17/03/17

Amarante Fregim - O Festival das Sopas, organizado pelas Paróquia e Freguesia de Fregim tem como objetivo a angariação de fundos para o restauro da Igreja Paroquial de Santa Maria de Fregim.


(Não perca, 17, 18 e 19 de março)


Amarante Literatura - A separação do Homem, nas fases da infância, da magia, para a fase de adulto, do choque com a realidade... Teixeira de Pascoaes um Poeta-Filósofo, um pensador brilhante e original... pensamentos sublimes de uma Alma superior...




«As crianças da casa iam às aulas ao Colégio do Padre Sertório, no Campo da Feira, em Amarante. Era uma caminhada penosa, nas frias manhãs de Inverno. E era também a perda de liberdade, que tanto apreciavam.

Pascoaes era um mau estudante, mas ficou distinto no exame de quarta classe. O avô deu-lhe de presente um relógio e uma corrente, o que muito alegrou o futuro poeta.

Então, a família abandonou de novo a casa de Pascoaes e regressou à casa da vila para que o filho mais velho pudesse frequentar o liceu. Durante alguns anos só passavam as férias em São João de Gatão. Pascoaes sofreu com esta transição. Tinha saudades da aldeia. Sentia-se desadaptado. Era: «criança que sonha, bisonho e melancólico precoce, enfermo de saudade.»

No «Livro de Memórias» descreve o seu doloroso encontro com o mundo da ciência:

«Lá vou, a caminho do liceu, pela rua escura e lajeada. Atravesso o Largo de S. Gonçalo e entro no antigo claustro apoiado em arcarias de granito. Ouve-se um barulho de rapazes e uma sineta: dlin, dlin, dlin! É o Zé do hospital agarrado ao trágico baraço e a ralhar, de grandes barbas brancas e aflitas e uma tempestade de rugas na testa espraiada até aos fraguedos do Marão. Pobre velho de Deus, naquele inferno, entre caretas de demónios que não lhe permitem um único instante de sossego.

«Neste meio académico e ruidoso, eu era um ser inverosímil! Não sabia as lições, nem traçar a capa, nem trilhar as ruas da vila. O estudante metera-se em mim como um intruso. Nunca me conformei com ele, com essa capa e batina talhadas para outro corpo. Olhava-me desconfiado e tratava-me por senhor.

«-Quem é? Não o conheço...

«Jamais esquecerei o momento em que um novo personagem quer substituir-se à nossa pessoa verdadeira. É o momento em que nos separámos da Natureza e nos adaptámos à sociedade. Essa transição do natural para o artificial é uma tragédia em certos temperamentos enraizados no âmago da terra. É uma tragédia que vai até à morte.

«Somos originariamente uma criação da nossa fantasia, como os demónios e os deuses; e depois começamos a ser um produto do meio. Isto é, dos outros. No princípio é o reino da fantasia, o período da infância, a idade do oiro, à qual sucede a idade racional em que perdemos as asas de anjo e ficamos depenados. A mocidade é já uma queda. O primeiro contacto violento da realidade, a primeira desilusão vitoriosa marca o fim da idade de oiro e abre-nos o ciclo tormentoso da mocidade. É quando Caim mata Abel e corre pelo mundo a gritar os seus remorsos.

«A sombra de um anjo vem prender-se à nossa vida e uma sombra que nos persegue, dia e noite - a sombra de um cadáver. Diante dos nossos olhos desencantados decaem pessoas e coisas.  Este rochedo, afinal, é pedra, nada mais. Quem o diria? Já não atingimos a verdade superior, tocamos a triste realidade. Tocámo-la, assenhoríamo-nos dela e de nós próprios. A nossa personalidade inferiorizada, limitada, torna-se mais facilmente apropriável.

«Eu que fui um anjo sem saber sou agora um demónio que se conhece.»

Esta frase é uma revelação transcendente. Uma maravilha, um pensamento inspirado e incandescente que leva o Poeta ao encontro da Verdade e do rigor.

Ele é o mago, o visionário.

De resto, esta saudade magoada da infância é uma constante na sua obra.

Ele o diz como ninguém:

«Hei saudades de mim,
De outro que fui, menino
Que, uma vez, disse adeus
E nunca mais voltou...»

Mas o estudante desajustado chumbou. E, por ironia, chumbou a português.

O professor disse ao Pai: «Não sabe nem é capaz de saber!...» Mais tarde, este pobre homem veio a ser um grande admirador de Pascoaes e lastimava-se, confessando o seu erro...

Mas o futuro Poeta, fazendo um esforço de vontade, fez dois anos num só, na época seguinte.» in Fotobiografia "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos


Religião - A Renascença esteve em Ávila e noutras terras de Espanha onde Teresa de Jesus fundou 17 conventos em 20 anos.



«Na rota de Teresa de Jesus, uma santa contracorrente

Arriscou tudo em prol da reforma da Ordem Carmelita e escandalizou muitos com a visão que tinha sobre a mulher, a milhas dos padrões do século XVI. 

Perseguida pela Inquisição, viu o seu livro ser censurado, mas tornou-se a primeira mulher doutora da Igreja apenas 40 anos depois da morte.

A Renascença esteve em Ávila e noutras terras de Espanha onde Teresa de Jesus fundou 17 conventos em 20 anos.» in http://videos.sapo.pt/MZGwNBFTOJTe20kNT1K8?ap=from_auto


(Santa Teresa de Jesus, uma Santa contracorrente)

Acidentes Naturais - A imagem de uma mulher peruana de 32 anos a emergir com vida de um rio de lama, no Perú, está a correr o mundo.



«Mulher contraria a morte e emerge de um “rio” de lama no Perú

A imagem de uma mulher peruana a emergir com vida de um rio de lama, no Perú, está a correr o mundo. 

