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09/03/20

Zoologia - Uma câmara de armadilhagem fotográfica colocada por técnicos da organização não governamental de ambiente Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural na aldeia de Uva (concelho de Vimioso, distrito de Bragança) registou a presença de um milhafre-real (Milvus milvus) oriundo de França.



«Milhafre-real voou 1500 quilómetros para passar inverno em Portugal

Uma câmara de armadilhagem fotográfica colocada por técnicos da organização não governamental de ambiente  Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural na aldeia de Uva (concelho de Vimioso, distrito de Bragança) registou a presença de um milhafre-real (Milvus milvus) oriundo de França. Foi no mês passado, dia 17 de fevereiro, que um indíviduo desta espécie, anilhado e marcado com marcas alares no nordeste francês, em Foug, foi observado em território nacional.

A ave foi também vista a sobrevoar a aldeia portuguesa de Uva em outros dias do mês de fevereiro, calculando-se que terá percorrido uma distância de cerca de 1500 quilómetros para passar o inverno no Nordeste transmontano. Nesta região encontra condições mais favoráveis de alimentação e clima durante esta estação do ano. A Palombar refere também que este exemplar nidifica e reproduz-se desde 2019 em Villeroy-sur-Méholle, também em França, a poucos quilómetros do seu local de nascimento.

A espécie é monogâmica, nidifica em árvores e ambos os progenitores cuidam das crias. Tanto caçam presas vivas como têm hábitos necrófagos. Como nidificante, o milhafre-real encontra-se em declínio acentuado e tornou-se bastante raro em Portugal, sendo hoje uma ave extremamente ameaçada com uma população reprodutora criticamente em perigo e uma população invernante vulnerável, com a presença de efetivos oriundos do norte da Europa.

No censo europeu do milhafre-real invernante 2020, realizado entre 1 de janeiro e 2 de fevereiro, no qual a Palombar ficou responsável pelo distrito de Bragança, os técnicos da organização registaram mais de 100 indíviduos e identificaram três dormitórios da espécie. “Todos os anos, grande parte dos milhafres-reais originários da Europa Central migram até à Península Ibérica para passar o Inverno, visto que é nesse território que encontra melhores condições de disponibilidade de alimento e climáticas”, explicou a ONG, com sede em Vimioso.

A Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural é uma organização não governamental de ambiente sem fins lucrativos, criada em 2000, que tem como missão conservar a biodiversidade, os ecossistemas selvagens, florestais e agrícolas e preservar o património rural edificado, bem como as técnicas tradicionais de construção.

Onde observar o Milhafre-real

Trás-os-Montes – Pode ser visto com regularidade na zona do Douro Internacional, nomeadamente junto a Miranda do Douro

Beira interior – Durante a época reprodutora pode ser visto no planalto de Riba Côa e na região do Sabugal

Alentejo – Pode ser visto durante o período de invernada na barragem da Póvoa, Elvas, albufeira do Caia, albufeira do Alqueva, Arraiolos, Mourão, Barrancos e Castro Verde, entre outros locais

Algarve – Aparece por vezes no período outonal junto ao cabo de São Vicente» in https://greensavers.sapo.pt/milhafre-real-voou-1500-quilometros-para-passar-inverno-em-portugal/


Milhafre-real/Red Kite - (Milvus milvus)

26/12/19

Zoologia - Esta víbora-cornuda, a única espécie endémica de víbora da Península Ibérica, goza os últimos raios solares do dia nas ruínas das antigas salinas de Poza de la Sal.



«Visões da Terra: Espanha

Esta víbora-cornuda, a única espécie endémica de víbora da Península Ibérica, goza os últimos raios solares do dia nas ruínas das antigas salinas de Poza de la Sal.

A aldeia do lendário naturalista espanhol Félix Rodríguez de la Fuente.» in https://nationalgeographic.sapo.pt/fotografias/visoes-da-terra/2296-visoes-da-terra-espanha-4


(Víbora Cornuda, Península Ibérica, Portugal)

15/10/19

Zoologia - Um espécime de cobra-real com quatro metros foi retirado de um tubo de esgoto no sul da Tailândia numa operação que teve uma hora de duração, informaram hoje os responsáveis pelo salvamento, descrevendo o réptil como um dos maiores que já capturaram.



«Uma cobra-real de quatro metros foi resgatada de um esgoto na Tailândia

Um espécime de cobra-real com quatro metros foi retirado de um tubo de esgoto no sul da Tailândia numa operação que teve uma hora de duração, informaram hoje os responsáveis pelo salvamento, descrevendo o réptil como um dos maiores que já capturaram.

O espécime — a maior cobra venenosa do mundo — ficou preso dentro de um tubo de drenagem estreito e escuro perto de uma zona comercial em Krabi, uma província turística no sul do país.

Segundo a Fundação Krabi Pitakpracha, responsável pelo salvamento, o resgate durou uma hora já que a cobra teve de ser puxada pela cauda numa tubagem de 30 metros. As imagens da captura mostram um homem a perseguir o espécime.

Um segurança da localidade foi quem alertou o grupo de resgate no domingo. "Sete equipas de resgate, incluindo eu, fomos ao local", disse Kritkamon Kanghae, de 26 anos, acrescentando que a cidade foi construída em terrenos onde antes havia uma selva.

Kritkamon disse que a cobra tinha mais de quatro metros de comprimento, pesava 15 quilos e foi a terceira mais longa que o grupo de resgate encontrou. A cobra foi mais tarde libertada numa reserva florestal.

A Tailândia é casa de milhares de répteis e várias espécies de cobra são nativas do país, sendo que estas se tornaram numa dor de cabeça para os moradores de Banguecoque, a capital, onde o corpo de bombeiros responde com frequência a chamadas de moradores alarmados.

As autoridades, porém, têm alguma relutância em livrar-se destes répteis porque ajudam a controlar as populações de ratos, que ameaçam as plantações e as reservas de alimentos. As cobras-reais, no entanto, alimentam-se principalmente de outras cobras.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/uma-cobra-real-de-quatro-metros-foi-resgatada-de-um-esgoto-na-tailandia

09/05/19

Zoologia - As autoridades portuguesas confirmaram a existência em Portugal de um urso pardo, espécie considerada extinta no país, revelou hoje o Serviço Territorial de Meio Ambiente de Zamora.



