28/12/16

Ambiente e Ecologia - A península Antártica arrefeceu “significativamente” na última década, contrariando estudos que indicam aumentos de temperatura, segundo a análise dos dados nas 10 estações da Antártida, de 1950 a 2015.



«Península antártica arrefeceu "significativamente" na última década

A península Antártica arrefeceu “significativamente” na última década, contrariando estudos que indicam aumentos de temperatura, segundo a análise dos dados nas 10 estações da Antártida, de 1950 a 2015.

Segundo um comunicado da Faculdade de Ciências de Lisboa, os resultados mostram que o aquecimento atingiu o máximo em 1998/1999, quando a temperatura na região alcançou os valores mais elevados.

“Desde então, as temperaturas caíram significativamente, registando-se um decréscimo de quase 1.° C, quando comparando a última década (2006-2015) com a anterior (1996-2005)”, diz-se no comunicado.

De acordo com os especialistas o arrefecimento já está a ter um impacto sobre os ambientes terrestres e marítimos da península antártica, tendo os investigadores a trabalhar no local observado “não só um ligeiro aumento da presença de gelo marinho na região como uma desaceleração no recuo dos glaciares e plataformas de gelo”.

A análise dos resultados foi feita por uma equipa internacional que inclui investigadores do Instituto Dom Luiz, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e do Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território.

A informação contraria as notícias dos últimos anos sobre o aumento global das temperaturas, quer em terra quer no mar, com dados a indicarem que os recordes de altas temperaturas estão a ser batidos consecutivamente.

Segundo a Agência Oceânica e da Atmosfera (NOAA) dos Estados Unidos os oito primeiros meses deste ano a temperatura à superfície dos oceanos foi de 14.1 graus celsius, mais 1,01 do que a média do século XX.

Em julho último cientistas e políticos alertavam para a necessidade de “identificar quais os principais processos físicos que afetam o Oceano Antártico”, designadamente o aumento da temperatura, a acidificação e o degelo (artigo no jornal científico Frontiers in Marine Science).

E em outubro, em Paris, a divulgação de um estudo indicava que um grande glaciar no oeste da Antártida perdeu mais de meio quilómetro de espessura em sete anos, derretendo mais rapidamente do que os cientistas pensaram ser possível.» in http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/peninsula-antartica-arrefeceu-significativamente-na-ultima-decada

Amarante Literatura - Algumas notas da Biografia que Teixeira de Pascoaes fez do Imperador Napoleão, do precipício da sua Grandeza à solidão da sua morte...



«Em 1940, Pascoaes publica a sua terceira grande biografia - «Napoleão» - , que viria a ser traduzida para espanhol e alemão.

É um livro de estilo forte e imagens maravilhosas.

Pascoaes descreve com rigor as grandezas e as misérias do Imperador francês.

As suas vitórias fulgurantes e, depois, a queda, a derrota e o exílio. E, por fim, a morte, numa sucessão de imagens escaldantes:

«Cercam-nos, além dos criados, Montholon, Bertrand, a esposa que enxuga o rosto com um lenço. Todos esperam ouvir-lhe o último suspiro. Mas não o ouviram. Apenas perceberam que o silêncio da alcova se tornou, de repente, mais profundo. Eram 6 horas da tarde do dia 5 de Maio de 1821.

«A sua fisionomia rejuvenesce. E rejuvenescido se conservou, debaixo da terra, vinte anos! O mesmo Bertrand voltou a Santa Helena em 1840. E assim disse diante do ataúde violado: "Outrora era eu o novo e ele o velho; agora sou eu o velho e ele o novo!"

«Cobre-o o manto de Marengo; e tem, à cabeceira, um crucifixo, é o Cônsul e não o Imperador. E é o Cônsul que repousa nos Inválidos. É ele o mesmo que sentiu fugir-lhe o mundo dos pés e ir arrebatado pelos ares. É o Arcanjo de David, mas reproduzido em cera, a sinfonia Heróica de Beethoven, funereamente emudecida,

«Depois é o enterro, o vale de Geranium, a fonte que foi alegria da sua sede, como Betzy a dos seus olhos, e a sombra de dois salgueiros sobre uma tampa de pedra, sem data ou nome - o túmulo.

«Depois, o quebrar da mesma tampa, a ressurreição das Cinzas, o regresso, o fantástico cortejo, no Atlântico, de velas brancas com fumos pretos, ao vento.

«Depois, o féretro num barco de luto, subindo o sena. Uma águia acompanha-o nas alturas: a alma de França, L'aigle de Napoléon, e a sua auréola legendária, doirando o céu de paris e a fronte de Victor Hugo.

«Depois, a pancada do cadáver no fundo de um abismo em mármore negro.

«Desaparecido o Herói, o que resta dele, à luz do sol? A Mãe, a Plebe!» in Fotobiografia "Na Sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos.

Arte Cinema - Agora acho que isto daria um obituário fantástico — portanto digo aos meus amigos mais novos que, independentemente do que me aconteça, quero que seja noticiado que me afoguei ao luar, estrangulada pelo meu próprio sutiã.", conformou-se Carrie Fisher.



«O "fantástico obituário" que Carrie Fisher gostaria de ter tido

Nascida no berço de ouro de Hollywood, a sua vida foi marcada por excessos, mas também pela forma sagaz e depreciativa como soube encarar as suas ironias. O seu "fantástico" obituário" era uma delas.

"Quero que seja noticiado que me afoguei ao luar, estrangulada pelo meu próprio sutiã." é um dos exemplos da forma sagaz e bem disposta como Carrie Fisher soube encarar e dar a volta a vários excessos da sua vida, as contradições de Hollywood e as consequências de ser uma personagem tão icónica na saga "Star Wars".