A mulher de 32 anos conseguiu salvar-se depois de ser arrastada pelo lamaçal provocado por um deslizamento de terras, em Punta Hermosa, no litoral do país.» in http://rr.sapo.pt/video/131303/mulher_contraria_a_morte_e_emerge_de_um_rio_de_lama_no_peru?utm_source=cxemdestaque


(Mulher de 32 anos emerge de um arrastão de lama)

Amarante Câmara Municipal - Autarquia inaugura balcão móvel de atendimento e passa a ir ao domicílio no caso dos idosos e cidadãos de mobilidade reduzida.



«Em Amarante, é o balcão da câmara que vai a casa dos munícipes

Autarquia inaugura balcão móvel de atendimento e passa a ir ao domicílio no caso dos idosos e cidadãos de mobilidade reduzida.

Maria Luísa Sousa, 68 anos, já estava quase a desistir de pedir a tarifa social da luz depois de três meses a bater a várias portas sem sucesso, quando uma amiga contactou o Centro de Informação Autárquico ao Consumidor (CIAC) de Amarante e uma técnica lhe entrou porta dentro. “A doutora veio logo cá a casa e tratou de tudo sem eu precisar de sair, porque tenho dificuldade em andar”, conta Maria Luísa, estreante do balcão móvel que o CIAC lança nesta quarta-feira, dia Mundial do Consumidor, para dar resposta a pessoas com maior necessidade.

“Fiquei muito feliz! Um euro que seja, faz muito jeito! O que já passei para conseguir este milagre: fui à Junta de Freguesia e às Finanças, mas não havia maneira de resolver o problema”, conta Maria Luísa agora de mobilidade mais reduzida, bengala na mão, mas que já andou muito a vender pão porta a porta. “Imagine o que já gastei em táxi a andar de um lado para o outro, várias vezes, e com a pouca reforma que tenho.” Sorridente, Maria Luísa aponta para a técnica responsável pelo CIAC, Rosa Sampaio, e acrescenta: “Se não fosse a doutora, ainda hoje estava sem receber. Agora está a ajudar-me a ver se consigo a tarifa social da água”. Ao lado, a técnica Rosa Sampaio explica que o seu “papel também passa muito por saber encaminhar as pessoas, tentando ajudá-las o máximo possível”. Muito importante, acrescenta, “é que quem procura o CIAC perceba que, a partir do momento que entra no gabinete, jamais estará sozinho ou sem apoio, porque de uma forma ou de outra há sempre ajuda”.

Como Maria Luísa mais idosos e munícipes de mobilidade reduzida de Amarante podem beneficiar deste atendimento ao domicílio sempre que solicitado.

“O que estamos a fazer é inverter a lógica de atendimento, ou seja, a informação vai ao encontro do consumidor e não o contrário, como é habitual”, explica a vereadora com o pelouro da Defesa do Consumidor, Lucinda Fonseca. O lançamento deste novo serviço decorre hoje, no mercado de Amarante, com as primeiras sessões de esclarecimento para feirantes e clientes, aproveitando uma maior afluência de munícipes ao local. A acção conta com o coordenador da delegação regional do norte da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), André Regueiro, acompanhado por elementos de executivo municipal. Depois este novo balcão móvel vai, durante o ano, percorrer todas as freguesias do concelho, com sessões de esclarecimento gratuitas e de livre acesso.

Segundo a vereadora, o CIAC, que funciona desde 2015, “apresenta uma elevada taxa de sucesso e surgem vinte novos casos por mês”, nomeadamente questões relacionadas com prestações de serviços públicos essenciais como a água, eletricidade e gás natural; telecomunicações; compra e venda; renegociação de crédito à habitação e crédito pessoal e vendas à distância. “O que revela a importância deste atendimento personalizado e gratuito”, defende Lucinda Fonseca. “Sobretudo numa altura em que o balanço anual da DECO revela que, só no ano de 2016, quase meio milhão de pessoas apresentou queixas na DECO, facilmente percebemos que temos de fazer algo para ajudar os consumidores”, conclui.» in https://www.publico.pt/2017/03/15/local/noticia/balcao-do-consumidor-vai-ao-encontro-de-amarantinos-1765153

16/03/17

Amarante Pintura - O meu Colega e Amigo, Professor Álvaro Anjos, Músico e Artista Plástico, interpela-nos com a tela: "Rua 5 de Outubro".


(O Artista Álvaro Anjos, de Chaves, criou uma brilhante tela, sobre a Rua 5 de Outubro, em Amarante)

Ambiente e Ecologia - Nos últimos dias, Instagrammers em êxtase têm publicado imagens estonteantes do mar do noroeste da Tasmânia, na Austrália.



«Águas voltam a brilhar na Tasmânia. E isto não é bom sinal

Nos últimos dias, algumas imagens do fenómeno insólito que voltou a acontecer na Tasmânia têm circulado na rede social Instagram. Segundo os cientistas as águas fluorescentes são uma evidência do aquecimento global.

Nos últimos dias, Instagrammers em êxtase têm publicado imagens estonteantes do mar do noroeste da Tasmânia, na Austrália. Várias zonas marítimas de Preservation Bay e do Cabo Rocky têm mostrado uma inusitada cor azul fluorescente que brilha no escuro. O fenómeno é provocado por uma quantidade anormal de Noctiluca Scintillans, organismos microscópicos que habitam as águas dos oceanos.

As fluorescências desta espécie de plâncton parecem ser, no entanto, uma manifestação pouco saudável do ecossistema marítimo. Quando estes organismos se sentem ameaçados, emitem uma luz como mecanismo de defesa. As correntes marítimas e a movimentação de barcos e pessoas podem estar a contribuir para este desequilíbrio. Mas não só. O aquecimento progressivo das águas na região parece ser outra das causas.