«Há um urso pardo em Portugal. Por cá, não se via um desde 1843

As autoridades portuguesas confirmaram a existência em Portugal de um urso pardo, espécie considerada extinta no país, revelou hoje o Serviço Territorial de Meio Ambiente de Zamora.

“A administração regional [de Castela e Leão] alertou para a presença deste urso às autoridades portuguesas, que finalmente confirmaram a sua descoberta”, sublinha em comunicado o governo regional de Castela e Leão, vizinha de Portugal.

As autoridades ambientais regionais espanholas informam que, nos últimos dias de abril, verificou-se a existência de estragos num apiário (conjunto de colmeias) na cidade de ‘La Tejera', tendo os funcionários do governo regional de Castela e Leão constatado que o incidente foi da responsabilidade de um urso pardo.

Paralelamente, e dada a proximidade da fronteira portuguesa, a presença do dito urso foi comunicada ao Instituto Nacional de Conservação da Natureza português, para o caso de o animal continuar a sua viagem para o sul, “facto que acabou por acontecer há poucos dias”.

“Dá-se a circunstância de ser a primeira vez, nos últimos dois séculos, em que a presença desta espécie no país vizinho é confirmada de maneira confiável”, asseguram as autoridades regionais espanholas.

O animal avistado na região de Sanabria “pode pertencer” à subpopulação ocidental da Cantábria, que tem cerca de 280 exemplares e a julgar pelos sinais detetados, pode ser um adulto em dispersão, de acordo com o Serviço Territorial de Meio Ambiente de Zamora.

O último urso pardo que viveu em Portugal foi morto em 1843 no Gerês, depois de ter existido em todo o país, assegura o livro "Urso Pardo em Portugal - Crónica de uma extinção", de Paulo Caetano e Miguel Brandão Pimenta, publicado em 2017.

Na investigação que deu origem ao livro os autores chegaram a uma notícia da morte do último urso em Portugal em 1843, abatido pela população no Gerês, o que foi uma surpresa. "Os últimos dados que comprovavam o desaparecimento do urso referiam-se a 1650, também no Gerês".

Segundo os autores, em Espanha, o urso também foi regredindo no território e refugiou-se nas altas montanhas, nas Astúrias, onde também esteve ameaçado, mas as autoridades espanholas adotaram medidas de conservação e os dois grupos populacionais da espécie estabilizaram.

Segundo o ‘site’ na internet “Portugal num mapa”, o urso-pardo é a segunda maior espécie de carnívoro do mundo, a seguir ao urso-polar (Ursus maritimus): um urso-pardo adulto em média mede 1,4 a 2,8 m de comprimento (inclui-se a cauda) quando está sobre as quatro patas e de 0,7 a 1,53 metros de altura até ao ombro, e pesa mais de 200 quilogramas para os machos e mais de 150 quilogramas para as fêmeas.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/ha-um-urso-pardo-em-portugal-por-ca-nao-se-via-um-desde-1843


(Urso Pardo em Portugal -- Crónica de uma Extinção Paulo Caetano)

29/03/19

Zoologia - Os marsupiais conhecidos como diabos da Tasmânia são dizimados há mais de 20 anos por uma forma de cancro contagioso, mas cientistas australianos descobriram que os animais estão a conseguir evitar a extinção evoluindo mais depressa.




«Diabo da Tasmânia acelerou evolução para dar a volta a ameaça de extinção

Os marsupiais conhecidos como diabos da Tasmânia são dizimados há mais de 20 anos por uma forma de cancro contagioso, mas cientistas australianos descobriram que os animais estão a conseguir evitar a extinção evoluindo mais depressa.

O diabo da Tasmânia, um marsupial carnívoro noctívago conhecido pelo forte cheiro que emite quando se sente ameaçado, só existe na ilha que fica ao sul da Austrália e desde 1996 é afetado por uma doença que se caracteriza por provocar tumores no focinho, fatal em quase todos os casos, que já acabou com 85% da população.

A doença transmite-se através das mordeduras que acontecem quando os animais lutam ou acasalam e que provoca tumores no focinho que os impedem de comer, acabando por morrer de fome.

No entanto, os investigadores descobriram que os diabos da Tasmânia, com uma população entre 15.000 e 18.000 animais, estão a desenvolver resistência à doença e a criar anticorpos, com cerca de duas dezenas de animais estudados a conseguirem sobreviver.

O investigador Rodrigo Hamede, da Universidade da Tasmânia, afirmou à France Presse que há animais que contraíram a doença, mas que conseguiram curar-se, enquanto outros não ficaram doentes.

"O risco de extinção continua a existir" ressalvou Chris Coupland, do santuário de Cradle Mountain, observando que a população não pode cair abaixo dos 10.000 animais.

O ciclo reprodutivo dos diabos está a acelerar, com cios anuais em vez de bianuais, como costuma acontecer, e os animais chegam à idade reprodutiva mais cedo.

O que acontece é que, como a população decaiu, há mais alimento e os animais conseguem atingir mais cedo o peso em que se tornam férteis.

Os responsáveis pelo santuário colaboram reunindo informação genética em bases de dados, o que lhes permite selecionar animais para se reproduzirem com mais diversidade genética.

"A adaptação às doenças acontece sempre, mas costuma ser à escala evolutiva [medida em milhares de anos] e não em seis ou oito gerações [12 a 16 anos]. É uma evolução incrivelmente rápida", assinalou.» in https://24.sapo.pt/vida/artigos/diabo-da-tasmania-acelerou-evolucao-para-dar-a-volta-a-ameaca-de-extincao


(Diabo da Tasmânia - a mordida mais forte do reino animal)


08/03/19

Zoologia - Os produtores de milho e os proprietários rurais defenderam hoje estar preocupados com os “avultados e crescentes” prejuízos agrícolas decorrentes do “aumento descontrolado” da população de javalis e pedem que as autoridades tomem medidas, à semelhança dos restantes Estados-membros.



«Produtores pedem medidas de controlo da população de javalis após elevados prejuízos

Os produtores de milho e os proprietários rurais defenderam hoje estar preocupados com os “avultados e crescentes” prejuízos agrícolas decorrentes do “aumento descontrolado” da população de javalis e pedem que as autoridades tomem medidas, à semelhança dos restantes Estados-membros.

