«MELHOR DO QUE FOGO DE ARTIFÍCIO. AURORAS BOREAIS PINTAM CÉU NORUEGUÊS NO PRIMEIRO DIA DO ANO
Apreciar o espetáculo natural da aurora boreal faz parte da lista de sonho de muitos viajantes. E se fosse possível fazê-lo no primeiro dia do ano?
Aconteceu neste dia 1 de janeiro num acampamento Sami (povo indígena da Noruega), nos arredores da aldeia de Breivikeidet, perto da cidade de Tromso, conhecida por ser um dos sítios procurados nesta época do ano para quem quer tentar ver as auroras boreais.
Observar o fenómeno das luzes do norte que acontece com o impacto das partículas de vento solar ao entrarem na atmosfera da Terra nos céus das regiões próximas do Círculo Polar Ártico é algo que só acontece com uma conjugação de fatores. Neste dia 1 de janeiro de 2024 aconteceu e ficou registado na galeria de fotos que podem ver abaixo.
As auroras boreais são visíveis em latitudes polares, habitualmente entre os paralelos de latitude 66N e 69N acima Círculo Polar Ártico. Podem encontrar-se luzes do norte em países como a Finlândia, Suécia, Noruega, Islândia, Gronelândia, Canadá e EUA (no Alasca).
Se as auroras tiverem intensidade suficiente, podem ser visíveis abaixo dessa latitude, em locais como as Ilhas Faroé, Dinamarca ou Escócia. Mas não é muito habitual que isso aconteça.
«Domingos Monteiro, talvez com dezoito anos, foi a Pascoaes para conhecer o Poeta... Chegou e, vendo um homem a podar as laranjeiras, perguntou-lhe: «Sabe se Teixeira de Pascoaes está em casa?» O homem respondeu: «Está, sim, senhor.» Domingos Monteiro perguntou ainda: «E acha que ele me recebe?» Então o Poeta desceu da sua escada de podador e, abrindo os braços, disse: «recebe-o, com certeza.» Domingos Monteiro ficou pasmado e radiante. Tornaram-se amigos. E Pascoaes prefaciou o seu primeiro livro de versos.» in Fotobiografia de Maria José Teixeira de Vasconcelos.
«Domingos Monteiro
Ainda durante o ensino liceal em Trás-os-Montes, publicou alguns poemas em O Dilúculo, um jornal local de jovens que se publicou entre 1 de dezembro de 1918 e o primeiro trimestre de 1921, dirigido por Joaquim Rodrigues Grande. Com apenas dezasseis anos estreou-se nas letras com a edição do seu primeiro livro de versos, Orações do Crepúsculo. Este livro foi elogiosamente prefaciado por Teixeira de Pascoaes. a quem dedica o segundo livro, também de versos, Nau Errante, de 1921. Três décadas mais tarde voltaria a publicar poesia, com Evasão, de 1953, e, em 1978 publicaria o seu último livro de versos, Sonetos.» in https://pt.wikipedia.org/wiki/Domingos_Monteiro
«A história do menino “possuído pelo demónio” que inspirou O Exorcista
Um exorcismo em 1949 terá inspirado o famoso livro que foi depois adaptado ao cinema e se tornou um dos filmes de terror mais famosos.
“No que talvez seja uma das experiências mais extraordinárias desse tipo na história religiosa recente, um rapaz de 14 anos de Mount Rainier (um subúrbio a cerca de 15 quilômetros de Washington, D.C., capital dos Estados Unidos) foi libertado por um padre católico após ser possuído pelo diabo“, noticiou o jornal americano Washington Post em 20 de agosto de 1949.
Citando “fontes católicas”, o diário disse que, para libertar o jovem da possessão demoníaca, foram realizados “entre 20 e 30 exorcismos“, durante os quais ele “entrou em gritaria, vociferando grosserias e frases em latim — uma língua que nunca tinha estudado — todas as vezes que o padre chegava ao ápice do ritual”.
Algum tempo depois, não muito longe do lugar onde tudo isso tinha acontecido, um jovem chamado William Peter Blatty ouviu a história pela primeira vez enquanto estudava na Universidade de Georgetown, em Washington, D.C.
Em 1971, quando Blatty já trabalhava como escritor e roteirista, com alguns sucessos, como A Pantera Cor-de-Rosa, publicou o seu romance O Exorcista, no qual se basearia o filme de mesmo nome que redefiniu o género do terror, criando uma das histórias mais emblemáticas do cinema moderno.
Surpreendentemente, apesar do imenso sucesso do romance e do filme, lançados há 50 anos, e do impacto que tiveram na cultura popular da época, a verdadeira identidade e história do jovem que inspirou a obra de ficção permaneceram desconhecidas.
Arranhões e cadeiras que se movem
Reportagens publicadas pela imprensa em 1949 diziam que o jovem de 14 anos, identificado como Roland Doe (um apelido genérico usado nos EUA para manter o anonimato das pessoas), começou a ouvir sons estranhos vindos das paredes do seu quarto, poucos dias após a morte de um parente próximo.
