06/05/18

F.C. do Porto Títulos - Os jogadores deram o mote e os adeptos invadiram as ruas para celebrar a conquista do 28.º Campeonato.



«FESTA COMEÇOU NO HOTEL E PROSSEGUIU NOS ALIADOS

Os jogadores deram o mote e os adeptos invadiram as ruas para celebrar a conquista do 28.º Campeonato.

Assim que terminou o Sporting-Benfica (0-0), iniciou-se a festa no Hotel Solverde, em Vila Nova de Gaia, onde o FC Porto cumpre o estágio para a receção ao Feirense, da 33.ª e penúltima jornada da Liga NOS. Mesmo com jogo no dia seguinte, equipa técnica e jogadores celebraram efusivamente a conquista do título nacional, o 28.º da história portista, e foram seguidos por milhares de adeptos, que pintaram a Avenida dos Aliados de azul e branco. O campeão voltou e o Porto está na rua.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/Festa-comecou-no-hotel-e-prosseguiu-nos-Aliados.aspx

(FC Porto Campeão Nacional 2017/18)


F.C. do Porto Ciclismo - A formação da W52-FC Porto venceu a classificação coletiva da Volta à Comunidade de Madrid, cuja edição de 2018 terminou este domingo, como habitualmente, na capital espanhola.



«DRAGÕES TRIUNFAM EM MADRID

W52-FC Porto venceu a classificação por equipa da edição de 2018 da Volta à Comunidade de Madrid.

A formação da W52-FC Porto venceu a classificação coletiva da Volta à Comunidade de Madrid, cuja edição de 2018 terminou este domingo, como habitualmente, na capital espanhola. A formação azul e branca liderou a classificação por equipas nos três dias de prova, terminando com o mesmo tempo (28h03m42s) das formações colombianas da Medellin (segunda) e da Coldeportes Zenu Sello Rojo (terceira).

No derradeiro dia da prova, que contemplava um circuito urbano no centro da cidade de Madrid (cerca de 100 quilómetros), o vencedor da etapa foi Carlos Barbero (Movistar), fixando a marca de 2h11m12s. César Fonte, o melhor portista, terminou no oitavo posto, com o mesto tempo do vencedor.

No que à classificação geral diz respeito, o vencedor da prova foi Edgar Pinto e dois Dragões fixaram-se no top-10: César Fonte foi sexto e Ricardo Mestre décimo, ambos com o mesmo tempo do líder.

Para além de Fonte e de Mestre, concluíram a prova madrilena Gustavo Veloso (14.º, mt), Rui Vinhas (36.º, a 40 segundos), Samuel Caldeira (49.º, a 2m29s), António Carvalho (55.º, a 3m58s) e José Ferreira (86.º, a 25m35s).» in 
http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/volta-a-madrid-2018-etapa-3.aspx

F.C. do Porto História - Há 70 anos, o FC Porto bateu o Arsenal (3-2) no Estádio do Lima, sendo que o jogo era particular, mas valeu uma taça com 250 quilos de materiais preciosos.



«DA DERROTA ANUNCIADA AO MAIOR TROFÉU DO MUSEU

Há 70 anos, o FC Porto bateu o Arsenal (3-2) no Estádio do Lima. O jogo era particular, mas valeu uma taça com 250 quilos de materiais preciosos.

Num tempo em que ainda não havia competições europeias de futebol, os adeptos do desporto em Portugal tinham poucas oportunidades para verem jogar os craques das grandes equipas internacionais, que alguns imaginavam conhecer graças a publicações como a revista Stadium. As partidas da seleção nacional e os encontros amigáveis com equipas estrangeiras eram os momentos de exceção que permitiam aos aficionados tomarem contacto direto com a realidade do que se passava noutros países. Estes desafios particulares assumiam, por isso, uma importância quase transcendente para os clubes, atletas e adeptos, pelo que não é de estranhar a expectativa com que foi encarado o FC Porto-Arsenal que se disputou no Estádio do Lima há precisamente 70 anos.

O entusiasmo que envolveu esta partida era plenamente justificado. Menos de uma semana antes da sua realização, a 1 de maio de 1948, o Arsenal tinha recebido o Grimsby Town no mítico Highbury Park. A vitória dos londrinos por 8-0 colocou um ponto final num trajeto notável no campeonato inglês, que culminou com o sexto título nacional dos Gunners, todos conquistados nas 12 temporadas anteriores. A equipa do Norte de Londres, de resto, tinha sido protagonista de uma revolução tática, sob a liderança do treinador Herbert Chapman, que desenvolveu o sistema que ficou conhecido como WM e influenciou decisivamente o curso do futebol europeu nas décadas seguintes.

Foi, portanto, com o estatuto de campeão da que já era a mais importante liga de futebol do mundo que o Arsenal aterrou em Lisboa nos primeiros dias de maio de 1948. Na agenda estavam dois jogos: um com o Benfica, no Estádio Nacional, onde menos de um ano antes a seleção inglesa tinha batido a portuguesa por 10-0; e outro com o FC Porto, no Estádio do Lima, casa emprestada aos azuis e brancos pelo Académico FC.

O primeiro impacto dos britânicos em solo português foi brutal. O Benfica foi batido sem apelo nem agravo por 4-0 e a superioridade dos londrinos foi bem vincada pela imprensa da época: “Os mestres numa lição magistral”, titulou a Stadium. A crónica dada à estampa nesta publicação não deixa margem para dúvidas: “É difícil para quem está habituado a ver futebol só em Portugal dar uma ideia do jogo do Arsenal. […] O que interessa é frisar a distância a que ficou o futebol português do Benfica… Os ingleses foram mestres; nós, os discípulos”. A projeção da partida com o FC Porto, a realizar três dias depois, era tudo menos otimista: “Embora se conte de antemão com uma derrota, há a certeza de que os campeões nortenhos não deixarão de se mostrar bons adversários”. Na realidade, os portistas eram encarados como uns privilegiados, não porque iam jogar com o Arsenal, mas porque iam ver o Arsenal jogar: “Aos portuenses será facultada uma ocasião de ver uma grande equipa”.

O que se passou num cheiíssimo Estádio do Lima a partir das 18h15 de 6 de maio de 1948 superou todas as expectativas. Aos 9 minutos, Araújo desferiu um remate potente que entrou junto ao ângulo superior esquerdo da baliza dos ingleses. Aos 18, Correia Dias dobrou o resultado com um remate a meia altura. Dois minutos depois, o mesmo Correia Dias assinou o terceiro golo. A assistência, de que fazia parte uma criança de dez anos chamada Jorge Nuno Pinto da Costa, estava atónita. Ainda a primeira parte não ia a meio e já o FC Porto batia por 3-0 a melhor equipa inglesa, provavelmente a mais forte do mundo. Na segunda parte, na sequência de duas faltas que o cronista da Stadium considerou discutíveis (“dois castigos duvidosos”), os Gunners reduziram para 3-2, mas os portistas, ainda que esgotados pelo esforço despendido num jogo muito exigente, conseguiram assegurar um triunfo memorável.

As palavras publicadas na Stadium a 12 de maio parecem, à luz do que se passou nos meses seguintes, de certa forma premonitórias: “Há resultados que valem um título”. Aquele, no próprio dia, não valeu. Um grupo de sócios, contudo, considerou que uma vitória tão brilhante não poderia deixar de ser perpetuada com toda a dignidade. Foi constituída uma comissão que durante meses reuniu os fundos que financiaram a encomenda de uma verdadeira jóia à histórica ourivesaria Aliança, na Rua das Flores: um troféu com 90 centímetros, depositado no interior de um escrínio com dois metros e 80 centímetros de altura; no conjunto, 250 quilos de madeiras finas, ouro, prata (130 quilos, que à cotação atual valem 56.870 euros), esmalte, cristal e veludo. A Taça Arsenal foi entregue à direção do clube a 21 de outubro de 1949. Sete décadas depois daquele triunfo, continua a poder ser apreciada no Museu FC Porto.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/70-anos-sobre-o-FC-Porto-Arsenal-de-1948.aspx

F.C. do Porto Hóquei Patins: Paço de Arcos 3 vs F.C. do Porto Fidelidade 8 - O FC Porto Fidelidade venceu na noite deste sábado o Paço de Arcos, em jogo da 22.ª jornada do Campeonato Nacional de hóquei em patins.