A história sobre o seu "fantástico obituário" está numa das suas autobiografias, "Wishful Drinking", publicada em 2008.

Nele, Carrie Fisher relata uma conversa com George Lucas sobre o guarda-roupa de Leia:

"George vem ter comigo no primeiro dia de rodagem e olha para o vestido e diz, "Não podes usar um sutiã por debaixo desse vestido."

"Então, eu digo, "Okay, vou morder o isco. Porquê?"

"E ele responde, "Porque... não existe roupa interior no espaço."

"Garanto-vos que isto é verdade e ele também o diz com muita convicção! Como se tivesse estado no espaço e olhado à volta e não visse em lado nenhum quaisquer sutiãs, cuequinhas ou cuecas."

O criador de "Star Wars" aprofundou o seu ponto de vista quando voltaram a falar do tema uma segunda vez.

"O que acontece é que vais para o espaço e deixas de ter peso. Até agora, tudo bem, certo? Mas então o teu corpo aumenta??? Mas não o teu sutiã — portanto, ficas estrangulada pelo teu próprio sutiã."

Na época, Carrie Fisher ficou siderada com a explicação, mas muitos anos depois mudou de opinião.

"Agora acho que isto daria um obituário fantástico — portanto digo aos meus amigos mais novos que, independentemente do que me aconteça, quero que seja noticiado que me afoguei ao luar, estrangulada pelo meu próprio sutiã.", conformou-se a atriz.» in http://mag.sapo.pt/cinema/atualidade-cinema/artigos/o-fantastico-obituario-que-carrie-fisher-gostaria-de-ter-tido


(Carrie Fisher (1956-2016) ♡ our "Princess Leia" The Best Tribute)


Carrie Fisher Star Wars Tribute - The Wonderful Princess Leia! (1956-2016)


(Curiosidades de Carrie Fisher PRINCESA LEIA)

27/12/16

Política Nacional - O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, pede desculpa aos parceiros sociais por ter comparado a concertação social a uma “feira de gado”, numa conversa durante um jantar do grupo parlamentar socialista.



«Augusto Santos Silva pede desculpa por comparar concertação social a "feira de gado"

Ministro afirma que foram "palavras de brincadeira" numa "conversa privada", mas pede desculpa a quem "ficou melindrado".

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, pede desculpa aos parceiros sociais por ter comparado a concertação social a uma “feira de gado”, numa conversa durante um jantar do grupo parlamentar socialista.

A comparação da concertação social a uma “feira de gado” por parte do ministro dos Negócios Estrangeiro foi feita “no âmbito de uma conversa privada com um amigo”, explicou o ministro ao "Público".

“Ali o Vieira da Silva conseguiu mais um acordo! Ó Zé António, és o maior! Grande negociante… Era como uma feira de gado! Foram todos menos a CGTP? Parabéns”, afirmou Santos Silva ao ministro do Trabalho, Vieira da Silva.

Augusto Santos Silva pede, contudo, desculpa “se alguém ficou melindrado” e destaca o “papel fundamental” da concertação social.

“A frase foi dita num contexto de uma conversa privada com um amigo e em tom de brincadeira”, disse ao “Público”. O ministro explicou que a referência à “feira de gado” se devia ao facto de as negociações neste tipo de feiras “serem duras e complexas", mas acabarem "com honradez de ambas as partes”. 

A polémica foi revelada no domingo pela TVI, mas assumiu maiores dimensões depois de o jornal "i" a ter colocado em manchete na edição desta terça-feira.

O momento foi captado pela TVI e divulgado no espaço de opinião do jornalista Victor Moura-Pinto no Jornal das 8 da TVI, no domingo. » in http://rr.sapo.pt/noticia/71982/augusto_santos_silva_pede_desculpa_por_comparar_concertacao_social_a_feira_de_gado?utm_source=rss

Política Energética - A primeira autoestrada movida a energia solar foi inaugurada em França, numa pequena vila na Normandia, Tourouvre au Perche, que reza a meteorologia não é especialmente bafejada pelo sol.



«A primeira autoestrada solar do mundo já abriu, é cara e tem apenas um quilómetro

Tem apenas um quilómetro e fica localizada na Normandia. Mas, se correr bem, poderá ser replicada nos próximos anos. Para correr bem, vai ser preciso resolver o problema do custo e da eficiência.

A primeira autoestrada movida a energia solar foi inaugurada em França, numa pequena vila na Normandia, Tourouvre au Perche, que reza a meteorologia não é especialmente bafejada pelo sol. Tem apenas um quilómetro de comprimento mas essa distância deverá ser suficiente para gerar energia para a iluminação de rua na vila. O problema maior é mesmo o preço, já que este quilómetro de protótipo custou nada menos de 5,2 milhões de euros.

O projecto foi implementado pela Colas, uma empresa de construção anglo-francesa, que está há cinco anos a trabalhar numa solução, a Wattway, já testada em parques de estacionamento mas nunca em estrada. Durante os próximos dois anos vai ser o desafio em Tourouvre au Perche: perceber se a estrada de painéis fotovoltaicos suporta o peso diário dos veículos que ali passam, por um lado, e por outro se consegue ser eficiente na produção de electricidade.

O custo é o maior problema em vários projetos que propõem soluções idênticas às da Wattway.

