27/12/18

Amarante Literatura - Em Novembro de 1952, Teixeira de Pascoaes começou a enfraquecer e a ter que enfrentar os sinais evidentes, do seu fim de vida...




«Em Novembro, Pascoaes estava já muito enfraquecido. A ideia da morte
torturara-o durante a vida. Impressionava-o o preto e era incapaz de ir a um enterro.
Detestava ver alguém de luto.

Lembro-me de que há já bastantes anos, em Lisboa, saiu, depois de ter lamentado a cor do vestido da Mãe, e voltou pouco depois, radiante, com um embrulho que lhe entregou.

«Aí tem. Pode andar de escuro sem andar toda de negro!»

Era uma seda azul-marinho com pintinhas brancas. Ela, comovida e feliz, dilatou o brilho do seu olhar vivíssimo. Adoravam-se.

Quando a Mãe o precedeu, há alguns meses, ele gritou: «É um mundo que se acaba!» Na noite seguinte, quis ainda vê-la, despedir-se. Hesitou muito incerto da sua coragem. Por fim, decidiu-se. E ao deparar com aquele rosto apagado ergueu os braços em repetidas exclamações de espanto. Não esperava encontrar uma tal expressão de forca e serenidade! Ficou mais calmo, mais confortado.

Ela acabara aceitando o facto com a maior simplicidade: «Já não posso viver mais!»
Agora, o filho seguiu-a polo mesmo caminho desconhecido. Mas partiu sem qualquer comentário, sem uma palavra. Com a mesma serenidade, mas maior indiferença ainda.
A sua morte fora como ele sonhara:

«Como seria bom assim morrer...
Morrer como a paisagem desfalece.»

Não temia a morte. Detestava o seu aparatoso cenário. Negros crepes em pomposa procissão isso é que o impressionava. Mas a morte, a grande libertadora, fora deusa da sua inspiração. Sempre a cantara em versos feitos da mesma eternidade:

«0 nosso corpo é estrela,
Que vai arrefecendo
E escurecendo,
Para que nele surja uma outra luz mais bela,
A Luz espiritual.
É preciso baixar à negra sepultura,
Para que a humana e pobre criatura
Alcance o eterno amor.
É preciso sofrer o último estertor,
Chorar a lágrima final…!»

Mas não chorou nenhuma lágrima, nem teve qualquer estertor. Apagou-se. O
seu corpo adormeceu profundamente criando silêncio, sombra e vazio, enquanto o
seu espírito, em aceso clarão, desvenda novos mistérios.

Ao adoecer teve logo a antevisão da morte. Desânimo e desapego era o que nos
mostrava o seu rosto macerado, os gestos lassos. Trabalhava ainda, à pressa, como quem tem medo de não chegar ao fim!

No queria tratar-se. Não confiava na medicina e temia o diagnóstico. Ao doutor Mendonça Monteiro, que insistia em lhe trazer um médico, respondeu: «Não me
fale nisso. A morte leva-nos, mas não diz quando. O médico marca logo o dia e
põe-nos de oratório. Os médicos falam sempre em coisas tenebrosas.» Era o dia dos
Mortos - 2 de Novembro -, dia do seu aniversário.

Foi perdendo as forças. Não saía do quarto. Levantava-se apenas para escrever os
pensamentos que lhe roubavam o sono:

«Vozes da noite, falai... falai...
Que não pode dormir quem vos conhece.»

Durante quinze dias no conseguiu adormecer. Revia os seus inéditos. Corrigia
o «Bailado» e o «S. Paulo» para nova edição.

Atribuía o seu mal a mau funcionamento do aparelho digestivo: estava, há tempos, só a caldos. Enfraquecia cada vez mais.

O médico chegou, por fim, disfarçadamente, como quem vem cumprimentar. O
doente compreendeu e aceitou.

Entremeando o exame clínico com uma curiosa troca de impressões literárias, o
doutor Fernando Magano venceu. Mas o doente reagiu violentamente quando o médico falou na necessidade de passar uns dias no Porto e fazer análises: «Não saio daqui. Só quando isso corresponder a um íntimo desejo. Por enquanto não.»

