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16/12/10

Jornalismo - Morreu Hoje, Carlos Pinto Coelho, o Autor e Apresentador do "Acontece", um grande programa da RTP 2!

«Morreu Carlos Pinto Coelho
15 de Dezembro, 2010

Carlos Pinto Coelho morreu nesta quarta-feira vítima de ataque cardíaco. Chegou a ser internado de urgência e submetido a uma cirurgia, mas não resistiu. Em Novembro de 2005 teve dois enfartes. Cinco anos depois, aos 66 anos, o coração do jornalista e escritor voltou a falhar - desta vez para sempre.
Ficou por cumprir o sonho de regressar com o seu Acontece à Telecinco, canal televisivo de que foi porta-voz mas que não saiu do papel. Regressado há uns meses à televisão, apresentava especiais na RTP Memória, como por exemplo o frente-a-frente com dois rivais de há 35 anos no 25 de Novembro, Vasco Lourenço e Duran Clemente.
Nascido no Porto, Carlos Nuno de Abreu Pinto Coelho foi viver para Moçambique ainda bebé. Aí viveu até aos 19 anos, altura em que trocou Lourenço Marques (actual Maputo) por Lisboa para estudar na universidade. Ao quinto ano desistiu de Direito e ingressou no jornalismo. Primeiro no Diário de Notícias - do qual foi saneado à época em que José Saramago era subdirector -, depois esteve na fundação do Jornal Novo até ser convidado, aos 33 anos, para editor de política internacional.
Da experiência na RTP - onde foi director de informação e de programas - tinha um orgulho especial em ter lançado as bases da RTP Internacional e da RTP África, bem como de ter lançado a versão portuguesa da Rua Sésamo(«a menina dos meus olhos», disse em entrevista ao SOL) .
Carlos Pinto Coelho era casado e deixa quatro filhas, duas do primeiro casamento.
SOL» in http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=7061

(Herman José fala sobre a morte de Carlos Pinto Coelho)

Herman José - (Notícias à la Carlos Filinto Botelho)

Carlos Pinto Coelho / Luís Filipe Borges / 5 Para a Meia Noite

Carlos Pinto Coelho - (Última entrevista ao jornalista)

Carlos Pinto Coelho entrevista Ernesto Rodrigues - (parte1)

11/11/10

Lisboa - Morreu João Manuel Serra, o «Senhor do Adeus» e com Ele a Bondade que um simples sorriso pode trazer às nossas vidas...

«Morreu João Manuel Serra, o «Senhor do Adeus»
11 de Novembro de 2010, 19:23

Era uma figura incontornável da cidade de Lisboa. Acenava a quem passava pelas zonas do Saldanha e do Restelo apenas porque acreditava que, dessa forma, fazia os lisboetas mais felizes. Eles acenavam de volta. João Manuel Serra faleceu aos 80 anos.
João Manuel Serra assumiu por várias vezes nunca ter tido de trabalhar. Vinha de uma família abastada que o deixou com rendimentos fartos e lhe permitiu escolher uma «profissão» diferente.
Todos os dias, o Senhor do Adeus passava horas a fio sob sol ou chuva vendo os carros que passavam e acenando aos condutores. A motivação? Dizia que começou por brincadeira mas que percebeu que aquele trabalho deixava as pessoas mais felizes, distribuía sorrisos.
E se muitos havia que não percebiam e associavam a personagem a um certo grau de insanidade, a maioria retribuía os acenos e, com isso, levava para casa um sorriso no rosto.
João Serra tinha ainda outra faceta pública: era um acérrimo cinéfilo. Tornaram-se célebres, as tertúlias semanais que partilhava com o amigo Filipe Melo, músico de jazz, realizador e autor de banda desenhada. Todos os Domingos à noite, assistiam a uma estreia da semana que era depois comentada no blogue «O Senhor do Adeus».
Ontem à noite, em vez da habitual crítica de João, foi uma despedida que Filipe Melo publicou. «Todos os dias, o João dizia adeus às pessoas. Era assim que assim fazia as pessoas felizes e que as pessoas lhe retribuíam essa felicidade. Era um dos meus melhores amigos, e terei muitas saudades das nossas idas ao cinema e de o ver a sorrir e a trazer alegria a todos os que o rodeavam», recordou o amigo.
A história de João Manuel Serra levou-o ainda a outros caminhos. Desde a criação da estação que assinava uma rubrica de cinema no programa «A Rede», do Canal Q. Teve também direito a surgir na banda desenhada «As Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy», de Filipe Melo e Juan Cavia, e fez participações especiais no filme de zombies «I’ll See You In My Dreams» e na série de televisão «O Mundo Catita», nos dois projectos também sob a bandeira de Filipe Melo.
Os papéis foram agora invertidos. Ficam os lisboetas a despedir-se do senhor que passou a vida a dizer adeus.» in http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1105579.html
Marco Rodrigues e a homenagem ao «O Homem do Saldanha» Inês Gens Mendes@


