No episódio de Histórias de Lisboa, Miguel Franco de Andrade conversa com a investigadora, Eunice Relvas, sobre os efeitos da pandemia de Gripe Pneumónica em Lisboa. Oiça aqui a entrevista
Pandemia de Gripe de 1918: https://omny.fm/shows/historias-de-lisboa/ep6-eunice-relvas.
Agora que passam 5 anos sobre o primeiro caso oficial de Covid-19, olhamos para outra pandemia que teve um efeito devastador em Lisboa: a gripe pneumómica.
Quando a primeira vaga da gripe chegou à capital, entre maio e junho de 1918, já a Primeira Guerra Mundial assolava a Europa há mais de 4 anos. Lisboa era um verdadeiro barril de pólvora para a disseminação de doenças respiratórias: com uma população que tinha crescido de forma exponencial, muitos membros da mesma família - e não só - a viverem debaixo do mesmo teto, habitações insalubres, falta de condições de higiene ede alimentos que assegurassem uma nutrição adequada.
A população da cidade até estava acostumada a surtos de doenças, como o tifo, a tuberculose, a febre tifoide ou a varíola, mas segunda vaga da gripe, entre setembro e dezembro, foi dos episódios de maior mortandade da época. Muitas famílias tinham de enfrentar longas filas à chuva e ao vento para comprar os poucos alimentos disponíveis com as senhas de racionamento impostas pela situação de guerra na Europa.
Sem cura, sistema de saúde, medicamentos ou alimentos para ajudar a curar os convalescentes, os poucos hospitais da cidade começaram a encher-se de doentes. Em breve, serviços como os transportes, correios e telégrafos começavam a registar disrupções. Os mercados ao ar livre foram proibidos e apesar de nunca ter sido decretado qualquer confinamento, muitos teatros e animatógrafos foram obrigados a fechar portas.
Os bairros da cintura industrial da cidade foram os mais fustigados, numa doença que - ao contrário da Covid-19- afetava mais homens do que mulheres, e sobretudo os mais jovens. Muitos morriam em casa, sem meios económicos para consultar um médico. Em breve o número de mortos obrigava os coveiros, já exaustos, a trabalhar mais horas por dia; as oficinas da câmara de Lisboa fabricaram caixões para os mais pobres. Há quem defenda que o fim da guerra foi precipitado pela pandemia, e há também quem sustente que os contágios foram provocados pelas movimentações de tropas entre a Europa, Ásia e a América.
No episódio de Histórias de Lisboa, Miguel Franco de Andrade conversa com a investigadora, Eunice Relvas, sobre os efeitos da pandemia de Gripe Pneumónica em Lisboa. Oiça aqui a entrevista
Histórias de Lisboa é um podcast semanal do jornalista da SIC Miguel Franco de Andrade com sonoplastia de Salomé Rita e genérico de Nuno Rosa e Maria Antónia Mendes.
A capa é de Tiago Pereira Santos em azulejo da cozinha do Museu da Cidade - Palácio Pimenta.
Ouça aqui as ‘Histórias de Lisboa’: https://omny.fm/shows/historias-de-lisboa/ep6-eunice-relvas» in https://www.sapo.pt/noticias/atualidade/pandemia-de-gripe-de-1918-os-coveiros-tiveram_6746d5bc2c5ef707258df6db
(Postal da Grande Guerra - A Gripe Pneumónica)
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