Quando o doutor Magano saiu ele comentou: «É um homem superior, e tem uma coisa simpática! Não fixa os olhos no doente. Repara em tudo, até nas paredes.» O médico olhara atentamente a estranha decoração do quarto: pequeninos quadros de maravilhosas tonalidades, pintados pelo Poeta, velhas facturas, santos de madeira, flores emurchecidas e tesouras de poda, guarneciam as paredes.

Durante oito dias o doente sentiu-se um pouco mais animado. O tónico receitado dava-lhe algumas forças. Mas a febre agitava-o. Custava-lhe erguer-se sozinho.

Queria que sua irmã Miquelina o ajudasse: «As mulheres têm uma espantosa leveza de mãos!» in Fotobiografia "Na Sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos

Amarante Fregim - Vista de Chãos, a parte norte a nordeste de Fregim, a partir da Rua da Capela.


(A vista de Chãos, a partir da Rua da Capela)



Geologia - Amásia é o nome dado ao embate e subsequente ligação do continente americano com o asiático, previstos para daqui a 100 milhões de anos.



«E o nosso futuro dá pelo nome de Amásia

Amásia é o nome dado ao embate e subsequente ligação do continente americano com o asiático, previstos para daqui a 100 milhões de anos. 

Mas, ao contrário do que se poderá pensar, não será a primeira vez que tal acontece. 

As massas terrestres estão em constante movimento, juntando-se e separando-se a velocidades reduzidas. 

A mais recente convergência, Pangeia, aconteceu há 300 milhões de anos; Rodínia há 1.100 milhões; e Nuna há 1.800 milhões. 

O geólogo Ross Mitchell, que usou dados paleomagnéticos recolhidos de rochas antigas, prevê o fecho do Árctico e o deslizamento do supercontinente para norte, ocupando o seu lugar. 

Na verdade, ninguém sabe para onde irá a superfície terrestre quando se fragmentar. “É como um acordeão”, diz Ross.» in https://nationalgeographic.sapo.pt/ciencia/actualidade/1238-e-o-nosso-futuro-da-pelo-nome-de-amasia


(Amasia: What Earth will look like in 250 million years)

Mundo - Um norte-americano terminou a primeira travessia da Antártida a solo e sem assistência, depois de percorrer quase 1.600 quilómetros ao longo de 54 dias.



«Norte-americano atravessa a Antártida sozinho e sem assistência pela primeira vez

Um norte-americano terminou a primeira travessia da Antártida a solo e sem assistência, depois de percorrer quase 1.600 quilómetros ao longo de 54 dias.

Colin O’Brady, um ex-atleta profissional de 33 anos, foi seguido por GPS e os detalhes da sua aventura foram publicados diariamente no seu site colinobrady.com.

Equipado com skis de fundo, Colin O’Brady puxou uma espécie de trenó com todas as suas provisões e equipamentos, que pesavam cerca de 180 quilos.

Em 1996-1997, o explorador norueguês Borge Ousland foi o primeiro a cruzar o continente branco a solo, mas foi ajudado durante a sua viagem, tal como outros aventureiros que receberam ajuda ao longo do percurso.

O tenente-coronel britânico Henry Worsley morreu em 2016 a tentar atravessar a Antártica sozinho e sem assistência.

No dia 3 de novembro, Colin O’Brady e Louis Rudd, um soldado britânico de 49 anos, partiram para tentar efetuar a viagem. Saíram juntos do acampamento em Union Glacier, mas depois caminharam separadamente.

O inglês esteve um tempo na liderança, mas acabou por ser o norte-americano a chegar em primeiro ao final, com Louis Rudd a entre um e dois dias de distância.

Colin O’Brady decidiu, durante o café da manhã de Natal, efetuar os últimos 125 quilómetros da aventura de uma só vez.

