtual Second Life, pode passear pela primeira vez pelas ruas, praças e edifícios da cidade, tal como eram antes da catástrofe.

Quer passear pelas praças, ruas e edifícios mais emblemáticos do centro de Lisboa tal como eram antes do terramoto de 1 de novembro de 1755? Agora pode fazê-lo usando a tecnologia de mundos virtuais do Second Life, graças a um projeto científico, inédito a nível mundial, que pretende recriar vitualmente a memória da cidade destruída por um dos maiores terramotos da História.

O projeto chama-se "Cidade e Espectáculo: uma visão da Lisboa Pré-Terramoto", foi desenvolvido por uma equipa coordenada pelos historiadores Alexandra Gago da Câmara, Helena Murteira e Paulo Rodrigues, investigadores do Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA) da Universidade de Évora, e conta com a parceria da empresa Beta Technologies.

A iniciativa foi divulgada há cerca de dois anos, mas como está em desenvolvimento, não permite ainda que os investigadores ou o público em geral possam passear pela Lisboa pré-terramoto. 

Por isso mesmo, e para assinalar os 257 anos do terramoto de 1 de novembro de 1755, os seus promotores disponibilizaram temporariamente, em exclusivo para o Expresso, uma parte da Lisboa pré-terramoto já reconstruída para ser visitada pelos leitores através da tecnologia que é também usada no Second Life. 

Os leitores podem também ver (no final deste artigo) uma galeria fotográfica dessa Lisboa desaparecida e um video narrado em inglês, feito para a apresentação do projeto em variadas conferências internacionais que já tiveram lugar na Áustria, Reino Unido, Alemanha, República Checa e Bélgica. O projeto está neste momento mais adiantado do que esse video e a própria tecnologia de foto-realismo usada também evoluíu. 

Descobrir a cidade desaparecida 

A realidade a recriar pelo projeto da Universidade de Évora pretende abranger o desenho urbano de Lisboa, o tecido arquitectónico do conjunto desaparecido e os interiores de alguns edifícios mais emblemáticos, tais como o Palácio Real, a Patriarcal, a Ópera do Tejo, o Convento de Corpus Christi e o Hospital de Todos-os-Santos. 

A Lisboa anterior ao terramoto de 1755 desapareceu quase completamente, não só com a catástrofe de 1 de Novembro, mas também com a reconstrução empreendida pelo futuro Marquês de Pombal, ministro do rei D. José I, da qual resultou uma cidade de traçado regular e quarteirões uniformes. Da Lisboa barroca ficou apenas a memória de uma cidade mítica que perdura até hoje e cujas descrições oscilam entre a extrema miséria, a devoção religiosa e a desmedida opulência.

"O primeiro objectivo do projecto é, precisamente, resgatar a realidade urbana absorvida pela memória mítica através de uma visualização digital e interativa, menos abstrata que o discurso narrativo. E não condicionada a um único ponto de vista ou somente à percepção visual, como sucede com o formato bidimensional das plantas, desenhos e gravuras ou com o formato tridimensional das maquetas convencionais", explica ao Expresso a historiadora Alexandra Gago da Câmara.

O Terreiro do Paço em 1650, segundo o pintor holandês Dirk Stoop. Na praça vêem-se nobres, comerciantes, padres e soldados. São também visíveis o Paço da Ribeira, o Tejo, o cais e à direita em segundo plano, o Convento de São Francisco
O Terreiro do Paço em 1650, segundo o pintor holandês Dirk Stoop. Na praça vêem-se nobres, comerciantes, padres e soldados. São também visíveis o Paço da Ribeira, o Tejo, o cais e à direita em segundo plano, o Convento de São Francisco.


Ouvir os sons das praças e ruas da capital

No futuro, haverá também componentes áudio e de animação, com a introdução de sons do ambiente citadino setecentista, e a reconstituição de espectáculos de ópera, touradas, procissões e outros eventos de destaque no quotidiano da Lisboa da primeira metade do século XVIII.

Na fase actual do projeto foi recriado o exterior do conjunto do antigo Paço da Ribeira que inclui, para além do Palácio da Ribeira, a Rua da Capela, a Praça da Patriarcal, a Torre do Relógio, a Casa da Ópera e o espaço confinante da Ribeira das Naus. O mais antigo teatro público de Lisboa, o Pátio das Arcas, foi igualmente recriado.

Todo este conjunto encontra-se ainda em modelação, podendo sofrer retificações de acordo com o avanço de todo trabalho de investigação.

A historiadora Helena Murteira esclarece que "a utilização da tecnologia Second Life permite que a recriação virtual de Lisboa antes do terramoto de 1755 ultrapasse as ferramentas tradicionais da modelação em 3D, ainda presas à contemplação, tornando possível que qualquer pessoa visite a cidade dessa época do conforto da sua casa. E até possa imergir e interagir virtualmente no seu contexto físico, social e cultural, inclusivamente partilhando-o com outros utilizadores e ganhando, deste modo, também uma dimensão social".

Aprender história e investigar de forma inovadora

As potencialidades didáticas da aplicação desta tecnologia à recriação de uma cidade histórica desaparecida são inúmeras. Mas também há potencialidades científicas, na medida em que a plataforma Second Life torna a recriação virtual em algo mais que uma sofisticada maqueta de alta definição e interactiva.

De facto, "confere a dimensão laboratorial possível, mas urgente, à investigação nas áreas da história urbana e da arquitetura ao suportar, a baixo custo e em tempo real, a experimentação das conclusões retiradas da análise e da interpretação das fontes documentais e iconográficas para o estudo da cidade, cuja validade pode ser assim debatida e verificada", afirma o historiador de arte Paulo Rodrigues.

Inicia-se assim uma nova metodologia de investigação em que a recriação é o principal instrumento de análise da Lisboa desaparecida depois de 1 de Novembro de 1755, e não a sua etapa final, "enquanto síntese ilustrativa dos resultados obtidos pelo processo tradicional baseado na descrição documental, na representação iconográfica e na interpretação arqueológica".

Testar as fontes documentais

Mas como pode uma recriação virtual ser um instrumento de análise? "Testando a informação retirada das fontes documentais, iconográficas e arqueológicas numa dimensão virtual que recrie a implantação urbana, a escala, a disposição e o desenho interior e exterior dos edifícios desaparecidos, a realidade ambiental, espacial e paisagística do construído", salienta por sua vez Alexandra Gago da Câmara.

Isto é, verificando, por exemplo, a possibilidade, em termos de espaço urbano, de os corpos de um determinado conjunto edificado se articularem com o que é descrito ou representado na documentação, o mesmo se passando com a arquitetura da estrutura interna de um edifício ou com a configuração da sua fachada.

"Na plataforma Second Life é possível propor uma recriação, debatê-la e actualizá-la em tempo útil e a baixo custo. Permite ainda que esta actualização científica alimente diretamente a dimensão didática, recreativa e de divulgação do projecto", acrescenta a mesma investigadora.

