«Banca é responsável por "pecados éticos imperdoáveis"
Económico com Lusa
07/02/11 16:25
Os portugueses perderam confiança no sector financeiro.
O antigo ministro da Economia considera que o sector financeiro "só vai sair desta crise quando fizer a própria correcção desta realidade".
O sector financeiro é responsável por "pecados éticos imperdoáveis" na gestão de risco que levaram à crise e só sairá desta situação quando demonstrar que "não vai embebedar-se" com novas inovações rapidamente vendáveis, afirmou hoje Augusto Mateus.
Comentando o barómetro Edelman Trust Global, relativo a 2011, que avalia o nível de credibilidade e confiança nas empresas, Governo, ONG, Media, sector financeiro e segurador, de entre 23 países, Augusto Mateus considerou que o sector financeiro "só vai sair desta crise quando fizer a própria correcção desta realidade".
O barómetro inclui pela segunda vez Portugal, tendo sido feito junto de um público "informado, com formação superior e do escalão de rendimento mais elevado".
O antigo ministro da Economia realçou ainda que o sistema financeiro terá de ser capaz de "mostrar às empresas, aos cidadãos e aos consumidores que vai gerir bem o risco da inovação do crédito" e não criar produtos financeiros que permitem sustentar o sector por "alguns momentos e que se vendem rapidamente e de qualquer maneira".
No caso de Portugal a grande ilação que se tem é a da quebra de confiança no Governo, nas instituições de regulação dos mercados e a queda de confiança nas instituições financeiras, salientou o economista.
Augusto Mateus procurou diferenciar a quebra de confiança no sector financeiro da queda registada pelo barómetro em termos do sector segurador, tendo dito que em relação ao primeiro "infelizmente ninguém o vai perdoar".
Sobre o sector segurador, o economista garantiu que tem um problema em Portugal face "às elevadíssimas expectativas" que foram colocadas ao nível da sua actividade perante os tradicionais problemas da gestão pública.
"O sector [em Portugal] está muito envolvido naquilo que é talvez o maior problema de restrição sobre os orçamentos públicos que é a questão do envelhecimento da população e da saúde", sublinhou.
Além disso, frisou, envolveu-se, e bem na sua opinião, no desenvolvimento de novos produtos, na tentativa de encontrar novas formas de actuação, mas "pecou por não compreender o risco elevadíssimo e a dificuldade de uma solução na linha privado/público, em vez de uma solução equilibrada entre a pública, Estatal e a social".
O barómetro permitiu concluir ainda que os países com ganhos acentuados de confiança são actualmente o Brasil, Rússia, Índia e a China, levando a uma "verdadeira mudança do centro de gravidade a nível global", enquanto os Estados Unidos registam uma quebra de confiança a todos os níveis.
Questionado sobre esta evolução o presidente da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal considerou que o país tem vindo a apostar em novos mercados e, também, nos emergentes, mas que os Estados Unidos continuam a ser "um mercado estratégico" para as empresas portuguesas.» in http://economico.sapo.pt/noticias/banca-e-responsavel-por-pecados-eticos-imperdoaveis_110534.html
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A banca ajudou a promover e a lançar os activos tóxicos no mercado, nesse sentido foi uma entidade muito importante na criação de activos artificiais que resultaram na enorme crise que nos assola, mas continua com grandes lucros e a nada fazer para ajudar as empresas e famílias a sair da crise... a banca foi a ponta de lança deste liberalismo selvagem!
E o Doutor Victor Constâncio, o Homem que presidia ao órgão regulador da banca, saiu de fininho, para uma reforma dourada no BCE, para evitar que se diga que ele foi muito responsável por esta situação que nos penaliza a todos...