25/12/14

Religião - Mais importante do que procurar a "ternura de Deus" é deixar que seja Ele a encontrar-nos, defendeu o Papa Francisco, esta quarta-feira, na Missa do Galo.

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«"Permito a Deus que me queira bem?". A pergunta de Natal do Papa

Mais importante do que procurar a "ternura de Deus" é deixar que seja Ele a encontrar-nos, defendeu o Papa Francisco, esta quarta-feira, na Missa do Galo. 

"Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-O de aproximar-Se? ‘Oh não, eu procuro o Senhor!’, poderíamos replicar. Porém, a coisa mais importante não é procurá-Lo, mas deixar que seja Ele a encontrar-me e cobrir-me amorosamente com a sua ternura. Esta é a pergunta que o Menino nos coloca com a sua mera presença: permito a Deus que me queira bem?", disse Francisco. 

"Temos a coragem de acolher, com ternura, as situações difíceis e os problemas de quem vive ao nosso lado, ou preferimos as soluções impessoais, talvez eficientes, mas desprovidas do calor do Evangelho? Como é grande a necessidade que o mundo tem hoje de ternura!", acrescentou. 

Na homilia, o Papa lembrou a forma como a Bíblia apresenta o nascimento de Jesus: uma "luz que penetra e dissolve a mais densa escuridão. A presença do Senhor no meio do seu povo cancela o peso da derrota e a tristeza da escravidão e restabelece o júbilo e a alegria." 

A mensagem bíblica permanece actual. "Também nós, nesta noite abençoada, viemos à casa de Deus atravessando as trevas que envolvem a terra, mas guiados pela chama da fé que ilumina os nossos passos e animados pela esperança de encontrar a ‘grande luz’. Abrindo o nosso coração, temos, também nós, a possibilidade de contemplar o milagre daquele menino-sol que, surgindo do alto, ilumina o horizonte." 

"A origem das trevas que envolvem o mundo perde-se na noite dos tempos", afirmou Francisco. "O curso dos séculos tem sido marcado por violências, guerras, ódio, prepotência", mas, "ao longo do caminho da história, a luz que rasga a escuridão" revela que "Deus é Pai e que a sua paciente fidelidade é mais forte do que as trevas e do que a corrupção." 

"Nisto consiste o anúncio da noite de Natal. Deus não conhece a explosão de ira, nem a impaciência; permanece lá, como o pai da parábola do filho pródigo, à espera de vislumbrar ao longe o regresso do filho perdido."

Na Missa do Galo, Francisco apelou ao mundo que se deixe encontrar pela "ternura" de Deus. "Como é grande a necessidade que o mundo tem hoje de ternura!".» in http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1&did=172984

24/12/14

F.C. do Porto Atletas Internacionais - A Bola de Ouro argelina de 2014 foi entregue na noite desta segunda-feira a Yacine Brahimi, numa cerimónia realizada em Algiers.



«BRAHIMI VENCE BOLA DE OURO ARGELINA

Jogador do FC Porto é premiado pela quarta vez no espaço de dois meses.

A Bola de Ouro argelina de 2014 foi entregue na noite desta segunda-feira a Yacine Brahimi, numa cerimónia realizada em Algiers. O jogador do FC Porto - que superou a concorrência de Islam Slimani (Sporting), Feghouli (Valência), Djabou (Club Africain) e Soudani (Dínamo de Zagreb) - recebeu o troféu das mãos do francês Franck Ribéry, avançado do Bayern de Munique, e do ex-internacional italiano Giuseppe Baresi.

Brahimi, que actuou nos espanhóis do Granada na primeira metade do ano, foi assim consagrado na 14.ª edição deste prémio (promovido pelos jornais El Heddaf e Le Buteur) como o melhor jogador de 2014 do país africano, completando um poker de galardões, no curto espaço de dois meses. O camisola oito do FC Porto já havia sido considerado o Melhor jogador africano da Liga espanhola 2013/14, Futebolista africano do ano da BBC e Melhor jogador árabe de 2014.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/Brahimi-vence-Bola-de-Ouro-argelina.aspx



(Yacine Brahimi ► FC Porto 2014/2015 | Skills & Goals | HD)

23/12/14

Amarante Atletismo - Cerca de 530 atletas estiveram no dia 21 de Dezembro na 3ª Amarante Christmas Trail, uma prova composta por um trail longo de 27km e um curto de 12km.



«530 na 3ª Amarante Christmas Trail

Cerca de 530 atletas estiveram no dia 21 de Dezembro na 3ª Amarante Christmas Trail, uma prova composta por um trail longo de 27km e um curto de 12km.

Na classificação geral masculina do trail longo, em primeiro lugar ficou Tiago Ribeiro, da BTTRAIL, com um tempo oficial de 02:25:26. Em segundo, Carlos Dias, da Team ISO Raval, com 02:32:54. E em 3º, Alfredo Pinheiro, a individual, com 02:35:00.

