22/02/15

F.C. do Porto Sub 19 Futebol: União de Leiria 1 vs F.C. do Porto 4 - Dragões venceram em Leiria por 4-1 na primeira jornada do Apuramento de Campeão do Campeonato Nacional de Juniores A.



«SUB-19 ARRANCAM FASE FINAL COM GOLEADA

​Dragões venceram em Leiria por 4-1 na primeira jornada do Apuramento de Campeão do Campeonato Nacional de Juniores A.

​Os Sub-19 golearam, este sábado, a União de Leiria por 4-1, na jornada de arranque do Apuramento de Campeão do Campeonato Nacional de Juniores A, disputada no Campo da Mata, em Leiria. Um "bis" de Sérgio Ribeiro (41 e 49 minutos) e remates certeiros Ruben Macedo (54m) e Leonardo (61m) deram o melhor arranque possível à campanha dos comandados de Folha na fase decisiva da competição.

A primeira parte contou com total domínio e controlo dos Dragões, que não permitiram que o adversário chegasse com perigo à baliza defendida por João Costa. A constante procura de espaços no meio campo contrário deu frutos já no final dos primeiros 45 minutos, com Sérgio Ribeiro a tirar partido de um ressalto e a levar a bola passar por cima do guarda redes adversário.

Os jovens Dragões sofreram um golo logo aos três minutos da segunda parte, numa bola parada, mas a equipa deu uma excelente resposta e chegou novamente à vantagem no minuto seguinte, com o melhor golo da tarde, da autoria de Sérgio Ribeiro. A partida acabou por ficar resolvida logo no primeiro quarto-de-hora da segunda metade, com o domínio absoluto da partida a resultar em mais dois golos, por parte de Ruben Macedo (aos 54) e de Leonardo (61m).

O próximo jogo dos Dragões é a recepção ao Rio Ave, a contar para a segunda jornada desta fase, agendada para o próximo sábado, às 15h00, no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival.

Os comandados de Folha alinharam com: João Costa; Fernando, Malthe, Verdasca e Lumor; Fidelis (João Cardoso, 60m), Moreto (Elvis, 62m) e Rui Moreira (cap.); Sérgio Ribeiro, Leonardo e Ruben Macedo (Bruno Costa, 66m).» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/sub-19-uniao-leiria.aspx

21/02/15

F.C. do Porto Basquetebol: Dragon Force 102 vs Atlético 60 - Triunfo dos Dragões sobre o Atlético foi o 16.ª consecutivo na competição.



«DRAGON FORCE À BEIRA DA VITÓRIA NA FASE REGULAR DA PROLIGA

Triunfo sobre o Atlético (102-60) foi o 16.ª consecutivo na competição.

​O Dragon Force recebeu e venceu este sábado o Atlético (102-60), no Dragão Caixa, na 17.ª jornada da Proliga, competição que os azuis e brancos lideram isolados, cotando-se como a única equipa que até ao momento soma por vitórias todos os jogos disputados. São já 16 os triunfos consecutivos dos portistas, que estão muito perto de garantir matematicamente o primeiro lugar da fase regular e o consequente direito desportivo de disputar a Liga Portuguesa de Basquetebol em 2015/16.

O primeiro período foi, de todo, invulgar para o conjunto orientado por Moncho López, que se viu em desvantagem no final dos dez minutos iniciais (18-22), em grande parte por mérito da formação que viajou de Lisboa. As dificuldades sentidas pelos azuis e brancos prolongaram-se durante 15 minutos, mas no caminho para o intervalo a normalidade regressou ao Dragão Caixa. O Dragon Force estabeleceu um parcial de 27-13 no segundo quarto e recolheu aos balneários com uma vantagem na casa das dezenas (45-35).

A atitude demonstrada na recta final do segundo período teve seguimento nos seguintes, desenhando-se assim mais um triunfo para os Dragões com dois jogadores em particular destaque. António Monteiro (21 pontos) foi o primeiro a dar nas vistas, mas Pedro Bastos (27 pontos) (na foto), o MVP, viveu uma tarde quase perfeita, com apenas um lançamento falhado. No capítulo do lançamento exterior, o base/extremo esteve verdadeiramente endiabrado: seis lançamentos convertidos em sete tentados.

Moncho López, treinador do Dragon Force, viu assim o 16.º triunfo consecutivo da equipa que comanda: "O Atlético foi muito superior no primeiro período e conseguiu criar-nos muitas dificuldades, ainda mais porque estivemos muito apáticos. Soubemos reagir e fomos melhorando com o passar do tempo, mas não posso dizer que saio daqui completamente satisfeito. Há aspectos que temos de melhorar e vamos trabalhar para isso, mas o importante é que conseguimos mais uma vitória e demos mais uma alegria aos nossos adeptos".

FICHA DE JOGO

DRAGON FORCE-ATLÉTICO, 102-60
Proliga, 17. ª jornada
21 de Fevereiro de 2015
Dragão Caixa

Árbitros: Sérgio Adegas e Diogo Morais

DRAGON FORCE: Diogo Brito (4), João Ribeiro (5), André Bessa (13), João Grosso (5), Miguel Queiroz (6), Pedro Figueiredo, João Gallina (4), Ferrán Ventura (6), Pedro Bastos (27), João Torrie (4), Pedro Oliveira (7) e António Monteiro (21)
Treinador: Moncho López

ATLÉTICO: Bruno Cunha (6), Miguel Barroca, Miguel Araújo, Jorge Afonso (14), André Cohen, Tiago Magalhães (7), Raúl Porto (8), Pedro Bagio (12), Hugo Aurélio (13) e Nuno Pinho
Treinador: Hugo Sousa.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/Basquetebol-Proliga-Dragon-Force-Atletico.aspx

F.C. do Porto Hóquei Patins: F.C. do Porto Fidelidade 12 vs CD Póvoa 1 - ​Dragões derrotaram os poveiros por meia duzia, no jogo da 19.ª jornada do Campeonato Nacional.



«UMA DÚZIA DE GOLOS NA VITÓRIA SOBRE O CD PÓVOA

​FC Porto Fidelidade derrotou os poveiros por 12-1, no jogo da 19.ª jornada do Campeonato Nacional.

O FC Porto Fidelidade goleou o CD Póvoa (12-1), na partida 19.ª jornada do Campeonato Nacional, que se disputou este sábado, no Dragão Caixa. Ao intervalo, a equipa orientada por Tó Neves já vencia por uns expressivos e tranquilos 7-1, num jogo que permitiu que quase todos os portistas marcassem um golo. Com este resultado, os portistas mantêm-se na segunda posição, a três pontos do líder Benfica.