Fique a conhecer as ruas, praças e edifícios da capital antes de 1 de novembro de 1755 visitanto o projeto "Cidade e Espectáculo: uma visão da Lisboa Pré-Terramoto".» in http://expresso.sapo.pt/visite-lisboa-antes-do-terramoto-de-1755=f763402#ixzz2Axv8Kn5C




(Terramoto de Lisboa, 1755)


#lisboa
#história
#terramoto1755

28/09/12

História de Portugal - Batalha do Bussaco, combate travado a 27 de setembro de 1810, na Serra do Buçaco, onde se enfrentaram as forças do exército anglo-luso, comandadas pelo Duque de Wellington, e as do exército francês, dirigidas por André Massena!

27 de setembro de 1810

«27 de setembro de 1810 

 A Batalha do Buçaco aconteceu a 27 de setembro de 1810, durante as terceiras Invasões Francesas a Portugal.» in http://noticias.sapo.pt/fotos/202o-aniversario-da-batalha-do-bucaco_241163/


202º aniversário da Batalha do Buçaco



27 de setembro de 1810


«Batalha do Buçaco 

Combate travado a 27 de setembro de 1810, na Serra do Buçaco, onde se enfrentaram as forças do exército anglo-luso, comandadas pelo Duque de Wellington, e as do exército francês, dirigidas por André Massena. Os invasores franceses sofreram uma pesada derrota.» in http://www.infopedia.pt/$batalha-do-bucaco


(Batalha do Bussaco 200 anos)


12/08/12

História de Portugal - Mais de 2.500 pessoas assistiram hoje à recriação histórica da Batalha de Aljubarrota, disse o diretor do Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA), João Mareco, à Agência Lusa!



«Recriação da Batalha de Aljubarrota foi vista por mais de 2500 pessoas

Mais de 2.500 pessoas assistiram hoje à recriação histórica da Batalha de Aljubarrota, disse o diretor do Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA), João Mareco, à Agência Lusa.

Trajados e rigor e armados com artefactos do século XIV, mais de 120 voluntários e 45 figurantes, da Associação Companhia Livre, foram distribuídos pelas mais variadas funções, desde lanceiros, arqueiros ingleses, «homens de armas» de João I e aias da corte de Leonor Teles.

Os participantes, que recriaram a Batalha de Aljubarrota, na Aldeia de S. Jorge, o exato local onde, há 627 anos, os exércitos de Castela e Portugal, foram enquadrados nas diversas hostes e treinados como guerreiros, para que pudessem viver dia em pleno espírito medieval.

A recriação começou com o enquadramento histórico da morte do rei D. Fernando, em 1383, e o Tratado de Salvaterra de Magos celebrado entre a rainha D. Leonor Teles, o Conde João Andeiro e o Rei de Castela, que estabeleceu que a Coroa de Portugal passaria a pertencer aos descendentes do Rei de Castela, D. Juan I.

Com o receio de perder a independência para Castela, surge descontentamento popular que proclama D. João, Mestre de Avis, como «regedor, governador e defensor do reino».

O ponto alto da recriação foi o momento da batalha entre a esquadra castelhana e o exército português comandado por Nuno Álvares Pereira, que aclamou no final «vitória».

O espetáculo, de cerca de 45 minutos, terminou com os portugueses a agradecerem a S. Jorge a vitória.

Ao longo de toda a recriação alguém deu voz a todo este momento, pormenorizando todos os aspetos deste pedaço da História de Portugal.

Com mais de «30 quilos» cima, Vasco Dias foi o 'chefe das tropas francesas', Geoffroy. Para o figurante da Associação Companhia Livre, a recriação é «uma forma de mostrar às gerações mais novas o orgulho de ser português» e "uma forma de não deixar morrer a nossa tradição".

Sete séculos depois, Vasco Dias considera que é «num momento de crise que os portugueses não se podem esquecer de quem são» e salientou que «esta batalha foi um sinal de superação».

A iniciativa deste ano apresentou «mais mobilidade das tropas», o que permitiu «uma recriação mais alegórica do trajeto que foi feito de Porto de Mós para S. Jorge», referiu João Mareco, acrescentando que o aspeto técnico também foi «melhorado».

João Mareco revelou que a ideia de realizar esta recriação surgiu há cerca de três anos, após ter sido produzido um filme sobre a Batalha de Aljubarrota.

«Construímos os adereços e pensamos porque não aproveitar para fazer uma recriação histórica no dia em que ocorreu esta batalha [14 de agosto]», revelou, justificando a realização do evento hoje «por ser domingo».

A recriação funciona em articulação com a vila medieval de Aljubarrota, que é da responsabilidade da Associação Companhia Livre. Por isso, «o cortejo da vitória de Portugal é feito em Aljubarrota».

Segundo João Mareco, esta batalha foi um «momento crucial para Portugal», pois «a partir daqui houve uma pacificação do território nacional e da Península Ibérica, o que permite aos portugueses avançar para a expansão marítima».» in http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=56693


(Batalha Medieval de Aljubarrota)


(Batalha de Aljubarrota 2010)




(Batalha de Aljubarrota)

25/07/12

História de Portugal - A Batalha de Ourique desenrolou-se muito provavelmente nos campos de Ourique, no actual Baixo Alentejo (sul de Portugal) em 25 de Julho de 1139 — significativamente, de acordo com a tradição, no dia do provável aniversário D. Afonso Henriques e de São Tiago, que a lenda popular tinha tornado patrono da luta contra os mouros; um dos nomes populares do santo, era precisamente "Matamouros"!

 

«Lenda da Batalha de Ourique

Conta a lenda que a Batalha de Ourique foi o momento decisivo da independência do pequeno condado portucalense e que, no fim da peleja, D. Afonso Henriques foi ...

...aclamado pelos combatentes como Rei. Era noite. Véspera de batalha. 
Os guerreiros tentavam descansar. Nas coloridas tendas mouras o movimento fora intensíssimo durante todo o dia. De cinco reinos havia chegado homens aguerridos, decididos a não deixar progredir o pequeno exército dos cristãos. Tinham vindo muitos de Sevilha e de Badajoz para se juntarem à hoste composta por gente de Elvas, Évora e Beja. Diz-se mesmo que tinha vindo gente de além-mar. Durante o dia, não tinha havido descanso para ninguém. As setas tinham sido cuidadosamente afiadas e guardadas nas aljavas. Os velozes alfarazes da cavalaria moura tinham tido ração suplementar e relinchavam respondendo aos puros-sangues árabes dos grandes senhores que, impacientes, esperavam pela acção, pelo combate. Enfim, era noite e a algazarra que pairava todo o dia sobre o arraial esmorecera um pouco e só se ouvira como que um zunir de moscas. No acampamento cristão pairava o silêncio. Também os ginetes da guerra estavam prontos e impacientes, as espadas tinham sido afiadas, os peões haviam experimentado as bestas para que tudo corresse como desejavam. Os guerreiros descansavam nas tendas, recostados em leitos improvisados com as peles dos animais mortos, lá mais ao norte, nas selvas que bordejavam as suas tendências e propriedades. 