No sector feminino do trail longo, Lucinda Sousa foi a grande vencedora, da equipa Gondomar Futsal, com 02:56:12. Seguida de, Ana Gonçalves, do Alive Fitness Club, com 03:08:16. E para completar o pódio, Maria Loureiro, da Associação Desportiva de Cabroelo, com 03:21:16.

Na classificação geral do trail curto, João Santos, da BOCCASBALLS, conquistou o primeiro lugar, com 01:01:56. João Novo, da .COM, em segundo, com 01:06:50. E, Rafael Cruz, da INEM em terceiro, com 01:06:50.

No feminino, Tânia Costa, da .Com, com 01:20:00. Seguida de, Joana Fernandes, da mesma equipa, com 01:26:36. E, Eva Coelho, da Moinhos Run, com 01:30:05.» in http://www.adatrailrunning.com/p/apresentacao.html

Amarante Acidentes - Um camião, que carregava uma pedra de granito, tombou, no passado dia 20 de dezembro, na rua Joaquim Augusto F. Cardoso, em Vila Caiz, Amarante, causando ferimentos ao condutor de 44 anos.



«Amarante: Camião despista-se em Vila Caiz
22/12/2014, 18:05

Um camião, que carregava uma pedra de granito, tombou, no passado dia 20 de dezembro, na rua Joaquim Augusto F. Cardoso, em Vila Caiz, Amarante, causando ferimentos ao condutor de 44 anos. 

O aparatoso despiste ocorreu pouco depois das 14h00, logo após uma curva. Apesar de ninguém ter assistido ao momento do acidente, os populares acreditam que o peso da rocha poderá ter feito o camião, que viajava em direção a Marco de Canaveses, desequilibrar-se e tombar.

"Eu e dois senhores tirámos o condutor pelo pára-brisas. Estava consciente, mas queixava-se muito das costas", contou Pedro Ribeiro, que, alarmado pelo "estrondo" do acidente, foi um dos primeiros a chegar ao local.
Os moradores ajudaram a vítima, natural de Marco de Canaveses, até à chegada dos Bombeiros e da SIV de Amarante, que a socorreram e transportaram ao Hospital de Penafiel, livre de perigo.

A GNR de Amarante tomou conta da ocorrência.» in http://www.averdade.com/pagina/seccao/3/noticia/9670

Mundo - Sete jovens adolescentes, com idades entre os 13 e os 15 anos, engravidaram na sequência de uma viagem de estudo de cinco dias a Saravejo, na Bósnia Herzegovina.



«Sarajevo Sete jovens engravidam em viagem de estudo

Sete jovens adolescentes, com idades entre os 13 e os 15 anos, engravidaram na sequência de uma viagem de estudo de cinco dias a Saravejo, na Bósnia Herzegovina.

Uma escola da localidade de Banja Luka organizou uma visita de estudo a Sarajevo, a capital da Bósnia Herzegovina. A visita durou cinco dias, pois o objetivo era o de permitir aos estudantes que pudessem visitar todos os museus e monumentos de histórica importância para o país.

Mas a verdade é que sete das 28 alunas que viajaram até Sarajevo engravidaram e agora a escola culpa os pais das jovens.

Escreve o New York Post que os pais estão revoltados com a falta de atenção que os professores tiveram para com as estudantes, mas a escola culpa os progenitores por não educarem de forma apropriada as filhas.» in http://www.noticiasaominuto.com/mundo/325264/sete-jovens-engravidam-em-viagem-de-estudo

Criminalidade - Desde que foi implementado, o sorteio de automóveis realizado pelas Finanças colocou a descoberto milhares de infratores.



«Finanças Fatura da Sorte põe a descoberto 190 mil infratores

Já se registaram, desde o início da Fatura da Sorte, 190 mil processos de fuga ao Fisco, segundo o Jornal de Notícias. Esta noite, há um novo sorteio extraordinário. Em vez de um, serão sorteados três automóveis.

Desde que foi implementado, o sorteio de automóveis realizado pelas Finanças colocou a descoberto milhares de infratores. Segundo o Jornal de Notícias, foram abertos 190 processos de fuga ao Fisco, dos quais 64 mil estão regularizados.

Deduzir mais IVA do que aquele que consta das faturas, não enviar todas as faturas e não entregar a declaração periódica do IVA são os motivos que estão na base dos processos, que têm levado inspetores do Fisco a realizar várias megaoperações.

Esta noite, vai realizar-se o segundo sorteio extraordinário do ano, que presenteará os portugueses com três automóveis Audi A6 e o habitual Audi A4.

