«Recifes de coral: Quais serão os que ainda podem ser salvos?
Foi publicado na revista PLoS ONE um mapa que aponta os recifes de corais que ainda podem ser salvos dos que provavelmente morrerão. A equipa espera que a reunião destes dados ajude os gestores destes ecossistemas a optimizarem os seus esforços de conservação.
Segundo o Global Coral Reef Monitoring Network (baseado na opinião de 370 cientistas especialistas em corais e gestores de 96 países), cerca de 19% dos corais do mundo morreram devido à sobrepesca, poluição e aumento da temperatura. Estima-se que morram mais 15% dos corais, nos próximos 15 anos.
Os gestores dos recifes de coral tentam restringir a pesca e os poluentes para restaurar estes habitats contudo, têm dificuldades em saber onde devem dirigir os seus esforços. De forma a ajudar os especialistas, uma equipa liderada por Joseph Maina da Universidade de Macquarie, em Sidney, publicou um mapa, na revista científica PLoS ONE, que mostra a probabilidade de sobrevivência dos recifes de corais em todo o mundo.
Foram analisados dados de marés e imagens de satélite para determinar onde a água está a tornar-se mais quente, onde há menos vento e a exposição à radiação ultravioleta. Foi também examinada as águas de escorrência dos rios que depositam sedimentos e nutrientes em excesso nos oceanos e que transformam os recifes de coral em campos de algas. Esta é uma das principais causas da mortalidade de corais. A equipa reuniu todos os dados recolhidos de forma a gerar o mapa dos recifes mais ameaçados.
Os recifes foram classificados numa escala de 0 a 1, em que 1 corresponde ao stress máximo e 0 ao mínimo.
A ilha Key Largo, na Florida, teve uma pontuação climática de 0.25 mas a sobrepesca e os sedimentos danificaram os corais pelo que o nível de stress total é 0.85. “Este é um bom candidato para o reforço da protecção,” refere Maina.
No sudeste asiático, as condições climáticas são tão más que a maioria dos corais está a desaparecer muito mais rápido do que os recifes em ambientes com menor stress ambiental. A região contém o Triângulo de Coral que é a casa de 500 das 700 espécies de corais do mundo. Para a preservação da sua biodiversidade foi criada a Iniciativa Triângulo de Coral em 2009, na qual foram investidos 400 milhões de dólares para proteger os recifes da sobrepesca e poluição.
Tim McClanahan, do Wildlife Conservation Society, no Quénia, refere que há muitos recifes no mundo com mais possibilidade de recuperar mas que “estão a ter apenas uma pequena fracção destes recursos. Está a ser gasto muito dinheiro em corais com um futuro sombrio.”
Alan Friedlander, um biólogo marinho da Universidade do Havai refere que “esta é uma contribuição valiosa para ajudar a identificar localizações que irão sofrer menos com as alterações climáticas e desta forma beneficiar das medidas de conservação locais.”
Fonte: http://news.sciencemag.org» in
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