Também Afonso Henriques estava recostado na sua tenda. Dera ordem para que ninguém o incomodasse. Não conseguia dormir. Pensava na batalha do dia seguinte, na enorme cópia de gente moura contra a sua minúscula hoste.

Corria até que o exército árabe tinha uma ala de mulheres guerreiras... Mas, era necessário vencer... Deus se encarregaria de se mostrar ao infiel o seu poder pelo braço do guerreiro. Semi-adormecido, apareceu-lhe como que um sonho, um ancião. Fez sobre ele o sinal-da-cruz, chamou-lhe escolhido por Deus e alertou-o da batalha. Entretanto, apareceu-lhe um escudeiro, que vinha dizer-lhe que estava ali um velho que queria falar-lhe com muita urgência: Afonso Henriques viu, diante dos olhos, bem despertos, o velho do sonho:

- Tu, outra vez? Quem és afinal, ancião? O que me queres? 

-Quem sou não interessa... Acalma-te e ouve o que venho dizer-te da parte de Jesus, Nosso Senhor: daqui a instantes, quando ouvires tocar os sinos da ermida onde há já sessenta e seisanos vivo, deves sair do arraial, só e sem testemunhas. É isto o que ele manda dizer-te! Antes do guerreiro abrir a boca, o velho desapareceu na noite, sem deixar rasto. Daí a instantes, soou, efectivamente, o sino da ermida e Afonso Henriques pegou na espada e no escudo, com gesto quase automático, saiu da tenda embrenhando-se na noite, sem destino, só, como lhe fora recomendado. Subitamente, um raio iluminou a noite e de dentro dele saiu uma cruz esplendorosa. Ao centro estava Jesus Cristo rodeado de anjos. Afonso Henriques, ajoelhado, deixou-se ficar boquiaberto, sem saber o que dizer, sem se atrever a quebrar o instante, até que dentro de si, ouviu Jesus dizer-lhe: 

- Afonso, confia na vitória de amanhã. Confia na vitória de todas as batalhas que empreenderes contra os inimigos da Cruz. Faz como a tua gente que está alegre e esforçada. Amanhã serás rei... 

Apagou-se o céu e a visão celestial desapareceu, como viera. No dia seguinte a batalha foi terrível. Os mouros eram aos milhares e avançavam ferozmente contra os guerreiros de Afonso Henriques. 

Ao Primeiro embate muitos homens caíram no chão trespassados pelas lanças. Puxou-se então por espadas e alfanges e a planície foi invadida por um tinir de ferros misturados com a gritaria de toda aquela multidão e os relinchos doloridos dos cavalos feridos. Durante muito tempo, foi um verdadeiro inferno. Os guerreiros cristãos, porém, levaram a melhor. Os mouros sobreviventes, fugiram pela planície fora, deixando os cadáveres naquele imenso chão. Do lado cristão também eram muitos os mortos e feridos, mas os sobreviventes proclamavam a vitória, gritando: 

- Real! Real! Por Afonso, Rei de Portugal! 

Diz a tradição que nesse momento e em memória do acontecimento, o rei pôs no seu pendão cinco escudos, representando os cinco reis mouros que derrotara. Pô-los em cruz, pela cruz de Nosso Senhor e dentro de cada um mandou bordar trinta dinheiros, que por tanto vendera Judas a Jesus Cristo. Esta é a patriótica lenda com que os portugueses quiseram perpetuar um facto que na realidade foi bem diverso. As fontes históricas não concordam com a lenda, que se sabe ter sido forjada séculos depois do acontecimento. A batalha não foi de modo algum tão importante para a independência do novo reino que se afirmava na Península Ibérica. Os documentos, especialmente os da historiografia árabe, tão pródiga na descrição de acontecimentos deste tipo, ainda que fracassados para o seu lado, não faz menção de tal batalha, que, ao acreditar na lenda, teria sido importante e decisiva para o poderio muçulmano no Além-Tejo Árabe. Sob o ponto de vista militar e estratégico, a Batalha de Ourique não passou de mais um fossamo cristão, isto é, uma surtina em território inimigo como era frequente fazer-se de ambos os lados. Quanto ao título de Rei que esta lenda diz ter sido dado por aclamação a D. Afonso Henriques, já o utilizara em documentos escritos que se conservam nos arquivos.

Fonte: Instituto de Estudos de Literatura Tradicional

O local da Peleja

Não há consenso entre os estudiosos acerca do local exato onde se travou a batalha de Ourique.

A mais antiga descrição da batalha figura na Crónica dos Godos sob a entrada dos acontecimentos da Era Hispânica de 1177 (1139 da Era Cristã).

Séculos mais tarde, um dos primeiros autores a abrir a polêmica sobre a autenticidade das narrativas foi Alexandre Herculano quando, ao afirmar que “Ourique não passa de uma lenda”, foi acusado de anti-clericalismo.

Contemporaneamente, outros historiadores, entre eles José Hermano Saraiva, voltaram a abordar e a reinterpretar essa questão.


Entre as teorias consideradas, citam-se:


Hipótese de Ourique (Baixo-Alentejo), outrora conhecida como «Campo d'Ourique»: mais ou menos equidistante entre Évora e Silves, é a hipótese tradicionalmente sustentada. À época, o poder Almorávida estava em fragmentação na península Ibérica, e o território correspondente ao moderno Portugal, ainda em mãos muçulmanas, encontrava-se repartido em, pelo menos, quatro taifas, sediadas respectivamente em Santarém, Évora, Silves, e Badajoz. Neste cenário, uma razia do infante D. Afonso Henriques que incidisse numa zona tão a sul como o Baixo Alentejo, não seria, de todo, improvável, uma vez que era durante os períodos de maior discórdia entre os muçulmanos que as fronteiras cristãs mais progrediam para o Sul. Nesse sentido, a razia que seu filho, o infante D. Sancho, fez em 1178 a Sevilha, acha-se bem documentada, demonstrando na prática, a possibilidade de se percorrer uma distância tão significativa em território hostil. 

Estátua de D. Afonso Henriques no Alentejo, comemorativa da vitória na batalha de Ourique. Hipótese de Vila Chã de Ourique (c. 15 km do Cartaxo), no Ribatejo; a sua localização era ocidental demais para atrair o interesse e as forças do emir de Badajoz, o mais forte dos quatro supramencionados. 

Hipótese de Campo de Ourique (c. 7 km de Leiria), na Estremadura: tal como no caso de Vila Chã, a sua localização era próxima demais ao litoral para atrair da mesma forma o interesse e as forças do emir de Badajoz; 

Hipótese de Campo de Ourique (Lisboa): Presente no imaginário popular, sem qualquer fundamentação. 