“O aumento descontrolado da população de javalis, que se tem verificado nos últimos anos nosso país, está a causar avultados e crescentes prejuízos no setor agrícola nacional”, referiram, em comunicado, a Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis) e a Associação Nacional de Proprietários Rurais (ANPC).

De acordo com o último levantamento, os prejuízos provocados nas searas de milho dos associados da Anpromis representaram, em 2018, cerca de 985 mil euros.

“A Anpromis e a ANPC reiteram a necessidade das autoridades nacionais competentes, à semelhança do que está a ser efetuado noutros Estados-membros, tomarem as medidas necessárias, de uma forma livre, célere e concertada, revertendo a situação atual de descontrole que se vive em certas regiões do país”, vincaram.

Para as duas associações, esta situação constitui uma “fonte crescente de risco sanitário para a suinicultura nacional” e é a causa de um “significativo aumento” do número de acidentes rodoviários originados nas estradas portuguesas, “não esquecendo também os enormes impactos que estes animais têm, quando em densidades excessivas, nos povoamentos florestais jovens e na vegetação em geral”.

Em 27 de fevereiro, a Anpromis e a ANPC participaram numa reunião com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), promovida pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), onde foram debatidas medidas para controlar a situação.

Entre os principais pontos do debate estiveram a necessidade de “aumentar o esforço de caça e autorizar ações de controlo de densidade” para mitigar os prejuízos em determinadas culturas agrícolas mais intensivas.

Por outro lado, as associações querem que seja inscrito no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), um concurso específico que permita o financiamento e a instalação de cercas.

“É fundamental a Direção-geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas estabelecerem, desde já, medidas para prevenir o possível aparecimento da peste suína africana em Portugal, nomeadamente através da diminuição das densidades excessivas de javalis”, lê-se no documento.

Por último, as entidades consideram “imperioso” uniformizar os critérios de apreciação de pedidos de controle da densidade ao nível das Direções Regionais Conservação Natureza e Florestas (DRCNF), “não criando entraves na apreciação dos pedidos de correção de densidades […], como tem sido prática”.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/produtores-pedem-medidas-de-controlo-da-populacao-de-javalis-apos-elevados-prejuizos


(Imagens exclusivas de Javalis em Portugal - NOCTULA)

13/02/19

Zoologia - Um fotógrafo e um cientista do jardim zoológico de San Diego, na Califórnia, descobriram o animal no Quénia, durante um rastreio de leopardos na Reserva Nacional de Laikipia.



«Pantera negra fotografada pela primeira vez em mais de um século

Um fotógrafo e um cientista do jardim zoológico de San Diego, na Califórnia, descobriram o animal no Quénia, durante um rastreio de leopardos na Reserva Nacional de Laikipia.

A primeira (e última) vez que alguém fotografou um leopardo negro africano, também conhecido por pantera negra, foi em 1909, na Etiópia.Agora, o fotógrafo Will Burrard-Lucas e o cientista Nick Pilfold encontraram e captaram imagens do animal raro, sem querer, durante um rastreio de leopardos na Reserva Nacional de Laikipia, no Quénia.

No ano passado, a equipa tinha instalado várias câmaras na zona onde, supostamente, o leopardo estaria, depois de serem ouvidos vários relatos do seu avistamento. Depois de meses sem qualquer registo do animal, apareceram, recentemente, imagens de uma pantera negra a movimentar-se durante a noite.

O seu avistamento foi publicado no African Journal of Ecology. Estes leopardos são extremamente raros e, apesar de poderem ter vivido no Quénia durante este último século, não havia fotografias ou vídeos que confirmassem a sua existência até agora.

O seu pelo parece completamente negro devido a um fenómeno denominado melanismo, o oposto de albinismo. Contudo, quando este animal é observado através de uma câmara com infravermelhos, conseguem identificar-se as suas manchas icónicas.

Os leopardos estão classificados como vulneráveis na lista de espécies ameaçadas realizada pela União Internacional para a Conservação da Natureza. Vários fatores podem ser responsáveis pela diminuição drástica do número destes animais, incluindo a caça, a competição por presas e o desaparecimento do seu habitat.» in http://visao.sapo.pt/actualidade/mundo/2019-02-13-Pantera-negra-fotografada-pela-primeira-vez-em-mais-de-um-seculo


(Pantera negra)

04/01/19

Zoologia - O lince-ibérico Mistral, nascido em cativeiro em 2015 e libertado em Mértola no ano seguinte, foi encontrado morto na quarta-feira na Estrada Nacional (EN) 122, neste concelho alentejano, com sinais de atropelamento, revelou hoje o ICNF.



«Lince-ibérico Mistral morre vítima de atropelamento perto de Mértola

O lince-ibérico Mistral, nascido em cativeiro em 2015 e libertado em Mértola no ano seguinte, foi encontrado morto na quarta-feira na Estrada Nacional (EN) 122, neste concelho alentejano, com sinais de atropelamento, revelou hoje o ICNF.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), anunciou em comunicado que o lince-ibérico macho foi encontrado na EN122 a cerca de 10 quilómetros de Mértola (Beja), junto à Herdade de Cela, local onde em maio de 2018 tinha sido atropelado um outro lince, o Olmo.

Uma equipa de monitorização do ICNF sediada no Parque Natural do Vale do Guadiana recolheu o animal, acrescentou o organismo.

No comunicado, o ICNF admite poder tratar-se de “um ponto negro de mortalidade, isto é, um local onde ocorrem travessias recorrentes de animais selvagens, entre áreas de habitat natural adjacentes” e que apresentam “condições que propiciam o atropelamento” rodoviário.

Nascido em 2015, no Centro de Reprodução em Cativeiro de Lince Ibérico de Zarza de Granadilla, em Espanha, o lince Mistral tinha sido libertado no concelho de Mértola em 13 de maio de 2016.

A libertação decorreu no âmbito do processo de reintrodução da espécie no Vale do Guadiana, inserido no Projeto “Recuperação da Distribuição Histórica do Lince Ibérico ('Lynx pardinus') em Espanha e Portugal.

O animal “fixou-se na Herdade da Cela, onde manteve um território de cerca de 10 quilómetros quadrados, e terá acasalado duas vezes com a fêmea Moreira, sendo o provável progenitor de quatro crias”, realçou o ICNF.

Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, este foi o “quarto atropelamento de exemplares de lince-ibérico libertados no Guadiana, desde 2015”, pelo que continua a “ser alta”, estando “estimada em 75%”, a taxa de sobrevivência dos exemplares reintroduzidos no projeto LIFE+Iberlince em Portugal.