“Tia Tillie”, segundo documentos da Universidade Católica de St. Louis, no Estado americano do Missouri, “era muito próxima do menino. Alguns relatos afirmam que foi ela quem o apresentou ao tabuleiro Ouija, um jogo concebido no século XIX, quando o espiritismo se tornou um fenómeno religioso”.
Segundo a imprensa da época, a família acreditava que as tentativas do menino de entrar em contacto com a tia através do tabuleiro Ouija tinham sido o gatilho para os fenómenos paranormais que estavam testemunhando: afirmaram ter visto cadeiras a mover-se sozinhas e marcas profundas surgiram no chão, como se alguém tivesse arrastando móveis pesados, sem explicação.
Ao perceber que nenhum médico, psicólogo ou psiquiatra ofereceria respostas satisfatórias sobre o que estava a acontecer, a mãe do jovem recorreu ao pastor luterano Luther Miles Schulze. Ele recomendou que ela visitasse a comunidade católica em Washington, dada a experiência da Igreja Católica com casos de possessão pelo demónio.
“Um excelente dia para um exorcismo”
A busca levou os parentes do jovem até a cidade de St. Louis, Missouri, onde entraram em contato com a comunidade jesuíta da universidade.
O padre Raymond Bishop interessou-se pela história do jovem e levou-a às autoridades da instituição, que o autorizaram a fazer uma visita para ver em primeira mão o que se passava.
Bishop começou a manter um diário das suas visitas, que mais tarde foi deixado a cargo da universidade. Segundo o sacerdote, a cama de Roland estava tremendo quando a viu pela primeira vez, mas parou quando ele a abençoou e fez o sinal da cruz com água benta.
Isso fez com que procurasse a ajuda do padre da igreja da universidade, o experiente William H. Bowdern.
“Bowdern, um veterano da Segunda Guerra Mundial, de 52 anos, com vasta experiência docente e pastoral, visitou Ronald dois dias depois. Durante a visita, Roland sofreu dois grandes arranhões em forma de cruz, enquanto objetos como água benta voavam pelas salas”, diz uma compilação dos eventos feita pela Universidade de St. Louis.
Segundo a universidade, Bishop e Bowdern fizeram um pedido ao arcebispo de St. Louis para realizar um exorcismo, que foi aprovado pela autoridade eclesiástica.
São Miguel x Satanás
Os diários do bispo relatam detalhes dos quase dois meses de rituais realizados pelos padres entre março e abril de 1949.
“As orações de exorcismo continuaram e R (Roland) sacudia-se violentamente, lutando com a sua almofada e roupas de cama. Os braços, pernas e cabeça de R tiveram que ser controlados por três homens. As contorções revelaram força física além do poder natural.”
“R cuspia no rosto dos que o seguravam e oravam. Ele cuspiu em imagens religiosas e nas mãos de padres. Ele estremecia quando lhe atiraram água benta. Ele lutou e gritou com uma voz diabólica e aguda.”
Bishop também conta que no dia de Páscoa, após ter sido transferido para o hospital universitário, Ronald acordou alterado, enquanto Bowdern seguia com o ritual de exorcismo. No seu diário, ele relata uma conversa entre Bowdern e Roland que é marcante.
Bowdern, em determinado momento do ritual, exigiu que o demónio se identificasse e deixasse o corpo do menino, ao que Roland, com uma voz distorcida, teria respondido: “Ele (Roland) só tem que dizer mais uma palavra, mais uma pequena palavra, quero dizer uma palavra GRANDE. Ele nunca vai dizer isso. Estou sempre nele. Posso não ter sempre muito poder, mas estou sempre nele. Ele nunca vai dizer essa palavra.”
Bishop diz que depois disso, alguns minutos antes da meia-noite, eles ouviram uma voz diferente saindo de Roland, a dizer: “Satanás! Satanás! Eu sou São Miguel e ordeno a Satanás e aos outros espíritos malignos, que deixem o corpo em nome de Dominus, imediatamente. Já! Já! AGORA!”
Quando Roland acordou, disse aos sacerdotes que o arcanjo São Miguel tinha travado uma grande batalha para salvá-lo e tinha vencido: “Ele foi-se“.
Quem foi Roland Doe?
As autoridades da igreja de St. Louis encerraram o caso sem fazer declarações públicas para proteger a identidade de Roland.
No entanto, em agosto de 1949, o pastor luterano da família falou com o Washington Post, que então publicou a história que acabaria por chegar aos ouvidos de William Peter Blatty.
Mas, apesar de o caso ter chamado atenção quando foi publicado, e do enorme sucesso do livro e do filme inspirado nele, Roland conseguiu permanecer anónimo.