Até 1994, as águas fluorescentes nunca tinham sido vistas na Tasmânia, o que segundo os cientistas está relacionado com as temperaturas frias do mar que não propiciam a formação destes organismos. Desde então, o seu aparecimento intermitente ao longo dos anos é tido como uma das consequências do aquecimento global que está a amornar as águas do sul da Austrália.

Em maio de 2015, após ter sido avistado num dos rios do sul do país, um dos cientistas explicou à revista New Scientist que a abundância destes microrganismos poderá ter impacto no habitat de outros seres marinhos. “O Noctilucca alimenta-se de diatomácias que, por sua vez, servem de alimento para os peixes que habitam estas águas. Grandes quantidades de plâncton podem ameaçar a vida destas espécies”, explicou Gustaaf Hallegraeff, da Universidade da Tasmânia.» in http://viagens.sapo.pt/viajar/noticias-viajar/artigos/aguas-voltam-a-brilhar-na-tasmania-e-isto-nao-e-bom-sinal

Cidade do Porto - A Ponte é uma passagem... pode ser muitas... pode ser a última, um portal para o abismo!



«Fátima e a Ponte

Fátima era uma jovem estudante que tinha chegado à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, oriunda de uma pequena aldeia do interior do distrito de Aveiro. Uma caloira perdida numa cidade grande, tendo em conta a dimensão do nosso país, com a maior academia, cerca de quarenta mil estudantes, no final dos anos oitenta do século passado. Já tinha visitado várias vezes a cidade do Porto, particularmente no caso de consultas médicas dela ou dos pais. Era filha única e como tal, a sua saída de casa, ainda que fosse para estudar e melhorar os seus conhecimentos gerais perspetivando um  futuro melhor para si, deixava os seus pais muito tristes e perdidos, afinal, ela era a menina dos seus olhos. Uma filha que resultou de várias gravidezes, várias resultaram em abortos espontâneos e ou provocados, e, assim que nasceu, os médicos ditaram que a Mãe não se poderia submeter a uma nova gravidez, pois colocaria a sua vida e a de um eventual feto em risco. Ficou filha única e como tal, era o centro de atenções da família. Na sua terra as suas virtudes eram conhecidas por todos, fruto de uma educação cuidada e zelosa que os seus pais lhe concederam com muito amor e afeto.

Vinha todas as semanas para o Porto de autocarro e, chegando à Ponte de D. Luís, aos domingos à tarde, ficava sempre fascinada com a sua imponência e paisagem que a perspetiva do segundo andar dos veículos pesados de passageiros, permitiam. Assim, os horizontes de ocaso para o lado do mar que, contrapunham às águas fundas do Rio Douro a montante e a cascata de casario das Fontainhas, nas arribas fundas e de grande declive, eram de tal forma mágicos que, a sua atração pela Ponte e por aquela paisagem, faziam com que sempre que podia, Fátima viesse a pé da Residência feminina de estudantes da Rua Miguel Bombarda, transversal da muito comercial e universalista Rua de Cedofeita, até aquela imponente estrutura metálica que tanto a atraía e fascinava, pela sua dimensão, beleza e pelo abismo que criava no interior mais profundo da sua consciência, imersa no ambiente oculto e opaco dos seus medos e fantasmas… até parecia que conhecia aquele local desde sempre, de outras vidas, pensava para si...

Tratava-se de uma rapariga simples, da província que, à custa dos múltiplos estímulos da vida académica, acordou para uma realidade que, até então, não era a sua. O seu nome foi dado pela madrinha que tinha uma grande fé na Nossa Senhora de Fátima e que, com a alegria de ter uma afilhada, quis dar-lhe o nome da santa que tanto venerava. Não era bonita nem feia, nem alta nem baixa, uma rapariga absolutamente normal. Durante o primeiro ano do curso, por via da sua condição de caloira, participou em muitas atividades com os “Doutores” e “Madrinha” de praxe. Passou de um estado de pureza, conforme à sua vida simples na aldeia, para uma voracidade de tudo querer experimentar, na magia que a noite infunde naqueles que a ela se rendem, mormente, nos primeiros tempos. A experiência de trocar uns beijos com uns rapazes depois de uma noite de copos e de danças exóticas, quase libertadoras, assumia uma dimensão de tal euforia nela que, mais parecia que a vida estava toda ali, se resumia naqueles momentos de êxtase. Nunca tinha vivido tão intensamente nada, pelo menos era o que, erradamente pensava, ludibriada pelo despertar dos sentidos, no vigor da sua juventude em estado virgem.

O primeiro ano não correu muito bem em termos académicos, o seu curso era duro e obrigava a muito estudo. Fátima começou a deixar-se embalar pelas noites, não frequentando as aulas, primeiro da parte da manhã, mais tarde, nem matinais nem vespertinas… Um curso de matemática, quase sem números, só letras, numa simbologia complexa com axiomas incompreensíveis à primeira, segunda, terceira… e muitas vezes, “n” estudo para nada. Os pais iam perguntando se o curso seguia bem. Ela encolhia os ombros e respondia o clássico - “mais ou menos” -, que dá para tudo, para dizer que está a correr bem, mesmo sendo real a situação oposta. Os pais, gente simples mas honrada, confiavam em pleno na filha e com algumas dificuldades, foram respondendo sempre aos pedidos crescentes das semanadas que ao longo do ano letivo foram aumentando. Estranhavam e questionavam o valor sempre em crescendo das mesmas, mas a necessidade de muitas fotocópias para estudar, deixava-os até contentes, afinal a filha fartava-se de estudar, era uma menina muito aplicada, afogada de papeis e livros no seu quarto na residência de estudantes.