Perante o lanterna vermelha da principal prova do hóquei em patins nacional, os Dragões - que na primeira volta tinham vencido por 9-3 - entraram a todo o gás e precisaram de apenas oito minutos para marcar três golos. Aproveitando a pouca agressividade e as fragilidades defensivas do adversário, os portistas foram-se distanciando no marcador, que se foi avolumando a uma cadência tal, que Tó Neves começou bem cedo a rodar a equipa, permitindo que quase todos os jogadores marcassem, pelo menos, um golo. Resultado: ao intervalo, os poveiros já viam os portistas a seis golos de distância, pelo que a vitória, a sétima consecutiva no Campeonato, estava quase na mão.

Na segunda parte, o FC Porto Fidelidade optou por gerir o jogo, mas sempre com os olhos postos na baliza do CD Póvoa. Jorge Silva, que abriu a contagem ao minuto cinco do encontro, acrescentou outros dois golos à conta pessoal, chegando às duas dezenas no campeonato. Caio e Hélder Nunes também tiveram tempo para bisar e Pedro Moreira foi o único portista que não foi capaz de juntar o seu nome à lista de marcadores de uma partida de domínio absoluto por parte dos Dragões. Na próxima jornada, há deslocação agendada para o pavilhão da AD Sanjoanense (sábado, 18 horas).

“Foi um jogo com pouca história, de sentido único, em que o CD Póvoa praticamente não nos incomodou. Conseguimos marcar 12, mas ficaram outros por marcar, acho que em termos de eficácia não estivemos tão bem como queríamos. De qualquer forma, foi uma vitória bem conseguida”, afirmou Tó Neves, em declarações ao www.fcporto.pt e ao Porto Canal.

FICHA DE JOGO

FC PORTO FIDELIDADE-CD PÓVOA, 12-1
Campeonato Nacional, 19.ª jornada
21 de Fevereiro de 2015
Dragão Caixa, no Porto

Árbitros: José Pinto e Paulo Sousa

FC PORTO FIDELIDADE: Edo Bosch (g.r.), Caio, Rafa, Jorge Silva e Hélder Nunes
Jogaram ainda: Nélson Filipe (g.r.), Pedro Moreira, Reinaldo Ventura, Vítor Hugo, Ricardo Barreiros
Treinador: Tó Neves

CD PÓVOA: Telmo Fernandes (g.r.); Vítor Oliveira, Hugo Paiva, Ruben Paiva e Jorge Maceda e Rúben Fangueiro
Jogaram ainda: Rui Silva, Márcio Rodrigues, Pedro Costa, Carlos André e Tiago Rocha
Treinador: Carlos Silva

Ao intervalo: 7-1
Marcadores: Jorge Silva (5m, 40m, 47m), Caio (6m, 48m), Hélder Nunes (7m, 32m), Vítor Hugo (13m, 23m), Reinaldo Ventura (15m), Vítor Oliveira (16m), Ricardo Barreiros (21m), Rafa (28m)» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/hoquei_fcp_cdpovoa.aspx

Arte Cinema - As montanhas ficavam perto de Arouca, vila a uma hora de carro do Porto e a três de Lisboa e tinham sido cenário de filme, sim, mas do documentário "Drave - Uma Montanha do Tamanho do Homem".



«Pelos caminhos de Drave

Quando soubemos que um documentário sobre uma aldeia de xisto desabitada tinha esgotado em três semanas, pedimos boleia a um rebanho de cabras. E partimos de olhos e ouvidos bem abertos.

O sino da capela de Regoufe avisa que é uma da tarde quando as cabras começam a partir o gelo entre as pedras da encosta, à frente da aldeia. Vamos com elas, e Fátima e os seus dois cães fecham o rebanho, cuidando para que nenhum bicho arrepie caminho e regresse ao curral. Está um daqueles dias de inverno gloriosos: céu azul, algumas nuvens dispersas, frio de barrete e luvas. E nós já estamos a gostar desta reportagem que começou com uma gripe.

Doente em casa numa tarde de semana, a jornalista Sónia Calheiros saltava entre canais de televisão quando ficou suspensa nas imagens de umas montanhas a pedir adjetivos em correnteza. "Há quem julgue ser na Nova Zelândia", ouviu e não estranhou. Sabia que a trilogia O Senhor dos Anéis tinha sido rodada nos antípodas, num cenário assim magnífico, verde, verde. Foi então que João Baião lhe apareceu no estúdio da SIC, a achar piada ao que contava um dos convidados.

As montanhas ficavam perto de Arouca, vila a uma hora de carro do Porto e a três de Lisboa. Tinham sido cenário de filme, sim, mas do documentário Drave - Uma Montanha do Tamanho do Homem. E o realizador e dono da produtora Cimbalino Filmes não esperava que os primeiros mil DVD esgotassem em três semanas.

Se antes tivera dúvidas, João Nuno Brochado sentia-se feliz por ter dedicado quase um ano e meio a Drave, uma aldeia desabitada desde 2000, situada no fundo de um vale entre as serras da Freita e de São Macário. Chamam-lhe A Aldeia Mágica - é esse, aliás, o nome do percurso pedestre proposto pelo Geoparque, 4 quilómetros com partida em Regoufe. E nós, que sorte!, vamos conhecê-la na companhia de uma ex-educadora de infância que leva um rebanho comunitário a pastar por ali três ou quatro vezes por semana.

Vitela para o lobo mau

São umas oitenta cabras, agora penhascos acima. Fátima não as contou porque o seu número vai variando - depende se alguma pariu, por exemplo. É dela a maior quantidade, umas 42 ou 44, nem sabe; as restantes pertencem a duas vizinhas que com ela se revezam. "A última vez que contei tinha cinquenta e tais, entretanto o lobo matou umas quantas."

O lobo. Na televisão, Fátima comparou-o ?com o Estado Islâmico, exagerando na metáfora tal é a raiva "aos do ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] que largam para aí lobos ibéricos". Como quase não há saída sem lobo mau por perto, vale-lhe que os cães dão sinal. Max e Lira ladram de um jeito diferente e logo as cabras desarvoram, mas o prejuízo tem sido grande.

O ICNF paga por cada animal morto mas não paga o que os donos iriam lucrar no futuro nem as horas perdidas quando ficam para trás cabritinhos que é preciso alimentar a biberão. Fátima não se conforma. "Deviam pôr os lobos cercados. Até ia lá dar-lhes vitela!"

Não é raiva ao lobo - é vontade de sobrevivência, percebe-se ao ouvi-la contar que Regoufe já só tem duas dezenas de pessoas. Ela, com 52 anos, é das mais novas. E crianças? "Zero!" Os jovens saem para estudar e não voltam porque a única viabilidade económica da aldeia é o rebanho e nem toda a gente gosta de andar com cabras. Fátima é das que gostam. "Até já nos habituámos à chuva, o lobo é que não dá paz."