«TRIUNFO TRANQUILO EM PAÇO DE ARCOS

Triunfo por 8-3 em Oeiras vale a liderança provisória do campeonato.

O FC Porto Fidelidade venceu na noite deste sábado o Paço de Arcos, por 8-3, em jogo da 22.ª jornada do Campeonato Nacional de hóquei em patins. O triunfo portista em Oeiras garante provisoriamente a liderança do campeonato, com um ponto de vantagem sobre o Sporting e três a mais do que o Benfica.

No Pavilhão Gimnodesportivo de Paço de Arcos, um terreno tradicionalmente difícil, os Dragões entraram melhor, entrada essa que, além do domínio do jogo valeu uma vantagem inicial de dois golos, que só não chegou ao intervalo porque Nélson Ribeiro fez o único golo da equipa da casa nos primeiros 25 minutos.

Com a vantagem mínima, o FC Porto iniciou a segunda parte ligado à corrente, com a cadência habitual, que tem sido insuperável para os adversários. A qualidade portista valeu quatro golos (1-6) nos seis minutos que abriram a segunda parte, ao mesmo tempo que as variações defensivas iam contendo o ímpeto da equipa da casa. Os primeiros minutos do segundo tempo praticamente sentenciaram a partida.

Ao Paço de Arcos, já se sabe, é reconhecida a capacidade de luta, em especial no seu pavilhão, mas nem com o resultado em 6-3, numa altura em que os Dragões ensairam uma defesa à zona, tremeram. Pelo contrário, continuaram à procura do golo do conforto total, que acabou por ser assegurado por Hélder Nunes (7-3), da marca de grande penalidade, e depois por Telmo Pinto, segundos antes do final da partida (8-3). O Campeonato Nacional pára na próxima semana para que se jogue a final four da Liga Europeia, no Dragão Caixa. O adversário dos portistas na meia-final é o Sporting.

FICHA DE JOGO 

PAÇO DE ARCOS-FC PORTO FIDELIDADE, 3-8
Campeonato Nacional, 22.ª jornada
5 de maio de 2018
Dragão Caixa, no Porto

Árbitros: Luís Peixoto e João Duarta

PAÇO DE ARCOS: Diogo Almeida, Rui Pereira (cap.), Nélson Pereira, Rui Centeno, e Gonçalo Nunes
Jogaram ainda: Diogo Rodrigues, Diogo Silva, Tiago Gouveia e Bruno Frade

FC PORTO FIDELIDADE: Carles Grau (g.r), Helder Nunes (cap.), Reinaldo García, Rafa e Gonçalo Alves​
Jogaram ainda: Telmo Pinto, Ton Baliu, Jorge Silva e Alvarinho
Treinador: Guillem Cabestany

Milton Jorge (g.r.), Micael Pereira, Edgar Pereira, Diogo Rafael (2) e Tiago Rafae
Treinador: Luís Duarte

Ao intervalo: 1-2
Marcadores: Rafa (4m, 35m), Gonçalo Alves (9m), Nélson Ribeiro (24m), Jorge Silva (31m, 35m, 36m), Diogo Silva (46m), Gonçalo Nunes (48m), Hélder Nunes (49m) e Telmo Pinto (49m)

Disciplina: cartão azul a Jorge Silva (21m)» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/Paco-de-Arcos-FC-Porto-22a-jor-Campeonato-Nacional-1718.aspx

05/05/18

F.C. do Porto Andebol: F.C. do Porto 35 vs Madeira SAD 25 - FC Porto bateu o Madeira SAD, por dez golos de diferença, na sétima jornada da fase final do Andebol 1.



«EXIBIÇÃO CONVINCENTE NO REGRESSO ÀS VITÓRIAS

FC Porto bateu o Madeira SAD, por 35-25, na sétima jornada da fase final do Andebol 1.

O FC Porto venceu este sábado o Madeira SAD (35-25), no Dragão Caixa, em partida relativa à sétima jornada do Grupo A da fase final do Campeonato Nacional do Andebol 1. Os Dragões continuam na terceira posição, com 49 pontos.

Magnus Andersson, treinador do FC Porto para a próxima temporada, esteve no Dragão Caixa e assistiu a um triunfo onde se destacaram alguns elementos com menor tempo de utilização ao longo da presente época, como José Carrillo (5 golos), Miguel Alves (4) ou André Gomes (6), que está a recuperar a melhor forma após uma lesão prolongada e terá assinado a sua melhor exibição de azul e branco.

Um atraso no voo levou a que o jogo se iniciasse apenas às 18h30. O Madeira SAD chegou fora de horas mas com pressa de discutir o resultado, chegando a colocar-se em vantagem com mérito. Aos 20 minutos de jogo, porém, o FC Porto já vencia por 11-10 e partiu entretanto para uma margem mais confortável.

A formação portista vencia por 16-14 ao intervalo e mostrou a sua melhor face após o reatamento, com lances bem desenhados, a uma velocidade interessante, demonstrando ter plenas condições para discutir a final four da Taça de Portugal, agendada para o fim de semana de 26 e 27 de maio em Peso da Régua.

O FC Porto volta a entrar em campo no próximo sábado (12 de maio), frente ao ABC Braga, no Pavilhão Flávio Sá Leite. O jogo, relativo à oitava jornada, tem início marcado para as 17h00 e transmissão em direto no Porto Canal.

FICHA DE JOGO

FC PORTO-MADEIRA SAD, 35-25
Andebol 1, fase final, Grupo A, 7.ª jornada
5 de maio de 2018
Dragão Caixa, Porto

Árbitros: Daniel Martins e Roberto Martins

FC PORTO: Alfredo Quintana (2), Hugo Laurentino e Sérgio Morgado (g.r.); Victor Iturriza (3), Leandro Semedo (2), Nikola Spelic, André Gomes (6), Miguel Martins (4), Ángel Hernández (4), Rui Silva (1), Daymaro Salina (3), José Carrillo (5), Diogo Branquinho, António Areia (1), Miguel Alves (4) e Aleksander Spende
Treinador: Carlos Martingo

MADEIRA SAD: Luís Carvalho, Gustavo Capdeville, (g.r.); Hugo Lima (2), Gonçalo Vieira, Bruno Moreira (3), João Martins (1), Diogo Gomes, Daniel Santos (1), João Miranda (2), Elledy Semedo (7), João Gomes, João Pinto (6) e Oleksandr Nekrushets (3)
Treinador: Paulo Fidalgo

Ao intervalo: 16-14» in 
http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/FC-Porto-Madeira-SAD-7a-jor-Grupo-A-fase-final-Andebol-1-1718.aspx


Andebol: FC Porto-Madeira SAD, 35-25 (Andebol 1, fase final, 7.ª j., 05/05/18)

Ledman Liga NOS: F.C. do Porto B 3 vs Famalicão 2 - O FC Porto B venceu este sábado o Famalicão, no Estádio de Pedroso, em encontro relativo à 37ª jornada da Ledman LigaPro.



«GRANDE REVIRAVOLTA PARA O TRIUNFO DOS “BÊS” PORTISTAS

FC Porto B venceu o Famalicão, por 3-2, na 37.ª jornada da Ledman Liga NOS.

O FC Porto B venceu este sábado o Famalicão (3-2), no Estádio de Pedroso, em encontro relativo à 37ª jornada da Ledman LigaPro. Com este resultado, os Dragões sobem provisoriamente para o sétimo lugar na tabela classificativa, com 58 pontos.

António Folha exigiu caráter e ambição à sua equipa, que regressara aos triunfos em Guimarães, na quarta-feira. Tal como aconteceu no último jogo em casa, o FC Porto B pagou um preço elevado por alguns erros defensivos e duas grandes penalidades favoráveis ao adversário. Porém, encetou uma recuperação notável.