Estávamos agora no segundo ano de curso, no limiar do início da queima das fitas, nos finais do mês de abril de 1993, Fátima nos últimos dois meses, deixou de ter menstruação. Começou a deprimir, com fortes possibilidades de estar grávida, não sabendo ao certo quem seria o Pai, embora desconfiasse que fosse do Pedro, do quarto ano do curso, para ela o maior candidato; afinal, foi com ele que teve mais relações sexuais, pelo menos, das que se conseguia lembrar. O curso seguia mal, tinha muitas cadeiras para fazer do primeiro ano e mais ainda do segundo que, ainda estava a correr pior. Praticamente não abria a boca em casa, por mais que os pais puxassem por ela, não saia nada. O ambiente estava pesado, Fátima remoeu a sua dor em solidão. Viveu os seus dias consecutivamente como que procurando sair dum túnel sem saída. Poderia estar o dia muito luminoso e claro, mas, na sua mente, só restava um negrume que se instalou e se tornava sempre mais escuro, tirando qualquer réstia de sentido à sua vida. Para ela cada vez mais ganhava forma, a ideia de que, não havia réstia de esperança que lhe valesse.

Havia, porém, uma coisa que lhe atenuava a sua dor, um pensamento compulsivo naquela ponte que a atraía para o abismo. Fátima começava a ir, logo de manhã, para a ponte atravessando-a de um lado para o outro. Começava a parar várias vezes no meio da mesma. Várias vezes, pessoas, principalmente, as mais velhas, interpelavam-na dizendo-lhe coisas do género: “Menina não se deve ficar parada a olhar para o rio no meio da ponte, só atrai ideias más…”. Maria, sorria levemente e envergonhada, seguindo a sua viagem sem destino, nem direção. Às vezes quando dava por si já andava na marginal marítima de Vila Nova de Gaia – o mar, as ondas a baterem na penedia, serenavam de alguma forma o seu sofrimento.

Começou a pesquisar sobre pessoas que se suicidavam na ponte D. Luís e já sabia que as correntes marítimas a conduziriam para norte, em caso de chegar ao mar. Sabia que existia um herdeiro da fama e da prática do saudoso “Duque da Ribeira”, um velho pescador que, sempre que era alertado para alguma queda fatal, tentava de imediato recolher os corpos, o que aconteceu muitas vezes. Outras vezes, em virtude da força das correntes que as marés provocavam, era impossível a recuperação dos corpos, entrando os mesmos na corrente marítima que os haveria de aportar a uma praia a norte da Foz do Rio Douro.

Cada vez mais isolada e deprimida, nem sequer conseguiu gozar a queima das fitas. A única noite em que saiu, andou perdida no recinto dos jardins do Palácio de Cristal, no meio da confusão de estudantes, uma enorme multidão, mas sem conseguir ver ninguém. Foi fazer uma visita noturna à ponte que tanto a atraía. Para ela estava perfeito, de noite, ainda tornava o ambiente mais propício. Colocou os braços na grade da ponte e debruçou-se sobre as águas ainda mais negras da noite e a atração que sentia era fantástica. Sentia uma vontade incontrolável de mergulhar naquelas águas escuras que tinham para ela, tanto de mistério, como de vontade de as penetrar profundamente até à morte. Este pensamento compulsivo que não a largava, consistia nos únicos momentos de paz e de libertação que a pacificavam de uma forma inexplicável e paradoxal, fazendo tudo esquecer, dando esperança à sua libertação do mundo dos mortais.

No dia do cortejo da “Queima das Fitas” sentou-se num muro a beber cerveja, consumida pelo seu desejo de mergulhar no Rio Douro, de saltar daquela ponte mágica, pelo menos, era assim que a considerava. Havia ali um misto de vertigem e de vontade de saltar no precipício, uma estranha aliança entre a tríade do medo, do precipício e da vontade de voar para a escuridão das águas. Um portal libertador de uma vida sem perspetivas, para umas águas profundas e escuras, da dimensão da sua inquietude. No final do dia, estavam a acabar de passar os últimos carros do cortejo, Fátima seguiu  com um olhar fixo e vazio, quase que num estado de hipnotismo, dos Clérigos para a Ponte, com uma vontade inabalável de se mandar da mesma abaixo. Assim, chegou a meio da ponte, do lado a juzante da mesma, avançou a grade sem medo algum e ficou pensativa a olhar para baixo. Vários carros passaram e apitaram no sentido de ela sair da posição em que se colocou, de acordar do seu pesadelo. Um autocarro que vinha em sentido contrário, de Gaia para o Porto, ainda parou, mas já Fátima tinha feito um salto para a morte.

A diferença entre estarmos vivos ou mortos consiste numa linha muito ténue. Ninguém, de forma honesta, poderá afirmar que nunca pensou em suicídio. Jamais poderia criticar um suicídio de uma pessoa que esteja numa estado de desesperança total, como Fátima. Afinal, por vezes, é apenas uma questão de circunstância, de termos ou não meios para realizar um ato de loucura. No caso de Fátima, ainda por cima, existia um fascínio por saltar da ponte, tudo na sua vida num determinado momento se conjugou para um salto de morte. Conheci esta jovem e nunca me apercebi desta vontade de precipício que aquele ser tinha dentro de si, quase sempre a vi sorrir e viver de forma arrebatadora nas noites da grande cidade… nunca sabemos o que vai na mente de uma pessoa, por mais ou menos próximos que sejamos dela… Fátima viria a dar à costa numa praia quase junto à foz do Rio Ave. O seu desejo consomou-se, a sua última viagem foi mesmo como ela imaginou. A vida é mesmo uma dádiva, mas nem todos estamos em condições de a receber, porque esta às vezes parece que nos reserva estranhos desígnios que não conseguimos controlar… a diferença entre viver ou morrer, neste caso, resumiu-se a um salto no escuro…» in http://birdmagazine.blogspot.pt/2017/03/fatima-e-ponte.html




Rui Veloso - "Porto sentido"



"Porto sentido
Rui Veloso

Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende até ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
és cascata são-joanina
erigida sobre um monte
no meio da neblina.

Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.

E esse teu ar grave e sério
num rosto de cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria

[refrão]

Ver-te assim abandonado
nesse timbre parnacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa


[refrão]"

F.C. do Porto Andebol: S.C. Horta 28 vs F.C. do Porto 38 - O FC Porto fez o pleno na primeira fase do Campeonato Nacional do Andebol 1, terminando-a com 26 triunfos em 26 jogos depois de bater esta terça-feira o Sporting da Horta, nos Açores.



«TRIUNFO NOS AÇORES CARIMBA PRIMEIRA FASE PERFEITA

Dragões conseguiram frente ao Sporting da Horta (38-28) a 26.ª vitória em 26 jornadas do Andebol 1.

O FC Porto fez o pleno na primeira fase do Campeonato Nacional do Andebol 1, terminando-a com 26 triunfos em 26 jogos depois de bater esta terça-feira o Sporting da Horta (38-28), nos Açores. Repetido o feito da época anterior, na qual também venceram todos os jogos na primeira fase, os Dragões somaram os 78 pontos em disputa e olham agora para a segunda fase do campeonato, na qual a pontuação passará para metade. O FC Porto vai integrar o Grupo A, juntamente com Sporting, ABC, Benfica, Madeira SAD e Águas Santas.

Jogar na Horta nunca é fácil e os primeiros minutos do encontro demonstraram-no, com o Sporting local a entrar de forma destemida e bastante eficaz no capítulo ofensivo. O FC Porto não quis ficar atrás dos anfitriões e respondeu em força, puxando dos galões para ganhar uma vantagem bastante confortável na primeira parte, alicerçada numa considerável intensidade defensiva e num ataque que poucos ou nenhuns erros cometeu. Face ao maior domínio portista nos dois lados do campo, a diferença de oito golos registada ao intervalo não era surpresa para ninguém (23-15).

O conforto trazido do primeiro tempo arrefeceu ligeiramente o ímpeto azul e branco, mas nem por isso o FC Porto consentiu grandes veleidades aos açorianos, que nunca mostraram argumentos para colocar em causa o triunfo portista. Ora, a vantagem dos Dragões foi ganhando maior expressão com o decorrer dos segundos 30 minutos e redundou numa vitória por números claros, que espelham a superioridade do FC Porto perante o Sporting da Horta: 38-28. Num bom desempenho do coletivo de Ricardo Costa, destaque para as performances de Leandro Semedo (6 golos), António Areia (5 golos) e Carrillo (5 golos).

FICHA DE JOGO

SC HORTA-FC PORTO, 28-38 
Andebol 1, 26.ª jornada
15 de março de 2017
Pavilhão Gimnodesportivo da Horta, Açores

Árbitros: Eurico Nicolau e Ivan Caçador

SC HORTA: Nuno Silva (g.r.), Edgar Landim (7), Felisberto Landim (6), Noelvis Rede (6), Pedro Silva, Paulius Orlovskis (1) e Hugo Freitas (7)
Jogaram ainda: Wilson Costa (g.r.), Pavel Hernandez, Tiago Filipe (1), Tiago Rodrigues, Bruno Castro e Pedro Carvão
Treinador: Rui Santos

FC PORTO: Alfredo Quintana (g.r.), Leandro Semedo (6), Daymaro Salina (2), Rui Silva, Ricardo Moreira (4), Hugo Santos (3) e Gustavo Rodrigues (2)
Jogaram ainda: Hugo Laurentino (g.r.), Alexis Borges (2), Yoel Morales (3), Nikola Spelic (3), Victor Iturriza (1), Miguel Martins (2), Carrillo (5) e António Areia (5)
Treinador: Ricardo Costa

Ao intervalo: 15-23» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/SC-Horta-FC-Porto-26a-jornada-1a-fase-Andebol-1-1617.aspx

15/03/17

Ledman LigaPro: Famalicão 1 vs F.C. do Porto B 3 - O FC Porto retomou o caminho das vitórias a vencer, na tarde desta quarta-feira, o Famalicão, em jogo da 32.ª jornada da Ledman LigaPro.



«“BÊS” DE REGRESSO ÀS VITÓRIAS EM FAMALICÃO

Golos de Kayembe, André Pereira e Fede Varela construíram o triunfo por 3-1 no jogo da 32.ª jornada da Segunda Liga.

O FC Porto retomou o caminho das vitórias a vencer, na tarde desta quarta-feira, o Famalicão por 3-1, em jogo da 32.ª jornada da Ledman LigaPro. Os golos de Joris Kayembe e de André Pereira, na primeira parte, e de Fede Varela, na segunda, construíram o resultado que permite aos azuis e brancos distanciarem-se da zona aflitiva da classificação, ocupando agora o 13.º posto, com 40 pontos. No calendário segue-se a receção ao Vizela​, agendada para domingo, às 11h15, no Estádio de Pedroso e com transmissão em direto no Porto Canal.

Estavam decorridos 22 minutos do encontro quando os Dragões inauguraram o marcador do Estádio Municipal de Famalicão: Kayembe marcou na recarga a uma grande penalidade depois de ter permitido a defesa ao guarda-redes famalicense. O segundo golo portista surgiu pouco depois da meia hora de jogo e teve a assinatura do avançado André Pereira, o reforço vindo na reabertura do mercado (33m).