Regoufe foi uma aldeia com muito movimento, e nem é preciso recuar ao início dos anos 40, altura em que as minas de volfrâmio davam bom dinheiro a ganhar na região. Tem uma zona de várzea belíssima, compartimentada como é uso por aqui, com pequenos muros de pedra solta a dividirem as leiras. Há quem tenha várias leiras mas estão umas longe das outras, uma canseira. Nas décadas seguintes, os mais velhos ficaram a ver emigrar quem podia.

E chegaram os escuteiros

Se escrevemos sobre Regoufe é porque o que aconteceu a Drave não é muito diferente. Drave é mais pequena e só tinha três famílias que viviam da agricultura e, em tempos idos, do carvão. Não havia luz, gás ou água canalizada. E os acessos eram difíceis. De lá também foram partindo os jovens, eles para arranjarem um trabalho melhor e elas maridos.

Em 1971, a aldeia alegrava-se com o último nascimento. Em 1993, quando já só lá morava um casal, chegou uma linha telefónica e energia solar. Até que, há quinze anos, partiria o último habitante, Joaquim Martins, viúvo e cansado do isolamento. Algumas das casas e currais de xisto ameaçavam ruína, os campos eram grandes para um homem, as ruas só se enchiam de vozes a 15 de agosto, dia da Senhora da Saúde, a padroeira da capelinha.

Fátima assistiu a toda a história da aldeia. De longe quando esteve no Porto a tirar o curso de educadora de infância, mais de perto ao decidir trabalhar na região de Regoufe, onde nasceu. Em 2003, já com Drave desabitada há três anos, também viu como chegavam os escuteiros da IV Secção, rapazes e raparigas entre os 18 e os 22 anos, os Caminheiros, que fizeram negócio com uma das famílias e começaram a reconstruir o seu terço da aldeia. Hoje, são deles oito casas, oito terrenos, a eira, o moinho e o espigueiro.

Foi logo em 2003 que João Nuno Brochado conheceu Drave. Nesse verão, ajudou a fazer o telhado da futura cozinha da Base Nacional da IV do Corpo Nacional de Escutas, carregando às costas as lajes de xisto num vaivém muito parecido com o que iria filmar dez anos depois, a convite do dirigente Paulo Natividade. Desde então, todos os fins de semana há escuteiros em Drave. O trabalho é contínuo - de manutenção (de telhados, de pontes), de construção (carpintaria), de espiritualidade (acreditam que ela é favorecida em contacto com a natureza).

Graças a Deus que é quinta-feira e estamos no inverno e a uns dias das férias do Carnaval. Os treinos para o Ultra Trail da Serra da Freita ainda vêm longe e à semana são raros os entusiastas do BTT e os "turistas de salto alto". Chamem-nos egoístas com razão - queremos ter Drave só para nós. Gostamos de imaginar como era o quotidiano desta aldeia embalados apenas pelo som da água a correr com força montanha abaixo e pelos balidos das cabras.

O frio, a rudeza, a simplicidade

As explicações de Fátima, que aqui aponta a adega, ali a eira, acolá a entrada dos homens na capela caiada - de branco como já foi o Solar dos Martins, morada dos "grandes" da aldeia -, parecem dar vida ao lugar. Quando a "pastora" nos incita a entrar nas casas recuperadas pelos Caminheiros percebemos porque Drave está parada no tempo mas não abandonada.

Para lá das portas, de madeira grossa e com cravelhas no lugar de chaves, houve mil cuidados em manter as traças originais. As casas estão adaptadas ao dia a dia dos escuteiros, há beliches estreitos, mesas e bancos corridos, tudo de madeira, e um forno a lenha a contrastar com uma instalação elétrica rudimentar (que era alimentada a geradores, entretanto furtados), mas o princípio foi o de deixá-las apenas tão cómodas como eram antigamente. "Queríamos que estes jovens que estão a ir para adultos sentissem o frio que se passava, a rudeza, a simplicidade", há de dizer-nos Paulo Natividade.

Os dias, por aqui, querem-se espartanos e próximos da natureza. Se ainda é possível beber água diretamente do rio (juntam-se ali três, na verdade) é porque a IV Secção faz parte da organização Leave No Trace. Para não deixar vestígios, os detergentes e os champôs devem ser biodegradáveis e nunca pode haver poluição direta do rio, das cascatas ou das lagoas. "Estão a ver? Isto é culpa do Paulo!", ri-se Fátima, mostrando o fundo de uma chávena de plástico, cheio de sarro, antes de a usar.

Sentamo-nos num caminho de lajes de xisto que aqueceram ao sol. Devem ser três da tarde. Dali a uma hora vai ser preciso começar a juntar as cabras que se espalharam pela leira do outro lado da aldeia e pelo monte sobranceiro onde ainda há muitas bolotas de sobreiro. Os bichos pelam-se por bolotas, mais ainda por penhascos. "É da natureza delas", lembrara Fátima à saída de Regoufe.

Na hora e picos que levámos para chegar a Drave, num ritmo de passeio que deu para beber água das nascentes, espreitar abrigos de mineiros e encher os olhos com a paisagem, nós seguíamos pela estrada (primeiro um estradão, mais à frente um caminho de xisto) e elas pelo cume das montanhas. À cata de bolotas, pois claro.

Benditos 'drones'

Ser cabra-bicho deve ser coisa boa, mas levantarão elas a cabeça para apreciar as montanhas "de pele lisa e ondulada" descritas por Afonso Reis Cabral, em O Meu Irmão (Prémio Leya 2014?

O romance começa no Tojal, que "é perto de Arouca e longe de tudo o resto". A aldeia, com catorze casas de xisto, dez abandonadas, três de um casal mais filho, e a décima quarta da família do narrador, só existe na cabeça do escritor. "Pus lá um pezinho na imaginação", ri-se, quando lhe telefonamos a tirar teimas. Mas podia ser Drave ou mesmo Cando, em plena serra da Freita, onde já moraram trinta pessoas e agora sobram quatro, duas mães e dois filhos adultos.

A situação geográfica é outra se pensarmos que o Tojal-inventado fica muito perto de Ponte de Telhe, essa sim com direito a nome no mapa, escola básica e promessa de bons banhos no rio Paivô (que na região se pronuncia Paivó). Já as montanhas que "parecem uma mulher sem roupa, mas em verde" são as mesmas. E a inaptidão para descrevê-las, de que se queixa ironicamente o escritor, também é a mesma.

O melhor será pedir ajuda às fotografias publicadas nestas páginas e ao documentário que nos trouxe a Drave. O filme esgotou mas já está a ser preparada uma 2.ª edição, a lançar a 7 de março, em Lisboa. Além de contar a história da aldeia e de acompanhar o trabalho dos escuteiros, a voz do ator e encenador António Durães leva-nos até às montanhas que a escondem, num inebriante voo de pássaro só possível com câmaras instaladas em drones.