Em  2014, uma experiência semelhante foi realizada na Holanda, com uma via solar de 70 metros para bicicletas, nos arredores de Amsterdão. Custou 3 milhões de euros e no primeiro ano produziu 3,000 kilowatt-hora, o suficiente para uma casa de família média, o que é manifestamente pouco.

Também em 2014, a Solar Roadways, um projeto colocado na plataforma Indiegogo, angariou 2.2 milhões de dólares para melhorar o protótipo em desenvolvimento na altura e avançar para produção. Em 2016, a primeira instalação da Solar Roadways foi realizada no Missouri.

Para todos, o binómio custo / eficiência continua a ser o grande desafio.» in http://24.sapo.pt/tecnologia/artigos/a-primeira-autoestrada-solar-do-mundo-ja-abriu-e-cara-e-tem-apenas-um-quilometro

Amarante Fotografia - Exposição de Fotografia "O prazer de fotografar" de Eduardo Teixeira Pinto" na Fundação Jorge Antunes, em Vizela, de 2 a 31 de janeiro.



«Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto

Exposição de Fotografia "O prazer de fotografar" de Eduardo Teixeira Pinto" na Fundação Jorge Antunes, em Vizela, de 2 a 31 de janeiro.» in https://www.facebook.com/eduardoteixeirapinto/photos/pb.330393387112686.-2207520000.1482841535./745482952270392/?type=3&theater


(2º Workshop de Fotografia em Valença)

26/12/16

Amarante Literatura - "Mas deve-se encarar o poeta com o poder de projectar as visões das coisas, como Deus lhas apresenta."



«Também o professor da Universidade de Munich - Monsenhor Holzner - , igualmente um estudioso de S. Paulo, depois de elogiar a tradução do Thelen e agradecer-lhe por ter tornado acessível as obras «deste Homem extraordinário», afirmava: «Não estranho que o Poeta seja atacado por vários teólogos. Impõe-se um ponto de vista superior, grandeza de coração e liberdade de espírito, que não é dado a todos, para fazer justiça de concepções incandescentes do Poeta arremessadas como lava. Mas deve-se encarar o poeta com o poder de projectar as visões das coisas, como Deus lhas apresenta.»

Entretanto, em Portugal, fazia-se silêncio... Os jornais não falavam de Pascoaes, o poeta iluminado.» in Fotobiografia "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos

F.C. do Porto História - Decisivo no segundo impulso de vida do FC Porto, em 1906, Jerónimo Monteiro da Costa também deixou marca na cidade.



«​O JARDINEIRO DO PORTO

Decisivo no segundo impulso de vida do FC Porto, em 1906, Jerónimo Monteiro da Costa também deixou marca na cidade.

​Por Paulo Horta/Museu FC Porto

Quando a cidade renasceu após a Revolução Liberal, no século XIX, a paisagem e o ordenamento do Porto sofreram significativas mudanças. Nas memórias do burgo, que se estendem a partir desses tempos, descobre-se Jerónimo Monteiro da Costa, a quem o FC Porto também ficou a dever o segundo impulso de vida, em 1906.

A história do clube não esqueceu este portista do período ligado à presidência de José Monteiro da Costa, no começo do século passado. Jerónimo era o pai de José e um proeminente jardinista e horticultor da cidade, chefe nos serviços municipais desta área a partir da década de 1890 e responsável pela implementação de vários espaços de referência do Porto. Ao conhecimento profundo da arte da jardinagem associou uma interpretação eficaz de tendências urbanísticas inglesas e francesas, descobrindo lá fora o que de bom podia e devia ser feito cá dentro.

Ao lado de outras grandes autoridades na matéria, nomeadamente Marques Loureiro, de quem foi sócio na Real Companhia Hortícola-Agrícola Portuense, Jerónimo Monteiro da Costa alimentou o orgulho portuense através de criações resistentes à evolução urbana. Imagina-se o Porto sem jardins como os da Praça Mouzinho de Albuquerque (rotunda da Boavista), Arca d’Água ou Infante D. Henrique? Fazem parte da ação de Jerónimo pela cidade, que se prolonga ao FC Porto, de uma forma aparentemente menos visível, mas sabe-se como pendem para o erróneo os julgamentos pelas aparências…

Lavrado em ata
Jerónimo Monteiro da Costa foi um interveniente direto no projeto de relançamento do FC Porto concretizado pelo filho. De agosto de 1906 até à primeira eleição de José como presidente do clube, a 9 de fevereiro de 1907, as decisões obedeciam à supervisão de uma Comissão Instaladora, liderada, precisamente, por Jerónimo Monteiro da Costa, conforme velhos compêndios da história portista e, com rigor, as atas primordiais de Direção e Assembleia Geral do início do século XX.

A relação e o entusiasmo de Jerónimo à volta do Foot-Ball Club do Porto descobrem-se nessas linhas de registo e de memórias, percebendo-se que houve no papel do pai de José Monteiro da Costa um caráter, no mínimo, regulador. Por outro lado, a importância social de Jerónimo – e da família – contribuiu para brasonar a iniciativa, aplicando-lhe um selo de garantia irrefutável e necessário à consolidação das ideias: estruturar o clube, equipá-lo com instalações próprias e inundá-lo de capital humano.

Da Comissão ao Conselho 
Os órgãos sociais do FC Porto eleitos a 9 de fevereiro de 1907 não incluíram Jerónimo Monteiro da Costa, mas a Assembleia Geral reunida nesse dia aprovou, unanimemente, um voto de louvor ao presidente da Comissão Instaladora, órgão que aí cessava funções.

