«O criminoso perante o sistema actual
A subversão da ordem, ou a desordem organizada e planificada atingiu a tais extremos que os Estados modernos, como frutos agora maduros do positivismo e do materialismo, se servem do poder da coacção psíquica, não para reprimir o crime, mas para sufocar o justo impulso da natureza humana no uso da liberdade natural. (…)
Nos Estados actuais, por um lado cresce a comiseração para com o criminoso e por outro aumenta a opressão sobre os justos. Isto é o resultado ainda bem vivo das escolas materialistas do século XIX, segundo as quais o criminoso, pessoalmente, é um irresponsável, vítima de taras hereditárias, ou do meio, ou da conformação física.
Psicólogos, criminólogos, sociólogos pouco se interessam pela vítima do crime. Mas todos, como carpideiras filantrópicas, se curvam sobre o destino do criminoso; tratam de o reajustar, de o readaptar, de o inserir de novo no seio da sociedade; mas pouco se interessam pela viuvez e a orfandade em que um vulgar assassino possa ter projectado uma família. Porquê tanto interesse pelo criminoso e tanto desinteresse pela vítima?
A existência da liberdade implica a responsabilidade do criminoso. (…) É hora de largarmos o pensamento marxista, segundo o qual o crime tem uma explicação económica, como se o crime fosse produto do capitalismo e se nalgum paraíso comunista o crime pudesse ser abolido.
Durante muito tempo abusou-se do senso comum com a teoria de que a sociedade é responsável pela conduta dos criminosos; então, a vítima indefesa, o honesto pai de família, o transeunte assaltado e assassinado, são responsáveis e culpados pelo acto do facínora?
Heraldo Barbuy em “Revista Brasileira de Filosofia” – extracto adaptado de resumo da obra “Psicología y Criminología” de Miguel Herrera Figueroa.» in https://www.facebook.com/groups/monastab/1221089991278133/?notif_t=group_activity¬if_id=1480859688119614