Lisboa foi ao Saldanha despedir-se do "Senhor do Adeus"«Lisboa foi ao Saldanha despedir-se do "Senhor do Adeus"
por Isaltina PadrãoHoje
 Figuras públicas como Rui Zink, Ricardo Sá Fernandes e Leonor Poeiras juntaram-se às cerca de duas centenas de pessoas que se concentraram no Saldanha (Lisboa) para se despedirem do "Senhor do Adeus".  

Aquele acenar de mão bem como aquele sorriso pelo qual ficou conhecido João Manuel Serra, baptizado pelo povo como o "Senhor do Adeus" e que faleceu na quarta-feira, aos 79 anos, levou os lisboetas a prestar-lhe uma sentida homenagem na qual, tal como ele, disseram adeus aos inúmeros carros que por eles passavam. O objectivo final foi despedirem-se do autor desse adeus e desse sorriso gratuitos que a tantos fazia felizes. "Este está a ser o mais bonito velório a que assisti nos últimos tempos e que, provavelmente, irei assistir nos próximos", frisou, em declarações ao DN o escritor Rui Zink, que conhecia João Manuel Serra das inúmeras passagens que fazia a pé pelo Saldanha.
É de lágrimas nos olhos e num incessante adeus aos automobilistas que o advogado Ricardo Sá Fernandes reconhece que "são gestos simples como os deste homem que dão alma à cidade". Uma opinião partilhada pela multidão que se concentrou a partir das 22.00 horas e que só começou a dispersar cerca de duas horas depois. Ao adeus e ao sorriso, um dos muitos jovens não se cansou de enviar beijinhos, um outro gesto que lembrou ao amigos que o "Senhor do Adeus" também fazia. "Ele dava tudo sem pedir nada em troca, por isso merece que lhe retribuamos tudo também", dizia emocionado com a multidão inesperada.
Agradavelmente surpreendida ficou também a apresentadora de televisão Leonor Poeiras, que num curto intervalo no trabalho deu um salto ao local onde tantas vezes retribuiu os gestos "com que o senhor João alegrava os finais do dia". Da parte dos automobilistas as reacções foram as mesmas de quando João Manuel Serra era vivo. Buzinhadelas e acenos, mas agora mais intensos do que nunca. Foi mesmo o derradeiro adeus aquele a quem sempre os saudou mesmo sem os conhecer. Tal como sem o conhecer, muitos se juntaram no mega velório levado a cabo por rostos anónimos que garantem que, para já Lisboa ficou a perder, mas poderá vir a ganhar novos "Senhores do Adeus" por afinal "não custa dar um sorriso e dizer um adeus".» in http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1708900&seccao=Sul

Carlos do Carmo e Marco Rodrigues - "O Homem do Saldanha"







Entrevista ao Senhor do Adeus, que já nos disse Adeus de Vez!
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Há pessoas assim... este Senhor acenava às pessoas e estas retribuíam-lhe com sorrisos; é verdade um gesto tão simples, pode trazer um momento de Grande Felicidade!
Este Senhor sabia como poucos, que a alegria está na partilha, na dádiva, na entrega aos outros... nem que seja um sorriso de amor ao próximo!
Descansa em paz Homem do Adeus e que falta vais fazer aos terrenos que não têm tempo para olhar para os outros e sorrir...