Pela voz de Romualdo Torres, felicitou-se e prestou-se agradecimento a Jerónimo Monteiro da Costa pela “valiosa dedicação e relevantes serviços prestados a esta coletividade”, como membro da referida comissão, que também integrava António Martins, Cândido da Motta, Joaquim Pinto Rodrigues Freitas, José Monteiro da Costa e o italiano Cattulo Gadda, considerado o primeiro treinador de futebol da história do clube.

O nome de Jerónimo regressa com maior visibilidade um ano mais tarde, na eleição dos órgãos sociais do FC Porto para 1908-1910, integrando um Conselho Fiscal presidido por Eduardo Dumont Villares.

Virtudes e Companhia
O Campo da Rainha, o primeiro estádio da história do FC Porto, foi instalado em terrenos (viveiros de plantas) ocupados pela Real Companhia Hortícola-Agrícola Portuense, de que Jerónimo Monteiro da Costa era sócio. A empresa detinha também uma publicação especializada, o Jornal Hortícola-Agrícola, de grande difusão, na qual Jerónimo desempenhou funções de editor.

A Real Companhia Hortícola-Agrícola Portuense foi fundada por Marques Loureiro e sucedeu ao Horto das Virtudes. Com a implantação da República, no ano de 1910, viria a perder a designação régia. Jerónimo Monteiro da Costa esteve ligado à afirmação e primeira fase de expansão desta empresa portuense do século XIX. Jerónimo Monteiro da Costa era natural da freguesia de Tabuado, concelho de Marco de Canaveses. À data de nascimento do filho José, 24 de novembro de 1878, a família tinha residência na Rua da Restauração, no Porto.

A cidade do romântico
Conhecer a intervenção de Jerónimo Monteiro da Costa na paisagem da cidade é um convite à descoberta de encantos e memórias do Porto. Aos jardins de Arca d’Água, Praça Mouzinho de Albuquerque (rotunda da Boavista) ou Infante D. Henrique acrescentam-se outros pontos de referência de lazer e passeio que pertencem ao imaginário portuense, todos com marca da arte da jardinagem praticada por Jerónimo Monteiro da Costa: Praça da República, Praça Carlos Alberto e Jardim Carrilho Videira (Carregal).

A evolução urbana já fez desaparecer ou transformou outros espaços trabalhados pelo jardinista, como o jardim que envolvia a famosa fonte dos leões da Praça Gomes Teixeira, mas todo o legado remanescente é suficientemente rico e revelador da passagem do tempo em que a cidade se deleitava por estes lugares do romântico. Mas não é só no Porto que há trabalho de Jerónimo Monteiro da Costa para descobrir: o Parque de La Salette (Oliveira de Azeméis) ou o Parque das Termas da Curia, por exemplo, também levaram assinatura deste ilustre portista.

Texto publicado na rubrica “Os Imortais” da edição de novembro de 2016 da “Dragões”, a revista oficial do FC Porto que pode subscrever aqui.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/o_jardineiro_do_porto_revista_dragoes_novembro_2016.aspx


Música Pop/Rock - George Michael, nome artístico de Georgios Kyriacos Panayiotou, foi um cantor britânico que vendeu mais de 100 milhões de discos no mundo todo, faleceu a 25 de dezembro de 2016.




«Morreu George Michael, aos 53 anos

O cantor e fundador dos Wham! morreu este domingo, 25 de dezembro, aos 53 anos. A notícia foi confirmada pelo agente.

George Michael, fundador dos Wham! na década de 1980, morreu "tranquilamente" na sua casa, em Oxfordshire, no Reino Unido, confirmou o agente. O cantor britânico morreu na sequência de uma paragem cardíaca.

"É com grande tristeza que confirmamos que o nosso amado filho, irmão e amigo George faleceu em casa no período do Natal", disse o agente do artista, citado pela BBC. "A família pede que a sua privacidade seja respeitada neste momento difícil e emotivo. Não serão feitos mais comentários nesta fase", acrescenta em comunicado.

A BBC avança que os serviços de emergência responderam a uma chamada por volta das 13h42 para uma propriedade em Oxfordshire. De acordo com as autoridades, não há circunstâncias suspeitas em torno da morte do cantor britânico de 53 anos.

Dos Wham! à carreira a solo

Durante a carreira de quase quatro décadas, George Michael vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o mundo. Em 1981, com Andrew Ridgeley, criou os Wham!, duo que ficou conhecido por temas como "Wake Me Up Before You Go-Go" ou "Last Christmas". Anos antes, o músico aventurou-se como DJ.

Depois dos Wham!, George Michael apostou numa carreira a solo, tendo influenciado vários artistas das gerações seguintes e ficando entre os exemplos mais fortes de um percurso em nome próprio na pop após o fim de uma banda. "Careless Whisper", "Freedom! '90" e "Faith" foram alguns dos temas que marcaram a carreira do britânico.

Em 1990, o seu segundo álbum, "Listen Without Prejudice Vol. 1.”, esteve na origem de uma longa batalha nos tribunais com a Sony. O cantor queixou-se de “escravidão profissional”, alegando não ter qualquer controlo artístico e comercial sobre o seu trabalho.

A solo, George Michael editou seis álbuns, o último dos quais "Symphonica", em 2014, um registo ao vivo.

A popularidade de George Michael nos anos 1980 e 1990 traduziu-se em vários prémios, entre eles três Brit Awards e oito nomeações aos Grammys, tendo vencido duas vezes. O cantor é considerado o artista britânico mais ouvido nas rádios entre 1984 e 2004.

A solo, George Michael atuou apenas uma vez em Portugal, em 2007, no Estádio Municipal de Coimbra, por ocasião dos 25 anos de carreira.