Não é assim tão estranho termos desejado ser cabras e agora inventarmo-nos aves. Estas montanhas são especiais, são muito diferentes do resto do País, comunga connosco o realizador que delira com o Vale do Paivô, à volta de Drave, e com o Portal do Inferno, do outro lado da aldeia. "Parece um manto que caiu ali e ficou cheio de rugas."

Só iremos ouvir uma metáfora igualmente bonita no dia seguinte, quando visitarmos Cando. "Estão a ver aquela vagazinha?", aponta António Alves, 47 anos, neto do dono das antigas pedreiras de xisto junto à aldeia. "Logo atrás é Drave, onde estiveram ontem."

Matar saudades do mar

É sexta-feira, um dia de inverno rigoroso: céu cinzento, gelo na estrada e neve a cair miudinha. Por aqui os montes são "vagazinhas", a lembrar o mar lá ao longe. Mesmo vê-lo só ao longe quebra o isolamento, percebe-se quando vamos até à aldeia da Castanheira, também na serra da Freita, e um dos doze habitantes, Manuel Tavares, 68 anos, a maioria deles emigrado em França, promete: "Quando o nevoeiro alisar vê-se bem a queda de água [a Frecha da Mizarela]. E até o mar!"

O mar merece exclamação. Já na véspera, vendo-nos a repetir "Isto é lindo!", "As montanhas são lindas!", a emoção a comer-nos o vocabulário, Fátima confessara as saudades do mar. Quando apertam, lá vai ela matá-las no seu carro; mas logo regressa aos montes que tão bem conhece.

A "pastora" dava uma bela guia da natureza, arriscamos e recebemos uma gargalhada de volta. "Mais tarefas? Às vezes, trabalho tanto que até me arde o coração. É porcos, é galinhas, é cabras, é o restaurante! [O Mineiro, à entrada de Regoufe]. Por acaso, pensei que era giro criar um programa de pastor por um dia para turistas, mas as outras duas senhoras não quiseram."

"Giro" não será a palavra certa para descrever o que sentimos quando uma cabrita ainda nova, com menos de um ano, resolve parir no regresso à aldeia. Nenhuma das três assistiu ao parto porque ela se deixou ficar para trás, mas posso escrever que pegar num cabritinho acabado de nascer é emocionante. Obrigada, Sónia.



Pelos caminhos de Drave

O QUE FAZER

Casa das Pedras Parideiras - Um filme em 3D ajuda a perceber um fenómeno de granitização único no mundo que aqui também pode ser visto "ao vivo" - Castanheira, Albergaria da Serra T. 256 484 093 Seg-dom 9h30-12h30, 14h-17h

Minas de Regoufe - Complexo mineiro Poça da Cadela, em ruínas. ?O volfrâmio, que era conhecido por "ouro negro", deu muito dinheiro a ganhar na região - Regoufe, Covelo de Paivô

PR Aldeia Mágica - Percurso pedestre entre Regoufe e Drave, por caminhos tradicionais. O início é pedregoso e são 4 km para cada lado. Mas faz-se bem e a paisagem tudo perdoa - geoparquearouca.com

PR Nas Escarpas da Mizarela - Percurso pedestre com partida e chegada no Parque de Campismo do Merjual (serra da Freita), por caminhos de montanha. São 8 km e o nível de dificuldade é alto - geoparquearouca.com

O QUE COMPRAR 

Doçaria - Em bola ou à fatia, o pão de ló da casa A. Teixeira Pinto é afamado. E as suas pedras parideiras são uns deliciosos biscoitos de nozes - Burgo, Arouca T. 256 944 246
Mel - As abelhas de António Azevedo, da Quinta do Lobo, produzem mel de urze ou de eucalipto. O de urze é escuro, denso e tem um sabor forte - Pode comprá-lo na Casa das Pedras Parideiras

ONDE FICAR

Casas de Aldeia - Dois T1 e um T3, com forno e lareira, numa pequeníssima aldeia de xisto em plena serra da Freita - Cando, Cabreiros T. 91 751 5506

Hotel S. Pedro - Um três estrelas renovado, com uma receção que faz concorrência ao posto de turismo do Geoparque - Av. Reinaldo Noronha, 24, Arouca T. 256 944 580

Quinta da Vila - A única dificuldade será escolher entre os quartos dos lagares e os das piscinas - Lugar da Vila, Alvarenga T. 91 852 8478 ?ou 91 459 7826

ONDE COMER

Caetano - Foi nesta casa que começou a tradição dos bifes de Alvarenga. A carne é arouquesa e o molho é feito só com o seu sangue - Trancoso, Alvarenga T. 256 955 150

Casa no Campo - Posta de vitela arouquesa grelhada num ai ou outros pratos por marcação. - Espinheiro, Moldes T. 91 425 2284

O Mineiro - Cabrito no forno, vitela assada e arroz de frango, de frente para a várzea. Produtos caseiros cozinhados pela "pastora" Fátima Martins - Regoufe, Covelo de Paivô T. 96 011 0195» in http://visao.sapo.pt/pelos-caminhos-de-drave=f810728


(Aldeias - Arouca - Drave)

20/02/15

Televisão - A publicação feita por José Gabriel Quaresma na página de Facebook de um amigo causou uma onda de indignação na rede social e muitos utilizadores chegaram a fazer ameaças ao jornalista da TVI.




«Facebook Bomba, avião e sportinguistas, a piada de pivô da TVI

A publicação feita por José Gabriel Quaresma na página de Facebook de um amigo causou uma onda de indignação na rede social e muitos utilizadores chegaram a fazer ameaças ao jornalista da TVI.

O Jornal de Notícias (JN) dá conta, esta sexta-feira, de uma publicação – entretanto apagada – feita por José Gabriel Quaresma na página de Facebook de um amigo que causou indignação entre os utilizadores da rede social.

Em causa, está uma “piada” do jornalista da TVI. “Mete uma bomba no avião”, escreveu o pivô, em jeito de brincadeira, referindo-se ao voo em que o amigo e vários adeptos do Sporting seguiam para ir ver a equipa portuguesa jogar contra o Wolfsburgo.

O comentário gerou de imediato centenas de respostas, entre elas insultos, ameaças em nome próprio e à família e acusações de falta de profissionalismo. O jornalista acabou por apagar a publicação e fazer um pedido de desculpa.

“Houve pessoas que ficaram indignadas e revoltadas com um comentário que fiz. Escrevi uma piada e não passa disso, um comentário sem intenções. As pessoas que me conhecem sabem que jamais diria ou pensaria aquilo. Mas quem me mandou mensagens não me conhece. Por isso, deixo aqui o meu pedido de desculpas, eu próprio apaguei o que escrevi. Não peço desculpa por causa das ameaças, faço-o porque também entendo que devo pedir desculpa por ter ofendido tanta gente, como se prova”, escreveu o jornalista, citado pelo JN.» in http://www.noticiasaominuto.com/pais/350293/bomba-aviao-e-sportinguistas-a-piada-de-pivo-da-tvi


Pessoas - Uma estudante portuguesa, Sandra Marques, que estava a residir na cidade espanhola de Ourense (Vigo) está dada como desaparecida desde o início da semana, disse hoje à agência Lusa um familiar.



