«Portugal despede-se do pintor nos Jerónimos
«Malangatana
Malangatana Valente Ngwenya (6 de Junho de 1936, Matalana, distrito de Marracuene, Moçambique - 5 de Janeiro de 2011, Matosinhos, Portugal) foi um Artista plástico e poeta moçambicano, conhecido internacionalmente pelo seu primeiro nome "Malangatana", tendo produzido trabalhos em vários suportes e meios, desde desenho, pintura, escultura, cerâmica, murais, poesia e música.
Em 1958, ingressou no Núcleo de Arte, uma organização artística local, recebendo o apoio do pintor Zé Júlio. No ano seguinte, expôs a sua arte publicamente, pela primeira vez, numa exposição colectiva, passando a artista profissional graças ao apoio oferecido pelo arquitecto português Pancho Guedes, através da cedência de um espaço onde pode criar o seu atelier e através da aquisição mensal de dois quadros[1]. Em 1961, aos 25 anos, fez a sua primeira exposição individual, no Banco Nacional Ultramarino[1]. Em 1963, publicou alguns dos seus poemas no jornal “Orfeu Negro” e foi incluído na “Antologia da Poesia Moderna Africana”[1].
Nessa altura é indiciado como membro da FRELIMO, ficando preso na cadeia da Machava, até ser absolvido a 23 de Março de 1966[1]. A 4 de Janeiro de 1971, foi detido com o intuito de que esclarecesse o simbolismo do quadro "25 de Setembro" que tinha exposto recentemente no Núcleo de Arte, pondo em risco a sua partida para Portugal, onde tinha obtido uma bolsa da Fundação Gulbenkian para estudar gravura e cerâmica[1].
Depois da independência de Moçambique, foi eleito deputado em 1990, pela FRELIMO, em 1998 foi eleito para a Assembleia Municipal de Maputo e reeleito em 2003, participou em acções de alfabetização e na organização das aldeias comunais na Província de Nampula. Foi um dos fundadores do “Movimento Moçambicano para a Paz” e fez parte dos “Artistas do Mundo contra o Apartheid”[1].
Faleceu a 5 de Janeiro de 2011 no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, Portugal[2].
Ao longo dos anos, realizou imensas exposições individuais em Moçambique, Alemanha, Áustria, Bulgária, Chile, Cuba, Estados Unidos, Espanha, Índia, Macau, Portugal e Turquia. Tem vários murais pintados ou gravados em cimento em Maputo e em outros países. É também conhecido pela sua Pintura, Desenho, Aguarela, Gravura, Cerâmica, Tapeçaria e Escultura, encontrando-se representado em vários museus e galerias públicas, bem como em colecções privadas, por todo o Mundo[1].
Em 1997 foi nomeado "Artista pela Paz" pela UNESCO [3] e recebeu o prémio Príncipe Claus.
Em 2010, recebeu o titulo de "Doutor Honoris Causa", pela Universidade de Évora[1] e a condecoração, atribuída pelo governo francês, de "Comendador das Artes e Letras"[4].
Malangatana também foi um dos poucos estrangeiros a ser nomeado membro honorário da Academia de Artes da RDA.
Malangatana exprimi-a como ninguém a riqueza do Grande Continente, África!
07 de Janeiro de 2011, 09:36
O corpo do artista Malangatana, falecido quarta-feira, encontra-se hoje em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos, onde decorrerá uma cerimónia oficial de homenagem.
Depois da homenagem fúnebre no Porto, na quinta-feira, hoje é a vez de Lisboa se despedir do mais reconhecido pintor moçambicano, cujo corpo estará na Sala do Refeitório do Mosteiro dos Jerónimos a partir das 09:00 e até às 24:00.
O funeral do pintor será em Moçambique, para onde o corpo será trasladado no fim de semana.
A ministra da Cultura, o embaixador de Moçambique, o ex.Presidente da República Mário Soares e um representante da comunidade moçambicana são os oradores da cerimónia de homenagem oficial que está prevista para as 15:00, à qual se seguirá uma missa de corpo presente pelas 16:00.
Malangatana, 74 anos, uma das maiores figuras do mundo da cultura de Moçambique e da lusofonia, faleceu na madrugada de quarta-feira no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, após doença prolongada.
O artista, cuja morte foi quarta-feira lamentada por amigos, artistas, individualidades da cultura e entidades oficiais do mundo lusófono, deixa uma vasta obra na pintura, gravura, cerâmica, tapeçaria e escultura,
Malangatana deu aulas na Faculdade de Belas Artes do Porto, colaborou com a UNICEF e foi nomeado Artista pela Paz pela UNESCO.
Foi distinguido por Portugal com a Ordem do Infante D. Henrique e, em 2010, recebeu o grau de doutor honoris causa da Universidade de Évora, onde realizou uma grande exposição retrospetiva de meio século de carreira artística.