Willian aproveitou os dois castigos máximos para bater Diogo Costa e garantir uma vantagem importante para o Famalicão, com 22 minutos de jogo. Os jovens Dragões não baixaram os braços, sentiram algumas dificuldades mas ganharam nova alma com o golo de Tony Djim antes do intervalo. O avançado surgiu pela direita e, em esforço, fez um chapéu vistoso ao guarda-redes contrário.

A reviravolta começou no pé direito de Tony Djim e passou pela cabeça de Alan Bidi. Ao minuto 55, o central foi à área contrária para assinar o 2-2 com um cabeceamento de belo efeito, após canto cobrado por Inácio. A cambalhota no marcador ficaria completa na sequência de uma grande penalidade favorável ao FC Porto B. João Cardoso assumiu a responsabilidade e não falhou. O Famalicão pressionou nos últimos vinte minutos, como seria de esperar, mas não conseguiu evitar a derrota em Pedroso.

O FC Porto B volta a entrar em campo na próxima terça-feira, no Emirates Stadium, para disputar a final da Premier League International Cup frente ao Arsenal. O encontro tem início marcado para as 19h00.

FICHA DE JOGO

FC PORTO B-FAMALICÃO, 3-2
Ledman LigaPro, 37.ª jornada
5 de maio de 2018
Estádio de Pedroso, em Vila Nova de Gaia

Árbitro: Fábio Piló
Assistentes: Rui Freire e Ricardo Luz
Quarto árbitro: Paulo Ferras

FC PORTO B: Diogo Costa (g.r.), Luís Mata, Rui Pires, Alan Bidi, Inácio, João Cardoso, Chidera, Chikhaoui, Danúbio, Tony Djim e Santiago Irala
Substituições: Inácio por Oleg (87m), Chidera por Moreto Cassamá (90+2m), Chikhaoui por Diogo Leite (90+2m)
Não utilizados: MBaye (g.r.), Romário, Madi e Musa Yahaya
Treinador: António Folha

FAMALICÃO: Leonardo (g.r.), Joel, Nuno Diogo, João Faria, Jorge Miguel, Feliz, Willian, Hocko, Vítor Lima, Jaime Poulson e Mendes
Substituições: Joel por Fabinho (79m), Hocko por Vasco Costa (79m) e Nuno Diogo por Anderson (85m)
Não utilizados: Gabriel (g.r.), José Pedro, Nélson Cunha, Jorge Pereira
Treinador: Vasco Seabra

Ao intervalo: 1-2
Marcadores: Willian (18m e 22m), Tony Djim (40m), Alan Bidi (55m), João Cardoso (69m)

Disciplina: cartão amarelo para Alan Bidi (18m), Nuno Diogo (76m)» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/FC-Porto-B-Famalicao-37a-jor-Ledman-LigaPro-1718.aspx

F.C. do Porto Basquetebol: F.C. do Porto 102 vs Vitória de Guimarães 100 - O FC Porto recebeu e bateu este sábado o Vitória de Guimarães, no Dragão Caixa, em partida da décima e última jornada da segunda fase da Liga Portuguesa de Basquetebol.



«DRAGÕES VITORIOSOS NO FECHO DA FASE REGULAR

FC Porto bateu o Vitória de Guimarães, por 102-100, no Dragão Caixa. Segue-se o Illiabum nos Playoffs.

O FC Porto recebeu e bateu este sábado o Vitória de Guimarães (102-100), no Dragão Caixa, em partida da décima e última jornada da segunda fase da Liga Portuguesa de Basquetebol. Os azuis e brancos vão agora defrontar o Illiabum nos quartos de final dos Playoffs, numa eliminatória à melhor de cinco jogos.

Num encontro sem reflexos na tabela classificativa, entrou melhor o Vitória de Guimarães, que aproveitou alguma apatia do FC Porto, sobretudo a nível defensivo, para ganhar dez pontos de vantagem no primeiro período (37-27). Os Dragões procuraram reagir no caminho para o intervalo, mas o descanso chegou com os vimaranenses ainda na frente (53-48).

O terceiro período deixou as duas equipas ainda mais próximas, pois o FC Porto reduziu a desvantagem para apenas um ponto à entrada para o quarto e último período (76-75). Aí, os Dragões foram mais fortes e conseguiram mesmo chegar ao triunfo, por 102-100, com excelentes contributos de Will Sheehey (23 pontos), Marcus Gilbert (16 pontos), Pedro Bastos (14 pontos) e Will Hanley (13 pontos e 9 ressaltos), este último o autor do lançamento decisivo a pouco mais de dois segundos do fim.

O FC Porto volta a entrar em campo no dia 11 de maio (sexta-feira), frente ao Illiabum, no Dragão Caixa. O primeiro jogo dos quartos de final dos Playoffs tem início marcado para as 20h30 e transmissão em direto no Porto Canal.

FICHA DE JOGO

FC PORTO-VITÓRIA DE GUIMARÃES, 102-100
Liga Portuguesa de Basquetebol, 2.ª fase, Grupo A, 10.ª jornada
5 de maio de 2018
Dragão Caixa, Porto

Árbitros: Fernando Rocha, Paulo Marques e António Pereira

FC PORTO: Pedro Bastos (14), Marcus Gilbert (16), Will Sheehey (23), Will Hanley (15) e Miguel Queiroz (4)
Suplentes: Sasa Borovnjak (4), Pedro Pinto (3), António Monteiro (7), André Bessa (9), Miguel Miranda (4), Ferrán Ventura (3) e Vladyslav Voytso
Treinador: Moncho López

VITÓRIA DE GUIMARÃES: Miguel Cardoso (24), Devaugntah Williams (20), Lace Dunn (8), Paulo Cunha (12) e Rod Nealy (21)
Suplentes: Rui Coelho (9), João Soares, Nikola Tadic, Rui Quintino, Francisco Santos (2) e Elvis Évora (4)
Treinador: Fernando Sá

Ao intervalo: 48-53
Parciais: 27-37, 21-16, 27-23, 27-24» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/FC-Porto-Vit-Guimaraes-10a-jor-2a-fase-LPB-1718.aspx

F.C. do Porto Ciclismo - César Fonte foi o melhor ciclista da W52-FC Porto na segunda etapa da Volta à Comunidade de Madrid, numa etapa que ligou as localidades de Alcobendas a San Sebastián de los Reyes.



«CÉSAR FONTE ENTRE OS MELHORES NO SEGUNDO DIA EM MADRID

Ciclista da W52-FC Porto terminou no 15.º posto, com o mesmo tempo do vencedor.

César Fonte foi o melhor ciclista da W52-FC Porto na segunda etapa da Volta à Comunidade de Madrid, numa etapa que ligou as localidades de Alcobendas a San Sebastián de los Reyes. O corredor portista terminou os 134,5 quilómetros no 15.º posto, com o mesmo tempo do vencedor, o colombiano Nelson Soto.

O ciclista da Caja Rural bateu a concorrência nos últimos metros da tirada, fixando um tempo de 3h01m46s, o mesmo com que terminou todo o grupo de 52 corredores que além de César Fonte contou ainda com quatro portistas: Ricardo Mestre, Samuel Caldeira, Gustavo Veloso e Rui vinhas.

Na classificação geral, o melhor portista surge agora na oitava posição e é César Fonte. Logo a seguir, no nono posto, surge Gustavo Veloso, enquanto Ricardo Mestre é 11.º. Todos, como acontece até ao 18.º posto, estão com o mesmo tempo do líder, o Colombiano Fábio Duarte (7h10m02s).

Na classificação coletiva, os Dragões partem para a etapa decisiva na liderança, com o mesmo tempo do segundo e terceiro classificados (Medellin e Coldeportes Zenu Sello Rojo), com um acumulado de 21h30m06s.