Hipótese de Aurélia (possivelmente, a moderna Colmenar de Oreja, próxima a Madrid e Toledo): Há quem defenda uma confusão entre Ourique (Aurik) e Aurélia (Aureja, com o "j" aspirado como em castelhano), aumentando a dúvida sobre a localização da batalha.

É possível que tivesse havido um plano acordado entre Afonso Henriques e o rei de Leão e Castela, Afonso VII; embora inimistados dois anos antes em na batalha de Cerneja, a guerra ao inimigo comum (o Islão) constituía uma razão forte o suficiente para suscitar um entendimento entre ambos os soberanos cristãos, no sentido de este último poder atacar a fortaleza de Aurélia. Para evitar ser cercado pelo inimigo muçulmano, Afonso VII teria pedido ao primo D. Afonso Henriques que providenciasse uma manobra diversionista, que passaria por esta incursão portuguesa no Alentejo, e que forçaria os emires das taifas do Gharb al-Andalus a combatê-la em autodefesa. Com isso, Afonso VII esperava ter a sua retaguarda livre para atacar Aurélia, confiante em uma rendição rápida, dada a impossibilidade de resposta do inimigo, ocupado com a manobra dos portugueses. 

De qualquer modo, como consequência, quando o Cardeal Guido de Vico, emissário do Papa, reuniu D. Afonso Henriques e Afonso VII em Zamora (1143), para tentar convencê-los que a animosidade entre ambos favorecia os infiéis, o soberano português escreveu ao Papa Inocêncio II, reclamando para si e para os seus descendentes, o status de «censual», isto é, dependente apenas de Roma, invocando para esse fim o «milagre de Ourique», o que ocorrerá apenas em 1179. Entretanto, naquele encontro, pelo tratado então firmado (Tratado de Zamora), Afonso VII considerou D. Afonso Henriques como igual: afirmava-se a independência de Portugal.


Nesta batalha combateu e foi ordenado Cavaleiro o futuro Grão-Mestre da Ordem dos Templários, Dom Gualdim Pais, fundador das cidades de Tomar e Pombal.» in http://www.gforum.tv/board/1044/248423/lenda-da-batalha-de-ourique.html


(Batalha de Ourique)


(Batalha de Ourique 2011)  
(GANHOES E A BATALHA DE OURIQUE)


12/05/12

História - Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais (Caminha, 1 de Maio de 1872 — Lisboa, 14 de Dezembro de 1918) foi um militar e político que, entre outras funções, exerceu os cargos de deputado, de ministro do Fomento, de ministro das Finanças, de embaixador de Portugal em Berlim e de presidente da República Portuguesa!




«Sidónio Pais
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais


4º presidente de Portugal 
Mandato 28 de Abril de 1918 até
14 de Dezembro de 1918
Antecessor(a) Bernardino Machado
Sucessor(a) João do Canto e Castro
Vida
Nascimento 1 de Maio de 1872
Caminha, Portugal
Falecimento 14 de Dezembro de 1918 (46 anos)
Lisboa, Portugal
Primeira-dama Maria dos Prazeres Martins Bessa Pais
Partido Partido Nacional Republicano
Religião Ateu[1]
Profissão Major do Exército e Professor
ver


Sidónio Pais (fotografado em 1918).


Placa toponímica da Avenida Sidónio Pais, Macau.


Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais (Caminha, 1 de Maio de 1872 — Lisboa, 14 de Dezembro de 1918) foi um militar e político que, entre outras funções, exerceu os cargos de deputado, de ministro do Fomento, de ministro das Finanças, de embaixador de Portugal em Berlim e de presidente da República Portuguesa.


Enquanto presidente da República, exerceu o cargo de forma ditatorial, suspendendo e alterando por decreto normas essenciais da Constituição Portuguesa de 1911, razão pela qual ficou conhecido como o Presidente-Rei.


Oficial de Artilharia, foi também professor na Universidade de Coimbra, onde leccionou Cálculo Diferencial e Integral. Protagonizou a primeira grande perversão ditatorial do republicanismo português, transformando-se numa das figuras mais fracturantes da política portuguesa do século XX.


[editar]Biografia


Sidónio Pais nasceu em Caminha, filho de Sidónio Alberto Pais, notário e secretário judicial de ascendência judia Cristã-nova de Barcelos (pelo seu trisavô António Velho da Fonseca)[2], e de Rita da Silva Cardoso Pais, ambos naturais de Caminha. Casou-se em Amarante em 1895 com Maria dos Prazeres Martins Bessa, com quem teve cinco filhos. Bernardo Sassetti (de seu nome completo Bernardo da Costa Sassetti Pais), reconhecido pianista português, é seu bisneto.


Concluiu os seus estudos secundários no Liceu de Viana do Castelo, após o que seguiu para Coimbra, onde cursou os preparatório de Matemática e Filosofia. Destinado à carreira militar, entrou em 1888 para a Escola do Exército, frequentando o curso da arma de Artilharia. Aluno brilhante, completou com distinção o cursos e foi promovido a alferes em 1892, a tenente em 1895, a capitão em 1906 e a major em 1916.


Após a conclusão do curso da Escola do Exército matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Matemática, disciplina em que se doutorou, naquela mesma Universidade, no ano de 1898. Data deste período a sua adesão aos ideais republicanos, num altura em que a Monarquia Constitucional Portuguesa vivia os seus anos finais.


Durante este período pertenceu por um curto espaço de tempo à Maçonaria na Loja Estrela de Alva, de Coimbra, com o nome simbólico de irmão Carlyle[3], não sendo, no entanto, um membro muito activo.


Considerado um distinto matemático, permaneceu em Coimbra, onde foi nomeado professor da cadeira de Cálculo Diferencial e Integral da Universidade. Foi também professor da Escola Industrial Brotero, da qual foi director de 1905 a 1909. Chegou a professor catedrático e foi nomeado vice-reitor a 23 de Outubro de 1910, sendo reitor Manuel de Arriaga. 


Considerado um republicano destacado, após a implantação da República Portuguesa em 1910 foi catapultado para a vida política activa: depois de durante um breve período de tempo ter ocupado o cargo de membro dos corpos gerentes da Companhia de Caminhos de Ferro, foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição Portuguesa de 1911.


Membro destacado da Assembleia Constituinte, foi nomeado Ministro do Fomento do Governo presidido por João Chagas, assumindo as funções a 24 de Agosto de 1911. Nessas funções, em que permaneceu até 3 de Novembro de 1911, representou o Governo nas manifestações que assinalaram o primeiro aniversário da implantação da República, na cidade do Porto.


Após a queda do governo de João Chagas, permaneceu em funções governativas, transitando para a pasta de Ministro das Finanças do governo de concentração liderado por Augusto de Vasconcelos Correia, tomando posse a 7 de Novembro daquele mesmo ano, cargo que exerceu até 16 de Junho de 1912.