«Vigo Aluna portuguesa desaparecida em Espanha desde o início da semana

Uma estudante portuguesa que estava a residir na cidade espanhola de Ourense (Vigo) está dada como desaparecida desde o início da semana, disse hoje à agência Lusa um familiar.

Sandra Marques, de 21 anos, está dada como desaparecida desde o dia 16 de fevereiro, data em que os pais contactaram com a jovem pela última vez.

Em declarações à Lusa, a mãe da estudante portuguesa, Maria Marques, disse que falou pela última vez com a jovem na segunda-feira à noite: "Disse-nos que ia jantar a casa de uma colega e que depois falávamos. A partir daí, não sabemos de mais nada".

Fonte oficial da Polícia Nacional espanhola em Ourense confirmou à agência Lusa que decorre desde segunda-feira uma investigação quanto ao desaparecimento de uma jovem portuguesa, da qual se escusou a confirmar o nome.

Questionada sobre as circunstâncias do desaparecimento, a mesma fonte disse que "todas as linhas de investigação estão em aberto".

"Nada está determinado. Uma vez que se trata de uma pessoa maior de idade, temos de perceber melhor o contexto no qual esta pessoa deixou de estar contactável", disse a fonte.

A mãe da estudante portuguesa explicou ainda que Sandra Marques estava "um pouco desanimada" e que "queria desistir do estágio" que se encontrava a realizar no âmbito do programa Erasmus, numa fundação espanhola.

A participação do seu desaparecimento foi feita pelos pais às autoridades espanholas de Ourense, depois de várias tentativas de contacto com a jovem que se revelaram infrutíferas.

"Na terça-feira (17 de fevereiro) à noite já não atendeu o telemóvel nem respondeu pelo 'skype' e a partir daí contactámos com as autoridades espanholas", adiantou a mãe da estudante portuguesa.

Segundo a familiar, foi-lhes comunicado pelas autoridades espanholas que Sandra Marques esteve na terça-feira até às 00:00 na casa de uma colega.

A partir daí, ninguém soube mais nada sobre o seu paradeiro.

A jovem portuguesa estava a viver em Ourense numa casa que partilhava com mais três jovens estudantes espanholas e o regresso a Portugal estava previsto para o dia 25 de março, quando terminava o estágio do Erasmus.

Sandra Marques tinha concluído a licenciatura em Serviço Social na Escola Superior de Educação (ESE) de Castelo Branco em 2014 e encontrava-se a realizar um estágio Erasmus de seis meses em Ourense.

Uma prima de Sandra Marques, Ema Miguel, disse também à Lusa que o Instituto Politécnico de Castelo Branco enviou um psicólogo para Ourense para acompanhar os pais e o irmão.» in http://www.noticiasaominuto.com/pais/350372/aluna-portuguesa-desaparecida-em-espanha-desde-o-inicio-da-semana?utm_source=gekko&utm_medium=email&utm_campaign=afternoon

Política de Saúde - De acordo com uma investigação publicada na revista científica Surgery Technology International, consultar o telemóvel diariamente pode criar nas suas costas o mesmo que 27 quilos, dependendo se apenas consulta o telemóvel por alguns minutos ou se lê textos e passa horas em aplicações que o absorvem.



«SMARTPHONES ESTÃO A ALTERAR A POSTURA DOS SERES HUMANOS

E a prejudicá-la. Se havia estudos a defender que os smartphones já eram prejudiciais devido às ondas sonoras, fique agora a saber que existe mais uma razão para consultar menos o seu telemóvel: ele pode estar a prejudicar a sua coluna.

Um novo estudo sugere que os famosos smartphones estão a acabar com as costas e a alterar a postura correta dos seres humanos.

De acordo com uma investigação publicada na revista científica Surgery Technology International, consultar o telemóvel diariamente pode criar nas suas costas o mesmo que 27 quilos, dependendo se apenas consulta o telemóvel por alguns minutos ou se lê textos e passa horas em aplicações que o absorvem.

A cabeça humana não é leve e ao incliná-la está a exercer-se pressão sobre a coluna vertebral, que não se destina a ser puxada com tanta frequência.

Segundo o médico cirugião Kenneth Hansraj, responsável pelo estudo e citado pela imprensa internacional, "à medida que a cabeça é inclinada para a frente a força gravitacional gerada na coluna sobe para 12 kg se estiver a 15 graus, 18 kg a 30 graus, 22 kg a 45 graus e 27 kg a 60 graus".

Essa posição de stress para a coluna pode danificar seriamente os músculos das costas e do pescoço a ponto de ser necessária uma intervenção cirúrgica para minimizar os efeitos e a dor, alerta o especialista.» in http://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/smartphones-estao-a-alterar-a-postura-dos-seres-humanos

Amarante Infraestruturas - O Presidente e o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Amarante, José Luís Gaspar e Jorge Magalhães Mendes acompanhados pelo Tenente Coronel Soares Pereira, da Direção de Infraestruturas e Equipamentos da GNR do Comando Geral da Guarda e por responsáveis da empresa Ferconsult visitaram, a 13 de fevereiro, o local do futuro quartel da GNR.



«Amarante: Executivo municipal visita obras do novo quartel da GNR
20/02/2015, 10:23

O Presidente e o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Amarante, José Luís Gaspar e Jorge Magalhães Mendes acompanhados pelo Tenente Coronel Soares Pereira, da Direção de Infraestruturas e Equipamentos da GNR do Comando Geral da Guarda e por responsáveis da empresa Ferconsult visitaram, a 13 de fevereiro, o local do futuro quartel da GNR.

Esta visita teve como principal objetivo constatar no local o tipo de terreno, as diferenças de quota (altimetria) e o seu enquadramento no espaço urbano, de forma a elaborar adequadamente o projeto de arquitetura e especialidades de engenharia, que estão em fase de desenvolvimento.

Para Jorge Magalhães Mendes “esta análise ao local é fundamental para que se identifiquem todos os elementos necessários no projetos de arquitetura e especialidades, com vista a criar condições adequadas de trabalho para os militares em serviço neste novo Quartel sejam do Destacamento e/ou Posto Territorial”.» in http://www.imprensaregional.com.pt/averdade/index.php?info=YTozOntzOjU6Im9wY2FvIjtzOjExOiJub3RpY2lhX2xlciI7czo5OiJpZF9zZWNjYW8iO3M6MToiMyI7czoxMDoiaWRfbm90aWNpYSI7czo0OiI5OTI1Ijt9


Ambiente e Ecologia - O relatório mensal da agência norte-americana para os Oceanos e a Atmosfera surge depois de se saber que o ano de 2014 foi o mais quente desde que há registos.