Na terceira, última e decisiva etapa da prova, o pelotão vai-se limitar a um percurso urbano em circuito na cidade de Madrid, que terá cerca de 100 quilómetros, praticamente planos. A meta fica situada em pleno Paseo de la Castellana, nas imediações do Estádio Santiago Bernabéu.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/ciclismo-2etapa-volta-madrid-2018.aspx

04/05/18

Navios - Os destroços dos dois navios foram encontrados em 2015, sete meses após o início das buscas pelo MH370, numa zona 2300 quilómetros a Oeste da Austrália, com restos de carvão espalhados por uma vasta área, a 3700 metros de profundidade.



«Buscas por avião desaparecido ajudam a resolver dois mistérios marítimos

O mistério do desaparecimento do voo MH370, em 2014, continua por resolver. Mas as buscas pelo avião da Malaysia Airlines podem ser importantes para resolver outros enigmas.

O sonar que pesquisou o fundo do mar à procura do avião que desapareceu com 238 pessoas a bordo encontrou duas embarcações de transporte de carvão naufragadas no século XIX. Historiadores marítimos fizeram uma lista dos nomes possíveis dos navios encontrados nas buscas, que cobriram uma área de 710 mil quilómetros quadrados em quatro anos.

Os destroços dos dois navios foram encontrados em 2015, sete meses após o início das buscas pelo MH370, numa zona 2300 quilómetros a Oeste da Austrália, com restos de carvão espalhados por uma vasta área, a 3700 metros de profundidade.

Os investigadores recorreram a submarinos não tripulados e tiraram fotografias dos dois naufrágios. Uma amostra de carvão retirada de um dos locais indicia que se trata de matéria provavelmente oriunda da Grã Bretanha.

O Museu Marítimo do Oeste da Austrália concluiu que os destroços de uma embarcação encontrada em maio de 2015 podem ser da fragata W Gordon ou do Magdala.

O W Gordon desapareceu em 1887, com 10 tripulantes, quando viajada da Escócia para a Austrália. O Magdala procedia do País de Gales para a Indonésia quando afundou, em 1882.

Destroços metálicos encontrados a 19 de dezembro de 2015 deverão pertencer ao West Rigde, uma embarcação que desapareceu com 28 tripulantes em 1883, durante uma viagem da Inglaterra para a Índia, carregado de carvão.

O curador do museu Marítimo do oeste da Austrália, Ross Anderson, diz que os novos dados sobre os naufrágios são muito importantes, mas que não são suficientes para resolver o mistério.

"Estes são os destroços encontrados no lugar mais fundo do Oceano Índico e dos naufrágios mais remotos do Mundo", disse. Só com a ajuda de um mecenas se poderá descobrir toda a verdade, porque a exploração destes destroços ficaria muito cara.» in https://www.jn.pt/mundo/interior/buscas-por-aviao-desparecido-ajudam-a-resolver-dois-misterios-maritimos-9308643.html?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter

F.C. do Porto Ciclismo - Gustavo Veloso foi sétimo classificado na primeira etapa da Volta à Comunidade de Madrid 2018, disputada esta sexta-feira em Manzanares el Real.



«GUSTAVO VELOSO EM SÉTIMO NO ARRANQUE DA VOLTA À COMUNIDADE DE MADRID

Ciclista da W52-FC Porto terminou a primeira etapa da prova com o mesmo tempo que o vencedor.

Gustavo Veloso foi sétimo classificado na primeira etapa da Volta à Comunidade de Madrid 2018, disputada esta sexta-feira em Manzanares el Real. O ciclista espanhol da W52-FC Porto cumpriu os 175,4 quilómetros da tirada em 4h08m16s, tal como o vencedor, o português Edgar Pinto (Vito-Feirense–Blackjack).

Além de Gustavo Veloso, também Ricardo Mestre (12.º), César Fonte (15.º), Rui Vinhas (34.º), Samuel Caldeira (47.º) e José Ferreira (60.º) pedalaram com a camisola da W52-FC Porto, que terminou o primeiro dia na liderança da classificação geral por equipas.

Este sábado corre-se a segunda etapa da Volta à Comunidade de Madrid 2018, entre Alcobendas e San Sebastián de los Reyes (134,5 quilómetros).» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/Ciclismo-1a-etapa-Volta-Comunidade-de-Madrid-2018.aspx

F.C. do Porto Museu - O Estádio do Dragão recebeu esta quinta-feira a reunião semanal do Comité Executivo da Altice Portugal.



«ALTICE PORTUGAL REUNIU-SE NO DRAGÃO E VISITOU O MUSEU

Jorge Nuno Pinto da Costa acompanhou a visita ao espaço.

O Estádio do Dragão recebeu esta quinta-feira a reunião semanal do Comité Executivo da Altice Portugal. O evento incluiu uma visita ao Museu FC Porto, na companhia de Jorge Nuno Pinto da Costa, que destacou a importância da parceria firmada com a empresa.

“Para o FC Porto, a parceria foi um passo importante e tudo tem corrido como sempre foi idealizado. É um orgulho ter uma parceria com esta empresa que tem tanta iniciativa, tanto arrojo. Esperamos que esta parceria continue muitos anos, porque para nós tem sido sempre uma parceria perfeita”, salientou o presidente do FC Porto.

Alexandre Fonseca, Presidente Executivo da Altice Portugal, agradeceu a hospitalidade do FC Porto e abordou igualmente a relação com o clube, iniciada em 2015 através do MEO.​

“É uma honra ter podido fazer estes eventos aqui e poder contar com a hospitalidade e cordialidade do clube. Esta é uma parceria de muitos anos, que queremos sempre reforçada. Esta visita ao Museu do FC Porto é muito importante para conhecermos mais sobre a história deste nosso parceiro, sobre as suas vitórias. Descentralizar os nossos eventos faz parte da nossa estratégia de proximidade e é uma honra poder estar perto das gentes do Porto”, disse Alexandre Fonseca.​» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/altice-dragao-museu.aspx


(Altice Portugal reuniu-se no Dragão e visitou o Museu)

Amarante São Gonçalo - A típica e histórica zona da Torre, na Cidade de Amarante, um local com raízes profundas no nosso burgo...


(Amarante Torre, numa manhã de sol de primavera)

03/05/18

História - Quando, em fevereiro de 1968, o francês Gérard Chaliand deu uma conferência na Universidade de Nanterre já ele era um mito.



«Há 50 anos uma revolução sem pecado nem razão para arrependimento

Para moldura, Vietname, Primavera de Praga, Revolução Cultural na China... Grandes esperanças e desilusões tremendas. Já Maio de 68 desrespeitou tudo, menos a vida. Belos slogans e imagens. Herança, a utopia; herdeiros, as mulheres; protagonistas, os jovens... Sabedoria: respeitou o calendário (começou no dia 3 e acabou a 30).

Quando, em fevereiro de 1968, o francês Gérard Chaliand deu uma conferência na Universidade de Nanterre já ele era um mito. Tinha 34 anos e muito trilho pelos conflitos mundiais. Estivera com os combatentes da FLN argelina, revolução que o desiludira após servi-la no tempo colonial como passador clandestino de documentos. Interessou-se depois pelos movimentos de libertação das colónias portuguesas. Foi sobre a Guiné-Bissau e o seu líder rebelde Amílcar Cabral, um amigo, que Chaliand foi falar aos estudantes de Nanterre, nos arredores de Paris.

Chaliand escrevia sobre guerrilhas na revista Partisans, publicada pelo editor François Maspero, cuja livraria La Joie de Lire (A Alegria de Ler), quase na esquina dos boulevards Saint-Germain e Saint-Michel (no centro do mundo, pois), era a meca do terceiro-mundismo. O nome Partisans vinha dos resistentes europeus que combateram o ocupante nazi com armas na mão, durante a II Guerra Mundial. Na década de 1960, a Europa crescia na economia e no bem-estar - em França, o regime gaullista resolvia o problema da habitação com a importação de camponeses portugueses, reconvertidos em pedreiros, maçons mas não muito livres: viviam em bairros de ripas e de lama, bidonvilles. Porém, nessa Europa, cercada por um mundo que mudava violentamente (Cuba, Vietname...), os estudantes, filhos do baby boom do após-guerra, tinham como que um remorso pela oportunidade de aventura que a história dera aos seus pais. E não a eles.