Numa fase em que as tensões internacionais que levaram à Primeira Guerra Mundial já se sentiam, foi nomeado para o cargo de ministro plenipotenciário de Portugal (embaixador) em Berlim, iniciando funções a 17 de Agosto de 1912. Permaneceu naquele importante posto diplomático durante o período crítico que levou à deflagração da guerra, mantendo um difícil equilíbrio entre as pressões do Governo português, com posições progressivamente pró-belicistas e anglófilas, as tentativas de dirimir pela via diplomática os conflitos fronteiriços nas zonas de contacto entre as colónias portuguesas e alemãs em África e o seu crescente posicionamento germanófilo. Apesar dessas dificuldades, desempenhou o cargo até 9 de Março de 1916, data em que a Alemanha declarou guerra a Portugal na sequência do aprisionamento dos seus navios que se encontravam em portos sob controlo português.
Regressado a Portugal, foi naturalmente engrossar a fileira daqueles que se opunham à participação de Portugal na Grande Guerra, catalisando o crescente descontentamento causado pelo esforço de guerra e pelos maus resultados obtidos pelo Corpo Expedicionário Português na frente de batalha.


Afirmou-se então como o principal líder da contestação ao Governo do Partido Democrático Republicano e de 5 a 8 de Dezembro de 1917 liderou uma insurreição protagonizada por uma Junta Militar Revolucionária, da qual era Presidente. O golpe de estado acabou vitorioso, após três dias de duros confrontos, nos quais o papel dos grupos civis foi determinante para a vitória dos revoltosos.


Na madrugada do dia 8 de Dezembro fora exonerado o Governo da União Sagrada liderado por Afonso Costa, transferindo-se o poder para a Junta Revolucionária presidida por Sidónio Pais. Então, em vez de iniciar a habitual consulta para formação de novo governo, os revoltosos assumem o poder, destituindo Bernardino Machado do cargo de Presidente da República e forçando o seu exílio. Nesse processo, a 11 de Dezembro de 1917, Sidónio Pais tomou posse como Presidente do Ministério, acumulando as pastas de Ministro da Guerra e de Ministro dos Negócios Estrangeiros e, já em profunda ruptura com a Constituição de 1911, que ajudara a redigir, a 27 de Dezembro do mesmo ano, assumiu as funções de Presidente da República, até nova eleição[4]. Durante o golpe e na fase inicial do seu governo, Sidónio Pais contou com o apoio de vários grupos de trabalhadores, em troca da libertação de camaradas encarcerados, e com a expectativa benévola da União Operária Nacional, parecendo posicionar-se como mais uma tentativa de consolidação no poder da esquerda republicana.


Inicia então a emissão de um conjunto de decretos ditatoriais, sobre os quais nem consulta o Congresso da República, que suspendem partes importantes da Constituição, dando ao regime um cunho marcadamente presidencialista, fazendo do Presidente da República simultaneamente Chefe de Estado e líder do Governo, o qual, significativamente, deixa de ser constituído por Ministros para integrar apenas Secretários de Estado. Nesta nova arquitectura do sistema político, que os seus apoiantes designavam por República Nova, o Chefe de Estado era colocado numa posição de poder que não tinha paralelo na história portuguesa desde o fim do absolutismo monárquico. Daí o epíteto de Presidente-Rei que lhe foi aposto. Nos seu objectivos e em muitas das suas formas, a República Nova foi precursora do Estado Novo de António de Oliveira Salazar.


Numa tentativa de apaziguamento das relações com a Igreja Católica Romana, em guerra aberta com o regime republicano desde 1911, a 23 de Fevereiro de 1918 Sidónio Pais alterou a Lei de Separação entre as Igrejas e o Estado, suscitando de imediato feroz reacção dos republicanos históricos e da Maçonaria, mas colhendo o apoio generalizado dos católicos, dos republicanos moderados e da população rural, então a vasta maioria dos portugueses. Com essa decisão também conseguiu o reatamento das relações diplomáticas com o Vaticano, através do envio de monsenhor Benedetto Aloisi Masella (que mais tarde seria núncio apostólico no Brasil, cardeal e camerlengo), que assumiu as funções de encarregado de negócios da Santa Sé em Lisboa a 25 de Julho de 1918.


Noutro movimento inconstitucional, a 11 de Março de 1918 por decreto estabeleceu o sufrágio directo e universal para a eleição do Presidente da República, subtraindo-se à necessidade de legitimação no Congresso e enveredando por uma via claramente plebiscitária.


Fazendo uso da sua popularidade junto dos católicos, a 28 de Abril de 1918 foi eleito, por sufrágio directo dos cidadãos eleitores, obtendo 470 831 votos, uma votação sem precedentes. Foi proclamado Presidente da República a 9 de Maio do mesmo ano, sem sequer se dar ao trabalho de consultar o Congresso e passando a gozar de uma legitimidade democrática directa, que usou sem rebuços para esmagar qualquer tentativa de oposição.
Os decretos de Fevereiro e Março de 1918, que pela sua profunda contradição com a constituição vigente foram denominados de Constituição de 1918, alteram profundamente a Constituição Portuguesa de 1911 e conferiram ao regime uma clara feição presidencialista, reformulando a lei eleitoral, as leis estabelecidas sobre a separação do Estado e da Igreja e a própria distribuição de poder entre os órgãos de soberania do Estado.


Entretanto, em Abril de 1918 as forças do Corpo Expedicionário Português são chacinadas na Batalha de La Lys, sem que o Governo português consiga os necessários reforços nem a manutenção de um regular aprovisionamento das tropas. A situação atingiu um extremo tal que, após o armistício que marcou o final da guerra, o Estado português não foi capaz de trazer de imediato as suas forças de volta ao país. A contestação social aumentou ao ponto de se viver uma permanente situação de sublevação.


Esta situação foi o fim do estado de graça: sucederam-se as greves, as contestações e os movimentos conspiratórios. A partir do Verão de 1918 as tentativas de pôr fim ao regime sidonista vão escalando em gravidade e violência, o que levou o Presidente a decretar o estado de sítio a 13 de Outubro daquele ano. Com aquele acto, e a dureza da repressão sobre os opositores, conseguiu recuperar momentaneamente o controlo da situação política, mas o seu regime estava claramente ferido de morte.


Com o aproximar do fim do ano a situação política não melhora, apesar da assinatura do Armistício da Grande Guerra, em 11 de Novembro, acontecimento acompanhado de uma mensagem afectuosa do rei Jorge V de Inglaterra tentando minorar a clara ligação entre Sidónio Pais e as posições germanófilas que anteriormente assumira, e que agora apareciam derrotadas.


Entra-se então numa espiral de violência que não poupa o próprio Presidente: a 5 de Dezembro de 1918, durante a cerimónia da condecoração dos sobreviventes do NRP Augusto de Castilho, sofreu um primeiro atentado, do qual conseguiu escapar ileso; o mesmo não aconteceu dias depois, na Estação do Rossio, onde a 14 de Dezembro de 1918 foi morto a tiro por José Júlio da Costa, um militante republicano.