«O mês de janeiro de 2015 foi o segundo mais quente desde que há registos

O relatório mensal da agência norte-americana para os Oceanos e a Atmosfera surge depois de se saber que o ano de 2014 foi o mais quente desde que há registos.

O mês de janeiro foi o segundo mais quente desde que há registo, segundo uma análise das médias globais da temperatura das superfícies terrestre e marítima, divulgou esta quinta-feira o governo dos Estados Unidos da América.

O relatório mensal da agência norte-americana para os Oceanos e a Atmosfera (NOAA, na sigla em Inglês) foi divulgado a seguir ao anúncio, feito em janeiro, por esta entidade, de que 2014 foi o ano mais quente nos registos.

“A temperatura média global nas superfícies terrestre e marítima em janeiro de 2015 foram as segundas maiores para o mês desde que os registos começaram a ser feitos em 1880″, especificou-se no documento.

O mês de janeiro mais quente foi o de 2007, com uma temperatura média global de 0,86 graus Celsius acima da média do século XX.

Em janeiro último, a temperatura média excedeu a do século XX em 0,77 graus Celsius.» in http://observador.pt/2015/02/19/o-mes-de-janeiro-de-2015-foi-o-segundo-mais-quente-desde-que-ha-registos/


(Resultado da ação humana com o meio ambiente, o aquecimento global)


(Catástrofes ambientais causadas em resposta a ação humana)


(Aquecimento Global e Consequencias)

19/02/15

Amarante Antiga - Eis a Casa das Lérias, Confeitaria Amarantina de Alcino dos Reis, especialidades em Doces Regionais, e respetivo jardim na margem direita do Rio Tâmega.


(Jardins lindíssimos, a ladearem o Rio Tâmega em Amarante)


Sociedade e Tecnologia - Estaremos a acompanhar o ritmo de evolução das máquinas, ou a tentar adaptar o nosso biorritmo ao processamento eletrónico, ou a perder o controlo disto tudo?...



«A REDE EMPAREDADA

Joana e Patrícia, de seus nomes. Joana tinha 16 e a Patrícia 15 anos de idade, ambas frequentavam o 8.º ano de escolaridade. Mas a escola não fazia parte dos seus planos imediatos de vida. Consideravam-se miúdas da moda, vestiam quase sempre roupas típicas de pronto a vestir juvenil, sapatilhas, calças com o mesmo corte, num estilo urbano e bastante agressivo. Nos adereços e penteados seguiam igualmente a mesma tendência. Um estilo de vanguarda e simultaneamente descontraído, que criava uma sensação de pertença a uma tribo mais alargada de jovens rebeldes e prontos para incorporar o que resta da espuma dos dias: malta cool.

Uma delas, a Joana, chegou mesmo a ser convidada para uma sessão fotográfica, através de um amigo comum, que a viu desfilar num bar da moda na cidade e que a considerou muito fotogénica. Posteriormente, tem sido convidada para outros eventos e já foi capa na promoção de uma coleção de roupa juvenil, num género de vestir em que se revia, com gangas rasgadas, maquilhagem muito escura e depressiva, onde ser jovem parece ser uma seca, a vida parece morte e a depressão saúde…

Já ambas tinham sido iniciadas no tabaco, álcool, drogas e sexo. Para elas a vida não tinha segredos em qualquer das suas dimensões perigosas. Pelo menos, era isso o que queriam aparentar, na escola, nos bares e discotecas que frequentavam. O que poderia alguém ensinar-lhes, se elas conheciam a face mais negra da noite, a versão mais oculta dos seres humanos, o lado errado das coisas, tudo o que se não deve fazer, uma exaltação dos amargos e obscuros recantos da vida... o resto, para elas, mais não era do que tédio e uma valente seca!

Na escola, embora frequentassem a mesma turma, durante as aulas trocavam mensagens escritas, numa vontade infinita de fintar a solidão que as unia. A ligação em rede em que todos vivemos, nos dias que correm, não encobre os receios de quebra de corrente de afetos, pois não é disso que se trata. É antes, uma enorme vontade de ter interlocutor, para partilhar o nada em que vivem, o seu vazio existencial, a sua demanda de afetos que nunca experimentaram e uma estranha rebeldia que mais não será do que uma prisão de paredes bem maciças, inexpugnáveis. E, nessa ilusão de corrente, de linha, de rede, até se criou uma linguagem muito própria, formada por abreviaturas e caracteres iniciais das palavras, para se teclar mais rápido e se não dizer nada de significativo, mas mais depressa, com a ilusão da omnipresença de alguém do outro lado, do estar sempre online, de feedback imediato.

Fui criado numa aldeia, em que um casal do lugar tinha telefone no seu lar, algo que se constituía então num verdadeiro luxo e os vizinhos davam esse número a familiares e amigos, para ligarem em caso de grande urgência. Eram autênticos telefones comunitários, mas a rede era mais assertiva e direcionada: comunicava-se para falar mesmo, havia uma mensagem, um conteúdo, um sentido na comunicação, um propósito bem definido, uma parcimónia de palavras fúteis, pois o recurso de comunicação era caro e não generalizado.

Será que podemos classificar como conversa efetiva, o envio de ícones e de caracteres estranhos, numa linguagem minimalista e desprovida de conteúdo e, não raras vezes, de sentido. Dois seres humanos fechados numa sala qualquer, entre quatro paredes, a simularem uma gama de comunicações e de sensações fictícias estranhas, tipo rir, chorar, cair, comer… tal poderá ser comunicação, mas será sempre vaga e desligada de raciocínio. Eis o drama da sociedade atual, está-se sempre em rede, mas pouco se comunica, se partilha, se interage, se relaciona… o mesmo se passava igualmente com a Joana e a Patrícia, numa rede de equívocos, de conversas ocas, de relações superficiais... mas, que lhes davam a sensação de conexão intemporal, em sincronia e constante.

Se um nosso amigo do facebook, inopinadamente, se coloca em estado triste, toda a gente tende a perguntar o porquê e a enviar mensagens de acalento, mas quase sempre, debalde… a partilha do sentimento não corresponde a um desabafo entre duas pessoas com ligações afetivas autênticas, logo não existe catarse, pois não se cura o que não se conhece e não se entende, percebe, ou se partilha cara a cara. A comunicação, assim, corresponde ao aumentar do vácuo, da depressão, da falta de senso, da dispersão, nunca se indo ao fundo dos problemas, das questões.