Para o sorteio dos Audi A6, vão a jogo 1,332 mil milhões de cupões, relativos a faturas emitidas entre junho e dezembro, mais do dobro do registado na última Fatura da Sorte extraordinária. Já para o sorteio normal serão tidos em conta 235,38 milhões de cupões, relativos a faturas de outubro, segundo o Jornal de Notícias.» in http://www.noticiasaominuto.com/economia/325374/fatura-da-sorte-poe-a-descoberto-190-mil-infratores?utm_source=gekko&utm_medium=email&utm_campaign=night

22/12/14

Poesia - O meu Colega e Amigo, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Margens da Vida"



"MARGENS DA VIDA

Fui vê-la,
Nas margens de um rio,
E levava comigo palavras de sol,
Para cobrir
O frio
Do seu destino.
Estava despida,
Resignada,
E lamentava à corrente,
As suas folhas caídas,
Já quietas e molhadas.
Mas de repente,
Daquele outono sentido,
E de um sol proibido,
Fez-se a árvore da vida,
Porque um dia será primavera,
E as suas folhas serão mais verdes do que a esperança,
E agitadas,
Ao vento meigo e quente,
De um abril qualquer."

Eugénio Mourão.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=782700225144178&set=a.215009225246617.52914.100002126234550&type=1&theater

Arte Pintura - Em 2012, uma viúva espanhola tornou-se mundialmente conhecida pelas piores razões, ao falhar tremendamente na tentativa de restaurar um fresco de quase um século com a imagem de Jesus Cristo, num santuário em Borja, Zaragoza.



«Ecce Homo: Octogenária espanhola arruinou um fresco mas «salvou uma cidade»

Em 2012, uma viúva espanhola tornou-se mundialmente conhecida pelas piores razões, ao falhar tremendamente na tentativa de restaurar um fresco de quase um século com a imagem de Jesus Cristo, num santuário em Borja, Zaragoza. No entanto, em linha com a expressão «Deus escreve direito por linhas tortas», Cecília Giménez acabou mesmo por «salvar» a localidade.

A ira deu lugar à gratidão e agora as marcas de vinhos locais «acotovelam-se» para conseguirem colocar a imagem nos seus rótulos.

Nos EUA, está em desenvolvimento uma ópera inspirada no caso da restauração falhada do fresco «Ecce Homo» («Contemplem o Homem»), localizado numa parede do santuário Nossa Senhora da Misericórdia de Borja.

«Para mim, é uma história de Fé», disse Andrew Flack, a cargo do libreto, que viajou para Espanha a fim de realizar investigação de campo para a obra.

«É um milagre a forma como [o caso do Ecce Homo] impulsionou o turismo. Por que motivo é que as pessoas estão a viajar para aqui para vir vê-lo, se ficou um péssimo trabalho? É uma espécie de peregrinação, conduzida pelos Media até ser um fenómeno. Deus escreve direito por linhas tortas. O que para si é um desastre, pode muito bem ser o meu milagre», comentou o libretista.

Mais de 150.000 turistas já visitaram o santuário do século XVI para ver a pintura, originalmente criada pelo artista Elias Garcia Martinez.

A viúva chegou a não conseguir comer ao tornar-se uma celebridade infâme, mas aos poucos foi reconquistando a felicidade e o seu lugar na comunidade.

Actualmente, distribui prémios numa competição em que jovens artistas pintam os seus próprios frescos «Ecce Homo».

Este Natal, a figura retocada pela octogenária aparece na lotaria da cidade. O retrato também tem um «papel de cinema», ao ser roubado por um par de gatunos num filme espanhol.

Com a crise económica, «nos últimos seis anos 300 postos de trabalho foram extintos», destacou o líder do poder local, Miguel Arilla.

«Mas com o boom do turismo, os restaurantes permaneceram estáveis. Os museus locais também beneficiaram. O Museu da Colegiata, situado numa mansão do Renascimento, passou de cerca de 7.000 visitas anuais para 70.000», sublinhou o autarca, citado pelo scotsman.com.» in http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=752776


Restoration EPIC FAIL (Jesus facepalm) Ecce Homo

Música Pop/Rock - Cantor britânico da voz rouca tinha 70 anos, faleceu hoje, não resistindo a um cancro nos pulmões.



«Morreu Joe Cocker 

Cantor britânico da voz rouca tinha 70 anos. Não resistiu a um cancro nos pulmões. Morreu o cantor Joe Cocker. 

70 anos e faleceu na sua casa no Colorado, nos Estados Unidos. A notícia foi avançada esta segunda-feira pelo agente do músico britânico.

"You can leave your hat on" ou "Unchain my heart" foram alguns dos muitos êxitos protagonizados pelo cantor natural de Sheffield.

Ao longo dos seus 40 anos de carreira, Joe Cocker editou 22 álbuns de estúdio, além de discos ao vivo e vários "best of".

De acordo com o seu agente, Barrie Marshall, Joe Cocker morreu de doença prolongada. A editora Sony adianta que a causa da morte foi um cancro nos pulmões.

Era “simplesmente único” e “vai ser impossível preencher o espaço que ele ocupa nos nossos corações”, refere o agente.