O assassinato de Sidónio Pais foi um momento traumático para a Primeira República, marcando o seu destino: a partir daí qualquer simulacro de estabilidade desapareceu, instalando-se uma crise permanente que apenas terminou quase 8 anos depois com a Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926 que pôs termo ao regime.


Os funerais de Sidónio Pais foram momentosos, reunindo muitas dezenas de milhar de pessoas, num percurso longo e tumultuoso, interrompido por múltiplos e violentos incidentes. Com este fim, digno de um verdadeiro Presidente Rei, Sidónio Pais entrou no imaginário português, em particular dos sectores católicos mais conservadores, como um misto de salvador e de mártir, mantendo-se durante décadas como uma figura fraturante no sistema político.


A imagem de mártir levou ao surgimento de um culto popular, semelhante ao que existe em torno da figura de Sousa Martins, que fez de Sidónio Pais um santo, com honras de promessas e ex-votos, que ainda hoje se mantém, sendo comum a deposição de flores e outros elementos votivos junto ao seu túmulo.
Notas


↑ Historieta da 1ª República Portuguesa ( à minha maneira) - Parte X, AnaMarques, Crônicas, Recanto das Letras, 28 de Janeiro de 2009
↑ Os Paes de Barcelos. Subsídios genealógicos para a biografia do Presidente da República Sidónio Paes, padre António Júlio Limpo Trigueiros e Armando B. Malheiros da Silva, Barcelos, 1994
↑ Em homenagem ao ensaísta e filósofo escocês Thomas Carlyle.
↑ Esta situação foi legitimada pelo Decreto n.º 3701, daquela data.


[editar]Ligações externas


Sidónio Pais na página oficial da Presidência da República.
Sidónio Pais na página da Fundação Mário Soares
Sidónio Pais no Portugal - Dicionário Histórico
Sidónio Pais nas Vidas Lusófonas
Perfil em Geneall.net» in http://pt.wikipedia.org/wiki/Sid%C3%B3nio_Pais




«Sidonismo


O Sidonismo foi um regime antiparlamentarista, introduzido por Sidónio Pais em Portugal, durante a primeira República, em 1917-18. O Parlamento é subordinado ao Executivo, numa tentativa de pôr fim à anarquia e instabilidade políticas desta fase e os poderes do presidente são reforçados - presidencialismo.


A política de Sidónio Pais emerge da fusão de dois fatores: um de carácter teórico, que se traduz no Programa de Integralismo Lusitano; e um de carácter prático, que se prende com o descrédito da República. O Integralismo apresenta-se contra as teorias republicanas mais radicais, defendendo uma relação com o passado monárquico, como uma "herança coletiva" que deve ser salvaguardada. Não procura a anulação dos valores do passado, mas uma nova aplicação segundo uma ordem diferente.


Muitos são os que se vão identificar com esta estratégia política, sobretudo os que não se integram na ideologia elitista da República e no mundo das intrigas partidárias.


Numa fase de profunda instabilidade política, agravada pela Primeira Guerra Mundial e a crise que se generaliza um pouco por toda a Europa, o que é pretendido - tanto pelos políticos como pela população - é sobretudo eficácia da parte do Governo. O Sidonismo aparece como uma solução para os problemas, uma possibilidade real de arranque em direção ao progresso. A aceitação deve-se em parte ao facto de este projeto reunir no seu discurso, autoritário e corporativo, os vários setores da sociedade num todo.


O Sidonismo, como projeto e experiência política, termina abruptamente com o assassinato de Sidónio Pais, em Lisboa, a 14 de dezembro de 1918.» in http://www.infopedia.pt/$sidonismo

(1917 - Ditadura Sidonista)
Fernando Pessoa (à memória do presidente-rei Sidónio Pais)

(O Homem que matou Sidónio Paes - RTP1)
(4º - Sidónio Pais)


#história    
#portugal
#Sidónopaia

25/04/12

História de Portugal - Excelente texto de um portista que releva a parte revolucionária do Porto desde a génese de Portugal!




«Um pouco da história de Portugal e do seu futebol   

Existe uma notória rivalidade entre as duas maiores metrópoles Porto e Lisboa, esta rivalidade é histórica, e acentuou-se com o período negro da nossa história que foi o fascismo.

Lisboa capital do império era privilegiada em detrimento do restante país, mais em concreto no Norte e o Porto que eram a quem eles chamavam província, e aos seus habitantes saloios. Portugal ainda hoje, apesar da sua reduzida dimensão, é um país dividido. Mas é no futebol que esta divisão se evidencia mais. Aliás ainda hoje temos um governo de Lisboa e o resto continua a ser paisagem.

Todavia é a história de Portugal que demonstra a importância do norte e dos povos que nele habitaram no nascimento do nosso país.


A pré-história de Portugal é partilhada com a da Península Ibérica.

A região foi povoada por pré-celtas e celtas, dando origem a povos como os Galaicos, Lusitanos, Celtas e Cinetes, visitada pelos fenícios e cartagineses, e os romanos incorporaram-na no seu Império (como Lusitânia, depois de 45 a.C.) invadida posteriormente pelos Suevos, Búrios e Visigodos, e conquistada pelos mouros. Em 868, durante a Reconquista, foi formado o Condado Portucalense. A reocupação e possível reconstrução ou fortificação de Portucale verificou-se após a presúria de Vímara Peres, em 868, vivendo, a partir de então, um próspero período da sua história: daí partiu toda a acção de reorganização, bem sucedida, e nalguns casos de repovoamento, para além dos limites da antiga diocese nela sediada, quer ao norte do rio Ave, quer ao sul do rio Douro. Por esta altura, o território designava-se já de Terra Portugalense. Pouco a pouco são alargadas as fronteiras do território que, neste sentido, confinava com outros territórios (Braga, Lamego, Viseu, Terras da Feira e Coimbra). A reconquista permitiu também a restauração diocesana, tendo os bispos de Portucale sido instalados numa pequena povoação chamada Magneto (a qual os especialistas fazem corresponder com a actual Meinedo, no concelho de Lousada). 


Portugal nasceu do Condado Portucalense.

Portucale advém de Porto de Cale, a cidade do Porto. Do Condado Portucalense partiu D. Afonso Henriques na reconquista do Sul, ocupado pelos Mouros (mulçumanos). Lisboa só foi conquistada em 1147, oito anos depois da já existência do Reino de Portugal por D. Afonso Henriques e quatro anos após o reconhecimento da independência de Portugal pelo Rei de Leão e Castela, através do Tratado de Zamora. Durante a ocupação Moura, a cidade de Lisboa tinha o nome de Al-Ushbuna e a maioria de seus habitantes falava árabe e praticava a religião muçulmana. Ainda hoje, quando aqui no Norte queremos insultar os benfiquistas, chamamos lhes “mouros”.