O risco de atropelamento rodoviário permanece “uma ameaça” para a espécie em toda a Península Ibérica, admitiu o ICNF, destacando, contudo que o ano de 2018 “foi particularmente favorável ao lince em Portugal”.

“Com o nascimento de 29 crias em meio natural e 11 fêmeas reprodutoras estabilizadas, o Vale do Guadiana tornou-se uma das áreas de reintrodução com maior sucesso a nível ibérico”, congratulou-se.

O núcleo populacional de lince-ibérico está em “franco crescimento”, já com fêmeas nascidas na zona em 2016 a reproduzir, o que vai permitir “a existência de uma população viável a longo prazo”, sublinhou.

“Este cenário positivo tem sido possível graças à colaboração de proprietários e das zonas de caça, a uma gestão sustentável do território, à abundância elevada de coelho-bravo e a uma atitude favorável à presença do predador”, elogiou o ICNF, referindo que a conectividade dos exemplares do Vale do Guadiana com áreas de Espanha também ficou “definitivamente confirmada” em 2018.

No ano passado, duas fêmeas morreram afogadas no concelho de Serpa, tendo sido ainda registado, além do atropelamento do macho Olmo, em Mértola, outro atropelamento, neste caso de uma fêmea, entre Tavira e Olhão, no Algarve.

O ICNF disse ainda estar a preparar uma “nova candidatura ao programa LIFE” centrada no lince-ibérico, em conjunto com outros parceiros de Portugal e Espanha, que prevê, entre outras ações, a minimização de mortalidade em estradas.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/lince-iberico-mistral-morre-vitima-de-atropelamento-perto-de-mertola


(Solta do MISTRAL,lince ibérico em Mértola)

31/12/18

Zoologia - Chamava-se Marvel e tinha apenas três anos, sendo que este lince ibérico foi encontrado morto, na passada sexta-feira, dia 28, em Córdoba, Espanha, com mais de 300 chumbos no corpo.



«Lince ibérico encontrado morto com 300 chumbos no corpo

Chamava-se Marvel e tinha apenas três anos. «Lince ibérico encontrado morto com 300 chumbos no corpo

Chamava-se Marvel e tinha apenas três anos. Este lince ibérico foi encontrado morto, na passada sexta-feira, dia 28, em Córdoba, Espanha, com mais de 300 chumbos no corpo.

Segundo explicou ao jornal espanhol "El País" o diretor do programa Life+ Iberlince, o biólogo Miguel Ángel Simón, Marvel morreu depois de receber "um tiro intencional à queima-roupa".

Segundo o responsável pelo Life + Iberlince, que visa a recuperação da distribuição histórica do lince ibérico em Portugal e em Espanha, o animal foi levado para o centro de Málaga onde foi sujeito a uma radiografia que mostrou mais de 300 chumbos espalhados pelo corpo de Marvel. Perante a presença de tantos chumbos, Miguel Ángel Simón não consegue precisar quantos tiros foram disparados sobre aquele lince.

Perplexo, aquele biólogo desabafou, na sua conta no Twitter, que casos como estes "são dramáticos para o esforço dos dois países [Portugal e Espanha]" na reintrodução da espécie na Península Ibérica.

O animal foi encontrado graças ao colar de GPS que transportava consigo. Segundo aquele biólogo, Marvel pertencia a uma população de linces do rio Guadalmellato, um afluente de Guadalquivir. O programa Life + Iberlince enviará também todos os dados recolhidos à Guardia Civil espanhol, que já está a investigar este caso.

Em 2017 morreram 58 linces ibéricos, a maioria dos quais - 31 - atropelados. Outros oito foram mortos por caçadores furtivos.» in https://www.jn.pt/nacional/interior/lince-iberico-encontrado-morto-com-300-chumbos-no-corpo-10382649.html?utm_term=Lince+iberico+encontrado+morto+com+300+chumbos+no+corpo&utm_campaign=Editorial&utm_source=e-goi&utm_medium=email


(O Regresso do Lince Ibérico - O gato mais ameaçado do mundo)

27/11/18

Zoologia - As térmitas 'Syntermes dirus' medem apenas um centímetro, mas durante quase quatro milénios criaram no Brasil uma rede subterrânea de túneis, cujas escavações deixaram 200 milhões de montes de terra numa superfície do tamanho da Grã-Bretanha.



«Construtoras por excelência da "Mãe Natureza", as térmitas criaram no Brasil uma cidade subterrânea do tamanho da Grã-Bretanha

As térmitas 'Syntermes dirus' medem apenas um centímetro, mas durante quase quatro milénios criaram no Brasil uma rede subterrânea de túneis, cujas escavações deixaram 200 milhões de montes de terra numa superfície do tamanho da Grã-Bretanha.

"É o maior exemplo conhecido de bioengenharia e construção na superfície da terra por uma só espécie (para além do ser humano), e tudo feito por um inseto de mais ou menos um centímetro de comprimento", explica à AFP Roy Funch, biólogo americano naturalizado brasileiro.

Toda esta obra de engenharia animal estende-se numa superfície de 230.000 km2, no nordeste do Brasil. Funch e outros três investigadores (dois americanos e um britânico) publicaram a sua descoberta na semana passada na revista científica Current Biology.

Eles detalham no artigo que a área escavada por estes insetos para criar uma estrutura como essa equivale a "4.000 pirâmides de Gizé", no Egito, também elas milenares.

Os habitantes do lugar conhecem desde sempre como "murundus" estes montes de 2,5 metros de altura e nove metros de diâmetro, cobertos pela vegetação da 'caatinga', o bioma semiárido do nordeste brasileiro.

Mas a desflorestação por ação humana deixou mais visíveis os termiteiros, e o uso de imagens de satélite permitiu concluir a área que cobrem. Mais de 90% pertence ao estado da Bahia. "Ficou então clara a sua extensão, e a importância científica do fenómeno", acrescenta Funch.

As imagens divulgadas no estudo mostram vastas extensões de terra pontilhada por estes montes cónicos, praticamente idênticos e com uma distribuição regular, separados por cerca de 20 metros uns dos outros.