Trinta e duas horas depois, sem dormir, chegou ao seu destino, a barreira de Ross, no Oceano Pacífico.

Este não é o primeiro recorde de Colin O ‘Brady. Em 2016 escalou os picos mais altos dos sete continentes, incluindo o Everest, em 132 dias, fazendo dele o mais rápido a escalar os sete picos.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/norte-americano-atravessa-a-antartida-sozinho-e-sem-assistencia-pela-primeira-vez


(QUEM VIVE NO EXTREMO FRIO DA ANTÁRTIDA??)

26/12/18

França - Courchevel é uma estação de esqui situada no departamento da Saboia, nos Alpes franceses, e parte de Les Trois Vallées, a maior área esquiável interligada do mundo.


(Estação de esqui de Courchevel)


(Courchevel)

Política de Saúde - Cientistas do Centro Champalimaud concluíram, numa experiência com moscas da fruta, que a morte de neurónios (células cerebrais) na doença de Alzheimer é benéfica - ao contrário do que se pensava - uma vez que elimina dos circuitos cerebrais neurónios disfuncionais.



«Estudo com moscas da fruta revela que morte de células cerebrais na doença de Alzheimer é benéfica

Cientistas do Centro Champalimaud concluíram, numa experiência com moscas da fruta, que a morte de neurónios (células cerebrais) na doença de Alzheimer é benéfica - ao contrário do que se pensava - uma vez que elimina dos circuitos cerebrais neurónios disfuncionais.

O estudo, cujas conclusões terão de ser validadas em pessoas com a doença de Alzheimer, foi publicado esta quarta-feira na revista científica Cell Reports.

Na experiência, as moscas-da-fruta foram geneticamente modificadas para reproduzir os sintomas da doença de Alzheimer humana - neste caso, expressarem no seu cérebro a proteína beta-amilóide que forma placas no cérebro dos doentes.

Segundo uma das investigadoras, Christa Rhiner, citada em comunicado da Fundação Champalimaud, a moscas transgénicas apresentavam "perda de memória de longo prazo, um envelhecimento acelerado do cérebro e problemas de coordenação motora, que pioravam com a idade".

Quando uma outra cientista, Dina Coelho, primeira autora do estudo, bloqueou a morte de neurónios no cérebro das moscas, estas "desenvolveram problemas de memória e coordenação motora ainda piores, morreram mais cedo e o seu cérebro deteriorou-se mais depressa".

Em contrapartida, quando acelerou a morte dos neurónios, em que os mais aptos desencadeavam o 'suicídio' dos menos aptos, isto é, mais disfuncionais, as moscas que expressavam a proteína beta-amiloide associada à doença de Alzheimer recuperaram.

"As moscas comportavam-se quase como moscas normais no que diz respeito à formação de memórias, ao comportamento locomotor e à aprendizagem", sustenta Christa Rhiner no mesmo comunicado, que salienta que a recuperação ocorreu quando os insetos já estavam muito afetados pela doença de Alzheimer.

O estudo sugere que a morte de neurónios "é benéfica porque remove dos circuitos cerebrais os neurónios afetados por agregados tóxicos de beta-amiloide, e que manter esses neurónios disfuncionais é pior do que perdê-los", defende o investigador Eduardo Moreno, que também participou na investigação.

Para os autores do estudo, os resultados poderão ter implicações no tratamento da doença de Alzheimer, uma vez que, de acordo com Eduardo Moreno, "algumas substâncias experimentais" que bloqueiam substâncias inibidoras da morte celular, acelerando a morte de neurónios, "existem e estão a ser testadas".

O comunicado da Fundação Champalimaud lembra que a tese que tem prevalecido sobre a doença de Alzheimer é que a morte de neurónios "é responsável pelo caos cognitivo" gerado pela doença, e não, como aponta o novo estudo, "um mecanismo protetor", que "tenta proteger o cérebro da acumulação de neurónios disfuncionais".» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/estudo-com-moscas-da-fruta-revela-que-morte-de-celulas-cerebrais-na-doenca-de-alzheimer-e-benefica

F.C. do Porto História - Pouco mais de meio ano depois da histórica final de Viena, o FC Porto entra em campo no Estádio Nacional de Tóquio para tentar novo feito: era chegada a altura de disputar a Taça Intercontinental e decidir quem seria o campeão do mundo naquele ano.