Atualmente, estava a trabalhar num documentário sobre a carreira e que acompanharia a reedição do disco "Listen Without Prejudice Vol. 1". Segundo o Guardian, nele participariam Stevie Wonder, Elton John e as modelos que protagonizaram o vídeo do tema "Freedom!". Mark Ronson, Mary J Blige, Tony Bennett, Liam Gallagher, James Corden e Ricky Gervais seriam alguns dos convidados.

No início de dezembro, tinha também sido anunciado que o produtor Naughty Boy estava a trabalhar com George Michael num novo álbum, acrescenta a BBC.

Nascido com o nome Georgios Kyriacos Panayiotou no norte de Londres, numa família grega, George Michael enfrentou problemas de dependência de álcool e drogas. Segundo alguns rumores, em 2015 terá feito uma desintoxicação devido a um alegado vício em cannabis.

Sexo, mentiras e um vídeo

Alem da música, George Michael foi muitas vezes notícia devido à sua orientação sexual ou aos rumores em torno desta. Numa entrevista de 2009 ao Huffington Post, admitiu que o período de depressão após a separação dos Wham! começou quando se confrontou com a sua homossexualidade e colocou de parte a hipótese de ser bissexual.

No início da década de 1990, manteve uma relação com o designer brasileiro Anselmo Feleppa, que viria a morrer de uma hemorragia cerebral relacionada com o HIV em 1993. A despedida inspirou o tema "Jesus to a Child", que ainda era muitas vezes dedicado ao antigo companheiro nos concertos.

Mais polémica foi a detenção de George Michael por atentado ao pudor numa casa de banho pública de Beverly Hills, em 1998, na sequência de uma tentativa, alegadamente recíproca, de atos sexuais com um homem que revelou ser um polícia. O cantor respondeu a uma multa e a 80 horas de trabalho comunitário com o também controverso videoclip de "Outside", centrado em vários casais que dançavam e que se beijavam, incluindo agentes policiais do mesmo sexo.

Em 2007, disse ao The Independent que o incidente resultou de uma decisão subconsciente para deixar de esconder a sua orientação sexual, atitude que o fazia sentir-se "fraudulento".

No ano anterior, ameaçou processar um tablóide britânico que garantia o seu envolvimento sexual com um estranho num jardim londrino, mas realçou que a sua relação com o companheiro desse período, Kenny Goss, não fechava a porta a sexo com terceiros. O casal separou-se em 2009.

Artistas recordam cantor nas redes sociais

Nas redes sociais, várias celebridades têm lamentado a morte de George Michael. "Inacreditável", escreveu Ricky Gervais. "Perdemos outra alma talentosa", escreveram os Duran Duran na sua conta no Twitter.

Em 2011, quase morreu de pneumonia, tendo sido submetido a uma traqueotomia para continuar a respirar.» in http://mag.sapo.pt/showbiz/artigos/morreu-o-cantor-george-michael


Wham! - "Last Christmas" - (A melhor Canção de Natal da Geração de 80 e não só.)


Wham! - "Weame me up, before you go-go"


Wham! - "Everything she wants"


George Michael - "Freedom!"


George Michael - "Too Funky"


George Michael - "Amazing"


George Michael - "Careless Whisper"




"Last Christmas
Wham!

(Chorus)

Last Christmas I gave you my heart,
But the very next day,
You gave it away, (you gave it away)
This year, to save me from tears,
I'll give it to someone special, (special)

(2x)

Once bitten and twice shy,
I keep my distance but you still catch my eye,
Tell me baby, do you recognise me,
Well, it's been a year, it doesn't surprise me.

Happy Christmas,
I wrapped it up and sent it,
With a note saying "I love you",
I meant it,
Now I know what a fool I've been,
But if you kiss me now,
I`ll know you've fool me again.

(Chorus)

Last Christmas I gave you my heart,
But the very next day,
You gave it away (you gave it away),
This year to save me from tears,
I'll give it to someone special (special).

(2x)

Oh, Oh Baby.

A crowded room, friends with tired eyes,
I'm hiding from you and your soul of ice,
My God I thought you were,
Someone to rely on,
Me, I guess I was a shoulder to cry on.

A face on a lover with a fire in his heart,
A man undercover but you tore me apart,
Oooh Ooh,
Now I've found a real love,
You'll never fool me again.

(Chorus)

Last Christmas I gave you my heart,
But the very next day,
You gave it away (you gave it away),
This year to save me from tears,
I'll give it to someone special (special).

(2x)

Face on a lover with a fire in his heart,
A man undercover but you tore him apart.

Maybe next year.

I'll give it to someone,
I'll give it to someone special."


25/12/16

Amarante Fregim - Domingo de Agosto de 1975, na Casa da Cidreira Fregim, no dia da minha Primeira Comunhão.


(Verão quente de 1975, Casa da Cidreira Fregim, agosto de 1975)

Amarante Fregim - Na Casa do Rio, em Fregim, o gato andava disfarçado entre as pereiras, tem um camuflado próprio...


(Amarante Fregim Rio, gato camuflado)

Ambiente e Ecologia - As temperaturas no Pólo Norte estiveram cinco graus centígrados acima da média em novembro e em dezembro e poderão bater recordes neste fim-de-semana do Natal, alertou hoje uma cientista britânica citada pela BBC.



«Pólo Norte com temperaturas acima da média em novembro e dezembro devido à poluição

As temperaturas no Pólo Norte estiveram cinco graus centígrados acima da média em novembro e em dezembro e poderão bater recordes neste fim-de-semana do Natal, alertou hoje uma cientista britânica citada pela BBC.