O desenho da cidade

Para determinar a antiguidade da obra, os cientistas recolheram amostras do solo de onze montes e verificaram qual foi a última vez que estiveram expostas ao sol. A amostra mais antiga tinha 3.820 anos. Estas idades são comparáveis às das térmitas mais antigas do mundo, na África, diz a publicação.

Agora que foi determinado que estes termiteiros são parte de uma grande "cidade" subterrânea, a ideia dos cientistas é continuar a investigar a sua distribuição e funcionamento. Sabe-se, por exemplo, que os termiteiros têm um túnel vertical que conecta os canais subterrâneos com a superfície.

Os montes de terra que ficam na superfície são simplesmente a terra removida pelas térmitas para realizar a sua obra. "Os montes aparentemente não têm a função de abrigar os ninhos das térmitas. Servem somente como lugares de 'despejo' do material retirado dos túneis que estes animais cavam, continuamente, debaixo do chão", explica Funch.

Sabe-se também que estas estruturas subterrâneas servem para esses insetos se protegerem do "meio inóspito (e perigoso) da superfície". Segundo o estudo publicado, os túneis nunca ficam abertos ao meio ambiente exterior, de modo que não se trata de um sistema de ventilação, mas de uma via de comunicação.

À noite, quando há comida disponível, grupos de 10 a 50 'trabalhadores' e 'soldados' emergem dos montes através de tubos temporários de oito milímetros de diâmetro, escavados a partir de baixo. Depois de usados, os túneis temporários fecham-se hermeticamente.

"Não temos ideia da arquitetura das 'cidades' dos insetos. Devem ter um salão da rainha, 'berçários', espaços para guardar comida, etc., e muitos túneis a conectar tudo, mas é tudo ainda desconhecido para a ciência", acrescenta o biólogo.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/construtoras-por-excelencia-da-mae-natureza-as-termitas-construiram-uma-cidade-subterranea-do-tamanho-da-gra-bretanha


Vast 4,000-Year-Old Spatial Pattern of Termite Mounds/Curr. Biol., Nov. 19, 2018 - (Vol. 28, Issue 22)

21/11/18

Zoologia - A vaca com chifres, símbolo nacional da Suíça, que aparece em postais e caixas de chocolate e faz parte da paisagem alpina, vai a referendo no domingo.



«Vacas com chifres, símbolo nacional da Suíça, vão a referendo

A vaca com chifres, símbolo nacional da Suíça, que aparece em postais e caixas de chocolate e faz parte da paisagem alpina, vai a referendo no domingo.

Um agricultor e ativista animal, Armin Capaul, não se conformou com o facto de apenas 10% das vacas na Suíça terem chifres, apesar de essa ser a imagem de marca do país, aparecendo nos postais ilustrados, nas embalagens de chocolate, nos emblemas de diversas organizações.

Capaul pôs os pés ao caminho e conseguiu, em 18 meses, reunir as cem mil assinaturas (119.626, mais precisamente) necessárias para levar a referendo nacional, no próximo domingo, uma proposta para que sejam dados subsídios a agricultores que produzam e alimentem vacas com cornos.

“Eu falo com as minhas vacas no estábulo”, confessou Armin Capaul, acrescentando que elas lhe perguntaram se poderia fazer alguma coisa para as ajudar a manter os seus cornos, ao que ele lhes terá respondido que elas estavam certas e “que alguém deveria fazer alguma coisa”.

Depois desta “conversa”, o agricultor e ativista, conhecido em Perrefite (no vale de Moutier, na região de Jura) como o “punk das vacas”, tentou encontrar apoio para a causa no Departamento Federal de Agricultura.

“Mas eles riram-se de mim…”, lamentou Capaul, tendo então iniciado uma campanha nacional para tirar proveito dos muitos referendos que a Suíça anualmente realiza, ao abrigo de uma Constituição que incentiva a deliberação participativa.

“Os chifres são parte da vaca, (…), não temos o direito de mudar a aparência física destes animais”, explica Armin Capaul, para justificar a nobreza da sua luta.

Os agricultores cortam os chifres às vacas para reduzirem o espaço que elas ocupam os estábulos, tornando a sua manutenção mais barata, sendo cada vez menos os produtores que respeitam a sua configuração natural.

“São os estábulos que se devem adaptar às vacas, não as vacas aos estábulos”, conclui Capaul.

O governo suíço, através do seu Conselho Federal, já disse que “se recusa a conceder contribuições específicas, porque não há nenhum estudo que comprove que o bem-estar das vacas ou cabras seja impedido pela ausência dos chifres”.

A União de Agricultores Suíços anunciou que não se vai intrometer na questão e deixa liberdade de voto aos seus associados.

Uma recente sondagem divulgada pelos média suíços indica que a iniciativa de Capaul deverá ser rejeitada (52% contra, 45% a favor).

Se assim acontecer, Capaul terá de ter uma nova “conversa” com as suas vacas, para explicar o desaire político.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/vacas-com-chifres-simbolo-nacional-da-suica-vao-a-referendo


(As vacas Suíças, nos Alpes suíços)

18/05/18

Zoologia - Os machos de duas espécies do rato-marsupial-australiano morrem depois de 14 horas de sexo.



«Maratonas de sexo podem levar espécie recém-descoberta de marsupiais australianos à extinção

Os machos de duas espécies do rato-marsupial-australiano morrem depois de 14 horas de sexo. Os cientistas australianos estão agora numa corrida contra o tempo para tentar evitar que estes recém-descobertos marsupiais se extingam.

Os ratos-marsupiais-australianos de cauda preta e de cabeça prateada, descobertos em 2013, são conhecidos da comunidade científica pelas suas fatais maratonas de sexo. Mas a redução do número de machos destas duas espécies do género Antechinus já levou a Austrália a pô-las da lista das espécies em perigo e a redobrar esforços para evitar a extinção.

Estas sessões de sexo que podem ir até 14 horas (com trocas de parceiras pelo meio) deixam estes marsupiais exaustos e a "desfazerem-se" e juntam-se aos outros desafios que a espécie enfrenta, como as alterações climáticas, a perda de habitat e os predadores.

"São frenéticos e tentam ir de uma parceira para outra e o acasalamento em si pode durar horas, portanto é muito cansativo", explica Andrew Baker, da Universidade de Queensland. Neste processo, os machos vão de "absolutamente saudáveis... a cair aos bocados". Além de procurarem muitas fêmeas, os machos têm ainda de afastar vários rivais e estas circunstâncias acabam por levá-los a produzir níveis fatais de testosterona. Este excesso impede o desligamento de uma outra hormona ligada ao stress, o que acaba por destruir, aos poucos, os seus órgãos.