A partir do reinado de D. Manuel I, e com os descobrimentos, Portugal começou a solidificar se como um Império, e há o fortalecimento do centralismo. O poder central era em Lisboa e um Estado absolutista, evidentemente, limitava a autonomia administrativa dos municípios, por conseguinte, Lisboa gozava de uma posição superior hierárquica sobre as outras cidades portuguesas. O Porto sempre foi sempre o baluarte do contra-poder.


Chegado ao Século XX , o marco da rivalidade Porto vs. Lisboa é o Regime Fascista de Salazar, o Estado Novo. 

A política autoritária do fascista António de Oliveira Salazar adoptou o centralismo económico e concentrou em Lisboa não apenas o poder político e económico como também cultural e desportivo. Salazar, grosso modo, separou Lisboa do resto do país. O Estado Novo regime político autoritário e corporativista de Estado que vigorou em Portugal durante 41 anos sem interrupção, desde 1933, com a aprovação de uma nova Constituição, até 1974, quando foi derrubado pela Revolução do 25 de Abril. Como regime político, o Estado Novo foi também chamado salazarismo, em referência a António de Oliveira Salazar, o seu fundador e líder. Salazar assumiu o cargo de Ministro das Finanças em 1928, tornou-se, nessa pasta, figura preponderante no governo da Ditadura Militar já em 1930 (o que lhe valeu o epíteto de "Ditador das Finanças") e ascendeu a Presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) em Julho de 1932, posto que manteve até ao seu afastamento por doença em 1968. A designação salazarismo reflecte a circunstância de o Estado Novo se ter centrado na figura do "Chefe" Salazar e ter sido muito marcado pelo seu estilo pessoal de governação. O Estado Novo, todavia, abrange igualmente o período em que o sucessor de Salazar, Marcello Caetano, chefiou o governo (1968-1974). Caetano assumiu-se como "continuador" de Salazar. A Ditadura Nacional (1926-1933) e o Estado Novo de Salazar e Marcello Caetano (1933-1974) foram, conjuntamente, o mais longo regime ditatorial na Europa Ocidental durante o séc. XX, estendendo-se por 48 anos.

No futebol o "Sistema Político Fascista e Centralista-Salazarista" foi claramente favorável aos clubes de Lisboa, principalmente ao Benfica, que era o mais popular. O Regime Fascista utilizava as vitórias e conquistas dos clubes de Lisboa e, especialmente, do Benfica para enaltecer a sua grandeza e usar o futebol como um meio de “entretenimento” e um escape à fome e a miséria que trouxe o fascismo. Não é por acaso que o Benfica é conhecido por “encarnados”. O vermelho sempre esteve associado ao comunismo, que, por sua vez, era antagónico ao fascismo. Logo, o Benfica não podia ser referenciado como os “vermelhos”, jamais! Por isso os benfiquistas são “encarnados”.

É bem conhecido o Caso Calabote. O árbitro Inocêncio Calabote na tarde de 22 de Março de 1959, na célebre arbitragem do Benfica - Cuf (7-1) da última jornada do campeonato de 1958/59 (ganho pelo FC Porto), prolongou o jogo por 15 minutos, à espera de um golo que daria o título ao Benfica. Os jogadores do FC Porto desesperavam sentados no relvado do Torreense, à espera que terminasse o jogo para celebrarem o título. Numa entrevista que deu sobre o caso, o "inocente" Calabote afirmou: «Na manhã seguinte, em Évora, preenchi o relatório do jogo, que mandei para a Comissão. Tinha assinalado três pénaltis e expulsado três jogadores da CUF. Creio que não houve mais nada de especial a registar. (...). Além disto o guarda-redes da CUF, numa misteriosa tarde infeliz sofreu 7 golos. O Porto conquistou o campeonato por ter mais golos marcados.

O FC Porto, e a cidade do Porto, eram o foco de resistência, o símbolo do contra-poder, o baluarte do Norte.

O FC Porto era o único clube que conseguia, enfrentar os clubes de Lisboa. Por essa razão, afirmava o mítico José Maria Pedroto que um “título do FC Porto valia por dois ou mais do que o de um clube de Lisboa, uma vez que não se competia em igualdade de circunstâncias”.

Com o fim do fascismo, em 25 de Abril de 1974, foi restabelecida a democracia e, mais ainda, com a chegada de Jorge Nuno Pinto da Costa a presidente do Futebol Clube do Porto em 1982, o futebol português também teve a sua revolução de Abril. Passando assim as conquistas futebolísticas também a caber a clubes como o FC Porto e Boavista. Os portistas fazem questão de frisar a influência muçulmana em Lisboa e até hoje se refere aos benfiquistas como “mouros”, em tom pejorativo.

Os benfiquistas, por sua vez, fazem referência à outra passagem da história de Portugal, e chamam pejorativamente os portistas de “tripeiros”. Contudo, enquanto os benfiquistas se ofendem com a referência aos mouros, os portistas orgulham-se de ser “tripeiros”. A alcunha tripeiros surgiu quando as generosas gentes do Porto ofereceram as carnes à Armada de Ceuta, em 1415, ficando com as tripas. Para os portistas, como bons portuenses e habitantes do Norte, esta passagem da história representa mais uma referência do nosso nacionalismo e patriotismo, e o grande amor a Portugal. Nós adeptos do porto cantámos “Tripeiro eu sou / E tenho o Porto no meu coração...”, além de “Quem bate palmas é tripeiro (palmas), é tripeiro (palmas), é tripeiro (palmas)”. Temos Orgulho Em Ser Tripeiros.

No que concerne aos Benfiquistas eles não entoam cânticos como “quem bate palmas é mouro (palmas), é mouros (palmas), é mouro (palmas). Isto demonstra a sua falta de identidade, e vergonha. Eles se hoje existem foi porque homens valentes do Norte lhe deram a liberdade, do jugo muçulmano.

Pinto da Costa e José Maria Pedroto foram os nossos guerreiros e baluartes que após a queda do fascismo lutaram pela democracia no futebol.

Há uns tempos a RTPN decidiu realizar um programa do “Trio da Ataque” na estação ferroviária do Maputo em Moçambique. Este programa era para recordar e homenagear algumas glórias do Futebol Moçambicano que fizeram carreira em Portugal, e no Benfica em particular, tais como Eusébio e Mário Coluna. Eusébio e Coluna foram importantes nos sucessos e êxitos do Benfica na década de 60/70 e da Selecção Nacional, nomeadamente o 3º lugar alcançado por Portugal no Mundial 66. No referido programa esteve Mário Coluna e o jornalista Hugo Gilberto na entrevista trouxe ao lume a passagem de Coluna pelo Benfica. Mário Coluna era um jogador muito respeitado no seu tempo, era o capitão, e até os seus colegas do Benfica e da selecção não o tratavam por “tu”, mas sim por Senhor Coluna, como já referiu muitas vezes Eusébio. Foi nesta entrevista que Coluna confirmou e reforçou orgulhosamente que o Benfica, tinha o respeito do regime de Salazar. Para bom entendedor meia palavra basta, era o clube do regime. Se alguma duvida ainda houvesse, Mário Coluna, desfez essa dúvida. Com muito orgulho, Coluna confidenciou que foi convidado pessoalmente por Salazar para cortar a fita de inauguração da Ponte Salazar (agora 25 de Abril) em 1966, uma das obras mais proeminentes do Estado Novo, pois tratava-se à data da 5ª maior ponte suspensa do mundo. Estiveram igualmente presentes na inauguração os três grandes pilares do regime: Américo Tomas, António Salazar e o Cardeal Manuel Cerejeira.