É como estar muito tempo a assistir a programas de televisão onde se vêm pessoas que não conhecemos, a interagir dentro de uma casa, encenando polemicas fúteis, revelando corpos jovens, musculados e tatuados, como o seu ser, artificial e fútil. Não são, nem de longe nem de perto, atores em palco, logo não é de Teatro que se trata. Nem sequer é um filme de amadores, pois o esforço de representação, com alguma elevação, é realmente nulo. Trata-se de mostrar vegetação humana em estado natural, sem ficção, a realidade torpe de seres ocos. As relações são superficiais, não há sequer tribo, existe uma rede de equívocos provocados ou não, por seres vazios de conteúdo, de afetos, de redes verdadeiras, numa ecologia relacional e de troca de afetos, verdadeiramente, inóspita e miserável.

Tudo isto vem a propósito das relações humanas, cada vez mais intermediadas por processadores e memórias cada vez mais rápidos, potentes e embutidos em interfaces, cada vez mais incorporadas nos nossos membros e cérebros. Temos a rapidez de processos e uma elevada potência de comunicação que, ainda não estão a ser correspondidos pela capacidade de trocar conhecimentos e afetos. A Joana e a Patrícia sofriam deste mal consubstanciado na interação da sociedade atual, ausência de inteligibilidade e de inteligência emocional.

Estaremos então numa época de regressão no domínio cognitivo e no domínio da inteligência relacional e emocional?... Sinceramente, acho que não! Trata-se, penso eu, de uma fase de adaptação a uma nova forma de existir, numa era em que o ser humano está a ser convidado a viver num ritmo superior ao natural, numa linguagem quase binária que não se coaduna com as nossas capacidades cognitivas e relacionais, bastante mais complexas e encadeadas.

Não há gerações superiores! Todas são reflexo dos valores que se transmitem, de umas para as outras. A nossa história não o desmente e comprova uma evolução tecnológica altamente acelerada dos últimos trinta anos. Nunca, em toda a nossa civilização, se evoluiu tanto em tão pouco tempo. Será que a nossa capacidade de integração e assimilação desse desenvolvimento entrou em debacle?... E se pudéssemos parar para pensar? Tal também não me parece possível, a máquina de desenvolvimento tecnológico já não se pode parar, entrou em fase de aceleração exponencial. Entretanto a Joana e a Patrícia continuam infelizes... a brincar às comunicações com a rede quebrada... pretendem ser famosas, no seu nada existencial... estão até a ponderar ser noivas de dois Jihadistas que lançaram um pedido de casamento através das redes virtuais, repentinamente, descobriram uma causa para as suas vidas!

Será que se pode retirar alguma moral disto tudo, ou a conclusão é que a moral já não existe, ou que se perdeu a noção de moral… algo que se pode reter pela constatação imediata é que a evolução relacional e emocional, parece estar ao invés da tecnológica e que a ética não se deveria desligar da evolução científica, pois a evolução poderá ser transformada em involução humana, num retrocesso civilizacional. 

Mas e para terminar, a Joana e a Patrícia continuam agarradas ao seu dispositivo de comunicação móvel, seguem a novela da vida real na TV, vivem em profunda solidão, mas não percepcionam a sua situação, pois estão de tal forma presas à rede e às teias da solidão disfarçadas em likes e de estados de espirito traduzidos em bonecos animados intuitivos... a má notícia é que começamos a ficar rodeados por muita gente assim... vazia, mas sempre online! E depois, qualquer moda estúpida, poderá ser sempre a única causa de uma vida vazia!»

Cronica publicada em: http://birdmagazine.blogspot.pt/2015/02/a-rede-emparedada.html

18/02/15

Liga dos Campeões: Basileia 1 vs F.C. do Porto 1 - O resultado foi positivo, mas os Dragões mereciam mais do que o empate, num encontro que dominaram por completo.



«EMPATE PROMETEDOR NO REGRESSO A BASILEIA

O resultado foi positivo, mas os Dragões mereciam mais do que o 1-1, num encontro que dominaram por completo.

Um penálti de Danilo, a 11 minutos do fim, permitiu ao FC Porto arrancar um empate em Basileia (1-1) que lhe dá boas perspectivas de avançar, seis anos depois, para os quartos-de-final da Champions League. ​No local onde nasceu o FC Porto europeu, na final da Taça das Taças de 1984 perdida cruelmente frente à Juventus, os Dragões dominaram por completo (o Basileia marcou no único remate!) e só com bastante infelicidade não saíram do gelado St. Jakob-Park (em que a temperatura rondou sempre os 0 graus) com o triunfo. Porém, diga-se que um empate fora nas últimas sete presenças dos portistas nesta fase da competição valeu sempre o apuramento. 

Em relação ao onze apresentado no jogo anterior (1-0 ao Vitória de Guimarães), Lopetegui optou por uma única alteração, com a saída de Quaresma e a entrada de Tello, que foi nos primeiros minutos o melhor intérprete da pressão alta que os Dragões aplicaram sobre a saída de bola do Basileia. No entanto, na primeira ocasião em que os suíços se aproximaram da área portista, Derlis González fez o 1-0, numa diagonal após um passe longo de Frei. Apesar do domínio territorial, só aos 20 minutos Danilo criou o primeiro lance de perigo portista, com um remate de fora da área que obrigou Vaclík a aplicar-se.

Nesta primeira parte, nada se viu do anunciado rasgo que Paulo Sousa prometeu que a sua equipa iria apresentar. Bem fechadinhos cá atrás, os suíços assistiram a quinze minutos de intensa pressão dos Dragões, a partir dos 30 minutos, momento em que o árbitro Clattenburg ignorou um penálti do tamanho da Torre dos Clérigos, cometido por Walter Samuel sobre Jackson. Aliás, o argentino parecia ter carta branca para travar o colombiano de qualquer maneira. É verdade que o FC Porto não foi exuberante no ataque, mas a equipa da casa fez pouquíssimo (um único remate!) para justificar o 1-0 ao intervalo.

Aos 48 minutos, ocorreu uma das histórias mais caricatas de sempre da Champons League. Casemiro empatou o encontro numa recarga de Casemiro a um cabeceamento de Maicon, após canto de Tello. Uns bons dois minutos depois, já os jogadores do FC Porto tinham comemorado e regressavam ao seu meio-campo, o golo foi anulado por pretenso fora de jogo posicional de Jackson e Marcano. Discutível a decisão, ridícula a demora, que pode dar origem a todas as especulações, num momento em que a equipa de cinco árbitros até pode comunicar via rádio.

Os Dragões criaram depois mais duas oportunidades claras: primeiro foi Tello a permitir a defesa de Vaclík (58 minutos) e depois Jackson a tentar o chapéu, mas a atirar por cima. Em ambos os casos a assistência foi de Óliver, que estava a ser provavelmente o melhor campo quando foi forçado a sair, devido a um problema num ombro. Também podia ser do frio, mas, apesar da vantagem, os adeptos do Basileia assistiam com preocupação a um cerco que tornava invisíveis os atacantes do Basileia.