Rui Veloso e Ala dos Namorados - "Loucos de Lisboa"

"Loucos De Lisboa
Ala Dos Namorados

Parava no café quando eu lá estava
Na voz tinha o talento dos pedintes
Entre um cigarro e outro lá cravava a bica
Ao melhor dos seus ouvintes

As mãos e o olhar da mesma cor
Cinzenta como a roupa que trazia
Num gesto que podia ser de amor sorria
E ao partir agradecia

[Refrão]
São os loucos de Lisboa
Que nos fazem duvidar
Que a Terra gira ao contrário
E os rios nascem no mar

Um dia numa sala do quarteto
Passou um filme lá do hospital
Onde o esquecido filmado no gueto entrava
Como artista principal

Compramos a entrada p'ra sessão
Pra ver tal personagem no écrã
O rosto maltratado era a razão de ele
Não aparecer pela manhã

[refrão]

Mudamos muita vez de calendário
Como o café mudou de freguesia
Deixamos de tributo a quem lá
Pára um louco
A fazer-lhe companhia

E sempre a mesma voz o mesmo olhar
De quem não mede os dias que vagueiam
Sentado la continua a cravar beijinhos
Às meninas que passeiam.

[refrão]"



António Variações - "Sempre Ausente"

"Sempre Ausente
António Variações

Diz-me que solidão é essa
Que te põe a falar sozinho
Diz-me que conversa
Estás a ter contigo

Diz-me que desprezo é esse
Que não olhas para quem quer que seja
Ou pensas que não existes
Ninguém que te veja

Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos

Uhhhhh...
Uhhhhh...

Lá vai uma luz
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar (x3)

Diz-me que loucura é essa
Que te veste de fantasia
Diz-me que te liberta
Que vida fazias

Diz-me que distância é essa
Que levas no teu olhar
Que ânsia e que pressa
Tu queres alcançar

Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos

Uhhhhh...
Uhhhhh...

Lá vai uma luz
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar (x2)

Mas eu estou sempre ausente e não conseguem alcançar
Não conseguem alcançar (x3)"

01/11/09

António Sérgio faleceu hoje, com ele aprendi a gostar muito de rádio e de música, madrugada fora, quantas vezes!



«Morreu António Sérgio, o Lobo da Rádio Portuguesa!
António Sérgio

Recorde aqui parte da entrevista de António Sérgio à BLITZ, publicada em Outubro de 2007.


O anúncio da sua saída de antena gerou uma onda de reacções, desde figuras públicas, como Miguel Esteves Cardoso, ao ouvinte anónimo. Surpreendeu-o esse apoio?

Ainda ontem pensei: em 2008 faço 40 anos de rádio. Já não é o bichinho da rádio que morde, já sou eu que sou o bicho da rádio! Todos estes anos a morder as pessoas em relação a uma forma de fazer rádio, ligada à divulgação musical. Senti-me um bocadinho babado com o texto do Miguel Esteves Cardoso.

Em rádio, estamos habituados a sentir-nos sozinhos. Sabemos lá se nos estão a ouvir dez ou dez mil pessoas. Ao longo dos anos o que percebi é que boa parte das pessoas de determinada idade atribui-me uma boa parte da sua formação musical, do "abrir a orelhinha". O apoio é uma festa no ego - e eu agradeço. Só espero que aquilo que alguns desejavam nas mensagens, que é ouvirem-me noutro lado qualquer, venha a suceder. A força com que eu fazia rádio mantém-se inalterada, e a vontade de descobrir música, enquanto houver saúde e orelhas, mantém-se intacta.


Não sente que parte dos que o apoiaram nem sequer sabiam que ainda fazia rádio?


É natural que sim. Os horários em que trabalhei em rádio foram sempre terríveis para quem tem de se levantar cedo.
Nos tempos em que certa música era mais difícil - uma boa parte da década de 80 e 90 - havia ouvintes que se davam ao trabalho de gravar para ouvirem ao fim-de-semana e anotarem os nomes. Uma coisa que é tristemente verdade é que a rádio há anos que vai perdendo uma fatia do auditório. Isto não é por acaso - boa parte das pessoas que ouviam rádio para descobrir música arranjaram outros métodos, muito antes dos iPods.