Nos dias 10 e 11 de Janeiro estará aberto um livro de condolências em homenagem a Malangatana, no Salão Nobre da Embaixada de Moçambique em Lisboa, na Avenida de Berna nº7, entre as 10:00 e as 12:00 e das 14:00 às 16:00 horas. Lusa/fim» in http://noticias.sapo.mz/info/artigo/1119467.html«Malangatana
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
'Malangatana Valente Ngwenya' | |
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Malangatana | |
Nascimento | 6 de Junho de 1936 Matalana Moçambique |
Morte | 5 de Janeiro de 2011 (74 anos) Matosinhos Portugal |
Nacionalidade | Moçambicano |
Ocupação | Artista plástico |
Índice[esconder] |
[editar] Biografia
Nasceu na vila moçambicana de Matalana. Passou a sua infância a ajudar a sua mãe na fazenda enquanto frequentava a Escola da Missão Suíça protestante, onde aprendeu a ler e a escrever, e após o seu encerramento, na Escola da Missão Católica, concluindo a terceira classe em 1948[1]. Aos 12 anos de idade, mudou-se para Lourenço Marques (actual Maputo) à procura de trabalho, tendo trabalhado em vários ofícios humildes, acabando por em 1953 arranjar trabalho como apanhador de bolas num clube de ténis, o que lhe permitiu retomar os estudos, indo a classes nocturnas que lhe despertaram o interesse pelas artes, tendo tido como mestre o arquitecto Garizo do Carmo[1]. Um dos membros do clube de ténis, Augusto Cabral, ofereceu-lhe material de pintura e ajudou-o a vender os seus primeiros trabalhos.Em 1958, ingressou no Núcleo de Arte, uma organização artística local, recebendo o apoio do pintor Zé Júlio. No ano seguinte, expôs a sua arte publicamente, pela primeira vez, numa exposição colectiva, passando a artista profissional graças ao apoio oferecido pelo arquitecto português Pancho Guedes, através da cedência de um espaço onde pode criar o seu atelier e através da aquisição mensal de dois quadros[1]. Em 1961, aos 25 anos, fez a sua primeira exposição individual, no Banco Nacional Ultramarino[1]. Em 1963, publicou alguns dos seus poemas no jornal “Orfeu Negro” e foi incluído na “Antologia da Poesia Moderna Africana”[1].
Nessa altura é indiciado como membro da FRELIMO, ficando preso na cadeia da Machava, até ser absolvido a 23 de Março de 1966[1]. A 4 de Janeiro de 1971, foi detido com o intuito de que esclarecesse o simbolismo do quadro "25 de Setembro" que tinha exposto recentemente no Núcleo de Arte, pondo em risco a sua partida para Portugal, onde tinha obtido uma bolsa da Fundação Gulbenkian para estudar gravura e cerâmica[1].
Depois da independência de Moçambique, foi eleito deputado em 1990, pela FRELIMO, em 1998 foi eleito para a Assembleia Municipal de Maputo e reeleito em 2003, participou em acções de alfabetização e na organização das aldeias comunais na Província de Nampula. Foi um dos fundadores do “Movimento Moçambicano para a Paz” e fez parte dos “Artistas do Mundo contra o Apartheid”[1].
Faleceu a 5 de Janeiro de 2011 no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, Portugal[2].
[editar] Obra
A sua obra, gira à volta dos acontecimentos políticos e históricos de Moçambique, focando-se até 1975 nas injustiças do colonialismo português e sobre a luta anticolonial e depois da independência sobre os temas em foco no país tais como a guerra civil. Após esse período a sua obra começou-se a focar sobre temas mais amplos e universais, capturando a dureza da vida e os seus aspectos heróicos, passando a partir dos anos 80 a ter um carácter mais sensual e muito marcado sobre o amorAo longo dos anos, realizou imensas exposições individuais em Moçambique, Alemanha, Áustria, Bulgária, Chile, Cuba, Estados Unidos, Espanha, Índia, Macau, Portugal e Turquia. Tem vários murais pintados ou gravados em cimento em Maputo e em outros países. É também conhecido pela sua Pintura, Desenho, Aguarela, Gravura, Cerâmica, Tapeçaria e Escultura, encontrando-se representado em vários museus e galerias públicas, bem como em colecções privadas, por todo o Mundo[1].
[editar] Prémios
Malangatana, foi galardoado com a medalha Nachingwea, pela sua contribuição para a cultura moçambicana, e foi investido Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.Em 1997 foi nomeado "Artista pela Paz" pela UNESCO [3] e recebeu o prémio Príncipe Claus.
Em 2010, recebeu o titulo de "Doutor Honoris Causa", pela Universidade de Évora[1] e a condecoração, atribuída pelo governo francês, de "Comendador das Artes e Letras"[4].
Malangatana também foi um dos poucos estrangeiros a ser nomeado membro honorário da Academia de Artes da RDA.
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j Malangatana distinguido com doutoramento honoris causa. Ciência Hoje. Página visitada em 5 de Janeiro de 2011.
- ↑ publico.pt. Morreu o pintor moçambicano Malangatana. Página visitada em 5 de Janeiro de 2011.
- ↑ Contemporary african art - Malangatana (em inglês). Página visitada em 5 de Janeiro de 2011.
- ↑ Malangatana Comendador das Artes e Letras. Embaixada de França em Moçambique. Página visitada em 5 de Janeiro de 2011.
[editar] Ligações externas
- Biografia
- Fotografía de Malangatana
- Algumas obras
- Artigo sobre o artista
- Alguns quadros de Malangatana
- Trabalhos em tinta e papel» in Wikipédia.
Malangatana exprimi-a como ninguém a riqueza do Grande Continente, África!