«MEMÓRIAS FOTOGRÁFICAS DE TÓQUIO 87
24 DE DEZEMBRO DE 2018 16:30

Masahide Tomikoshi captou como poucos o espírito de um jogo inesquecível.

13 de dezembro de 1987. Pouco mais de meio ano depois da histórica final de Viena, o FC Porto entra em campo no Estádio Nacional de Tóquio para tentar novo feito: era chegada a altura de disputar a Taça Intercontinental e decidir quem seria o campeão do mundo naquele ano. O adversário era o histórico uruguaio Peñarol. O cenário...inesquecível.

Um enorme nevão abateu-se sobre a capital japonesa e colocou em sérios riscos a realização da partida. O Peñarol, por exemplo, fez o possível para que não houvesse jogo e o FC Porto, através do Presidente Pinto da Costa, reagiu convictamente: se os uruguaios não queriam jogar, o FC Porto fazia questão que a bola rolasse mesmo.

E rolou. Pouco, porque as condições do terreno, claro está, não eram as melhores. Mas o jogo fez-se e o FC Porto, para mostrar determinação, entrou em campo de manga curta. O futebol teve de ser muito mais prático do que bonito. De qualquer forma, o resultado final foi aquele que todos sabem: 2-1, com golos de Gomes e Madjer, e, pela primeira vez, campeões do mundo.

Algures junto ao relvado nesse dia que ainda recentemente foi recordado por Fernando Gomes e Lima Pereira, os homens que levantaram as Taças, estava Masahide Tomikoshi. Um fotógrafo japonês que 30 anos depois colocou nas suas redes sociais fotos que mostram, como poucas, a magia inesquecível daquele jogo.

“Era um dia de muita neve em Tóquio. Nunca na minha vida tinha visto coisa assim, nunca tinha coberto um jogo de futebol com um tempo daqueles, com neve a cair incessantemente”, conta Tomikoshi ao Portal Oficial do FC Porto.

Admitindo conhecer pouco da equipa do FC Porto, ficou, contudo, conquistado. “Não conhecia nada, tenho de ser sincero, mas admirei a forma como se apresentaram. Jogaram um futebol muito bom e, sobretudo, inteligente naquelas condições”, recordou.

Durante o jogo, Masahide Tomikoshi praticamente não se moveu. “Não me conseguia mexer. Fiquei ali a tirar fotos o jogo todo. O FC Porto adaptou-se melhor à neve, mudaram o seu estilo de jogo e parecia que vinham de um país nórdico, habituados à neve”, continuou.

Tomikoshi cobriu várias finais da Taça Intercontinental no Japão, além do Mundial 2002. Não esteve em Yokohama, em 2004, para ver o FC Porto sagrar-se campeão do mundo pela segunda vez, mas não esqueceu o clube e aquela final.

Das fotos que tirou, tem uma preferida: “A do guarda-redes a agarrar a bola praticamente deitado na neve”. Não se recorda no nome, mas referia-se a Mlynarczkyk, o polaco guardião das redes portistas nas primeiras conquistas internacionais.

A galeria disponibilizada por Masahide Tomikoshi ao FC Porto tem imagens incríveis. Recorde um jogo inesquecível pela lente do japonês que não mais esqueceu o clube do dragão.» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20181224-pt-memorias-fotograficas-de-toquio-87


(F.C Porto - Taça Intercontinental 1987 - Tóquio)

F.C. do Porto História - Até à década de 50, não só o futebol não parava como havia jogo em dia de Natal.



«QUANDO O NATAL ERA SINÓNIMO DE JOGO DO FC PORTO
25 DE DEZEMBRO DE 2018 16:30

Até à década de 50, não só o futebol não parava como havia jogo em dia de Natal.