John Robert Cocker, o cantor da voz rouca, começou a carreira com apenas 15 anos. Soul, blues e rock foram os estilos que o influenciaram e que trilhou ao longo da vida.

Tornou-se conhecido no final da década de 60. Tocou no mítico festival de Woodstock, nos Estados Unidos, em 1969, juntamente com referências como Jimmy Hendrix, Joan Baez, Santana, Janis Joplin ou The Who.

Foi nesse ano que o cantor britânico lançou o primeiro álbum, "With a Little Help from My Friends". A faixa título é uma versão dos Beatles e o disco catapultou Joe Cocker para o estrelato. O single foi "número" um no Reino Unido e o álbum chegou ao 35º lugar do top norte-americano.

Em 1983 conquistou um Grammy, galardão considerado o óscar da música, com o tema "Up Where We Belong", em dueto com Jennifer Warnes. A música fez parte da banda sonora do filme "Oficial e Cavalheiro", protagonizado por Richard Gere.

A ligação com o cinema não fica por aqui. "You Can Leave Your Hat On" foi outro tema celebrizado num filme, neste caso, o tórrido "9 Semanas e Meia", com Mickey Rourke no papel principal.

O cantor actuou várias vezes em Portugal, como em 1991, no Estádio José de Alvalade, concerto em que abriu para os Simple Minds. Mais recentemente, em 2011, regressou para um concerto no Algarve.

Numa lista elaborada pela revista norte-americana "Rolling Stone", Joe Cocker foi considerado o 97º melhor vocalista de todos os tempos.» in http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1&did=172774


JOE COCKER - "With A Little Help From My Friends" - (1969 Woodstock)


Joe Cocker - "Live Unchain My Heart"


JOE COCKER - "YOU CAN LEAVE YOUR HAT ON"


Joe Cocker - "You are so beautiful"

"You Are So Beautiful

You are so beautiful
To me
You are so beautiful
To me
Can't you see
You're everything I hoped for
You're everything I need
You are so beautiful
To me"

Corrupção - Até ser detido, era raro Carlos Santos Silva deixar-se fotografar ao lado do seu amigo José Sócrates, mas afinal quem é o alegado testa de ferro do ex-primeiro-ministro, num alegado esquema de evasão fiscal e de branqueamento de capitais?




«Deixem passar o homem invisível

Até ser detido, era raro Carlos Santos Silva deixar-se fotografar ao lado do seu amigo José Sócrates. Afinal, quem é o alegado testa de ferro do ex-primeiro-ministro, num alegado esquema de evasão fiscal e de branqueamento de capitais?

A casa branca, sobre o comprido e com janelas debruadas a castanho, domina o vale junto ao rio Zêzere. Abaixo dela, sempre a descer, há vinhas antigas, um muro de pedra e os telhados da aldeia, mas é para o verde que os olhos fogem, os campos férteis a fazerem concorrência ao castelo de Belmonte feito cartão-postal. Carlos já estava a um passo da universidade quando os pais compraram, a meias com uns tios, a Quinta do Pomar, na aldeia de Vale Formoso. Pertencera a um tal de Manuel Conde, dono da Opel nas cidades da Guarda e Covilhã, pai de filhas tão bonitas que os rapazes da terra iam à missa só para as verem. A propriedade tinha espaço para duas famílias, tinha pomares e uvas de mesa. E tinha, sobretudo, vista para os campos onde trabalharam várias gerações da família Santos Silva.

Era aqui que Carlos voltava sempre.

Estamos a cinco quilómetros de Belmonte e a 24 da Covilhã, já agora a 295 de Lisboa. Pela A23, o caminho desde a capital faz-se em menos de três horas, mas há trinta anos a viagem de comboio chegava a demorar um dia inteiro. Era cansativa, era cara, só se comprava bilhete nas férias. Por isso, em Vale Formoso já se sabia: os filhos de José Carloto dos Santos Silva, ambos a estudar em Lisboa, apareciam apenas no Natal, na Páscoa e no verão. No tempo frio, dava para ficarem no café da aldeia a jogar à lerpa, a contar anedotas. "Eles nunca tiveram complexos de lidar com pessoas mais pobres", diz Luís "Mesquita" Pais, 55 anos. Mas, em julho e agosto, até os meninos da cidade ajudavam durante a ceifa. "Trabalhávamos no duro, com os nossos pais, porque havia sempre palha para transportar", conta um primo do lado materno. "A ceifa chegava a durar um mês, e nós íamos muita vez até à Quinta Vale Verdinho, levar o lanche aos trabalhadores", conta um outro primo da mesma criação, Francisco Alberto Santos.