Ao longo dos anos, diferentes autores que investigaram o acontecido identificaram Ronald como um homem nascido em 1935 no estado de Maryland, que trabalhou como engenheiro aeroespacial para a Nasa, a agência espacial americana.
Em 2021, vários meios de comunicação nos EUA afirmaram que o homem tinha morrido em 2020, pouco antes de completar 86 anos.
Embora tenha havido muita especulação sobre os eventos ocorridos naqueles dois meses de 1949, as vozes de dois dos seus protagonistas podem lançar alguma luz sobre o mistério.
Em seu livro de 1974 The Devil, Demonology, and Witchcraft (O Diabo, Demonologia e Bruxaria, em tradução livre), o historiador Henry A. Kelly obteve um testemunho direto do padre Bowdern, que contou que a ordem para realizar o exorcismo tinha chegado diretamente a ele das autoridades eclesiásticas, e que ele tinha feito o seu trabalho.
“Mas quais foram esses sinais de possessão que levaram as autoridades eclesiásticas de São Luís a optarem por um exorcismo? A resposta do padre Bowdern foi simples e direta: não havia sinais de possessão diabólica relatados ou observados antes do início dos exorcismos”, explicou Kelly em seu livro.
Para Kelly, as investigações anteriores sobre o caso eram falhas, e fenómenos como os objetos que se moviam na casa poderiam ter explicações diversas.
Pior, a falta de supervisão médica durante os rituais coloca em dúvida a veracidade dos testemunhos gravados nos diários de Bishop.
«Há 4500 anos, a primeira rainha da História reinou sobre uma das maiores civilizações de sempre
Há cerca de 4.500 anos, a Rainha Kubaba ascendeu ao trono da antiga dinastia suméria — e fez história como a primeira governante feminina de que há registo.
A ascensão ao trono da Rainha Kubaba foi um acontecimento raro na antiguidade, numa época em que as mulheres raramente detinham poder — que muitas vezes obtinham através de parentes masculinos.
No entanto, Kubaba era diferente; tornou-se rainha por direito próprio, e não apenas como consorte de um rei.
A história de Kubaba destaca-se ainda mais quando comparada com as suas contemporâneas de outras civilizações antigas, como a do Egito, onde as governantes femininas eram mais comuns, mas surgiram bastante mais tarde.
A principal fonte de informação sobre a Rainha Kubaba é a Lista de Reis Sumérios, um registo antigo que mistura história com mito, conta o Arkeo News.
A rainha Kubaba surge referida pela primeira vez, ainda antes do seu reinado, como “a taberneira“. A cerveja desempenhava um papel importante na cultura Suméria, onde abundavam as tabernas, e estes estabelecimentos eram frequentemente geridos por mulheres.
Mas apesar da importância do papel das taberneiras na cultura suméria — talvez uma das poucas posições de poder que uma mulher independente poderia desempenhar — a Lista de Reis não revela como uma simples taberneira ascendeu ao poder e se tornou a primeira rainha da história documentada.
O seu reinado, que a Lista de Reis afirma ter durado uns impressionantes 100 anos, está envolto em mistério e lenda. Embora alguns detalhes possam ser exagerados, o seu estatuto como a única governante feminina na Lista de Reis Sumérios diz muito sobre a sua importância.
Esta lista fornece também pistas sobre o contexto cultural e religioso da época, e sugere que Kubaba viria mais tarde a ser associada a rituais religiosos — possivelmente venerada até como deusa nos séculos seguintes.
No início deste mês, uma equipa de arqueólogos turcos descobriu as ruínas de um templo dedicado à “deusa Kubaba”, junto à antiga cidade de Kastabala, também conhecida como Hieropolis pelos gregos.
A história de Kubaba, a rainha que rompeu as tradições da sua época e se tornou deusa, está cheia de lacunas e mistérios, mas a sua vida deixou marca e o seu legado perdurou durante milénios.
O Mosteiro de Santa Maria de Salzedas situa-se na freguesia de Salzedas, concelho de Tarouca, Portugal. Pertencente à Ordem de Cister, data do século XII, e o seu espaço foi doado pela mulher de D. Egas Moniz.
Sofreu obras de ampliação nos séculos XVI, XVII e XVIII, nomeadamente ao nível da fachada e dos claustros.
O Mosteiro surpreende-nos no meio do casario do pequeno burgo, que se formou em seu redor, e a sua imponência está marcada por vários estilos decorativos que foi acumulando ao longo do tempo, desde o românico até a um mais tardio, o barroco.
Classificado como Monumento Nacional é mais um exemplar da Ordem de Cister. Chegou a ser um dos mais ricos mosteiros portugueses, detentor de uma biblioteca notável. Actualmente representa um ponto de visita incontornável pela história e riqueza estilística que encerra.» in https://www.guiadacidade.pt/pt/poi-mosteiro-de-santa-maria-de-salzedas-20747
(Monastery of Santa Maria de Salzedas - 4K Slideshow - Portugal)
(CISTER em Portugal | Mosteiro de SALZEDAS | Tarouca)
«ANTÓNIO NOBRE – “PENAFIEL, CIDADE DE REPOUSO DE ANTO”
30/01/2023
Que pitoresca era a jornada!