Esta subida acentuada de temperatura na região do Ártico está diretamente relacionada com a poluição que é produzida pelos humanos, segundo a investigadora Friederike Otto, do Instituto de Alterações Climáticas de Oxford, no Reino Unido.

Esta "onda de calor" no Pólo Norte, como descreve a BBC, segue-se a um verão durante o qual o mar de gelo na região registou a mais pequena extensão de sempre, calculada por imagens de satélite.

"Se as temperaturas continuarem a aumentar tal como tem acontecido até aqui, prevemos que ocorra uma onda de calor destas todos os anos e isso causará um stress enorme no ecossistema", sublinhou aquela investigadora.» in http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/polo-norte-com-temperaturas-acima-da-media-em-novembro-e-dezembro-devido-a-poluicao

24/12/16

F.C. do Porto Atletas Internacionais - Cinco dos 55 jogadores que fazem parte do “Hall of Fame” do Museu FC Porto chegaram na quadra natalícia.



«CRAQUES NO SAPATINHO

Cinco dos 55 jogadores que fazem parte do “Hall of Fame” do Museu FC Porto chegaram na quadra natalícia. Saiba quem são.

Por Fernando Rola/Museu FC Porto

O Natal dos portistas, de vez em quando, põe no sapatinho uma prenda especial: um craque daqueles que deixam marcas eternas. Cinco deles fazem parte do grupo de 55 que compõem o Hall of Fame, que tem um espaço especial no Museu FC Porto. Ali se podem recordar fotos, vídeos, os dados de cada um desses craques, mas provavelmente passará despercebido que chegaram ao clube numa época especial do ano.

O primeiro foi Pinga. Estreou-se a 25 de Dezembro de 1930, dia em que, vindo do Funchal, aterrou na cidade do Porto, aqui se estabelecendo para todo o sempre. Foi, dizem ainda hoje os mais velhos, o melhor de sempre! Nem todos concordarão, até porque, no Natal de 1973, foi anunciada a chegada de Cubillas, que rivalizava com Pelé pelo título de melhor jogador sul-americano. Os portistas (e os adversários) comprovariam estar perante um talento único, que viria a transformar-se numa lenda do futebol mundial.

Uma dúzia de anos depois, no Natal de 1985, apresentou-se nas Antas o polaco Josef Mlynarczyk, referenciado como o guarda-redes capaz de dar dimensão internacional à baliza do FC Porto. E como deu... Foi campeão europeu e intercontinental e ainda venceu a Supertaça Europeia. Títulos que Drulovic, “prenda” do Natal de 1993, não conseguiu, mas, em contrapartida, assinou, com uma genialidade única, alguns dos melhores momentos da conquista do pentacampeonato, entre 1994 e 1999. Já McCarthy, chegado no Natal de 2001 para curta estadia e regressando em 2003, ajudou os adeptos a reviver os títulos internacionais, juntando a Taça Intercontinental à Liga dos Campeões. Há “prendas” que nunca se esquecem!

O primeiro fenómeno da Madeira
Esta coisa de oferecer prendas de Natal aos adeptos começou cedo no FC Porto, ainda nos primórdios das competições nacionais do futebol português. A primeira foi colocada no sapatinho no dia 25 de Dezembro de 1930: chamava-se Artur de Sousa, então já conhecido por Pinga. Rezam as crónicas que, vindo da Madeira, aterrou nessa quinta-feira de manhã no Aeroporto de Pedras Rubras e, à tarde, estreou-se com a camisola do FC Porto num particular natalício frente ao Salgueiros.

A estreia oficial haveria de tardar quase um ano, por força dos esforços da Associação de Futebol do Funchal para manter o craque no Marítimo contra a sua vontade, apelando à lei, que daria razão ao FC Porto. Pinga fez-se portista, derramou talento pelo país e pelo estrangeiro e alimentou o ego dos adeptos durante 15 temporadas consecutivas. Juntando as competições regionais às nacionais, efetuou mais de três centenas de jogos pelo FC Porto e marcou mais de 300 golos.

Estrela do universo
Quando surgiram os primeiros rumores de que o FC Porto estaria a negociar a contratação de Cubillas, foi fácil o desmentido, porque nem o mais crédulo dos adeptos sonhava sequer com a possibilidade de contratação de um jogador que brilhava entre a elite. Era prenda inacessível. Em 1972, fora considerado o melhor jogador sul-americano, relegando para segundo plano o “rei” Pelé.

Apesar da informação não estar acessível como nos dias de hoje, não havia quem, sendo adepto de futebol, não (re)conhecesse o talento do peruano Teófilo Cubillas, aparentemente demasiado para a dimensão do futebol português. Engano. No dia 10 de Janeiro de 1974, o craque chegou ao Porto para, durante três anos, maravilhar todos quanto gostavam de futebol, pela forma inigualável como tratava a bola, pelos espaços que inventava para assistir os companheiros, pelos muitos golos que assinou (muitos deles, obras de autor), apesar de não ser um avançado.

Guardião de talentos
A permanente atenção dos observadores do FC Porto descobriu no Bastia um guarda-redes com vontade de mudar de ares, se calhar acessível aos cofres do clube. Junte-se o facto de se tratar de um titular da seleção polaca e Artur Jorge procurar alguém capaz de discutir o lugar com Zé Beto. Assim chegou Josef Mlynarczyk (na foto) ao FC Porto, um dia depois do Natal de 1985. Prenda discreta, pensou-se no momento; escolha acertada, revelou-se no futuro. O polaco impôs não só a grandeza do seu tamanho como a dimensão do seu talento. Em 1987, foi guardião da final de Viena, intransponível nos dois confrontos da Supertaça Europeia e gigante na batalha gelada de Tóquio.