Era uma espécie de Boxing Day à moda do FC Porto. Durante as primeiras décadas de vida do clube era frequente que o Natal não só não significasse uma pausa no futebol como acabasse por constituir uma ocasião excelente para a bola voltar a rolar.

Nos anos 30, então, houve jogos praticamente todos os anos. Chamava-se mesmo “Jogo de Natal” ou “Jogo de Boas Festas” e trazia ao Porto equipas de nomeada, algumas formadas de propósito para a ocasião.

Os eternos rivais Sporting e Benfica, por exemplo, passaram pelo “Jogo de Natal”. As relações eram outras. A revista Stadium de 28 de dezembro de 1932, por exemplo, cita uma passagem curiosa na crónica do jogo em que o FC Porto venceu o Benfica por 4-2: “Vítor Silva, capitão da equipe lisboeta, transporta um lindo ramo de flores, oferecendo-o a Waldemar – o capitão dos campeões.”

Antes disso, ainda, há registo de um FC Porto-Sporting, com vitória por 4-1 em 1929, no dia de Natal. No mesmo dia do ano seguinte, o adversário foi o Salgueiros, o resultado pouco importa e fica para a história uma estreia no FC Porto: Artur de Sousa, que para o futebol ficaria conhecido por Pinga.

Em 1933, o convidado especial veio do estrangeiro. Jogadores do Honved, MTK e Ujpest Doszda formaram uma seleção de Budapeste. Na altura, recorde-se, a Hungria era uma das principais potências da Europa do futebol. O FC Porto venceu por incríveis 7-4 e, segundo a revista Stadium “fez a melhor exibição do ano”. No ano seguinte vem o Ujpest, sozinho, e o FC Porto vence outra vez, por 2-1. Joseph Szabo, o treinador do FC Porto, não revela problemas em reconhecer a desilusão pela réplica do rival e o presidente da Federação Húngara, presente no Ameal, diz-se mesmo “horrorizado”.

Se os jogos na cidade do Porto já eram frequentes, em 1936 há uma inovação: o FC Porto joga, mas fora. Retribuindo a visita do Benfica algum tempo antes, joga no terreno do rival. O resultado é um 3-3.

No ano seguinte não há “Jogo de Natal” porque há...jogo para o campeonato no Natal. O FC Porto goleia o Académico por 10-0, no dia 25 de dezembro de 1937. Era a última jornada no Campeonato Regional e o resultado, diz a revista Stadium, ajusta-se perfeitamente.

“A vitória do FC Porto foi justa e devemos salientar que no resultado de 10-0 não há ‘goals’ a mais...Foram todos gerados com técnica apreciável e, os dez tentos, levaram todos aquela marca – sem defesa possível”, lê-se.

E o que dizer do ano seguinte? Em 1938 FC Porto e Benfica empatam 4-4 e o resultado até a menor das histórias em torno do jogo. O desempate é que dá que falar e origina até versões contraditórias: o Diário de Lisboa escreve que o FC Porto vence o troféu em disputa por ter sofrido um menor número de cantos; a Stadium garante que o Benfica não apareceu para o prolongamento por ter receio de perder o comboio de regresso...

Dos jogos da quadra natalícia, há ainda a registar um empate com o Boavista para o Campeonato Regional de 1939; uma goleada de 6-2 ao Carcavelinhos; outra de 11-0 ao Atlético a contar para o Campeonato da I Divisão, além de muitas outras passagens de um futebol diferente mas indissociável da história do Futebol Clube do Porto» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20181225-pt-quando-o-natal-era-sinonimo-de-jogo-do-fc-porto

25/12/18

Amarante Fregim - Natal na Mosteira, Fregim, Amarante, num belo dia de Sol!


(Amarante, Fregim, Natal na Mosteira)


F.C. do Porto Natação - O FC Porto conquistou um total de 29 medalhas no Campeonato Nacional Juniores/Seniores de Piscina Curta, que decorreu no passado fim de semana na Piscina Municipal de Felgueiras.