Logo, ao subir da madrugada,
Prontos os dois para partir:
-Adeus! adeus! é curta a ausência,
Adeus! — rodava a diligência
Com campainhas a tinir!
(…)
E, na subida de Novelas,
O rubro e gordo Cabanelas
Dava-me as guias para a mão:
Isso … queriam os cavalos!
Que eu não podia chicoteá-los…
Era uma dor de coração.
Depois, cansados da viagem,
Repoisávamos na estalagem
(Que era em Casais, mesmo ao dobrar…)
Vinha a Sr. a Ana das Dores
«Que hão-de querer os meus Senhores?
Há pão e carne para assar…»
Oh! ingénuas mesas, honradas!
Toalhas brancas, marmeladas,
Vinho virgem no copo a rir…
O cuco da sala, cantando…
(Mas o Cabanelas, entrando,
Vendo a hora: «É preciso partir».)
(António Nobre, Viagens na minha terra In Só, 1966, p.73-76)
«Ao contemplarmos o rosto de António Nobre em fotografias avistamos um personagem com uma postura romântica, elegante, mas ao mesmo tempo misteriosa, com uma tez luminosa e uns olhos arredondados que transparecem alguma divagação e tristeza.
Parte da sua personalidade terá sido moldada pelos ambientes rurais de Borba de Godim e Recesinhos, terras Natal do seu pai e da sua mãe respetivamente.
Fonte: Espólio António Nobre.
Biblioteca Pública Municipal do Porto.
A Recesinhos retomava com alguma frequência para visitar a sua avó materna e para buscar inspiração para a sua escrita. A viagem até esta região implicava maioritariamente a passagem por Penafiel, onde por diversas ocasiões apeou na estação de comboio de Novelas e seguiu caminho a cavalo até às terras da sua infância. Este percurso é relatado no poema de introdução do presente artigo, um diário de bordo poético que descreve paisagens, estados de espírito, personagens locais, aromas, sabores e sentimentos vividos por Nobre aquando destas visitas.
Penafiel terá sido uma cidade de passagem, mas ao mesmo tempo de alguma permanência. Por esta terra instalou-se por diversas temporadas na Estalagem das Irmãs Andrade (atual casa Bolinhos de Amor), em Casais Novos[1].
Um espaço que frequentou com mais assiduidade depois dos primeiros sintomas de tuberculose (1892)[2] e que o recebeu nos últimos dias de vida.
A 18 de março de 1941, a cidade de Penafiel prestou-lhe homenagem, através da inauguração de um busto localizado no Jardim do Calvário. Um acontecimento que contou com a presença de alguns familiares do poeta, com a declamação de poemas e com figuras solenes como o poeta amarantino Teixeira de Pascoaes.
Pascoaes descreveu, em tempos, António Nobre como “um dos maiores poetas que a mulher e a terra portuguesa têm dado à luz do dia. (…) Ele não alcançou o pleno Espírito e desprezou sempre a Matéria.
Daí o seu campo de ação emotiva limitado ao sítio em que os corpos principiam a descondensar-se em almas. Ele não viu a Nuvem nem a Onda, mas a passagem desta para aquela.
«AS CHAVES DA VITÓRIA ESTAVAM NO BOLSO DE JOÃO MÁRIO
29 DE DEZEMBRO DE 2023 22:51
Golo do lateral fez toda a diferença na receção ao Chaves (1-0), da 15.ª jornada da Liga.
O FC Porto recebeu e venceu nesta sexta-feira o Chaves (1-0), no Estádio do Dragão, em jogo da 15.ª jornada do campeonato. João Mário (58m) apontou o golo solitário dos azuis e brancos, que seguem na terceira posição da tabela, com 34 pontos, menos dois do que o líder Benfica.
Com sete alterações no onze relativamente à equipa que iniciou o encontro com o Leixões, para a Taça da Liga, o FC Porto entrou com uma postura autoritária e dominadora, como se previa, mas foi muito difícil contornar a organização defensiva dos flavienses. A grande oportunidade do primeiro tempo, por exemplo, só surgiu já em cima do intervalo, quando Pepê viu João Correia negar-lhe a glória praticamente sobre a linha de golo (45m). Sem grande surpresa, o nulo manteve-se até ao descanso.
A etapa complementar voltou a mostrar um FC Porto francamente superior ao Chaves, mas agora com uma grande diferença: a superioridade portista teve reflexo no marcador. Num belo desenho coletivo dos Dragões, João Mário recebeu a bola no flanco direito, fletiu para o meio e rematou de pé esquerdo sem hipóteses para Rodrigo Nascimento, abrindo finalmente o ativo no Dragão (58m). O FC Porto ameaçou o 2-0 por André Franco e Francisco Conceição (68m) e o Chaves também cheirou o empate em dois lances protagonizados por Benny (81m e 90m+2), mas o placar não voltaria a mexer.» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20231229-pt-as-chaves-da-vitoria-estavam-no-bolso-de-joao-mario
Vinha também visitar Pascoaes um outro amarantino - Alfredo Brochado -, ainda aparentado com o Poeta pelo lado materno.