Os 'soufflés' de Dona Alexandrina

A Quinta Vale Verdinho ainda deve ser a maior do Sabugal. Pertence ao Estado, como pertenciam quase todas aquelas em que trabalhavam José Carloto, o irmão António e vários dos seus primos. Na região, os descendentes de Manuel José dos Santos são conhecidos como agricultores rendeiros e pequenos proprietários. Até à geração de Carlos, eram sempre tantos os filhos que, mesmo havendo algum património, chegava pouco a cada um. A partir dos anos cinquenta, quiseram-se os filhos só aos pares e fez-se o esforço de todos tirarem um curso superior - com algumas exceções, os Santos Silva são uma família de médicos e engenheiros. "Ganhámos o bichinho do trabalho", diz mais um primo.

As quintas eram pequenas povoações que albergavam patrões e empregados. Foi numa próxima de Belmonte, a Quinta da Várzea, que Carlos Manuel dos Santos Silva nasceu, a 9 de dezembro de 1958 (fez 56 anos na passada terça-feira), segundo filho de Alice e José. O irmão, António José, tinha quase cinco anos e cedo se tornou o seu protetor.

Quando chegou a hora de entrar na antiga primeira classe, já o pai se mudara para a Quinta dos Lamaçais, um pouco mais a sul, perto de Caria. A escola próxima era a da Borralheira, onde Carlos ia todos os dias a pé, como se usava. A mãe tinha mais que fazer na quinta. Se fosse preciso, Alice descascava cinquenta quilos de batatas num só dia, para alimentar os trabalhadores.

Carlos era o menino da mamã, mas, feita a antiga quarta classe, não deixou de ir, como o irmão, para o Colégio de S. José, na Guarda, um colégio interno, de padres, frequentado pelos filhos das famílias da região que podiam investir na educação da descendência. Tinha dez anos.

De início, o irmão fez-lhe companhia, mas não por muito tempo. Tozé estava quatro anos à frente e, no antigo sexto ano, saiu para o Liceu da Guarda, ficando hospedado na casa da Dona Alexandrina, uma senhora de Belmonte que era uma referência na Guarda. Arrendava quartos a estudantes e cozinhava tão bem que ainda hoje há quem sonhe com os seus soufflés.

Os dias no "Rocha", como era conhecido o colégio, eram mais leves do que na quinta. Os miúdos tinham algumas horas livres à tarde e ordem de soltura para descerem à cidade. Às quartas-feiras, Carlos encontrava-se invariavelmente com o seu primo Francisco Alberto, na Pastelaria Brisa, onde a senhora do balcão já sabia ao que iam: dois pastéis de nata e um café para cada, faz favor. Se não fosse aí, também havia a hipótese do Café Monteneve. "Ou eu passava pela livraria do Geninho, numa quelha perto da Rua do Comércio, a saber dele", conta o primo. "Aos 13 ou 14 anos, já andava de volta das revistas e dos jornais."

Nada o distraía dos estudos, escreva-se. Carlos não era marrão, "bastava-lhe ouvir as aulas para ter boas notas", recorda um colega. Só descansava nas férias. Aí, corria as festas todas das aldeias entre Belmonte e a Covilhã. Era bom bailarino?, tentamos saber. "Ia mais pelo convívio", respondem-nos uma e outra vez. E namoradas? "Digamos que sempre foi um bocado ingénuo", contorna um primo. Da juventude, aponta-se uma namorada: Paula Lourenço, filha do dono do Hotel Santa Eufémia, na Covilhã, hoje sua advogada.

Menino querido de Edgar Cardoso

Rapaz atinado, só esteve uma vez para dormir numa esquadra, na Guarda, onde tinha ido a um baile de finalistas do liceu, numas férias de Carnaval. Nevava tanto que ele e mais dois primos ainda lançaram a escada ao polícia de serviço, sem sorte. Não os deixou entrar. Tiveram de se aguentar até arranjarem uma boleia até Belmonte. "O homem achou-nos graça e pagou-nos o pequeno-almoço", ri-se hoje Francisco Alberto.

No liceu, para onde vai, trocando o internato pela casa da Dona Alexandrina, Carlos segue Ciências. E quando é para escolher o curso não quer menos do que Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico. O irmão também estava em Lisboa, a estudar Medicina, e morava com um primo, num quarto alugado na Alameda Afonso Henriques, junto à Fonte Luminosa. Já lhe desbravara os caminhos da capital e voltava ao seu papel de protetor.

Na universidade, Carlos revela uma inteligência acima da média. "Era muito bom em cálculo de estruturas", exemplifica uma colega. "E era um dos meninos queridos do Edgar Cardoso, que foi seu professor no quinto ano." Termina o curso em cinco anos e a Vale Formoso chegam ecos de que merecia ter ficado com média de 20 valores. "Andou em guerra no Técnico por isso", garante um vizinho.

É então que regressa à terra.