«NATAÇÃO: 29 MEDALHAS NO CAMPEONATO NACIONAL JUNIORES/SENIORES DE PISCINA CURTA
24 DE DEZEMBRO DE 2018 12:46

Nadadores portistas estiveram em destaque na Piscina Municipal de Felgueiras.

O FC Porto conquistou um total de 29 medalhas no Campeonato Nacional Juniores/Seniores de Piscina Curta, que decorreu no passado fim de semana na Piscina Municipal de Felgueiras. Os Dragões somaram 11 ouros, cinco pratas e 13 bronzes na competição.

Na sexta-feira, a equipa sénior feminina, formada por Catarina Ferreira, Maria Francisca Cabral, Ana Rita Faria e Rosa Oliveira, venceu nos 4x50m livres (1:46.90). As juniores Catarina Soares, Mariana Barbosa, Maria Leonor Amorim e Ana Rita Ramos também venceram nos 4x50m livres (1:49.92), tal como o júnior Pedro Santos venceu nos 800m livres (8:10.21), novo recorde do FC Porto. Catarina Soares (28.21) e João Sousa (25.20) venceram nos 50m mariposa.

No sábado, o destaque vai para o recorde nacional nos 4x200m livres estabelecido por Ana Rita Ramos, Catarina Soares, Maria Leonor Amorim e Mariana Barbosa, com o tempo de 8:24.59. Pedro Santos venceu nos 400m livres (3:56.20), João Sousa nos 100m mariposa (56.36) e Mariana Barbosa nos 100m mariposa (1:03.29). No domingo, Ana Rita Ramos, Mariana Barbosa, Maria Leonor Amorim e Catarina Soares estabeleceram um novo recorde nacional nos 4x100m livres, com o tempo de 3:54.55. Alexandro Amorim triunfou nos 50m bruços (28.04).» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20181224-pt-natacao-29-medalhas-no-campeonato-nacional-juniores-seniores-de-piscina-curta

F.C. do Porto - Festas Felizes Dragões!


(Festas Felizes Dragões)

F.C. do Porto Atletas Internacionais - O guarda-redes Iker Casillas e o defesa Éder Militão foram distinguidos antes da partida frente ao Rio Ave, da 14.ª jornada da Liga, com os prémios de melhor guarda-redes e melhor defesa da Liga nos meses de outubro e novembro.



«IKER CASILLAS E ÉDER MILITÃO DISTINGUIDOS
23 DE DEZEMBRO DE 2018 15:23

O guarda-redes espanhol e o central brasileiro receberam os prémios de melhor guarda-redes e de melhor defesa da Liga, respetivamente, referente aos meses de outubro e novembro.

O guarda-redes Iker Casillas e o defesa Éder Militão foram distinguidos antes da partida frente ao Rio Ave, da 14.ª jornada da Liga, com os prémios de melhor guarda-redes e melhor defesa da Liga nos meses de outubro e novembro.

Os prémios foram entregues no relvado do Estádio do Dragão por Sónia Carneiro, diretora executiva da Liga Portugal, que esteve no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, durante a semana, para entregar o prémio de melhor treinador da Liga de outubro e novembro a Sérgio Conceição.» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20181223-pt-iker-casillas-e-eder-militao-distinguidos

24/12/18

Amarante Literatura - Talvez se deva dizer que a História do amor de Mãe e Filho, se baseiem na vida do "Menino Jesus"!



«Conto de Natal

O Jorge era um jovem adolescente, magro e pálido, que andava sempre num vaivém pelas tuas da cidade. De alguma forma, quase todos o conheciam, era impossível não se ter dado conta daquela figura esguia e apressada que andava sempre em grande azafama. Este jovem, não ia à escola desde o segundo ano de escolaridade, por isso a sua vida passava pelas ruas da cidade, onde pedia esmola às pessoas que passavam e fazia recados ao senhor do talho, às confeitarias e padarias, cafés e quando tinha dinheiro comprava balões para vender pelas ruas.