Até ao intervalo o FC Porto B ainda dispôs de oportunidades para chegar ao 3-0, que só veio a aparecer na segunda parte, graças a uma grande jogada individual pela zona central de Fede Varela, na qual passou por três adversários para depois rematar de pé esquerdo, já no interior da área, para o seu sétimo golo nesta edição da Segunda Liga (55m) – o médio hispânico-argentino continua a ser o melhor marcador dos “bês”.

Os portistas eram a melhor equipa em campo e a eles também pertenceram as melhores ocasiões de golo no segundo tempo, com destaque para um livre de Rui Moreira aos 69 minutos e depois para um remate de Kayembe aos 85. No entanto, foram os anfitriões a marcar por intermédio de Kisley (80m), um golo ainda assim insuficiente para pôr em causa o décimo triunfo do FC Porto B nesta edição da Ledman LigaPro.

FICHA DE JOGO

FAMALICÃO-FC PORTO B, 1-3
Ledman LigaPro, 32.ª jornada
15 de março de 2016
Estádio Municipal de Famalicão

Árbitro: Tiago Martins (Lisboa)
Assistentes: André Campos e Bruno Jesus
Quarto árbitro: Paulo Raposo

FAMALICÃO: Victor Braga (g.r.); Daniel Marques, Quichini, Vilaça e Jorge Miguel; Vitor Lima, Mércio e André Perre; Mendes, Tozé Marreco e Gevaro 
Substituições Gevaro por Kisley (46m), João Mendes por Feliz Vaz (60m) e Vítor Lima por Chico (84m) 
Não utilizados: Gabriel (g.r.); Diogo Cunha, Fred Lopes e Nuno Diogo
Treinador: Nandinho

FC PORTO B: Raúl Gudiño; Fernando, Chidozie, Verdasca e Inácio; Francisco Ramos (cap.), Omar Govea e Fede Varela; Galeno, Kayembe e André Pereira
Substituições: Omar Govea por Rui Moreira (46m), André Pereira por Areias (65m) e Fede Varela por Graça (73m)
Não utilizados: Mbaye (g.r.), Ismael Diaz, Ruben Macedo e Bruno Costa
Treinador: António Folha

Ao intervalo: 0-2
Marcadores: Kayembe (22m), André Pereira (33m), Fede Varela (52m) e Kiesley (80m)
Disciplina: cartão amarelo a Victor (34m), Jorge Miguel (45m), Mércio (56m), Inácio (63m), José Vilaça (69m) e Daniel Marques (87m)» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/famalicao-fcportob-segunda-liga-32j-150317.aspx


Futebol: Famalicão-FC Porto B, 1-3 (Ledman LigaPro, 32.ª jornada, 15/03/17)

F.C. do Porto Bilhar - O FC Porto bateu na noite de segunda-feira a Académica de Leça, por 3-1, em jogo da nona jornada da zona Norte do Campeonato Nacional de bilhar às três tabelas.



«EQUIPA DE BILHAR É A ÚNICA INVICTA NO CAMPEONATO

Triunfo sobre a Académica de Leça por 3-1 permite manter registo 100 por cento vitorioso na prova.

O FC Porto bateu na noite de segunda-feira a Académica de Leça, por 3-1, em jogo da nona jornada da zona Norte do Campeonato Nacional de bilhar às três tabelas. Foi a 35.ª vitória consecutiva na prova, a nona em outras tantas jornadas já disputadas nesta temporada que fazem dos campeões nacionais a única equipa invicta das 16 que disputam esta primeira fase da competição maior do bilhar a nível nacional, depois da derrota do Benfica diante do Sporting nesta mesma ronda da zona Sul.

No Salão da Académica de Leça, os azuis e brancos construíram o resultado com vitórias de Manuel Santos Oliveira sobre José Biscaia (40-19, em 30 entradas), de João Ferreira (na foto) frente a Fernando Caldas (40-28, em 40 entradas) e de Rui Manuel Costa diante de Gonçalo Rodrigues (40-16, em 21 entradas). Manuel Aguiar foi o único da equipa leceira a vencer a sua mesa, ao derrotar Alípio Jorge (40-31, em 50 entradas).

O FC Porto, que continua a prolongar o seu recorde de vitórias consecutivas iniciado em julho de 2015, mantém-se na liderança da tabela classificativa, agora com 27 pontos, mais sete do que o segundo, o Leça, que tem menos um encontro disputado e que na próxima jornada visita a Academia de Bilhar do Estádio do Dragão. O jogo está marcado para 27 de março, às 21h30.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/cn-bilhar-9aj-140317.aspx


Liga dos Campeões: Juventus 1 vs F.C. do Porto 0 - O FC Porto está fora da Liga dos Campeões depois de perder esta terça-feira diante da Juventus, em Turim, na segunda mão dos oitavos de final da prova.



«DERROTA EM TURIM NO ADEUS À LIGA DOS CAMPEÕES

Dragões perderam por 1-0, frente à Juventus, na segunda mão dos oitavos de final da prova​.

​O FC Porto está fora da Liga dos Campeões depois de perder esta terça-feira diante da Juventus (1-0), em Turim, na segunda mão dos oitavos de final da prova. A boa primeira parte portista foi traída por um lance duplamente penalizador já perto do intervalo: cartão vermelho direto para Maxi Pereira e golo de Dybala da marca de grande penalidade (42m).