A justiça demorou mas apareceu, vinda não da mão de Deus mas da mão de Walter Samuel, que cortou um passe destinado a Jackson, o que valeu um penálti mas não a expulsão que o defesa central parecia pedir desde o primeiro minuto. Aos 79 minutos, Danilo marcou de forma convicta o penálti e mostrou como os adeptos portistas estavam espalhados por várias zonas do estádio e seriam uns largos milhares. Até ao fim, o FC Porto controlou um encontro que poderia ter ganho, mas, para se perceber a dificuldade desta competição, diga-se que os azuis e brancos apenas venceram fora em eliminatórias da Champions na meia-final da Corunha (1-0), em 2004.» in http://www.fcporto.pt/pt/futebol/fichas-de-jogo/Pages/Basileia-FCPorto.aspx



VIDEO Basel 1 - 1 Porto [Champions League] Highlights

Amarante Criminalidade - Uma jovem, de 24 anos, viveu momentos de terror ao ser assaltada e trancada na casa de banho por dois homens que a surpreenderam num salão de cabeleireira e estética, anteontem, na rua António Nobre, em Ataíde, Vila Meã, Amarante.




«Amarante: Roubam e trancam esteticista na casa-de-banho em Vila Meã
18/02/2015, 13:27

Uma jovem, de 24 anos, viveu momentos de terror ao ser assaltada e trancada na casa de banho por dois homens que a surpreenderam num salão de cabeleireira e estética, anteontem, na rua António Nobre, em Ataíde, Vila Meã, Amarante.

O roubo aconteceu cerca das 21h00. A esteticista encontrava-se sozinha, à espera da última cliente, quando surgiram os assaltantes, que se fizeram passar por comerciais de uma empresa de telecomunicações.

O duo obrigou a vítima, que não terá oferecido resistência, a entregar-lhes dinheiro e objetos de valor e, antes de fugirem, trancaram-na na casa de banho do estabelecimento. 

Levaram cerca de duzentos euros e diversos bens, no valor de quase dois mil euros, como secadores, portátil, telemóvel e jóias que a esteticista usava.

Ninguém se terá apercebido do roubo. A vítima foi depois encontrada pela cliente.

"Estava a fechar e a limpar a loja, mas nem reparei em nada estranho", disse o dono de um minimercado, junto ao salão de estética. "Àquela hora, as lojas do edifício já estão todas fechadas e é uma zona escura. Já deviam ter tudo estudado", acrescentou.

A GNR de Vila Meã tomou conta da ocorrência e a investigação passou para a alçada da Polícia Judiciária.» in http://www.averdade.com/pagina/seccao/3/noticia/9917


Educação - Chama-se Maria Miguel Cardoso Carlos e é o exemplo de que o bom trabalho dá frutos…e reconhecimento; esta aluna CLIC – Colégio Luso-Internacional do Centro, na Marinha Grande, foi distinguida pelo departamento de exames internacionais da Universidade de Cambridge com o prémio “Cambridge Top in the World”.



«Universidade de Cambridge distingue aluna portuguesa como a melhor do mundo
BY REVISTA PORT.COM / 16 FEV 2015 / COMENTÁRIOS DESLIGADOS

Chama-se Maria Miguel Cardoso Carlos e é o exemplo de que o bom trabalho dá frutos…e reconhecimento. Esta aluna CLIC – Colégio Luso-Internacional do Centro, na Marinha Grande, foi distinguida pelo departamento de exames internacionais da Universidade de Cambridge com o prémio “Cambridge Top in the World”.

A jovem de 18 anos foi destacada pela universidade britânica devido à sua prestação na época de exames, realizados em junho do ano passado, algo que, para o CLIC, mostra o reconhecimento “do sucesso dos alunos que alcançaram a nota mais alta no mundo por disciplina”, na área da gestão ambiental.

“Ainda não acredito que é real. Mas é um grande orgulho, tanto para mim, como para a minha família e para os meus professores”, disse a jovem em declarações à TVI.

Em dois exames e numa dissertação, Maria Carlos – atualmente aluna do primeiro ano de Medicina da Faculdade de Lisboa – obteve a média final de 93 pontos, anota mais alta entre os alunos de mais de 9.000 escolas em cerca de 160 países.» in http://www.revistaport.com/universidade-de-cambridge-distingue-aluna-portuguesa-como-a-melhor-do-mundo/

Ver vídeo: http://www.tvi24.iol.pt/videos/sociedade/a-melhor-aluna-do-mundo-e-portuguesa/54de4df50cf21179f28fc4be/8

Amarante Poesia - O Poeta Teixeira de Pascoaes imbuído num constante Panteísmo sendo interpelado pela terra, pelo sagrado, pelo mistério de ser Homem...




«'i n R A S COMPLETA 

E, em baixo, o alpendre, o eirado, a meda, 
O sol, um passarinho que esvoaça, 
Uma amplidão aberta sobre o vai'... 

Vejo os grandes sobreiros, com ramagem 

De bronze, imóveis quase ao doido vento 

Que enche de vozes mortas a paisagem. 

E entre eles, num secreto isolamento. 

Junto a uma cruz de pedra, avisto a Capelinha, 

Quando, já indecisos da noitinha. 

Ermos vultos seguiam pela estrada, 

A sacola nas mãos e aos ombros uma enxada... 

E vejo o Crasto, Vai' d'lnfanle, Outeiro, 

A casa das alminhas, a penar... 

Labaredas de tinta... Qae braseiro! 

Que aflitas mãos erguidas 

A rezar ! 

Silhuetas abraçadas e lambidas 

Pelas chamas do fogo expiador. 

Outras almas, extáticas, sorriam... 

À custa de orações, rezadas com fervor, 

Já não sofriam... 

Revelações escuras do Infinito, 

Ingénuos cultos primitivos do meu Povo ! 

Ah, como tu, eu creio e me comovo! 

Eu creio, sim, nas almas; acredito 

Na dor sobrevivendo e no pecado, 

Depois da vida, perdoado 

Em virtude das nossas orações, 

Quando, em nós, a Esperança inabalável reza, 

Muito embora gelada de tristeza, 

Crucificada em negras aflições ! 

Vejo Paredes e o seu grupo de pinheiros; 
Luzes, Boco, Argaviça e Rocião, outeiros, 
Tão sós, que o povo teme. 
Se, às horas do silêncio, o vento geme...»


(Capelinha de Nossa Senhora dos Milagres, em Amarante Gatão, pertencente à excelentíssima afilhada do Poeta, Dona Maria Adelaide, a quem agradeço a permissão destas fotografias de uma Capela que adoro! Muito obrigado!)