Vinha a pé pela ramada do jardim.
Era um homem triste, de grandes olhos sonhadores. Um espírito muito sensível e delicado que não aguentou o peso da vida. Acabou por se suicidar em Lisboa, onde era funcionário público.» in fotobiografia "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos
«Alfredo Brochado
[Amarante, 1897 - Lisboa, 1949]
Alfredo Brochado
Estudou em Coimbra, onde se licenciou em Direito, e, embora com retornos irregulares a Amarante, fixou-se em Lisboa, primeiro como funcionário superior do Tribunal de Contas, depois como chefe de secretaria da Procuradoria-Geral da República. Frágil, introvertido, doentiamente instável, viu agravarem-se as crises neurasténicas na década de 40 e acabou no suicídio porventura precedido de enlouquecimento.
Constante, nele, só o gosto da criação poética, seguindo a convicção espontaneísta que confidenciava: «Aconteceu-me hoje este poema!» (testemunho de Augusto d'Esaguy). Daí que, além de ter sido redactor da revista literária Gazeta dos Caminhos de Ferro, dispersasse colaboração por vários jornais e revistas, como Flor do Tâmega, A Águia, Semana Portuguesa, Seara Nova, Diário de Lisboa, Diário Popular, O Primeiro de Janeiro, República, etc.
Por 1920 aparece associado às iniciativas literárias de Coimbra, sendo um dos fundadores da Ícaro e colaborador de A Tradição. Em 1921 publica a «ode» neo-romântica O Sangue dos Heróis, recitada em Amarante, e começa a enviar poemas à Águia. Os poemas dispersos foram parcialmente coligidos no livro póstumo Bosque Sagrado (Lisboa, 1949); um ano depois, o volume colectivo Leonardo Coimbra. Testemunhos dos Seus Contemporâneos inseria um breve depoimento seu «A última vez que vi L. C.»; e em 1952, graças a Zur-Aida Esaguy, foi editado um texto juvenil à maneira de Maeterlinck, «Diálogo antigo», entre o quadro dramático e o poema em prosa.
Conterrâneo de Pascoaes, este logo o inclui, em Os Poetas Lusíadas, entre as promessas do período neo-sebastianista, e, mais tarde, prefaciando Bosque Sagrado, não se coíbe de considerar que Brochado pertence ao número dos autênticos poetas cujo destino é «verbalizar o inefável». Mas é equívoca a aproximação entre a poesia de Pascoaes ou o saudosismo e a obra incerta de Brochado. O próprio poeta, em textos como «Imperfeição», denuncia a condição dúplice de matriz romantico-decadentista e que, tendo embora por horizonte ideal outra poesia visionária, não se ilude quanto à distância a que dela se queda. Pela idiossincrasia, pelo destino, pela temática e pela imagística depressivas da sua poesia, bem o podemos situar, como A. d'Esaguy, na linhagem de José Duro, Costa Alegre, M. Laranjeira...
«Convento de Ferreirim integra Rede de Monumentos do Vale do Varosa
A Rede de Monumentos do Vale do Varosa entrou em pleno funcionamento, com a inauguração dos Centros Interpretativos do Convento de Santo António de Ferreirim, em Lamego, e do Mosteiro de São João de Tarouca, presidida pelo Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes. O governante aponta este projeto como um exemplo da dinâmica cultural que deve ser implantada em todo o país, através da criação de “redes de colaboração que são absolutamente essenciais”. Dinamizado pelo Museu de Lamego, este projeto integra ainda o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, a Capela de São Pedro de Balsemão e a Ponte Fortificada de Ucanha.
A monumentalidade e o elevado valor arquitetónico do Convento de Santo António de Ferreirim e do seu espólio artístico ganham assim uma nova atratividade com a instalação de um centro interpretativo no interior do imóvel. O novo serviço está dotado com moderno equipamento multimédia que narra a história do antigo mosteiro franciscano, dando especial enfoque às pinturas dos “Mestres de Ferreirim”.
Na sessão de inauguração do Centro Interpretativo do Convento de Ferreirim, Francisco Lopes, Presidente da Câmara Municipal de Lamego, sublinhou que “muito mais importante do que a rede física, é a rede de colaboração, de confiança, de entreajuda que se tem estabelecido entre um conjunto de entidades”, como as autarquias, a Direção Regional de Cultura, o Museu de Lamego, o Museu do Douro e a Diocese de Lamego. O autarca afirmou ainda que, apesar de se tratar de monumentos situados em dois concelhos distintos, este é um “território sem fronteiras”, porque o que importa é que os turistas conheçam a região, passem a palavra e dinamizem “as estruturas económicas, que vivem muito à custa do turismo”.