Esta entrevista de Coluna é uma confirmação para todos nós, que o Benfica era o Clube do Regime o que lhe permitiu durante décadas consolidar a sua supremacia no Futebol Português. Entre 1933 e 1974 o Benfica conquistou à custa do apoio do regime, que inclusive até jogadores desviava, tais como Eusébio, desviado do Sporting, jogadores do FC Porto que se evidenciavam eram logo desviados para os mouros, e treinadores como Béla Guttmann que foi campeão em 1959 no Porto, e que foi desviado também, e que deu ao Benfica as duas únicas taças dos campeões europeus que possuem. Bela Guttmann foi recebido por Américo Tomás (Presidente da República) e Oliveira Salazar (presidente do Conselho de Ministros) e feito comendador, tal como os jogadores do benfica. Quando foi despedido do Benfica, Béla Guttmann disse que "Nem daqui a cem anos uma equipa portuguesa será bicampeã europeia e o Benfica sem mim jamais ganhará uma Taça dos Campeões". Esta é uma maldição que muitos benfiquistas já tentaram quebrar com idas ao bruxo e visitas ao jazigo do famoso treinador. Reza a história que bem perto do cemitério judeu onde Guttmann está sepultado.

Na véspera da final com o Milan (1-0, por Rijkaard), Eusébio foi ao túmulo rezar pelo técnico e pedir aos deuses que desfizessem a maldição. Em vão. Quanto ao Porto a maldição não pegou, pois só os fortes resistem, os fracos desistem. Fomos 2 vezes campeões europeus. Durante o Estado Novo os mouros obtiveram a maioria absoluta do seu palmarés. Conquistaram 1 Campeonato de Portugal em 1934/35, e 20 Campeonatos Portuguêses em 1935/36, 1936/37, 1937/38, 1941/42, 1942/43, 1944/45, 1949/50, 1954/55, 1956/57, 1959/60, 1960/61, 1962/63, 1963/64, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69, 1970/71, 1971/72 e 1972/73, além das inúmeras taças de Portugal. F. C. do Porto é sinónimo de Liberdade, democracia. Benfica é sinónimo de Fascismo, fome e opressão.» in http://www.fcplink.com/forum.php?c=topic&op=index&cid=33&tid=1564

(30 Anos de Presidência, Campeonato) (Fc Porto | A Historia de um Clube | View in 1080p HD)) (Ser Portista é...) (A MAIOR E MELHOR CLAQUE DE PORTUGAL (SUPER DRAGÕES) F.C.PORTO)
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Quem gostar de ler História de Portugal, certamente, encontrará muitos relatos da importância da Cidade do Porto e do Norte de Portugal, no nascimento e consagração da Nação Portuguesa.

Sabe-se igualmente, da importância da Cidade do Porto, nas várias revoluções que se foram realizando em Portugal... desde Monarcas que conduziam mal os destinos da Nação, até às revoltas liberais...

Mas, numa fase mais recente da História, na implantação das três Republicas, o Porto teve sempre um papel decisivo, um destino revolucionário, com muita gente das letras, das artes, das ciências em grande destaque contra o centralismo de Lisboa...

No Desporto, Pedroto e Pinto da Costa, são os pilares da revolta do Norte contra a hegemonia centralista do Clube do regime bafiento...

E Portugal, no inicio do Século XXI, parece querer voltar a uma nova era de obscurantismo, de opressão, de pobreza, tudo em prol dos dilates da Capital que nunca nos soube governar...

Está na hora de começarmos a acordar, os Guerreiros do Norte terão que uma vez mais ser os portadores da mensagem da Revolução da Esperança, de um Abril mais justo, menos centralista, menos Lisboeta e mais Português... os tempos de Portugal é Lisboa e o resto é paisagem estão a voltar, basta estar atento à espuma dos dias, aos ventos que sopram...

01/04/12

História de Portugal - Rosália Araújo tinha 14 anos quando entrou em São Bento e só saiu quando Salazar morreu!




«A pequena que fazia rir Salazar


Foi a última criada contratada para servir o antigo chefe de Governo. Rosália Araújo tinha 14 anos quando entrou em São Bento e só saiu quando o patrão morreu. Estas são as suas memórias, nunca contadas, sobre os derradeiros anos da vida caseira de dois ditadores: Salazar e Maria, a governanta.


Fora dos seus afazeres, Salazar também apreciava o convívio das pequenas. De Rosália, sobretudo. "Anda, vai ali mostrar-te ao senhor doutor", incitava a governanta quando, em agosto, a mais nova das criadas ia ao cabeleireiro aperaltar-se, antes da viagem a Favaios, por altura das festas. "Tinha o cabelo comprido e ele gostava que eu fizesse dois carrapitos. Recordava-lhe a mãe." Maria detestava, isso sim, quando "o senhor doutor" mandava chamar Rosália e ria a bom rir com as histórias que ela contava da sua infância no Douro. "Ele doente, só me queria à beira dele."


O Presidente do Conselho sentava-se no cadeirão ao lado da mesa do escritório, onde havia sempre uma jarra com flores cuja água Rosália mudava todas as manhãs. Então, Salazar ouvia, deliciado, Rosália desfiar o episódio do burro branco com piolhos que o pai, certa ocasião, ia mandando desta para melhor ao chegar-lhe um talo com petróleo.


Nem no Forte de Santo António, o ditador perdia o convívio das raparigas de vista. Apreciava - e os seus desejos eram ordens - quando as moças, para lhe agradar, tomavam banho no mar. "Já viu o que era entrar na água às sete da manhã, fizesse sol ou chuva?". Entre mergulhos e toalhas, Salazar acordava. E logo queria saber quem se esquivara ao ritual. "Não tinha fato de banho? Fosse de bata!", respingava, quando alguma mascarava desculpas.


Ao serão, partilhava breves momentos televisivos junto das "pequenas", no único aparelho do palacete. No Entrudo, elas fantasiavam-se para ele com uns farrapos. Salazar "ria-se da fantochada". Por vezes, até distribuía convites para espetáculos que ele, invariavelmente, rejeitava. Mas havia sempre duas condições: "Tínhamos de sair bem arranjadas e contar-lhe as peripécias todas." Foi assim que a jovem Rosália viu touradas no Campo Pequeno, marchas populares por alturas do Santo António, teatro e ópera no São Carlos.» in http://visao.sapo.pt/video-a-pequena-que-fazia-rir-salazar=f656154#ixzz1qpP4HtU8
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