"No fim, são como mortos-vivos", conclui Andrew Baker, responsável pela descoberta das duas espécies, com uma população agora estimada em menos de 250 em Queensland.

As fêmeas vivem cerca de dois anos, os machos morrem antes de completar um.» in http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2018-05-16-Maratonas-de-sexo-podem-levarespecie-recem-descoberta-de-marsupiais-australianos-a-extincao

10/04/18

Zoologia - Neo é o primeiro cão a ser certificado, em Espanha, como “PeRRegrino” por ter feito uma das rotas do Caminho de Santiago



«Neo, o cão peregrino que quer ser reconhecido pelo Papa

Tem porte médio, pelo negro e patas brancas. Neo é o primeiro cão a ser certificado, em Espanha, como “PeRRegrino” por ter feito uma das rotas do Caminho de Santiago.

Neo, um cão da raça border collie, tinha um infeliz destino traçado. Mas se o “defeito” com que nasceu, uma mancha branca no olho direito, era motivo para o criador se livrar dele – não tinha todo o pedigree no sítio como os seus irmãos – não foi obviamente razão para a espanhola Maria Carmen Astigarraga não o adotar. Passaram cinco anos desde que Neo se mudou com a dona para a província de Gipuzkoa, no País Basco, e é um cão como outro qualquer. Ou era. Foi, agora, o primeiro a obter o certificado “PeRRegrino” (“perro” é cão em espanhol) por ter completado uma das rotas “jacobeas” do Caminho de Santiago.

Assim, como as pessoas que fazem pelo menos 100 km de uma das rotas ou 200 km de bicicleta recebem o certificado Compostela, Neo ganhou a sua versão canina. Antes da Semana Santa, a Associação Protetora dos Animais do Caminho (APACA) – que já leva anos a salvar animais maltratados, perdidos ou abandonados pelos donos no Caminho de Santiago – entregou a Maria Carmen o certificado de “Perregrino” de Neo. Embora este não seja um diploma oficial, a dona de Neo e a APACA vão tentar que o seja.

Quem dá os certificados de Compostela é a Oficina do Peregrino e a reação ao pedido para Neo gerou alguma controvérsia na instituição quando Mari Carmen ali se apresentou com o cão. Os voluntários apressaram-se a brincar e fazer festas a Neo, mas a responsável recusou o diploma dizendo que “nunca o fizemos antes” e que “um cão não decide por si fazer umas das rotas do Caminho de Santiago”. Maria Carmen argumentou que “alguma vez terá de ser a primeira” e que “as crianças que peregrinam com os pais também não decidem”, disse ao jornal El País.
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Agora, a dona de Neo vai escrever ao Papa Francisco para que este reconheça o esforço dos animais. Furiosa com a situação, a peregrina ainda acrescentou de forma retórica: “Ao rei emérito [Juan Carlos] deram-lhe o certificado sem ele ter dado um passo e ao meu cão não?”

A APACA salientou, também, que em todas as rotas do Caminho de Santiago só as unidades privadas de hotelaria deixam os animais entrar, as públicas não, mas têm esperança que isso possa mudar. Depois da certificação de Neo como “PeRRegrino” a associação começou a receber chamadas de Itália, Bélgica e Alemanha de caminhantes que fizeram rotas com os seus animais de companhia.» in http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2018-04-10-Neo-o-cao-peregrino-que-quer-ser-reconhecido-pelo-Papa

02/03/18

Zoologia - Mais de 1,5 milhões de pinguins Adélie foram descobertos em colónias isoladas pelo gelo num arquipélago da Antártida, um número muito superior ao que se julgava existir, segundo um estudo publicado hoje na revista Scientific Reports.




«Glaciares antárticos "escondem" 1,5 milhões de pinguins

Mais de 1,5 milhões de pinguins Adélie foram descobertos em colónias isoladas pelo gelo num arquipélago da Antártida, um número muito superior ao que se julgava existir, segundo um estudo publicado hoje na revista Scientific Reports.

Nas ilhas Dangers, situadas no mar de Weddell, as colónias florescem num santuário marinho quase inacessível enquanto, a poucos quilómetros, outras da mesma espécie decrescem.

No recenseamento mais recente, feito entre 1996 e 1997, estimou-se o número de pinguins entre 285.000 e 305.000, mas imagens recolhidas pelos satélites da agência espacial norte-americana, a NASA, revelaram a presença de excrementos em vários ilhéus, o que veio confirmar que há muito mais do que se pensava.

“Comecei por achar que era um erro”, admitiu à agência France Presse a bióloga Heather Lynch, da universidade americana de Stony Brook, que acabou por fazer uma “grande descoberta”.

Aproveitando uma abertura nos glaciares que rodeiam esta zona inóspita durante quase o ano inteiro, uma expedição conseguiu em dezembro de 2015 confirmar a dimensão da colónia, usando drones, fotografia e contagem manual de ninhos e pássaros.

O número a que chegaram nesta região – 751.527 casais de pinguins Adélie – é “mais do que todo o resto da península antártica”, na parte norte do continente.

Nos ilhéus investigados estão a terceira e quarta maiores colónias em todo o mundo, que “sempre ali estiveram”, embora não se soubesse ainda.

De modo geral, a população de pinguins Adélie na Antártida tem vindo a aumentar desde há 30 anos, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, embora algumas colónias estejam a ficar mais pequenas.

“Ainda não é claro o que provocou este declínio”, acrescentou, considerando as alterações climáticas, a pesca e as perturbações de origem humana como hipóteses.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/glaciares-antarticos-escondem-15-milhoes-de-pinguins

(Adelie Penguins of Paulet Island, Antarctica)

(Adelie and Emperor Penguins)

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Adelie Penguins in Antarctica - (2014)


13/02/18

Zoologia - A bióloga portuguesa Ana Sofia Reboleira descobriu na Abecássia o milpés mais profundo do planeta, uma nova espécie que aumenta para 44 as espécies descobertas pela cientista da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca.



«Ana Sofia descobriu esta "maria-café" a mais de mil metros de profundidade

A bióloga portuguesa Ana Sofia Reboleira descobriu na Abecássia o milpés mais profundo do planeta, uma nova espécie que aumenta para 44 as espécies descobertas pela cientista da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca.