Artur Jorge, o técnico que se atreveu a ganhar pela primeira vez uma final europeia para o FC Porto, costumava dizer que as grandes equipas se constroem de trás para a frente. Pois bem, foi a partir de Mlynarczyk que começou a desenhar a grande equipa que vergou, à força de muito querer e imenso talento, o Bayern de Munique em 1987.

A esquerda do Penta
A guerra dos Balcãs trouxe, em 1992, um Drulovic praticamente anónimo para o futebol português, via Gil Vicente. Na realidade, tinha pouco de anónimo. Fora a guerra que criara os condicionalismos certos para que aceitasse (agradecido) o convite de Barcelos. Não beliscara, contudo, o talento que o então jugoslavo mostrara no seu país, despertando o interesse de um FC Porto em fase de mudança. As coisas não corriam de feição a Tomislav Ivic, que recebeu Drulovic com um enorme abraço cinco dias antes do Natal.

A empatia entre o jogador e os adeptos foi quase imediata. Já com Bobby Robson no comando, pode dizer-se que foi no pé esquerdo do sérvio que começou o assalto ao “Penta”, em 1994/95. Qual telecomando, guiava a bola desde a saída até ao local de destino. Fosse a baliza, fosse um companheiro de equipa. E quando este companheiro era Jardel, então o golo tornava-se algo tão natural que o brasileiro até conquistou a Bota de Ouro. Não foi por acaso que o FC Porto deu ao campeonato o melhor marcador em seis das oito temporadas em que Drulovic jogou nas Antas...

Herói de várias causas
Quando, em Dezembro de 2001, se apresentou nas Antas exibindo a camisola n.º 77 do FC Porto, explicando tratar-se de uma homenagem aos 7-0 com que o Celta de Vigo, dois anos antes, vencera o Benfica - jogo em que participou -, Benni McCarthy entusiasmou os adeptos.

O resto da época até foi complicado para o FC Porto, mas haveria de trazer para as Antas o técnico José Mourinho, a procurar compor uma equipa em que, apesar de tudo, McCarthy deixaria saudades. Tantas que, dois anos depois, em 2003, haveria de voltar, para fazer parte do fantástico grupo que, depois de conquistar a Taça UEFA, receberia o sul-africano para dar uma ajuda decisiva na conquista da Liga dos Campeões e, a seguir, na Taça Intercontinental. Para além de dois Campeonatos Nacionais, uma Taça de Portugal, duas Supertaças. E nessa época fantástica de 2003/04 ainda seria o melhor marcador da Liga portuguesa.

Prenda de Lucho antes de Quaresma
Não estão no Hall of Fame (pelo menos, por enquanto), mas Lucho González e Ricardo Quaresma são também duas referências incontornáveis quando se fala de prendas de Natal para os adeptos. A questão ganha maior relevância porque, num e noutro caso, não se tratou apenas de contratações: protagonizaram regressos desejados, após uma primeira passagem de sucesso pelo clube.

Lucho, El Comandante, voltou em Janeiro de 2012, a tempo de dar um contributo decisivo para a conquista de mais um campeonato, ele que fizera o pleno, entre 2005 e 2008, vencendo as quatro Ligas. Entretanto, voltou a sair, no Inverno passado, quando tinha acabado de chegar outra “prenda” especial: Quaresma. Também ele ganhara muito entre 2004 e 2008, inclusive uma Taça Intercontinental e três campeonatos, desenvolvendo uma relação indestrutível com os adeptos, que o adotaram, fazendo dele um homem da casa.

Texto publicado na rubrica “Os Imortais” da edição de dezembro de 2014 da “Dragões”, a revista oficial do FC Porto que pode subscrever aqui.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/craques_no_sapatinho_revista_dragoes_dezembro_2014.aspx

F.C. do Porto Atletas Internacionais - André Silva está no Onze Revelação da UEFA, divulgado este sábado pelo organismo que tutela o futebol europeu.



«ANDRÉ SILVA NO ONZE REVELAÇÃO DA UEFA

Avançado é o representante do FC Porto na equipa elaborada pelo organismo.

André Silva está no Onze Revelação da UEFA, divulgado este sábado pelo organismo que tutela o futebol europeu. O avançado internacional português é o representante do FC Porto entre as escolhas da UEFA e esta temporada já apontou cinco golos na Liga dos Campeões (quatro na fase de grupos e um no Play-off). Em 2016/17, André Silva soma um total de 15 golos em 25 jogos oficiais com a camisola azul e branca.

Eis o Onze Revelação da UEFA:

Guarda-redes: Alphonse Aréola (Paris Saint-Germain)
Defesas: Sergi Roberto (Barcelona), Samuel Umtiti (Barcelona) e Lindelof (Benfica)
Médios: Thomas Lemar (Mónaco), Joshua Kimmich (Bayern Munique), Renato Sanches (Bayern Munique) e Raphaël Guerreiro (Borussia Dortmund)
Avançados: Christian Pulišić (Borussia Dortmund), André Silva (FC Porto) e Ousmane Dembélé (Borussia Dortmund)

Treinador: Zinedine Zidane (Real Madrid).» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/Andre-Silva-no-Onze-Revelacao-da-UEFA-24-12-16.aspx

Amarante Poesia - Como o Marânus de Teixeira de Pascoaes, foi invadido pela alegria do nascimento renovador e invocador da Lei de Deus, da sua Grandeza e a do Grande Marão personalizado, ou o Natal visto pelo Poeta de Gatão, Amarante, como Marânus.