Alertando que o atual turismo do Douro ainda é “muito excursionista”, Francisco Lopes referiu a necessidade de se prolongar a estadia dos turistas na região, nomeadamente através da cultura. Neste âmbito, lamentou que “nem tudo está feito”, ilustrando com os casos do “Museu de Lamego, riquíssimo, mas que peca por ter uma estrutura física bastante ultrapassada”, da igreja anexa ao Convento de Santa Cruz, “que necessita urgentemente de requalificação” e também da Capela de Nossa Senhora dos Meninos, no Bairro da Ponte.
Viajemos agora até à serra de Leomil, onde encontramos o primeiro mosteiro cisterciense fundado em Portugal: São João de Tarouca, localizado no concelho de Tarouca, Viseu.
Construído em 1154, motivado por uma promessa de Dom Afonso Henriques – mas no caso relacionada com a vitória na batalha de Trancoso – sofreu várias transformações durante o século XVII e o que encontramos hoje em dia é uma estranha quimera arquitetónica que cruza elementos da planta românica original, de um gótico que foi acrescentado posteriormente e também alguns aspetos barrocos. É um bocadinho como fazer uma viagem no tempo na monumentalidade religiosa portuguesa.
Além das várias pinturas religiosas, o Mosteiro alberga um enorme dormitório de dois pisos, raro na Península Ibérica, e apesar do desgaste derivado de ter sido explorado pela pedra das suas paredes, o que foi muito comum a outros mosteiros depois de 1834 (com o decreto que extinguiu as ordens religiosas em Portugal).
Encontra-se aqui também o Mausoléu de Dom Pedro Afonso, filho bastardo de Dom Dinis. Apesar de alguns dos edifícios estarem ainda em ruínas, a envolvência natural do vale mantêm São João de Tarouca como um local agradável de visitar. Se quiser estender a visita religiosa, existem perto o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas e o Convento de Santo António de Ferreirim.» in https://www.nationalgeographic.pt/viagens/mosteiros-visitar-neste-natal-portugal_4547
(Mosteiro de S.João de Tarouca | Viseu | Portugal)
Localizada a 16 quilómetros da costa nordeste da Escócia, as ilhas Orkney são um tesouro de história, desde a famosa aldeia neolítica Skara Brae até ao belo e misterioso Círculo de Pedras de Brodgar – um círculo de pedras fascinante que foi um local de rituais e cerimónias.
No entanto, a primeira impressão de outro dos famosos sítios pré-históricos de Orkney, o túmulo de Maeshowe, é de um monte verde sem graça rodeado por um fosso.
Apesar da sua aparência, este moledre funerário de 5000 anos é na verdade uma obra-prima do design e engenharia antigos, e um testemunho da habilidade dos habitantes pré-históricos de Orkney. Isto porque, durante cerca de três semanas antes e depois do solstício de inverno (que ocorre a 21 ou 22 de dezembro de cada ano), os visitantes têm a oportunidade de ver algo verdadeiramente mágico acontecer aqui.
Durante esta época do ano, a passagem estreita para o túmulo torna-se mais do que apenas uma entrada: foi deliberadamente projetada para alinhar-se com o pôr do sol do meio do inverno. Justamente quando os últimos raios começam a desaparecer – o que acontece por volta das 15:10 nesta época mais profunda e escura do meio do inverno – um feixe de luz desce pela passagem, desliza pelo chão do túmulo e ilumina a parede traseira como uma porta dourada e brilhante para outro mundo.
“O solstício de inverno é uma época crucial do ano e Maeshowe representa milhares de horas de trabalho árduo”, explicou o gerente do monumento, Phil Hopkins. “Se estiver lá quando funciona, quando o sol se põe no momento certo, é inspirador. Há uma atmosfera silenciosa, como quando se está numa catedral.”
Visitar Maeshowe
Maeshowe está aberto durante todo o ano, com particular interesse em torno do solstício de inverno. Devido à capacidade limitada, recomenda-se fortemente reservar uma visita online com antecedência.
Há milhares de anos, Maeshowe teria ajudado os locais a lidar com as profundezas do inverno. Como estaria escuro durante 18 horas por dia, o contraste surpreendente do túmulo escuro sendo subitamente transformado tranquilizaria-os de que os dias em breve começariam a alongar-se lentamente. A luz teria lembrado a re-emergência da vida na Terra na primavera – e talvez também a promessa tentadora de vida eterna noutro mundo.
“É uma experiência muito comovente, mas não exige que se suspenda a crença. Se nada mais, mostra que se está num mundo que está a girar”, disse Hopkins.
Ellie Shiel conseguiu um emprego temporário como zeladora em Maeshowe há 17 anos e ainda está lá, infinitamente fascinada pela história que se desenrola à sua volta.