Com o nome científico de ‘Heterocaucaseuma deprofundum’, segundo a bióloga, “uma referência ao facto de ser o milpés que ocorre a maior profundidade”, a nova espécie foi descoberta a mais de mil metros de profundidade, numa expedição ibero-russa do Cavex Team à gruta mais profunda do mundo, localizada na Abecássia, no Cáucaso Ocidental.

Trata-se de um milpés ou millípede, comummente conhecidos como "maria-café”, um animal cavernícola que “vive debaixo de terra e por isso carece de pigmento corporal, tem olhos muito reduzidos, antenas e patas muito longas e alimenta-se de detritos”, explicou hoje Ana Sofia Reboleira à agência Lusa.

A nova espécie, descrita agora na revista Zootaxa, pertence a uma ordem de milpés “que se chama ‘Chordeumatida’ e é um dos maiores exemplares desta ordem”, revelando uma tendência para o gigantismo “muito pronunciada nos animais cavernícolas, tal como acontece com as faunas das ilhas”, acrescentou a bióloga.

Os exemplares da espécie foram recolhidos nas grutas Krubera-Voronja e Sarma, atualmente a segunda e terceira grutas mais profundas do mundo, pela bióloga, que é também espeleóloga, o que tem contribuído para que tenha descoberta várias novas espécies para a ciência em várias grutas do mundo.

“Ao contrário do que acontece no mar profundo, ou na exploração espacial, a tecnologia não permite que sejam veículos operados remotamente a realizar as colheitas, por isso, a única forma de descobrir estes animais é mesmo ir lá e proceder às recolhas nas profundezas destas cavidades”, sublinhou Sofia Reboleira.

Depois de recolhido, o milpés foi alvo de estudo taxonómico, com recurso à utilização de técnicas microscópicas avançadas, como a microscopia eletrónica de varrimento, que permite uma visão 3D da morfologia externa do organismo.

A descoberta do milpés encontrado “à maior profundidade de sempre”, e que “faz parte da comunidade de invertebrados mais profunda do planeta”, é, para a bióloga “extraordinariamente interessante para perceber a extensão da distribuição vertical de invertebrados no subsolo”.

O milpés mais profundo de sempre está depositado no Museu de História Natural da Dinamarca, parte da Universidade de Copenhaga onde Ana Sofia Reboleira é professora.

A publicação na revista Zootaxa resulta de um trabalho em colaboração com os investigadores Dragan Antic, da Universidade de Belgrado, e Ilya Turbarov, da Academia Russa das Ciências.

Com esta, aumentam para 44 as novas espécies descobertas pela bióloga que é também responsável pela descoberta de cinco novos géneros para a ciência, muitas delas em território nacional, colocando inclusivamente Portugal na lista dos pontos quentes ("hotspot") de biodiversidade subterrânea à escala mundial.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/a-portuguesa-ana-sofia-descobriu-esta-maria-cafe-a-mais-de-mil-metros-de-profundidade

08/02/18

Zoologia - Algumas espécies de formigas produzem os seus próprios antibióticos, o que pode ter implicações na procura de novos medicamentos para uso humano, indica um estudo divulgado esta terça-feira.



«Há espécies de formigas que produzem os próprios antibióticos e isso pode ajudar-nos

Algumas espécies de formigas produzem os seus próprios antibióticos, o que pode ter implicações na procura de novos medicamentos para uso humano, indica um estudo divulgado esta terça-feira.

“Estas descobertas sugerem que as formigas podem no futuro ser uma fonte de novos antibióticos para ajudar a luta contra as doenças nos humanos”, disse o principal autor do estudo, Clint Penick, investigador assistente da Universidade do Estado do Arizona e ex-investigador da Universidade de Carolina do Norte.

Os investigadores lembram que as formigas, tal como os seres humanos, lidam com a doença e combatem as bactérias que causam algumas dessas doenças produzindo os seus próprios antibióticos. No entanto, segundo o estudo comparativo, 40% das espécies de formigas testadas não parece produzir antibióticos.

Adrian Smith, outro dos autores do estudo, professor assistente e investigador em ciências biológicas, da Universidade de Carolina do Norte, disse que uma das espécies examinadas, a 'formiga ladra' (Solenopsis molesta) foi a que teve “o efeito antibiótico mais poderoso de todas as espécies testadas”.

O estudo “Imunidade externa nas sociedades das formigas: a sociabilidade e o tamanho da colónia não implica investimento em antimicrobianos”, foi apresentado pela Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, e é publicado na revista “Royal Society Open Science”.

Para o estudo os investigadores testaram as propriedades antimicrobianas associadas a 20 espécies de formigas. Foi usado um solvente para remover as substâncias na superfície do corpo de cada formiga, sendo a solução resultante introduzida numa pasta bacteriana.

O crescimento das bactérias na pasta foi depois comparado com o crescimento das bactérias num grupo de controle. Havendo um crescimento menor de bactérias (comparado com o grupo de controle) tal significaria que um agente antimicrobiano estava ativo. A pasta contendo a solução da formiga ladra não mostrou crescimento bacteriano.

Os investigadores descobriram que 12 das 20 espécies de formigas testadas tinham algum tipo de agente antimicrobiano nos seus exoesqueletos. As outras oito ou não usavam antibióticos ou se usavam eram ineficazes contra a bactéria usada no estudo.

“Encontrar espécies que carregam um poderoso agente antimicrobiano é uma boa notícia para os que querem descobrir novos antibióticos que podem ajudar os seres humanos. Mas o facto de muitas espécies parecerem ter pouca ou nenhuma defesa química contra os micróbios patogénicos também é importante”, disse Adrian Smith.

Até agora pensava-se, erradamente, que a maioria, se não todas as espécies de formigas, possuía agentes antimicrobianos, mas parece que muitas espécies “encontraram formas alternativas de prevenir as infeções que não dependem de produtos químicos antimicrobianos”, afirmou Clint Penick.

Os investigadores dizem que o estudo é um primeiro passo de um trabalho sem limites. Nos testes apenas foi usado um agente bacteriano, pelo que não se sabe como é que cada espécie de formiga reage a com outras bactérias. Também é preciso determinar que substâncias produzem os efeitos antibióticos e que estratégias alternativas aos antibióticos usam algumas espécies de formigas para se defender das doenças.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/ha-especies-de-formigas-que-produzem-os-proprios-antibioticos-e-isso-pode-ajudar-nos


(A Super Organização Das Formigas Documentários em HD!)