"O Nascimento

Aí vem a estrela! Aí vem, sobre a montanha, 
Rompendo a sombra etérea do crepúsculo! 
A paisagem tornou-se mais estranha, 
Mais cheia de silêncio e de mistério! 
Dormem ainda as árvores e os homens, 
E dorme, em alto ramo, a cotovia… 
E, se ergue já seu canto, é porque sonha 
julga ver, sonhando, a luz do dia! 

E, pelos negros píncaros, a estrela 
É divino sorriso alumiante. 
Oh, que esplendor! Que formosura aquela! 
É lírio de oiro aberto! É rosa a arder! 

Aí vem a estrela! Aí vem, sobre a montanha, 
Tão virginal, tão nova, que parece 
Sair das mãos de Deus, a vez primeira! 

E como, sobre os montes, resplandece! 

Persegue-a o sol amado... No oriente, 
Alastra um nimbo anímico de luz. 
E a antiga dor das trevas, suavemente, 
Ondula, em transparência e palidez. 

Aí vem a estrela, alumiando a serra! 
E os olhos encantados dos pastores 
Voltam-se para a estrela... E cá na terra 
Há mágoas e penumbras, a fugir... 

Como ela voa, cintilando e rindo 
Aos penhascos agrestes e desnudos! 

E os pastores, atentos, vão seguindo 
A direcção etérea do seu voo... 

E a quimérica estrela deslumbrante 
Parou sobre a capela, onde a Saudade 
Agasalhava o Deus recém-nascido, 
Com seu manto de amor e claridade. 
E, amparando-o nos braços, lhe estendia 
Os seios maternais. A criancinha 
Mamava. E a Saudade lhe sorria, 
Num enlevo, num êxtase sagrado. 

A primavera, errante no Marão, 
Veio cobrir de lírios e de rosas 
O berço do Menino. E veio o outono, 
E vieram ermas sombras dolorosas. 
Logo, o outono rezou a sua prece 

De cinzas e de bruma. E o lindo sol, 
Entrando pelos vidros, aparece, 
Junto ao pequeno berço. E toda a luz 
Do céu veio com ele! E veio a noite. 
Vieram as avezinhas, que deixaram, 
No recôndito ninho, abandonados, 
Os filhos ainda implumes. E cantaram 
Em louvor do Menino e da Saudade. 

E Marânus sentia, mais alegre, 
Tornar-se vida, amor, fecundidade, 
A sua antiga e mística tristeza. 

E, ao ver a própria alma da sua raça 
Criar a Virgem Mãe dum novo Deus, 
Eis que à flor dos seus lábios esvoaça 
O sorriso supremo da vitória. 

E a Saudade, num casto e luminoso 
Gesto de amor, tomando, novamente, 
O Menino nos braços, o embalava. 
E sobre ele inclinava docemente 
A fronte aureolada. E uma canção, 
Que era feita de todas as cantigas, 
Mais num murmúrio brando de oração 

Que em voz alta, cantava. E o Deus menino, 
Com os olhos abertos, num espanto, 
Recebia do mundo a clara imagem 
E o seu nubloso e misterioso encanto... 

Também o bom pastor, a quem Marânus 
Havia prometido o Nascimento, 
Sentia em seu espírito surgir, 
Envolto num astral deslumbramento, 
Estranho e novo ser, que dissipava 
O seu velho crepúsculo interior, 
Onde um fantasma, trágico e nocturno, 
Aparição do medo e do terror, 
Furibundo, reinava, desde os séculos! 

O Menino crescia, como a aurora 
Que, sendo esparso vulto de mulher, 
Na linha do horizonte, que descora, 
Lembra a auréola dum Deus anunciado… 

Em volta dele, as coisas se animavam 
Dum sentido mais belo e verdadeiro; 
E a sua alma oculta desvendavam, 
Como na luz primeira da Existência. 

Mundo transfigurado! Ó terra santa! 
Ó terra já divina e toda erguida 
Àquela altura ideal da Eternidade, 
Mais uma vez, a morte foi vencida! 

Alguns dias passaram. E Marânus 
Disse que ia partir à sua Esposa, 
E que se entregava ao casto amor, tão puro, 
Desta leal paisagem montanhosa. 
E, chorando, abraçava-a, e repetia 
Que tinha de partir; mas, dentro em pouco, 
Por uma clara noite, voltaria. 

E a trágica Saudade, sufocada: 

«Eu bem conheço a voz que te chamou! 
Voz que ilumina as árvores e as nuvens, 
E que meu ser antigo transformou 
Neste meu ser anímico e perfeito.» 

E, mais serena e resignada: «Vai! 
Cumpre a sua vontade. É teu destino...» 

E beijando-o nos lábios, e tomando 
Em seus braços de imagem o Menino, 
Subiu a um alto píncaro escarpado, 
De onde ela, por mais tempo, contemplasse 
O esposo e companheiro bem amado. 

E, sozinha, de pé, sobre um rochedo, 
Disse-lhe um longo adeus. 
E, já distante, 
Marânus, ansioso, para trás 
Volvia a face triste, a cada instante. 
E parava, cismando… 
Mas, ao longe, 

O corpo da Saudade, vago e incerto, 
Perdia-se, no ar que se turbava... 

Anoitecia. A serra era um deserto. 
E Marânus seguia o seu caminho." 

Teixeira de Pascoaes, in 'Antologia Poética'