Tem os pais à sua espera e um lugar no Instituto Universitário da Beira Interior, na Covilhã. Os seus alunos de Análise Numérica ainda hoje se lembram dele, mais de trinta anos depois. Carlos Santos Silva era "um crânio", "um verdadeiro cromo", "falava à padre" e escrevia no quadro de uma maneira peculiar: sentado numa cadeira com rodízios, que fazia deslizar ao longo da ardósia, inclinando-se para trás para reler os passos. Ao fim de poucas aulas, já ganhara uma alcunha: "Colega" porque tratava os alunos por colegas. Demasiado "speedado" logo às primeiras horas da manhã para uns futuros engenheiros mais interessados em copos e noitadas, rapidamente procurou e encontrou um emprego na área da Engenharia Civil. Tecnicamente bem preparado, foi contratado pela Pina do Vale, uma empresa de construção de Belmonte, onde trabalhou dois ou três anos.

A variante de Castelo Branco, construída no início dos anos 80, teve a sua mão. Enquanto durou essa obra, Carlos ficou instalado num hotel ali perto, às expensas da empresa. Ao fim de semana ia a casa dos pais e aproveitava para lhe lavarem a roupa.

Estava ainda na Pina do Vale quando abriu um gabinete em Teixoso, aldeia a quinze quilómetros de Vale Formoso. Chamou-lhe Oficina dos Engenheiros e passava lá sábados e domingos, a trabalhar. Como o irmão (hoje, médico no Centro de Saúde) morava por cima, ficava muitas vezes a dormir em sua casa. O apartamento ainda é seu; está devoluto há alguns anos; a morada surge nos contratos de compra de andares de Maria Adelaide Carvalho Monteiro, mãe de José Sócrates.

Foi no início da sua carreira que Carlos conheceu Sócrates, então engenheiro fiscal na Câmara da Covilhã. Ele era um craque em cálculo de estruturas, já se escreveu, e o seu novo amigo mal conseguiria medir um terreno. Mas deram-se logo bem, diz quem assistiu ao início da amizade. Adoravam discutir um com o outro.

Carlos Santos Silva "é bom a pensar", sublinha um ex-autarca da região. "Quando fui vereador", conta Jorge Patrão, presidente da Parkurbis e secretário-geral da Rede de Judiarias (e irmão de Luís Patrão, ex-chefe de gabinete de José Sócrates), "recorri a ele mais do que uma vez porque, a nível criativo, é muito mais do que um engenheiro." Um exemplo? Em 2000, para marcar os 500 anos da Descoberta do Brasil, Jorge Patrão quis propor à Câmara algo que ficasse. Com a ajuda de Santos Silva, apresentou a ideia de uma cúpula de vidro, com um jardim típico da Bahia no seu interior, visitável. O esboço existe e foi feito pelo seu amigo mais do que engenheiro.

Quem o conheceu nos anos 80, percebeu que aquele "rapaz sempre muito ativo", "capaz de desbravar terreno", iria lançar-se sozinho em breve. O momento era o momento certo. Em politiquês: iniciava-se o grande ciclo da prevalência da construção civil no País. "Era já um indivíduo com ambições de vencer na vida, de sair do determinismo rural onde nasceu", diz um conterrâneo. "Tentou fazer a vida dele aqui, mas, à medida que as suas empresas cresceram, teve de ir para a capital, o centro dos negócios. Mais tarde, já com obras no estrangeiro, dizia-me: 'Estando em Lisboa, estou rapidamente em qualquer parte do mundo'."

Começou a viajar muito, logo ele que tinha "pavor" de andar de avião, recorda uma amiga dos seus tempos de juventude. "Eram muitos os seus medos: de ficar doente, de ter acidentes, de trovoadas." E teria azar. Quando estava na Pina do Vale, comprou um Lancia HF Turbo, uma máquina a sério na altura, e, uns meses depois, apanhou uma trovoada que lhe martelou o carro todo. Nesse dia, o granizo abriu buracos no telhado de uma fábrica de confeções da região.

Não se adivinhava este seu lado mais pessimista ao vê-lo em jantaradas, entre amigos, sempre alegre e a rir alto. Ao contrário do seu amigo José Sócrates, nunca teve receio de parecer um provinciano. "Honra lhe seja feita", nota um amigo da Covilhã, "manteve-se o mesmo homem simples."

'Vozinha de padre'

Quem começou a privar com Carlos Santos Silva em Lisboa ainda nota o seu sotaque beirão, "a sua vozinha de padre", parecida com uma imitação de Herman José. "Não se dá nada por ele. Tem ar de totó, mas não é parvo nenhum." Quem o conhece desde pequeno aposta que esse tipo de comentários não lhe faz mossa. "Sim, é das Beiras, e depois?" Gostariam era de vê-lo em liberdade e ilibado e já. "Quero dar-lhe um abraço quando ele sair, e quanto mais depressa, melhor", diz o primo Francisco Alberto.