A Juventus entrou de forma autoritária e teve em Dybala o elemento que mais dificuldades criou aos Dragões nos minutos iniciais do encontro, mas a equipa de Nuno Espírito Santo não se deixou atemorizar pelo ímpeto dos anfitriões e respondeu à altura, puxando da personalidade que se lhe reconhece para jogar olhos nos olhos com o pentacampeão italiano. Aos dez minutos, Soares não chegou por centímetros a um passe de Brahimi para as costas da defensiva italiana e a bola só parou mesmo nas luvas de Buffon. Em jeito de resposta, Cuadrado serviu Mandžukić na área portista mas o cabeceamento do croata saiu à figura de Casillas (23m), que esta noite se juntou ao compatriota Xavi no topo da lista de jogadores com mais jogos nas competições europeias: 173.

Já depois de Mandžukić ter voltado a ficar perto do golo (38m), surgiu o momento que deitou por terra as aspirações portistas em Turim. Na sequência de um canto cobrado por Dani Alves, Alex Sandro cabeceou para defesa de Casillas e a bola foi parar aos pés de Higuaín, que viu Maxi Pereira travar-lhe o remate com as mãos. Grande penalidade a favorecer a Juventus e cartão vermelho direto para Maxi Pereira (40m), deixando os Dragões em inferioridade numérica com 50 minutos por jogar. Chamado a bater o castigo máximo, Dybala levou a melhor sobre o guarda-redes espanhol do FC Porto e reforçou a vantagem da Juventus na eliminatória, apontando o golo que fazia a diferença ao intervalo (42m). Um momento de infelicidade que manchou a exibição personalizada do FC Porto no primeiro tempo.

A segunda parte começou praticamente com Casillas a evitar um autogolo de Danilo Pereira (48m) e, na resposta, o FC Porto também poderia ter marcado. Depois de uma fífia de Benatia, Soares ficou isolado perante Buffon mas rematou ao lado no frente a frente com o mítico guarda-redes italiano, desperdiçando a oportunidade mais flagrante dos Dragões em toda a partida (49m). Em clara vantagem na eliminatória e com mais um homem em campo, a Juventus tirou o pé do acelerador mas não deixou de procurar mais golos, exigindo ao FC Porto a habitual excelência no processo defensivo até ao final do encontro, que não terminou sem Diogo Jota ter uma hipótese soberana de bater Buffon, após um passe a rasgar de Otávio (82m).

Uma palavra, inevitável, para o apoio incansável e incessante dos 2.500 portistas que estiveram no Juventus Stadium, mostrando que a empatia com a equipa está mais viva do que nunca. A Liga dos Campeões é a partir de agora um capítulo encerrado e foco vira-se totalmente para o campeonato que há para conquistar. Aí, já se sabe, o FC Porto está com a força toda para atacar o título nacional.
FICHA DO JOGO» in http://www.fcporto.pt/pt/futebol/fichas-de-jogo/Pages/Juventus-FC-Porto-2a-mao-Oitavos-Champions-16-17.aspx


(JUVENTUS vs PORTO 1-0 ★ All Goals & Highlights HD ✔ Champions League - 14 Mar 2017)

Amarante Acidentes - O Tribunal de Penafiel pronunciou três cidadãos e uma empresa por crimes de infração às regras de construção no caso da derrocada de um viaduto do IP4, em 2010, em Amarante, que provocou um morto.



«Três pessoas e uma empresa julgados por derrocada de viaduto em Amarante

O Tribunal de Penafiel pronunciou três cidadãos e uma empresa por crimes de infração às regras de construção no caso da derrocada de um viaduto do IP4, em 2010, em Amarante, que provocou um morto.

Segundo informação revelada esta terça-feira na página da Internet da Procuradoria-Geral Distrital do Porto do Ministério Público, que cita os termos da acusação, "a queda do viaduto ficou a dever-se ao colapso da estrutura do cimbre que sustentava a cofragem, por via da sua fragilidade e da sua incapacidade para suportar o peso do material que lhe estava a ser colocado em cima no decurso da betonagem".

Para o Ministério Público, "esta insuficiência da estrutura teve na sua origem na falta de rigor técnico, quer na elaboração do projeto do cimbre, quer nas sucessivas fiscalizações técnicas a que foi sujeito".

O acidente ocorreu no viaduto do Nó de Geraldes, no dia 10 de março de 2010, quando decorria a operação de betonagem do tabuleiro.

A derrocada da infraestrutura causou ferimentos em oito pessoas, todos trabalhadores envolvidos na operação de betonagem, e a morte de outra que seguia num automóvel no IP4 e que ficou sob os escombros.

Os demais arguidos, que tinham sido responsáveis pela fiscalização, aprovação, controlo do projeto e a sua execução, não foram pronunciados pelo tribunal.» in http://www.jn.pt/justica/interior/tres-pessoas-e-uma-empresa-julgados-por-derrocada-de-viaduto-em-amarante-5724604.html#ixzz4bNUWrxUF 

14/03/17

Parque Nacional da Peneda-Gerês: São cerca de 9 mil fotografias que juntas compõem uma sinfonia de natureza e paisagens magníficas do Parque Nacional da Peneda-Gerês.



«O Gerês como nunca o viu num vídeo 'timelapse'

São cerca de 9 mil fotografias que juntas compõem uma sinfonia de natureza e paisagens magníficas do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Um trabalho de cerca de um ano desenvolvido pelo fotógrafo Paulo Ferreira, do projeto Ptimelapse, que agora pode ser visto no SAPO Viagens.

Se já visitou o Parque Nacional da Peneda-Gerês, provavelmente, ficou fascinado com as paisagens, as cascatas, as florestas e todos os outros tesouros que podem ser encontrados no único parque nacional de Portugal. Se ainda não teve a oportunidade de visitar este santuário de natureza, está na altura de planear uma viagem e este vídeo pode servir de inspiração.