Seu pai era um toxicodependente e alcoólico, raramente estava em casa e, quando estava, era apenas para exigir dinheiro à Maria, sua mulher, e ao Jorge. Assim, este jovem sabia que se não tivesse coletado, pelo menos trinta euros por dia, ele e a sua mãe, levariam com um chorrilho de insultos e seriam brutalmente agredidos.

A sua mãe, a Maria, como era conhecida pela vizinhança era uma mulher de trinta e muitos anos, mas que estava precocemente envelhecida, pelo vício do álcool e pela doença terrível que o marido lhe passou, a SIDA. Já há muito tempo que não trabalhava, pois mal tinha forças para se levantar da cama. Alguns vizinhos tentaram ajudá-la, mas foram sempre impedidos pelas ameças violentas do marido, José, um homem brutalmente violento.

Deste modo, o dia a dia do Jorge passava por uma luta diária de conseguir trinta euros para o seu tumultuoso pai matar os seus vícios e alimentação da mãe e dele. A sua era o que menos o incomodava, comia muitas vezes pães sem nada e bebia um qualquer refrigerante. Mas, para a sua mãe, tinha que arranjar uma refeição quente diária, num dos muitos restaurantes, em que procurava algo de saboroso para combater a falta de apetite que a doença provocava na sua progenitora.

Quando o Jorge pedia esmola, dizia sempre que era para matar a fome da sua mãe doente. Nunca para ele ou para o seu pai. Era a sua mãe, o centro das suas preocupações. Não raras vezes, entrava nas igrejas da cidade e começava a rezar. Rezar como quem diz, pois era mais uma conversa direta com Deus, sem ladainhas, aliás como deveria ser sempre, digo eu. Questionava o grande Deus porque é que a vida da sua mãe tinha que ser assim. Porque é que Deus quis que a mãe tivesse que sofrer tanto. Numa dessas ocasiões uma senhora ouviu algumas dessas perguntas do Jorge e referiu o exemplo de Maria mãe de Cristo e o seu sofrimento para o confortar. Mas ele não se convenceu, e dizia, pelas ruas afora, eu não sou Cristo, a minha mãe é a Maria, mas não é a mãe de Jesus… porque me calhou amim, porque é que a minha mãe sofre tanto.

Estávamos próximos do Natal, a mãe quase inconsciente, sem remédios, a viverem numa barraca sem as minimas condições, até que uma pneumonia tomou conta dos últimos dias de vida daquela pobre de Deus. Inúmeras vezes, o Jorge passara noites a dormir nas cadeiras de espera das urgências dos hospitais da cidade, sempre que sua mãe para lá ia e ficava internada.

Jorge pressentia o fim de sua mãe, a sua debilidade era já mais do que evidente. Decidiu assim passar a última noite de Natal com a mãe. O pai veio como sempre à procura dos seus trinta euros e deixou-os sozinhos na noite de Natal. Jorge foi comprar uma ceia de Natal para os dois a um restaurante e para isso gastou todo o dinheiro que tinha amealhado, neste e nos dias anteriores. Poderia ir ao encontro dos “Voluntários da Boa Vontade”, que distribuem refeições quentes pela noite aos sem-abrigo, mas não. Sabia que o fim de sua mãe estava próximo e o Jorge de catorze anos, aprendeu a ser realista com a dureza da sua vida.

Passou a noite a dar a comida à sua mãe, com uma colher e muita delicadeza. Também lhe comprou doces de Natal e fizeram assim uma grande ceia, com vinho, champanhe, bolo-rei e tudo o mais. Quando acabaram a refeição, sentiu um sorriso nos lábios de sua mãe que por muito pouco expressivo que fosse ele entendeu. Depois, foi o suspiro final e Jorge ficou toda a noite agarrado ao corpo de sua mãe que, as poucos arrefecia e ele tentava acalentar com os seus carinhos e abraços.