As gentes de Vale Formoso ainda não se refizeram do choque de ter um herdeiro "de gente 100% boa" ser acusado de coisa tamanha. Peçam testemunhas abonatórias e surgirá à cabeça Arménio Marques Matias, 71 anos, 24 à frente da junta de freguesia, pelo PSD. "Não hesitaria um minuto porque ele é de uma família de muito trabalho." De Carlos, "jovem impecável", guarda uma imagem de retidão, do tempo em que era presidente: nunca faltou a umas eleições. "Exercia o seu dever de voto sempre. Se fosse preciso, deixava o carro ainda a trabalhar para vir aqui num instante."

Estamos à porta da junta, no centro da pequena aldeia. Era aqui, no rés do  chão, atrás de uma janela de grades grossas, que o regedor enfiava os bêbados, os homens que causavam desacatos. Era aqui que Carlos Santos Silva votava, a umas ladeiras da casa dos pais. Até ao dia 20 de novembro, data em que foi detido no âmbito da Operação Marquês, só aqui estivera atrás de umas grades.» in http://visao.sapo.pt/deixem-passar-o-homem-invisivel=f804929


(Sócrates admite não saber quanto recebeu de Carlos Santos Silva)


F.C. do Porto Basquetebol: Vasco da Gama 56 vs Dragon Force 80 - ​Triunfo sobre o Vasco da Gama na nona jornada da Proliga, em dérbi portuense.



«DRAGON FORCE VENCE DÉRBI PORTUENSE

​Triunfo sobre o Vasco da Gama (80-56) na nona jornada da Proliga.

​O Dragon Force venceu este domingo o Vasco da Gama (80-56), no Parque das Camélias, em jogo referente à nona jornada da Proliga. Com este resultado, os portistas mantêm a liderança isolada da competição e continuam a cotar-se como a única equipa a somar por vitórias todos os jogos disputados.

Num sempre empolgante dérbi portuense, os azuis e brancos voltaram a deixar patente a sua superioridade frente aos vascaínos, que já venciam por 44-35 ao intervalo. A etapa complementar acentuou ainda mais a diferença entre as duas equipas e o colectivo liderado por Moncho López entrou para os derradeiros dez com 16 pontos de vantagem (59-43).

João Fernandes (15 pontos), André Bessa (14 pontos) e Miguel Queiroz (13 pontos) foram os jogadores em maior evidência no colectivo portista, que só volta a entrar em campo em 2015. Na 10.ª jornada da Proliga, o Dragon Force recebe a Academia do Lumiar, em jogo marcado para 3 de Janeiro, no Dragão Caixa.

O Dragon Force alinhou e pontuou da seguinte forma: Diogo Brito (2), João Ribeiro, André Bessa (14), João Grosso (6), Miguel Queiroz (13), João Gallina (3), Ferrán Ventura (7), Pedro Bastos (4), João Fernandes (15), João Torrie (7), António Monteiro (4) e Pedro Figueiredo (5).» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/Dragon-Force-vence-derbi-portuense.aspx

21/12/14

Amarante F.C. - Varzim S.C. 1 vs Amarante F.C. 0 - 21/12/2014 - Campeonato Nacional de Seniores - Serie B.


(Varzim S.C.1-0 Amarante F.C. S.C. 21/12/2014 - Campeonato Nacional de Seniores - Serie B)

Amarante Golf - A Câmara Municipal de Amarante assinou, a 12 de dezembro, um protocolo de cooperação, com a Federação Portuguesa de Golfe, a Sociedade do Golfe de Amarante, S.A., o Amarante Golf Clube e o Agrupamento de Escolas Amadeo de Souza-Cardoso, no âmbito do projeto “Golfe nas Escolas de Amarante”.



«Amarante: Alunos do ensino básico vão ter aulas de golfe
20/12/2014, 20:40

A Câmara Municipal de Amarante assinou, a 12 de dezembro, um protocolo de cooperação, com a Federação Portuguesa de Golfe, a Sociedade do Golfe de Amarante, S.A., o Amarante Golf Clube e o Agrupamento de Escolas Amadeo de Souza-Cardoso, no âmbito do projeto “Golfe nas Escolas de Amarante” com o intuito de proporcionar o ensino e a prática desta modalidade desportiva aos mais novos, envolvendo as instituições competentes e a sociedade civil.

A Câmara Municipal procederá com as Escolas de Ensino Básico à implementação do projeto, assim como, irá assegurar o transporte dos alunos das instituições de ensino para o campo de golfe.

Para Artur Correia, diretor do Agrupamento de Escolas Amadeo de Souza-Cardoso, “este protocolo de cooperação constitui uma mais-valia para o agrupamento, quer porque proporciona o desenvolvimento de uma nova modalidade, integrada no desporto escolar, quer ainda porque o desporto constitui um elemento fundamental no desenvolvimento harmonioso dos jovens e que deverá sempre complementar o processo ensino-aprendizagem”.» in http://www.averdade.com/pagina/seccao/3/noticia/9664

Segunda Liga: Sporting de Braga B 2 vs F.c. do Porto B 2 - Jovens Dragões empatam com congéneres arsenalistas na 20.ª jornada da Segunda Liga.