Através da técnica de fotografia em movimento, conhecida como 'timelapse', Paulo Ferreira aliou duas paixões: a fotografia de natureza e as caminhadas que gosta de fazer pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, conta ao SAPO Viagens. O resultado está à vista. Veja o vídeo:



No vídeo, podem ser vistos os locais mais emblemáticos do Gerês, com destaque para: Prados da Messe, Vale da Teixeira, Cascata do Arado, Carris, Fonte Fria, Vale do rio Homem, Sombrosas, Porto da Laje, Pitões das Júnias, São João da Fraga, Fraga de Brasalite, Castro Laboreiro e Vilarinho das Furnas.

O processo de recolha das cerca de 9 mil imagens, que juntas dão vida a este 'timelapse', demorou quase um ano. "Não porque definisse um prazo para o concretizar, antes sim porque necessitava de caminhar por trilhos do parque e ter a sorte de que alguns fenómenos naturais surgissem mais evidentes, como por exemplo as neblinas matinais ou a via láctea à noite", explica Paulo Ferreira. A edição do vídeo demorou cerca de um mês.

O fotógrafo especializado na técnica de 'timelapse' considera que o Gerês ainda é um local pouco conhecido pelos portugueses. "Isto porque apesar de existirem vários acessos que proporcionam um visita de automóvel, os locais mais bonitos e emblemáticos estão longe dessas estradas e, como tal, só possíveis de aceder através de trilhos", considera.

"Por exemplo a Mata de Albergaria, a Portela do Homem ou a Cascata do Arado são locais que no verão ficam repletos de pessoas, mas que se limitam geograficamente à envolvente desse mesmo ponto de interesse. Na minha opinião, as autoridades competentes deveriam ter mais controlo sobre o número de pessoas que acorrem a esses locais em busca unicamente da 'selfie'", diz o fotógrafo.

Fotografia em movimento

Paulo Ferreira está ligado à fotografia desde sempre e há cerca de oito anos começou a desenvolver e a aperfeiçoar as técnicas de 'timelapse' ou fotografia em movimento, como gosta de dizer. Colabora com empresas ligadas à publicidade, ao audiovisual e multimédia, agências de turismo e viagem, no sentido de promover Portugal no exterior, sendo líder de expedição na agência de viagens Fotoadrenalina. É formador de técnica de 'timelapse' no Instituto Português de Fotografia.

Já desenvolveu vários projetos premiados, entre eles um vídeo sobre os Picos da Europa, duplamente premiado no Festival Timelapse Showfest de Madrid em, 2015, e também no festival de cinema Finisterra, em Sesimbra em 2016, ou o documentário “Nordlys”, uma ode às Auroras Boreais que pretende chamar atenção para os problemas do planeta. Foi com este filme curto que obteve aquele que é designado por "Óscar dos documentários independentes" num consagrado festival de cinema de Hollywood, em Los Angeles, ao arrecadar dois prémios reunidos num troféu de melhor fotógrafo de 'timelapse' e melhor documentário de 'timelapse'.

Neste momento, Paulo Ferreira está a trabalhar num projeto sobre a Patagónia, através de um campanha de crowdfunding. "Trata-se de um projeto que passa pela produção de um documentário curto na técnica de 'timelapse' e vídeo, bem como de um livro de fotografia e que pretendo realizar a latitudes mais a sul do globo terrestre, algures entre a Argentina e o Chile", explica o fotógrafo do Porto.

Pode seguir o trabalho de Paulo de Ferreira na página de vídeos do Ptimelapse.» in http://viagens.sapo.pt/viajar/viajar-portugal/artigos/o-geres-como-nunca-o-viu-num-video-timelapse

Ciência - As células imortais de Henriquetta Lacks continuam vivas e a contribuir para avanços importantes nas áreas da ciência e medicina.


(Créditos: DR)


«CONTINUA A SALVAR VIDAS

As células imortais de Henriquetta Lacks continuam vivas e a contribuir para avanços importantes nas áreas da ciência e medicina.

Henriquetta Lacks morreu em 1951, meses depois de descobrir que tinha um tumor maligno no colo do útero que acabou por metastizar para várias regiões do corpo. Na altura, foi submetida a uma biopsia cirúrgica e desde então a ciência tem manipulado as suas células. E porquê? Porque as células desta norte-americana de Baltimore, Maryland, foram as primeiras a manterem-se vivas fora do corpo.

Essa capacidade aparentemente única tornou-as na linha celular humana mais usada por cientistas de todo o mundo em investigações várias, do cancro, à genética, passando pela biologia. As células de Henriquetta Lacks chegaram a ir ao Espaço, numa missão da NASA, para serem sujeitas a testes em gravidade zero.

Ao contrário de outras células, as de Henriquetta - que passaram a chamar-se HeLa - conseguem multiplicar-se mesmo fora do corpo, em laboratório.

O investigador George Grey tentava há décadas, no Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, cultivar em laboratório células cancerígenas, mas sem sucesso. Quando se apercebeu da capacidade extraordinária das células de Henriquetta Lacks sobreviverem e multiplicarem-se, distribuiu-as por vários laboratórios. Foram as primeiras a serem compradas, vendidas e enviadas para laboratórios de todo o mundo, escreve a BBC.

Renderam milhões de dólares, mas a família de Henriquetta Lacks nunca soube. Até ao dia em que, no ano de 1973, a suspeita de uma cura para o cancro levar um grupo de geneticistas à procura dos descendentes de Henriquetta Lacks. Ao tomar conhecimento, a família tentou obter uma compensação financeira. Hoje, a família detém parte dos direitos de exploração das células, mas nunca foram recompensados financeiramente pelas várias décadas de investigação que permitiram salvar milhares de vidas.» in http://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/esta-mulher-morreu-em-1951-mas-continua-a-salvar-vidas