“Só perdi o solstício de inverno aqui duas vezes nesse tempo e isso foi porque estávamos fechados durante a Covid”, disse. “A experiência é genuinamente mágica e, não importa quantas vezes eu a veja, é sempre diferente, com o sol a bater na parede de maneiras diferentes e com várias intensidades.”
Shiel explicou que “a beleza disso é que pode vir no início ou no final de dezembro até janeiro e ainda assim vê-lo“. Embora Maeshowe esteja entre os melhores edifícios neolíticos que sobrevivem no noroeste da Europa, a sua construção permanece um mistério.
A câmara de entrada estreita de 10 metros é revestida com lajes de pedra maciças, enquanto a câmara central é quadrada e espaçosa, com cerca de 5 metros de largura, com enormes pedras de pé – uma em cada canto – atraindo imediatamente a atenção.
Algumas destas pedras teriam pesado mais de três toneladas, e o esforço envolvido para colocá-las no lugar foi quase inimaginável, especialmente porque as ferramentas eram provavelmente feitas de chifres de animais. “Teria sido um trabalho tão árduo transportar estas lindas pedras enormes possivelmente de tão longe quanto três milhas”, disse Hopkins.
Mesmo o trabalho que teria sido necessário para escavar o fosso que rodeia o monte de 7,3 metros de altura e 35 metros de diâmetro parece improvável. “[O fosso é] 4 metros de profundidade e foi cavado em rocha sólida por pessoas sem ferramentas de metal. O que os levou a continuar, qual era o como e o porquê por trás disso?” disse Hopkins.
O local inspirou uma variedade de teorias, com a maioria dos arqueólogos e historiadores a acreditar que era um local de ritual e religião ou um centro astronómico para observar os céus. Os humanos sempre olharam para as estrelas em busca de respostas, tanto para orientação durante as viagens quanto para marcar a passagem do tempo; enquanto a religião e o ritual davam às culturas em todo o mundo a segurança da fé, e o povo de Orkney não seria diferente, provavelmente olhando para os seus deuses nos céus.
“Não há registos escritos das pessoas que construíram Maeshowe, então as teorias mudam com o tempo, e essa é parte da diversão – a verdade por trás de Maeshowe é na verdade um palpite de qualquer pessoa e, embora possamos acertar em algumas coisas, nunca saberemos ao certo até inventarmos uma máquina do tempo”, disse Hopkins. “Só podemos supor que foram construídos para tentar responder às intermináveis perguntas sobre a vida e a morte, e Maeshowe parece estar entre ambos os mundos.”
Enquanto Shiel aprecia os aspectos espirituais e crenças em torno de Maeshowe, acredita que foi construído para nutrir a comunidade, uma teoria apoiada pelo facto de diferentes pedras de toda a ilha terem sido usadas para criar o Círculo de Pedras de Brodgar, que fica a apenas dois quilómetros de distância.
“A vida era difícil e ajudava ter boas relações e ajudar uns aos outros”, disse Shiel. “A vida era mais estável e segura dessa forma, e enquanto cada cultura desenvolveu religião, é preciso de mais [do que isso]. Laços e amizades, um encontro anual de todas as tribos onde poderiam negociar ou encontrar um parceiro poderiam naturalmente acontecer no inverno.”
Parte da sua fascinação com Maeshowe é a sua intemporalidade. Algo importante inspirou a construção de Maeshowe, e inúmeros visitantes ainda hoje encontram consolo ao ver o sol inundar o túmulo escuro com luz. O final do ano é um momento tradicional para refletir e ponderar o futuro, tanto nesta vida – e talvez na próxima. O solstício de inverno oferece-nos o mesmo conforto que os nossos ancestrais procuravam há 5.000 anos atrás: iluminar quando tudo o resto está escuro.
«Engenheiro da Tesla atacado por robô deixou rasto de sangue na gigafábrica
Robô terá imobilizado o engenheiro e arranhado as suas costas e braços. “Tivemos vários trabalhadores que se feriram”, cujos ferimentos nem sempre estão nos relatórios da Tesla, atira advogada dos trabalhadores da Giga Texas.
Um engenheiro da gigafábrica da Tesla, no Texas, terá sido atacado por um robô em 2021, segundo um relatório do incidente apresentado ao município de Travis, onde está localizada a fábrica da empresa de Elon Musk, e partilhado por vários órgãos de informação.
Construído para manusear peças de alumínio recentemente fundido, o robô terá imobilizado o engenheiro, que estava encarregue de programar o software de dois robôs inoperantes.
Segundo relatos de testemunhas, incluídos no relatório, o robô arranhou, com as suas “garras metálicas”, as costas e braços do funcionário da produtora de automóveis elétricos. O resultado foi uma “ferida aberta” na mão esquerda do engenheiro e um “rasto de sangue” ao longo do chão da Giga Texas.