A guerrilha corajosa mas discreta dos guineenses contada pelo orador não empolgou os estudantes de Nanterre. Um deles, ruivo e com os pés pousados numa mesa, perguntou se Chaliand não tinha estado no Vietname. Justamente, ele acabara de vir de lá e Le Monde Diplomatique ia publicar-lhe um texto sobre a resistência dos camponeses do Vietname do Norte. Daniel Cohn-Bendit, era o nome do ruivo, ficou entusiasmado. No mês anterior, os vietcongues tinham começado um tremendo ataque contra os americanos - ainda não se sabia que seria uma derrota militar para os guerrilheiros mas já era uma estrondosa vitória política. Nos restaurantes universitários da Europa, a "ofensiva do Têt" entrava em todas conversas. Era o trending topic daquele tempo ainda sem Twitter. Combinou-se logo ali uma nova conferência de Chaliand e a data ficou acertada: 22 de março.

No dia 15 de março de 1968, Le Monde publicou um artigo do seu prestigiado editorialista Pierre Viansson-Ponté intitulado "A França Aborrece-se". Dizia: "A juventude aborrece-se. Os estudantes manifestam, mexem-se, batem-se em Espanha, Itália, Bélgica, Argélia (...) e até na Polónia. Eles têm conquistas a realizar, protestos a fazer ouvir, pelo menos um sentimento de absurdo a opor-se ao absurdo. E os estudantes franceses preocupam-se em saber se as raparigas das universidade de Nanterre e de Antony podem aceder livremente aos quartos dos rapazes" - escrevia Viansson-Ponté, especialista da política francesa.

Um artigo com estilo, como se exigia naquele jornal, mas que ficaria desgraçadamente famoso. Não, claro, pelo pequeno erro de dizer que nos campus universitários as raparigas não podiam ir aos dormitórios dos rapazes, podiam, o contrário é que era interdito. Mas famigerado porque chamar aborrecimento ao que a França vivia revelou-se, logo na semana seguinte, absurdamente cego à atualidade impetuosa.

A 22 de março, Gérard Chaliand não pôde dar a conferência prometida em Nanterre. Dias antes, estudantes tinham partido as montras do American Express, vizinho da Ópera de Paris, em solidariedade com os vietcongues que combatiam a América. Alguns foram presos e eram de Nanterre. A prisão de camaradas levou à ocupação da faculdade, a mais fervilhante e berço da confluência de anarquistas, trotskistas e mao-spontex, pouco dados a ideologia chata e muito à ação lúdica.

Já em janeiro, Cohn-Bendit interpelara um ministro, o da Juventude, presente na inauguração da piscina universitária, por ele não se importar com a "sexualidade dos jovens". Mas, diga-se, o jovem contestatário também não teve, então, uma só palavra sobre os trolhas que fizeram a piscina e viviam ao lado, no bidonville de Nanterre. Naqueles dias a simbiose proletária-estudantil ainda não estava na ordem do dia.

Mais tarde, depois das prisões e da ocupação da faculdade, no tal 22 de março, as prioridades ainda eram outras: 60 rapazes estudantes foram para o pavilhão-dormitório das estudantes de Nanterre. Eles ficaram lá dentro uma semana a fraternizar. Desde o ano anterior, a pílula contracetiva era legal em França e o filósofo Wilhelm Reich, marxista e freudiano, que morrera dez anos antes numa prisão americana como mártir da revolução sexual, voltava a estar na moda.

A 2 de maio, novos confrontos em Nanterre. O diretor encerrou a faculdade e chamou a polícia. Sete estudantes, entre os quais Cohn-Bendit, foram convocados à Sorbonne pelas autoridades académicas, com a ameaça de serem expulsos da faculdade. À Sorbonne, no coração do Quartier Latin - quer dizer, a ordem serviu para levar o fogo para o centro de Paris. O Movimento 22 de Março seria a centelha que iria incendiar o Maio de 68. Sobre Cohn-Bendit pendia ainda a hipótese de ser expulso do território francês. Embora nascido em Montauban em 1945, a dias de acabar a guerra, não tinha a nacionalidade francesa por ser filho de refugiados apátridas de origem alemã e judaica.

Nos anos seguintes, o jornal humorístico Hara-Kiri, chegando abril, começava a avisar logo na capa: "Só faltam quatro semanas para a Revolução!" Só faltam três... Só... Até pro ano. Mas a contestação francesa, apesar daquele maio singular, bebia em mil outras explosões (para exagerar um desejo de Che Guevara que queria "1, 2, 3 Vietnames..."). A luta dos direitos cívicos dos negros americanos crescia e, em abril de 1968, o pastor Martin Luther King, apóstolo da não violência , foi assassinado em Memphis. Nesse mês, ainda, o líder checo Alexander Dubcek proclamava "o comunismo de face humana". As duas superpotências de então não pareciam lá muito em forma. O mundo procurava-se, era época de plantar utopias.

Sinais contraditórios continuavam a acumular-se. Dias depois de Martin Luther King, o líder da Liga dos Estudantes Socialistas de Berlim, Rudi Dutshke, pacifista e futuro fundador de Os Verdes, também foi baleado gravemente na cabeça. Como se, diria o grande repórter francês Jean Lacouture, "os assassinos políticos fossem inteligentes e privilegiassem ter por vítimas os homens de referência"... As consequências pareciam indicar isso. Na Alemanha, a contestação passaria para o bando terrorista Baader-Meinhof e, nos Estados Unidos, para os Black Panthers, ambos com ações violentas e retórica acéfala, logo reduzidos a grupúsculos, sem impacto social. E no verão, cinco países do Pacto de Varsóvia e os blindados soviéticos acabaram com a Primavera de Praga. Sonhar ficava caro.

Em Itália, sem mobilização notável no meio estudantil, a extrema-esquerda conseguira forte penetração no meio operário, sobretudo em Turim, nas fábricas da Fiat. Partidos radicais como a Lotta Continua aproveitaram um certo vazio deixado pelo PCI, cujos dirigentes foram os primeiros comunistas europeus a defender um "compromisso histórico" com a direita. A década seguinte foram anos de chumbo, com atentados bombistas. Em 1978, o dirigente Aldo Moro democrata-cristão, cúmplice do compromisso histórico com os comunistas, foi sequestrado. As Brigadas Vermelhas fotografam-no a olhar-nos - antes de o matar. Então diretor do Libération, jornal francês fundado por esquerdistas, Serge July, também ele um agitador dez anos antes, escreveu sobre Moro um editorial indignado: "Quando um homem nos olha assim, é do seu lado que estamos." O Maio francês preferiu palavras em vez do gatilho.

A visita do embaixador americano à Universidade do Porto, em plena ofensiva do Têt, ainda antes de o Maio de 68 eclodir, levou a uma concentração de protesto na Praça dos Leões. Quando chegou a polícia, o estudante José Leal Loureiro, fundador das edições Afrontamento, de católicos de esquerda, soube interpretar o ar dos tempos: propôs aos manifestantes irem passear sobre os relvados, o que então era proibido.

Em maio de 1968, dia 9, quando liceais e universitários já enchiam as ruas de França, de Lille a Marselha, a Sorbonne estava ocupada. Nessa tarde, apareceu nos claustros um velho de bela cabeleira branca, o poeta de Louis Aragon - que escrevera sobre as grandezas e misérias dos franceses sob a Ocupação. Ele pediu para falar. Foi insultado por causa da sua ligação ao PCF. Mas Cohn-Bendit pegou no microfone e disse: "Aqui todos têm direito à palavra, até os traidores" - e estendeu o microfone a Aragon. Esqueçam a crueldade do jovem e guardem uma bela ideia de Maio: "É proibido proibir". Ou então olhem para a foto icónica, de Serge Hambourg: Aragon com o megafone a falar, com o ruivo Cohn-Bendit a ouvi-lo.

