

12:55 20-08-2009
O lema de Carroll Shelby foi aplicado com sucesso ao Mustang, criando os poderosos GT 350 e 500: lobos em pele de cordeiros... verdadeiros carro de corrida camuflados para as ruas.
O carro foi desde sempre uma estrela de cinema, estando presente em várias produções de Hollywood. Desde o Batmóvel até ao Aston Martin DB5 de 007, passando pelo Ferrari dirigido por Al Pacino em Perfume de Mulher, o automóvel sempre fez furor na tela. E o Ford Mustang é um dos campeões de bilheteira.
Mais recentemente, no filme "60 Segundos", o personagem Memphis Raines, interpretado por Nicolas Cage, tem a missão de roubar 50 carros. No topo da lista está um Mustang Shelby GT 500 de 1967, baptizado de Eleanor.
Este Mustang é considerado um dos mais carismáticos clássicos americanos. Não apenas pela sua produção limitada - pouco mais de 2.000 unidades, mas também por estar ligado a uma das maiores personalidades da história recente do automóvel: Carroll Shelby.
Para perceber este carro é necessário entender um pouco mais do seu "pai". Shelby, um texano nascido em 1923, conseguiu colocar o seu nome na galeria dos mais afamados automóveis do mundo através de uma bem-sucedida carreira nas pistas e como criador de poderosos veículos.
Ao regressar da II Guerra Mundial, Shelby entrou para o mundo dos negócios gerindo uma pequena frota de camiões de recolha de lixo. Contudo, após um teste de aptidão Shelby dedicou-se à criação de galinhas. Mas a sua empreitada acabou quase antes de começar: os seus animais contraíram a doença de Newcastle e acabaram por morrer todos.
Shelby começou então a pilotar a bordo de um Ford 1932 e mais tarde passou para os comandos de um MG TC. O mundo das provas automobilísticas estava a ressurgir após a guerra e Shelby estava no lugar certo na altura certa.

No Velho Continente pilotou para a Aston Martin com a qual, junto de Roy Salvadori, venceu a 24 Horas de Le Mans em 1959. Regressou aos EUA em 1960 e ainda estava no sue auge quando um problema de coração o afastou da competição.

Quando a pequena fábrica inglesa AC Cars perdeu o seu fornecedor de motores (2,0 litros de seis cilindros), a Bristol, Shelby vislumbrou a hipótese de fazer o seu próprio desportivo. Impressionado com a facilidade de condução e estabilidade do pequeno carro inglês, anteriormente chamado de Ace, sugeriu equipá-lo com um motor V8 americano.
Nessa época, a Ford tinha desenvolvido novos motores e ainda não tinha onde colcocá-los. Shelby decidiu então equipar os carros com os Ford de 260 e 289 polegadas cúbicas (4,2 e 4,7 litros, respectivamente). E assim nascia o Cobra.
O resultado foi excelente: o carro tornou-se no mais veloz da época e, em 1965, a equipa de Shelby venceu o Mundial de GT da FIA, sendo a única empresa americana a conseguir tal feito durante décadas. Insatisfeito, Shelby resolveu aumentar ainda mais a potência do carro e espremeu um imenso Ford V8 de 427 polegadas cúbicas (7,0 litros) para caber no Cobra. O carro gerava 425 cv brutos às 6.000 rpm e rapidamente obteve reconhecimento pela sua potência.

Shelby trabalhava também no desenvolvimento de um lendário carro de competição da Ford, o icónico GT40. Henry Ford II queria vencer Le Mans a qualquer preço e contratou a Shelby American para fazer o serviço. Era sem dúvida o homem certo, e obtiveram vitórias em 1966 e 1967. Depois disso, Ford deixou “arrefecer” o seu entusiasmo pela competição automóvel.
O grande sucesso de Shelby veio, contudo, com os Mustangs que ostentam o seu nome e que povoaram o imaginário de toda uma geração, entre 1965 e 1970. Os GT 350 e 500 ficaram famosos pelo desempenho e aparência agressiva que as versões comuns não ofereciam. E embora o Mustang tenha sido um enorme sucesso desde o seu lançamento, já não se pode dizer o mesmo quanto ao seu desempenho. Foi então que a Ford resolveu chamar Carroll Shelby para resolver o problema.

Além disso, dispunha de uma aparência mais incisiva, com um agressivo capot em plástico, reforçado com fibra-de-vidro.
O coração desta fera era uma versão modificada do Hi-Po de 289 pol3, já utilizado no Mustang

A suspensão dianteira era 25 mm mais baixa e a bateria estava colocada no porta-malas para uma melhor distribuição de peso.
Em 1966, no entanto, a Ford abdicava da característica rústica do carro, “obrigando” Shelby a aumentar o leque de ofertas, nomeadamente, bancos traseiros, caixa de velocidade automática, além de outras opções e cores. O objectivo era aumentar o seu mercado, vendendo carros para quem não queria necessariamente competir.
O novo GT 350, mais ameno e menos rústico, foi um grande sucesso,

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