O engenheiro teve mesmo de lutar para se libertar antes de um colega ter pressionado o botão de emergência. Quando finalmente se soltou do robô, tombou por um escorrega destinado a coletar a sucata de alumínio, daí o rasto de sangue visível e testemunhado posteriormente.
Tesla não notifica acidentes
A Tesla afirmou que as lesões não motivaram uma baixa médica para recuperação, mas uma advogada que representa os trabalhadores da Giga Texas disse ao DailyMail que acredita, com base nas suas conversas com os trabalhadores, que o número de ferimentos sofridos na fábrica nem sempre é notificado.
“Tivemos vários trabalhadores que se feriram”, disse Alexander, “e um trabalhador que morreu, cujos ferimentos ou morte não estão nesses relatórios que a Tesla deveria estar a completar e a entregar corretamente ao condado para obter incentivos fiscais”, confessa a advogada.
O trabalhador morreu de insolação enquanto ajudava a construir a fábrica, que tem mais de 800 hectares, segundo um relatório do médico legista do município de Travis.
Investigadores da OSHA (Administração de Segurança e Saúde Ocupacional da Califórnia) descobriram que só no ano de 2018, a Tesla tinha omitido 36 ferimentos nos seus arquivos governamentais obrigatórios — confirmando um relatório anterior da equipa Reveal do Center for Investigative Reporting, que descobriu que a empresa tinha classificado erradamente uma série de acidentes e ferimentos no trabalho como casos de “saúde pessoal” para evitar ações dos reguladores da Califórnia.
Antes das descobertas da OSHA, a Tesla afirmou que as reivindicações do Reveal eram “completamente falsas” e acusou o grupo de colaborar secretamente com trabalhadores que na altura tentavam sindicalizar a fábrica.
O incidente agora revelado voltou a levantar estas preocupações com a segurança no ambiente de trabalho da fábrica texana, que conta atualmente com mais de 20 mil empregados e é responsável pela produção de carros do Modelo Y e, futuramente, do Cybertruck.
Em comparação com as médias da indústria, a gigafábrica apresenta uma taxa mais alta de lesões, segundo o The Independent — um em cada 26 trabalhadores sofrerá lesões mais graves no local de trabalho.
«Afinal, as primeiras cidades do Mundo eram alimentadas a ervilhas
Um novo estudo sobre a antiga cultura de Trypillia, situada entre as atuais Ucrânia e Moldávia, revelou que as primeiras cidades do mundo, com mais de 6.000 anos, subsistiam principalmente à base de ervilhas e não de carne.
Os habitantes dos primeiros grandes assentamentos humanos obtinham a maior parte das sua proteínas a partir de ervilhas, em vez de carne, revela um novo estudo.
Localizadas no atual território da Ucrânia e da Moldávia, as cidades rurais da antiga cultura Trypillia foram fundadas há mais de 6.000 anos e continham cerca de 15.000 residentes, tornando-as os maiores assentamentos pré-históricos conhecidos no mundo.
De acordo com o novo estudo, publicado nos Proceedings of the National Academy of Sciences, estes centros urbanos pré-históricos eram sustentados por uma dieta predominantemente baseada em culturas agrícolas.
Os autores do estudo recorreram a uma análise de isótopos estáveis de carbono e azoto de amostras de mais de 480 ossos humanos e animais e do solo de 40 locais para reconstruir a dieta Tripylliana.
Esta análise mostrou que a dieta dos habitantes destes mega-assentamentos era composta por cerca de 10% de carne, sendo a restante dieta constituída por produtos agrícolas, incluindo cereais, e 46% de leguminosas como as ervilhas.
Estes resultados desafiam a perceção comum de que as dietas pré-históricas eram fortemente baseadas em carne. Segundo os autores do estudo, o consumo de carne era mais uma atividade social durante festas, enquanto as ervilhas, fortemente fertilizadas com estrume animal, formavam a dieta básica.
Este uso eficiente de recursos, incluindo a reciclagem de nutrientes como o azoto, permitiu à cultura de Trypillia evitar a sobre-exploração de recursos naturais.
O gado, mantido principalmente em pastagens cercadas perto dos assentamentos, desempenhou um papel crucial não pela sua carne, mas pelo seu estrume, que era essencial para fertilizar as ervilhas.
“A decadência destes mega-assentamentos, há cerca de 5.000 anos, deveu-se provavelmente a conflitos sócio-políticos em vez de colapso económico ou ambiental”, explica Robert Hofmann, investigador da Universidade de Kiel, na Alemanha, e um dos autores do estudo.
“Terão sido esses fatores sociais a levar as pessoas a abandonar os grandes assentamentos em favor de comunidades menores“, acrescenta o investigador, citado pelo IFLS.
O estudo contraria assim a ideia de que as primeiras populações humanas se alimentavam da famosa “dieta paleo“, essencialmente constituída por frutas, verduras, carnes magras, peixe, ovos, nozes e sementes — e que excluía cereais, legumes e produtos lácteos.