Isto é uma facada que sinto em mim mesmo - a rádio, para mim, é a primeira-dama. Aquilo que me veio a acontecer é triste para mim, é mau para os ouvintes que ainda me acompanhavam - e que não eram assim tão poucos pelo que se vai vendo-, mas a emissão em si não correspondia ao mau serviço que a Rádio Comercial ia prestando àqueles ouvintes.
As pessoas que a ouvem, ouvem aquilo que nós ouvimos nos supermercados ou na bomba de gasolina.


Quais foram para si os anos áureos da rádio em Portugal?


Os anos dos programas de autor na antiga Rádio Comercial, ainda pertencente à RDP. A rádio era ouvida com uma clubite muito especial. Uma das funções da rádio é espalhar magia: nós não temos cara, temos vozes, e isso ajuda a incendiar o imaginário dos ouvintes. E esta rádio de hoje, coitada, não incendeia absolutamente nada. Põe o ouvinte a um canto e diz-lhe: ouve isto, que não te maça, não te assusta, não te provoca, não te faz comprar discos.

Outra verdade: a rádio de hoje não te faz comprar discos - as rádios de autor conseguiam fazer as pessoas ter paixão por comprar música.
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Morreu o radialista, António Sérgio, o Lobo da Rádio!


24/05/08

Arte Literatura - Almada Negreiros, Grande Pintor e Escritor, Poeta, Ensaísta, Dramaturgo e Romancista do Movimento Modernista Português!



«Almada Negreiros

Almada Negreiros na I Conferência Futurista, Abril de 1917.José Sobral de Almada Negreiros (Trindade, S. Tomé, 7 de Abril de 1893 — Lisboa, 15 de Junho de 1970) foi um artista multidisciplinar, pintor, escritor, poeta, ensaísta, dramaturgo e romancista português ligado ao grupo modernista.
Também foi um dos principais colaboradores da Revista Orpheu.

Vida

Era filho de António Lobo de Almada Negreiros, um tenente de cavalaria que foi administrador do Concelho de São Tomé, jornalista e fundador de diversos jornais. Uma parte da sua infância foi passada em São Tomé e Príncipe, terra natal da sua mãe, Elvira Sobral.
Depois da morte da sua mãe, em 1896, veio viver para Portugal; nesta altura, em 1900, o seu pai é nomeado encarregado do Pavilhão das Colónias na Exposição Universal de Paris, deixando os filhos José e António, ao cuidado dos jesuítas no Colégio de Campolide.
Em 1911, após a extinção do Colégio de Campolide dos Jesuítas, José entra para a Escola Internacional de Lisboa, após uma breve passagem pelo Liceu de Coimbra. Nesta escola, consegue um espaço, onde irá desenvolver o seu trabalho, publicando ainda nesse ano, o seu primeiro desenho na revista A Sátira e publica o jornal manuscrito A Paródia, onde é o único redactor e ilustrador.
Em 1913 apresenta na Escola Internacional de Lisboa, a sua primeira exposição individual composta de 90 desenhos; aqui trava conhecimento com Fernando Pessoa, com quem edita a Revista Orpheu juntamente com Mário de Sá Carneiro.
Júlio Dantas, médico, poeta, jornalista e dramaturgo, é a maior figura da intelectualidade da época e afirma que a revista é feita por gente sem juízo. Irónico, mordaz, provocador mesmo, Almada responde com o Manifesto Anti-Dantas, onde escreve: “…uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos, e só pode parir abaixo de zero! Abaixo a geração! Morra o Dantas, morra! Pim!”
O manifesto teve algum impacto no meio artístico; é tempo de mudar as mentalidades e a sociedade e Almada fá-lo como poucos, atacando a cultura burguesa instituída e os seus representantes ao mais alto nível.