A acrimónia dos estudantes viera do comportamento do PCF com o movimento que os comunistas não compreendiam. A 3 de maio, o secretário-geral do PCF, Georges Marchais, chamara, num editorial no L'Humanité, Daniel Cohn-Bendit de "anarquista alemão". Nesse dia fizeram-se as primeiras barricadas no Boulevard Saint-Michel. Os estudantes picavam o asfalto com picaretas para descobrir as pedras da calçada e inventou-se mais um slogan: "Sob as pedras [les pavés], estava a praia." Paris voltava a ser a Comuna de há quase um século (1870), aquela que levou a burguesia e Hausmann a desenhá-la com avenidas à prova de barricadas. Estas voltaram e melhores, sem sangue.

Na primeira página de Le Monde, como o fez durante 30 anos e nove mil bilhetes de meia dúzia de linhas mágicas, Robert Escarpit, linguista e comunista, também embirrou com o "parte montras": "Daqui a 10, 20 anos, quando o Sr. Daniel Cohn-Bendit e seus amigos forem reitores e ministros, espero que defrontem os seus próprios estudantes com tanta moderação quanto aquela com que os tratam hoje em Nanterre." Escarpit chamou à crónica "A culpa de Voltaire". Homenagem a quadra do garoto Gavroche, em Os Miseráveis, com a qual Victor Hugo fustigava o lamuriento eterno, que ora deitava a culpa a Voltaire ora a Rousseau, caísse por terra (terre) ou com o nariz no regato (ruisseau), logo que rimasse. O problema com Escarpit, e os conservadores e comunistas em geral, era que Maio de 68 rimava com aqueles tempos. A foto de um pobre polícia de choque, um palmo mais alto, frente a um já Dany, Le Rouge, cabelos vermelhos, que o desarmava com olhos azuis risonhos e sorriso malicioso. Uma petulância, um panache - era um não sei o quê. E o quê era: "Sejam realistas, exijam o impossível." Viver sem tempos mortos...

E o impossível aconteceu: os operários vieram a reboque. As centrais sindicais convocaram greve geral. A França paralisou, dez milhões de grevistas, o velho escritor surrealista Michel Leiris invadiu o apartamento do ministro do Interior, o teatro de Odéon foi ocupado por três mil pessoas (e atores, entre eles, Michel Piccoli), os ministros falavam por walkie-talkie, o governo sentou-se à mesa com os sindicatos... E o presidente, um herói nacional, desapareceu. De Gaulle foi à Alemanha falar com o seu general mais duro e voltou no dia seguinte (dia 30): convocou novas eleições. O calendário confirmava, tinha acabado o mês de maio.

A psicanalista Elizabeth Roudinesco tinha 24 anos e nunca esqueceu a beleza de "numa manifestação ir para as barricadas como num filme de Renoir". O último ocupante a abandonar o Odéon, um tipo com bata branca e estetoscópio nas orelhas, passava por médico e era um escroque latino-americano que dava informações à polícia... Em todo o mês houve três mortos: um inspetor com ataque cardíaco, um polícia agredido e um jovem perseguido que caiu ao Sena.

Em outubro, dez dias antes da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos do México, a polícia matou 300 estudantes ao lado do estádio. Os JO foram mantidos e os jornalistas falaram dos recordes nas pistas. Hoje, os JO de 1968 não seriam realizados porque depois de Maio de 68 somos outros.» in https://www.dn.pt/mundo/interior/ha-50-anos-uma-revolucao-sem-pecado-nem-razao-para-arrependimento-9018811.html


(Movimento de Maio de 68)

Religião - Carla Afonso Rocha, mulher do Norte e devota, que decidiu documentar a passagem de Jacinta, a pastorinha de Fátima, por Lisboa.




«UMA CADEIRA COM OS PÉS CORTADOS, UM RECADO DO CÉU E A MADEIXA DE CABELO QUE REGRESSOU A FÁTIMA. A HISTÓRIA DE JACINTA QUE FICOU POR CONTAR

Se há memórias que perduram no tempo, documentadas ou contadas de boca em boca, outras são votadas ao esquecimento até que alguém decida dar-lhes novo fôlego. É o caso de Carla Afonso Rocha, mulher do Norte e devota, que decidiu documentar a passagem de Jacinta, a pastorinha de Fátima, por Lisboa. E tudo começa num pequeno quarto da capital, de portas abertas até hoje, onde está uma cadeira de pernas cortadas para que mais ninguém se sente no lugar de Nossa Senhora.

Com a Basílica da Estrela ao fundo, há um edifício ao lado do jardim que passa despercebido apesar dos seus azulejos coloridos e portas verde garrafa. No número 17 da Rua da Estrela fica o Mosteiro do Imaculado Coração de Maria, das Irmãs Clarissas, apenas identificado, além do nome na campainha, por um painel com arabescos bordô no cimo de um muro branco, contrastando com as paredes velhas da restante fileira de edifícios. Contudo, este espaço tem um passado diferente e que muitos já não recordam: viveram ali, há muitos anos, órfãos a cargo de Maria da Purificação Godinho, conhecida também como Madre Godinho. Mas também passou pelo Orfanato de Nossa Senhora dos Milagres uma menina que, apesar de não ser órfã, precisava de cuidados e segredo: Jacinta Marto, pastorinha de Fátima.

Hoje, apesar de ser um mosteiro de clausura, a porta está aberta para quem lá quiser entrar. Um toque de campainha basta para surgir uma voz no intercomunicador. ‘Sim?’, perguntam. ’Viemos visitar o quarto da Jacinta’, respondemos. Do outro lado, uma voz a que não vamos associar a uma cara pergunta: ‘Já conhecem? Então a porta está aberta. Podem entrar, fiquem à vontade’. Quanto o caso é outro e nunca se lá foi, uma das Irmãs mais novas — e por isso mais habituadas a lidar com desconhecidos — acompanha os visitantes. Falam várias línguas e conhecem o espaço como ninguém. Sabem a história deste “cantinho de céu” no meio da azáfama da capital. Foi ali que, em 1920, Jacinta passou 12 dias — de 21 de janeiro a 2 de fevereiro — antes de ser internada durante 18 dias no Hospital Dona Estefânia, onde viria a falecer.

Para muitos, este período é um mistério. As Aparições ocorreram de maio a outubro de 1917, na Cova da Iria, e depois disso apenas se fala das mortes prematuras de Francisco e Jacinta, vítimas da gripe pneumónica, e da vida de Lúcia enquanto Irmã Carmelita. E se a vida de Lúcia — por ser a última sobrevivente das crianças que viram Nossa Senhora e por estar associada à transmissão da Mensagem de Fátima — está bem documentada, o mesmo não se pode dizer do curto espaço de tempo das vidas de Francisco e Jacinta depois das Aparições.

Dos dois irmãos — elevados à honra dos altares desde maio de 2017, com a canonização pelo Papa Francisco —, Jacinta é provavelmente a que encerra mais mistérios à data de hoje. Foi por isso que Carla Afonso Rocha decidiu pôr mãos à obra.

“A partir do momento em que começo a estar mais ligada à história e à Mensagem de Fátima, a Jacinta foi sempre, não vou dizer a minha predileta, mas quase. Isto por ser tão pequenina — todos eram pequeninos, mas ela tinha sete anos! — e, no fundo, por se entregar da forma que se entrega”, começa por explicar Carla ao SAPO24.

“A própria Irmã Lúcia diz nas suas memórias que a Jacinta não era, antes das Aparições, de todo a sua companhia ideal. Porque tinha mau feitio, porque era ela que tinha de escolher os jogos e era ela que tinha de ganhar. Era ela que decidia tudo. A Jacinta era o ponto fundamental em tudo. A partir das aparições esta menina passa, precisamente, a ser o inverso disto tudo. Ela não interessa para nada, Nosso Senhor é que interessa; Nossa Senhora é que fez os pedidos que fez. Jacinta muda o seu objetivo de vida, embora saiba logo na primeira Aparição que não será uma vida muito longa. Com sete anos e uma entrega desta forma… quantos de nós, com a idade que temos, dizemos ‘eu vou fazer, eu vou’ e depois chegamos à hora e recuamos. Por isso também foi sempre a minha menina”, conta.