Passaram anos e Jorge era agora um sem-abrigo daquela cidade, conhecido como o Cristo. Irónico, porque Cristo nasceu na noite de Natal e Jorge, acompanhou a sua mãe na sua lenta agonia da morte numa noite de Natal, mas era assim, tratava dela todos os dias, desde que se conhecia. Aos poucos e poucos foi ficando louco, pois as suas questões filosóficas, não tinham respostas claras e objetivas. Sempre que se questionava sobre a sua sorte e a da sua mãe, só era reconfortado pela alcunha que carinhosamente lhe atribuíram: o Cristo!

Jorge, agora já um homem com trinta e três anos de idade, marcado por uma vida de rua, de má alimentação, de poucos cuidados com a sua saúde e consigo próprio, de que nunca mais se conseguiu libertar desde a morte da sua progenitora. Apareceu morto por debaixo de uma ponte onde adormeceu alcoolizado, aos poucos refugiou-se também nas adições dos pais, num domingo de Páscoa, o Cristo daquela cidade. Morreu de saudade, de tristeza e de solidão.

Este deveria ser um conto feliz, mas o Natal é uma História grande e simples, triste sempre na perspetiva terrena, sublime na dimensão espiritual. Todos nós conhecemos mães e filhos que se reveem nesta ligação umbilical. Talvez seja esse o verdadeiro Espírito de Natal!»


"Poema de Natal

Jorge andava pelas ruas da cidade
Alguns reconheciam aquela figura pálida
Magro demais para a sua idade
E naquela tarde, quase noite, chuvosa e gélida
Toda a gente nas compras de Natal
Nos santuários da luz e da euforia da cor
Ninguém se apercebeu daquela hora fatal
Numa estória que só podia ser de amor
A mãe do Cristo morreu e ele também
Começou a apagar-se naquela tarde
Na noite da estrela que guiou reis a Belém
Jorge não suportou tamanha verdade
De viver para amar, cuidar e sofrer
Como o Jesus de Nazaré daquela cidade…"

Helder Barros, 22 de dezembro de 2018



Xico Buarque - "Minha História"


Ney Matogrosso - "Minha história"


"Minha História
Chico Buarque

Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente

(laiá, laiá, laiá, laiá)

Ele assim como veio partiu não se sabe prá onde
E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
Esperando, parada, pregada na pedra do porto
Com seu único velho vestido, cada dia mais curto

(laiá, laiá, laiá, laiá)

Quando enfim eu nasci, minha mãe embrulhou-me num manto
Me vestiu como se eu fosse assim uma espécie de santo
Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher
Me ninava cantando cantigas de cabaré

(laiá, laiá, laiá, laiá)

Minha mãe não tardou alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia ou se por amor
Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor

(laiá, laiá, laiá, laiá)

Minha história e esse nome que ainda hoje carrego comigo
Quando vou de bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus

(laiá, laiá)

Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus


(laiá, laiá, laiá, laiá)"

F.C. do Porto Pinto da Costa - A Liga Portuguesa de Futebol Profissional, representada pelo presidente Pedro Proença, entregou neste domingo duas recordações a Jorge Nuno Pinto da Costa.



«LIGA ENTREGOU DUAS RECORDAÇÕES A PINTO DA COSTA
23 DE DEZEMBRO DE 2018 16:43

Pedro Proença, presidente do organismo, esteve no Estádio do Dragão.

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional, representada pelo presidente Pedro Proença, entregou neste domingo duas recordações a Jorge Nuno Pinto da Costa.

O presidente do FC Porto recebeu uma peça alusiva ao 125.º aniversário do clube, durante o jogo que simbolicamente encerra o ano de 2018 no Estádio do Dragão.

A Liga, no âmbito do seu 40.º aniversário, distinguiu ainda todos os antigos presidentes do organismo, onde se inclui Jorge Nuno Pinto da Costa.» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20181223-pt-liga-entregou-duas-recordacoes-a-pinto-da-costa
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