Escreve a novela A Engomadeira, em 1917

Em 1919 vai viver para Paris, onde exerce diversas actividades e escreve a Histoire du Portugal par coeur. Em Paris, fica apenas cerca de um ano e quando regressa, vai colaborar com António Ferro, tendo inclusivamente desenhado a capa do livro deste, Arte de Bem Morrer.
Em 1927 volta a deixar Portugal, indo desta vez para Espanha, onde para além de colaborar com diversas revistas, Almada escreve El Uno, Tragédia de la Unidad, obra dedicada à pintora Sarah Afonso, com quem viria a casar em 1934, já após o seu regresso a Portugal.
Em Portugal já vigora o Estado Novo e Almada, nacionalista convicto, começa a ser solicitado para colaborar com as grandes obras do estado. O Secretariado da Propaganda Nacional – SPN, encomenda-lhe o cartaz de apelo ao voto na nova constituição; o mesmo secretariado, irá organizar mais tarde a exposição Almada – Trinta Anos de Desenho, convidando-o para se apresentar na exposição Artistas Portugueses no Rio de Janeiro em 1942.
O SPN viria ainda a atribuir a Almada Negreiros o Prémio Columbano pela sua tela intitulada Mulher.
A partir daqui, Almada dedica-se principalmente ao desenho e à pintura: Pinta os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, que o público, agarrado às tradições, não aprecia; pinta o conhecido retrato de Fernando Pessoa, os painéis das gares marítimas de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, pelas quais recebe o Prémio Domingos Sequeira; pinta o Edifício da Águas Livres e frescos na Escola Patrício Prazeres; pinta as fachadas dos edifícios da Cidade Universitária e faz tapeçarias para o Tribunal de Contas e para o Palácio da Justiça de Aveiro, entre muitos outros.
Tendo colaborado tanto com o Estado Novo, o que a muita gente causou estranheza, Almada, não deixaria de escrever: “As construções do Estado multiplicam-se, porém, as paredes estão nuas como os seus muros, como um livro aberto sem nenhuma história para o povo ver e fixar”.
Em 1954 Almada pinta o célebre retrato de Fernando Pessoa.
Os seus últimos trabalhos, já com 75 anos, são o Painel Começar na Fundação Calouste Gulbenkian e os frescos da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
Almada Negreiros, morre em 14 de Junho de 1970, de falha cardíaca, no mesmo quarto do Hospital de São Luís dos Franceses, onde também tinha morrido Fernando Pessoa.

Obras

1915 - A Cena do Ódio (poesia)
- A Engomadeira (novela)
- O Sonho da Rosa (bailado, realização)
- Manifesto Anti-Dantas e Por Extenso
1916
- Exposição Amadeo de Souza Cardoso - Liga Naval de Lisboa"
1917
- Ultimatum às Gerações Futuristas Portuguesas do Século XX (conferência, publicada na Portugal Futurista)
- K4, O Quadrado Azul (novela)
1918
- O Jardim da Pierrette (bailado)
1919
- Histoire du Portugal par Coeur
1921
- A Invenção do Corpo (conferência)
- A Invenção do Dia Claro
1924
- Pierrot e Arlequim (teatro)
1925
- Nome de Guerra (romance), só editado em 1938
1926
- A Questão dos Painéis (ensaio)» in http://saber.sapo.pt/wiki/Almada_Negreiros

"Esperança

Esperança:
isto de sonhar bom para diante
eu fi-lo perfeitamente,
Para diante de tudo foi bom
bom de verdade
bem feito de sonho
podia segui-lo como realidade

Esperança:
isto de sonhar bom para diante
eu sei-o de cor.
Até reparo que tenho só esperança
nada mais do que esperança
pura esperança
esperança verdadeira
que engana
e promete
e só promete.
Esperança:
pobre mãe louca
que quer pôr o filho morto de pé?

Esperança
único que eu tenho
não me deixes sem nada
promete
engana
engano que seja
engana
não me deixes sozinho
esperança.

Almada Negreiros"

Mais informações sobre este grande escritor e pintor, no seguinte link:
http://www.vidaslusofonas.pt/almada_negreiros.htm
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