“Tinha o Francisco três anos e meio quando apanhámos o maior susto que podíamos ter apanhado. Há um dia em que ele se deita sem problema absolutamente algum e no dia seguinte acorda sem poder andar. Ao fim de oito dias tínhamos um diagnóstico de leucemia. O mais frequente, e por aquilo que foi a nossa vivência no Instituto Português de Oncologia [IPO] de Lisboa, é que as pessoas se zanguem com Deus, se zanguem com tudo o que é extra à família, mas connosco não. Aconteceu-nos exatamente o contrário: ou segurávamos ali a mão de Maria ou era para descambar”, confidencia.

Hoje, o Francisco tem oito anos e é um menino saudável e feliz, conta. A mãe diz não fazer promessas, mas sentiu que tinha de agradecer esta cura. “Em outubro de 2013 conseguimos trazer a Imagem Peregrina, vinda precisamente do Santuário, para passar todo o mês na capela do IPO de Lisboa. Entrámos com Nossa Senhora escondida, parecia que estávamos a meter um terrorista dentro do IPO. Contra tudo e contra todos. Foram-nos mandados dois seguranças à entrada, para terem a certeza de que nós entrávamos com a caixa de transporte de Nossa Senhora fechada e que só a abríamos na capela. O Estado é laico, o hospital é público e por isso é laico, tem um capela mas não devia ter, segundo as indicações que me foram dadas por uma funcionária do IPO. Quando chegámos à capela abrimos a caixa e a Imagem Peregrina esteve ali todo o mês, disponível para quem a quisesse ir ver”, recorda Carla.

Imagem Peregrina à mostra, sem caixa, e passámos em todos os serviços, em todas as camas, junto de todos os doentes que não tinham tido oportunidade de ir à capela vê-la. Se nos mandassem embora nós 'já íamos'. Saímos da capela eram cinco da tarde e conseguimos ter a Imagem Peregrina no carro eram oito da noite", conta, assegurando mesmo "a cura de uma senhora que era completamente descrente e que foi à missa da despedida da Imagem. Foi incentivada por uma funcionária do IPO, que lhe disse: ‘eu levo-a’. E no dia seguinte a senhora estava a trabalhar sem vestígios de doença, quando supostamente tinha, como eu costumo dizer, uma espada em cima da cabeça”.

Fé, teimosia e vontade. Os ingredientes base para escrever um livro

Além destas histórias pessoais que empurraram Carla para Fátima e para Santa Jacinta, é preciso dizer que é uma mulher do Norte, determinada. Por isso, recusa-se a fica quieta quando a desafiam. Percebendo que a passagem de Jacinta por Lisboa não tem sido explorada, começou a divulgar a existência do espaço na Rua da Estrela que havia acolhido a menina antes de ser internada no Hospital Dona Estefânia. Palavra puxa palavra e surge a ideia de pôr tudo por escrito, imprimir a memória. “A ideia de escrever um livro surgiu precisamente numa conversa com um senhor que sabe muito sobre a Igreja e que quando eu falei neste espaço me diz: ‘ah, mas esse espaço existe? Ela veio para Lisboa para o Hospital da Estefânia’. E eu disse que não, que antes de ela ter vindo para a Estefânia esteve na Estrela. ‘Ah, isso era giro de pôr num livro, mas você não é capaz’. Não digam isso a uma mulher do Norte! A partir daquele momento passou a ser o meu objetivo: pôr toda a vivência da Jacinta em Lisboa num livro”, afirma Carla.

Num primeiro momento, estava previsto publicar o livro por ocasião do Centenário das Aparições, em 2017. Mas depois surgiu outra ideia: “Faz 100 anos em 2020 desta estadia de Jacinta em Lisboa; ela esteve cá em 1920. E isto também me está a dar, no fundo, espaço de manobra para investigar ao pormenor e saber com rigor tudo o que se terá passado durante os 30 dias em que ela esteve aqui em Lisboa”.

Para complementar esta investigação, criou conferências mensais numa sala ao lado do quartinho de Jacinta na Estrela, que terminam com a oração do terço, em grupo, tudo marcado e divulgado através do Facebook. “Tinha o intuito de dar a saber que se está a fazer o livro para que as pessoas que eu precisava de conhecer começassem a perceber que as coisas se estavam a fazer. E também, de certa forma, para fazer com que as pessoas conheçam o espaço antes do livro, que as pessoas se interessem. É pôr um bocadinho a curiosidade a funcionar para perceberem o porquê de eu estar a fazer isto”, diz.

O início foi algo desconcertante: apareciam duas ou três pessoas. Agora, quase um ano depois de ter começado, há dias em que a sala já se torna pequena para as mais de 20 pessoas que aparecem. “É uma alegria enorme para mim ter o número de pessoas a aumentar. É sinal de que aquilo que estou a fazer tem algum valor e algum interesse. Tenho pessoas que vêm cá desde o primeiro dia e que perguntam logo quando é a do mês que vem. Às vezes ainda nem eu tenho uma data”.

Já se descobriu o neto de uma enfermeira com mau humor, mas há que chegar a contacto com um sacristão 

A investigação de Carla já vai longa e muitas são as curiosidades descobertas. Há dossiês cheios de documentos escritos e fotografias de época. Existem páginas do Diário da República, horários de comboios e correspondência trocada entre Lisboa e Fátima. Também existem muitos livros já lidos de outros autores que começaram a falar de Jacinta na capital do país. Em cima da mesa, aos nossos olhos, estão muitas folhas. Caligrafias várias, umas difíceis e atabalhoadas, outras absolutamente claras. Alguns documentos escritos à máquina, outros já a computador. Carla não esconde o entusiasmo ao manusear os documentos, ao mesmo tempo que nos passa alguns para as mãos. “Estes documentos são os primeiros. Foram-me cedidos precisamente aqui pelas Irmãs e são, por exemplo, troca de correspondência entre o pai da Jacinta e a Madre Godinho, no período em que a Jacinta cá esteve. São também uns inquéritos feitos à Madre Godinho sobre a estadia da Jacinta aqui, e depois temos um inquérito que o Padre Formigão [figura central na investigação e divulgação das aparições] veio cá fazer a Lisboa ao pessoal do hospital que tinha lidado de perto com a Jacinta. Através deste documento, que está tão elaborado, é que eu consegui perceber o funcionamento do próprio hospital”. Aos testemunhos escritos, acrescentam-se os falados. “Esteve cá no outro dia o senhor Manuel na conferência, e que eu já consegui entrevistar, que viveu 13 anos na cama da Jacinta. Esse senhor entrou no hospital uns anos depois [de 1920], ainda a estrutura e a organização do hospital era a mesma, por isso é também uma fonte muito credível”.

Ao longo deste último ano muitas têm sido as descobertas. Na maior parte das vezes, os familiares de quem conviveu com Jacinta encontram Carla e dão-lhe informações que vão delineando o fio condutor desta história. “Este é o mais recente e um dos mais extraordinários documentos que encontrei, que me foi dado pela neta do Barão de Alvaiázere. É um testemunho na primeira pessoa de uma tia dela, uma irmã do Barão, que está presente no funeral da Jacinta, na transladação do túmulo dos Barões de Alvaiázere para Fátima e na ida de Fátima para a Basílica. Ela faz, aliás, um capítulo mesmo só sobre a Jacinta, porque esteve presente no Milagre do Sol [13 de outubro de 1917]”, diz.