«“BÊS” EMPATAM EM BRAGA

​Divisão de pontos com o Sporting de Braga B (2-2) na 20.ª jornada da Segunda Liga.

​O FC Porto B empatou este domingo diante do Sporting de Braga B (2-2), no Estádio 1.º de Maio, em jogo referente à 20.ª jornada da Segunda Liga. Com este resultado, os azuis e brancos terminam 2015 na 11.ª posição, com 29 pontos, a sete dos líderes Freamunde e Oliveirense.

O jogo arrancou praticamente com o primeiro golo do FC Porto, apontado por Gonçalo Paciência da marca de grande penalidade, a castigar uma falta sobre Frédéric na área minhota (4m). A tarefa portista pareceu mais simplificada com o cartão vermelho directo a Vukcevic já em período de compensação da primeira parte, mas o início da segunda foi determinante para a igualdade que se registou no final da partida.

Nuno Valente restabeleceu a igualdade, também da marca de grande penalidade (56m), e Fábio Martins consumou a reviravolta no marcador (59m), anulada momentos depois por Frédéric, na recarga a um remate de Víctor García (61m). Três golos num espaço de cinco minutos que definiram o resultado final, ainda que Roniel tenha visto José Costa negar-lhe o 3-2 à beira do fim (90m).

FICHA DE JOGO

SPORTING DE BRAGA B-FC PORTO B, 2-2
Segunda Liga, 20.ª jornada
21 de Dezembro de 2014
Estádio 1.º de Maio, em Braga

Árbitro: Bruno Esteves (Lisboa)

SPORTING DE BRAGA B: José Costa; Oto'o Zue, Gonçalo, Boly e Núrio; Vukcevic, Nuno Valente (cap.) e Chidi; Erivaldo, Fábio Martins e Agdon
Substituições: Agdon por Saná (56m), Chidi por Nikiema (69m) e Fábio Martins por Rambém (84m)
Não utilizados: André, Hugo Basto, Didi e Nené
Treinador: Fernando Pereira

FC PORTO B: Kadú; Víctor García, Diego Carlos, Lichnovsky e Rafa; Tomás Podstawski, Tiago Rodrigues e Francisco Ramos; Frédéric, Kayembe e Gonçalo Paciência (cap.)
Substituições: Kayembe por André Silva (21m), Rafa por David Bruno (46m) e Tomás Podstawski por Roniel (75m)
Não utilizados: Caio, Pavlovski, Pité e Leandro Silva
Treinador: Luís Castro

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Gonçalo Paciência (4m, pen.), Nuno Valente (56m, pen.), Fábio Martins (59m) e Frédéric (61m)
Disciplina: cartão amarelo a Gonçalo (3m), Rafa (21m), Saná (64m), Gonçalo Paciência (69m), Núrio (90m+4); cartão vermelho a Vukcevic (45m+1).» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/Segunda-Liga-Sporting-de-Braga-B-FC-Porto-B.aspx

Poesia - "Natal triste".




"Natal triste


Está frio neste Natal
Não se vêm pessoas
Os corações estão dilacerados
Humanos seres são rochas
Olhos abertos estão fechados
Apagadas todas as tochas
Não se vislumbra qualquer chama
Seres vivos que estão mortos
Só pode viver quem ama
A esperança não vive de fogachos
Verdade é querer ser Tudo
Até o mar se alimenta de riachos
Calados silêncios ruidosos
São verdade na mentira
De quem não intenta o Infinito
Uma força que não tem guarida
Desespero da impotência
De uma vida não vivida
Natal que não tem clemência
Da nossa presença perdida..." 

(Helder Barros, 21-12-2014)



Rui Veloso - "Presépio de lata"


"Presépio De Lata
Rui Veloso

Três estrelas de alumínio
A luzir num céu de querosene
Um bêbedo julgando-se césar
Faz um discurso solene

Sombras chinesas nas ruas
Esmeram-se aranhas nas teias
Impacientam-se gazuas
Corre o cavalo nas veias

Há uma luz branca na barraca
Lá dentro uma sagrada família
À porta um velho pneu com terra
Onde cresce uma buganvília

É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,

Oiçam um choro de criança
Será branca negra ou mulata
Toquem as trompas da esperança
E assentem bem qual a data

A lua leva a boa nova
Aos arrabaldes mais distantes
Avisa os pastores sem tecto
Tristes reis magos errantes
E vem um sol de chapa fina
Subindo a anunciar o dia
Dois anjinhos de cartolina
Vão cantando aleluia

É o presépio de lata
Jingle bells, jingle bells,

Nasceu enfim o menino
Foi posto aqui à falsa fé
A mãe deixou-o sozinho
E o pai não se sabe quem é
É o presépio de lata

Jingle bells, jingle bells"