03/01/18

Zoologia - A vaga de frio que está a atingir os EUA e o Canadá nestes últimos dias já causou a morte a vários animais, incluindo a três tubarões, no estado de Massachussets.



«Tubarões congelam devido a vaga de frio nos EUA

Os Estados Unidos estão a enfrentar uma vaga de frio extremo.

A vaga de frio que está a atingir os EUA e o Canadá nestes últimos dias já causou a morte a vários animais, incluindo a três tubarões, no estado de Massachussets.

Os animais foram encontrados e retirados de uma praia de Brewster, pela Organização não-governamental Atlantic White Shark Conservancy.

De acordo com esta ONG, tratava-se de três machos e morreram encalhados devido "ao choque pelo frio", que lhes poderá ter causado uma paragem cardiorrespiratória.» in https://sol.sapo.pt/artigo/594805

19/10/17

Zoologia - O projeto “Life Med-Wolf – Boas Práticas para a Conservação do Lobo em Regiões Mediterrânicas”, destinado a diminuir o conflito entre as atividades humanas e a presença do lobo em zonas rurais dos distritos da Guarda e Castelo Branco, está a chegar ao fim.



«Projeto para estudar e diminuir os prejuízos dos lobo-ibéricos em zonas rurais vai terminar

Projeto apoiou o uso de vedações elétricas e a utilização de cães de gado nos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Almeida, Guarda e Sabugal que resultou na redução de animais atacados por lobos.

O projeto “Life Med-Wolf – Boas Práticas para a Conservação do Lobo em Regiões Mediterrânicas”, destinado a diminuir o conflito entre as atividades humanas e a presença do lobo em zonas rurais dos distritos da Guarda e Castelo Branco, está a chegar ao fim.

Iniciada em setembro de 2012, a iniciativa coordenada em Portugal pelo Grupo Lobo, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – decorreu em simultâneo na província italiana de Grosseto – termina no final deste ano.

O objetivo das várias ações levadas a cabos nestes quatro anos e meio era minimizar os prejuízos das explorações pecuárias e sensibilizar criadores de gado, as populações e os mais jovens para a importância do lobo-ibérico, além de estudar o último dos grandes carnívoros de Portugal. Neste período foram realizados inquéritos ao público, produzidos conteúdos escolares e divulgada informação sobre este predador tão ameaçado e que é uma espécie protegida no nosso país. Contudo, o projeto atuou sobretudo na prevenção de prejuízos, apoiando o uso de vedações elétricas, a utilização de bons cães de proteção e um maneio correto do gado para reduzir o risco de ataques do lobo.

Os criadores de gado foram o público-alvo do projeto, tendo recebido 31 cães da Serra da Estrela, selecionados pelas suas aptidões para guardar o gado e apoiados pelo projeto, em termos veterinários e de alimentação, sem custos para as explorações pecuárias. Estes cães de gado entraram “ao serviço” em 16 explorações, maioritariamente de bovinos e ovinos, uma de caprinos e outra de burros, situadas nos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Almeida, Guarda e Sabugal. Segundo informação do Grupo Lobo, esta medida resultou na redução «de 60 por cento do número de animais afetados por ataques de lobos. São resultados ainda preliminares, pois muitos dos cães ainda não atingiram a maturidade», refere a associação.

Dezanove criadores receberam, também graciosamente, material para a construção de vedações à prova de lobo, tendo sido instaladas 34 vedações (27 em Almeida, 4 em Pinhel, 2 na Guarda e 1 no Sabugal), que protegeram perto de 3.000 animais (2.000 bovinos, 880 ovelhas e 26 avestruzes). «De 0,24 ataques por mês que cada uma destas explorações sofria, em média, passou-se para 0,04 – uma redução de 83,3 por cento. O número de cabeças de gado afetadas foi reduzido em 88,1por cento», adianta o Grupo Lobo.

A vertente científica foi outro dos pilares deste projeto, tendo sido implementado um programa de monitorização das populações lupinas na área de intervenção e realizadas várias reuniões técnicas de intercâmbio transnacional, bem como o IV Congresso Ibérico do Lobo, realizado em Castelo Branco. Também o contacto com os jovens mereceu destaque através de inúmeras atividades, enquanto a população da área do projeto foi alvo de duas sondagens, em 2013 e 2017. «Constatou-se que, apesar da intensificação da presença do lobo, as atitudes face a este predador conseguiram sentir uma ligeira evolução positiva», acrescentam os responsáveis em comunicado. O Ecoturismo centrado na presença tutelar deste predador também esteve na origem de cinco passeios pedestres.

«A coexistência entre o Homem e o lobo na região raiana pode ser mais harmoniosa e proveitosa. Para isso, este projeto teve como missão principal apoiar os interessados locais na resolução dos conflitos com um predador que tem um importante lugar na nossa História, na nossa Cultura e também na preservação de um equilíbrio ecológico fundamental para muitas atividades económicas», conclui o Grupo Lobo, que apresentou na semana passada um balanço do seu trabalho.

População de lobos estável em Portugal

Em novembro de 2016, o projeto “Life Med-Wolf” divulgou os primeiros dados sobre a população de lobos ibéricos em Portugal que revelavam que a população se tem mantido estável nos últimos anos e está distribuída por zonas do Norte e Centro.

A espécie existe na área do Minho, Peneda/Gerês e norte do distrito de Bragança, «em que a população tem uma boa densidade e é estável». Há também lobos na Serra da Arada (Viseu) até à zona de Trancoso (Guarda), com uma população «de baixa densidade, mas estável», enquanto no distrito de Vila Real os animais têm diminuído ao longo da última década. Já na zona da raia, entre os rios Douro e Tejo, existe outra população identificada que é «muito flutuante e dinâmica, sobretudo ao nível de novos indivíduos», adiantou na altura o presidente do Grupo Lobo, Francisco Fonseca.

A associação tem um centro de recuperação do lobo ibérico, perto de Mafra, onde os animais são tratados para serem devolvidos à natureza.

Por: Luis Martins» in http://24.sapo.pt/vida/artigos/projeto-para-estudar-e-diminuir-os-prejuizos-dos-lobo-ibericos-em-zonas-rurais-vai-terminar


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