Mas a passagem de Jacinta por Lisboa não se resume à pastorinha.“Tem-me marcado muito a história da enfermeira que lidava mais com a Jacinta, a enfermeira Leonor, por não ser católica, por ser completamente descrente, e por ter sido a única pessoa a quem a Jacinta disse de viva voz que ela era a Jacinta de Fátima, que tinha visto Nossa Senhora. No fundo, isto também nos dá esta ligação de Fátima às outras convicções, às outras religiões. O não pôr de parte. Aquela enfermeira não era católica, mas é com ela que Jacinta sente necessidade de partilhar isso. Quem a conheceu no hospital diz que ela tinha muito mau humor! Eu conheci o neto dessa enfermeira, que ainda lidou variadíssimos anos com a avó, e que notava que havia ali qualquer coisa de especial quando a avó falava desta situação”, refere Carla.

Contudo, nem sempre foi assim tão fácil chegar a informação. “Há portas que se fecharam a sete chaves e ainda não voltaram a abrir”, confidencia Carla. Não quer dizer quais, mas tem esperança que tudo mude. E, apesar das dificuldades, tem conseguido avançar. “Isto tem demorado, mas também por isso tem dado mais gozo. Tenho conseguido chegar na mesma às coisas, sem passar por cima de ninguém, sem ter de magoar ninguém, sem ter de virar costas a ninguém. A maior parte das coisas têm-me vindo parar às mãos”.

Todavia, ainda falta juntar algumas peças ao puzzle. E Carla não desiste. “Quero encontrar os familiares do sacristão da Igreja dos Anjos, que terá sido o senhor que em vez de zelar pela menina perante a multidão de pessoas que chegou à igreja para tocar e para tentar levar um bocadinho da Jacinta para casa, lhe terá cortado o cabelo. Muitos anos depois, este cabelo é entregue no Santuário de Fátima, assim de uma forma discreta. Gostava de encontrar este senhor, para saber o porquê deste corte de cabelo”, afirma.

Apesar de ter sido uma atitude reprovável, esta vontade de encontro “não é de forma nenhuma para dizer que ele [o sacristão] fez asneira. Não, não é de todo isso! Não é dar um ralhete à família", assegura.

Em toda a investigação esta tem sido a pessoa mais difícil de achar. "Comprei aqui há tempos um livro, à espera que lá estivesse o nome do senhor, e qual é o meu espanto quando numa frase diz ‘sacristão esse do qual não me recordo do nome’. Foi uma frustração!”. Contudo, quando tudo parecia descambar e as esperanças começavam a diminuir, uma simples pesquisa no Google — depois de tantas — revelou a primeira pista. "Consegui encontrar, no jornal Voz da Fátima de 13 de março de 1984, o nome do sacristão: Álvaro Artur Moranha, sacristão da Igreja dos Anjos em Lisboa".

A "madeixa de cabelo alourado, entrançada e presa com uma fitinha azul e branca", como se lê na publicação, foi entregue ao Santuário de Fátima em setembro de 1982, juntamente com um bilhete assinado pelo próprio sacristão, com a data de 23 de fevereiro de 1920. Sabendo o nome do sacristão e de quem entregou o cabelo — que passou por várias pessoas —, o objetivo agora é conseguir chegar a alguém. "É dito que o cabelo e o bilhete foram entregues por uma senhora chamada Maria Gabriela da Silva Franco de Carvalho, de Torres Vedras. Agora estou a fazer tudo para conseguir encontrá-la ou a alguém da família", diz Carla.

Se aqui há esperança de chegar ao contacto com alguém, o mesmo não se pode dizer sobre o misterioso homem que acompanhou Jacinta na derradeira viagem de regresso a Fátima. "Aí é bastante difícil — acho que já fui ao mais fundo que se pode ir, que é aos arquivos dos caminhos-de-ferro", diz Carla. Trata-se do "condutor do comboio, que não é o maquinista do comboio”, começa por clarificar. “O condutor do comboio era o senhor que, em cada estação e apeadeiro, mandava parar e seguir o comboio conforme tivesse passageiros ou não. Segundo algumas cartas do Dr. Eurico Lisboa [oftalmologista que queria analisar os pastorinhos para provar que as aparições não passavam de um problema nos olhos das crianças, mas que acabou convertido] e do senhor Barão de Alvaiázere [que disponibilizou um jazigo para Jacinta], percebe-se que este senhor faz a viagem desde a estação do Rossio até à estação de Chão de Maçãs [estação mais próxima de Fátima] a acompanhar a urna da Jacinta, que vai num comboio de mercadorias. Eu já consegui inclusive os pormenores do número do comboio, do horário”.

Contudo, não chega. Era preciso saber o nome deste homem para se chegar à família, mas até agora não há nada que o indique. “Este registo dos funcionários, mesmo que na altura fosse feito, já se perdeu. Uma das funcionárias do arquivo já me foi procurar as atas dessa altura, da administração dos caminhos de ferro, para tentar perceber se havia alguma referência a esse transporte, mas era extremamente comum na altura fazer-se o transporte dos funerais de comboio. Por isso a Jacinta, ali, desculpem-me a expressão, seria ‘mais uma’. Não era uma coisa nova, não era nada de extraordinário. Era mais comum ser de comboio do que de carro, até porque carros não havia muitos. E, além de não haver muitos, ficava muito mais barato de comboio”.

Esta última viagem de Jacinta é, no fundo, o oposto daquela que a levou a Lisboa. “Aí veio num comboio de passageiros com a mãe e com um dos irmãos, mas depois a urna regressa a Fátima completamente sozinha, num vagão que é alugado precisamente para esse transporte, com o condutor do comboio que leva todos os documentos do Governo Civil e todos os documentos de autorização desse transporte. Era só esta pessoa. Terá ido depois uma comitiva num comboio de passageiros, mais tarde, mas ali era só o condutor que acompanhava a Jacinta”, conclui.

Um recado deixado em Lisboa

Olhando para Fátima e para as Aparições — mais discretas — que se seguiram, também em Lisboa ficou uma mensagem, conta Carla. Este recado, que Jacinta entregou à Madre Godinho por não conseguir falar com o Padre Formigão, refere que “Nosso Senhor está profundamente ofendido com os pecados e crimes que se cometem em Portugal. Por isso, um terrível cataclismo de ordem social ameaça o nosso país e principalmente a cidade de Lisboa”, realçando ainda que “a capital converter-se-á numa verdadeira imagem no inferno”. Contudo, Carla pede que este recado não seja analisado à letra, tendo em consideração a época em que foi divulgado e o contexto histórico.

Olhando para este quarto, onde Nossa Senhora falou com a menina e deixou um recado, sentada numa cadeira que agora tem as pernas cortadas para que não seja usada por mais ninguém — a pedido de Jacinta —, fica apenas a certeza de um lugar de paz e respeito, crenças à parte. “Dos três espaços em que Jacinta esteve em Lisboa, não há este espírito de preservar o lugar como aqui nas Irmãs. Aqui as coisas estão como eram na altura, ao ponto de a luz do quarto não ser muito forte porque na altura também não seria. Depois, no Hospital Dona Estefânia, não por culpa de A, B ou C, mas porque foi preciso expandir o hospital, que passou de dois pisos a três, perdeu-se o espaço físico desta estadia, e na Igreja dos Anjos, onde ela esteve a ser velada, tem uma placa identificativa na sala, mas não passa disso”, refere Carla.

“Perde-se um ponto da História de Portugal, quer queiramos, quer não. Quer sejamos crentes ou não, esta é a História do nosso país. Fátima é, sem dúvida nenhuma, uma das três coisas fundamentais da História de Portugal pelo mundo fora. Podem não saber onde fica o país, mas falando no Fado, no Futebol e em Fátima, eles sabem que somos portugueses”.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/uma-cadeira-com-os-pes-cortados-um-recado-do-ceu-e-a-madeixa-de-cabelo-que-regressou-a-fatima-a-historia-de-jacinta-que-ficou-por-contar 


Amarante São Gonçalo - Em Amarante São Gonçalo na Paróquia de São Veríssimo, portões da Primavera...


(Esplendor da Primavera, verde e pujante...)