«EMPATE DEIXA TUDO EM ABERTO
O empate (1-1) não satisfaz, nem compromete. E fica longe de retratar com rigor a superioridade portista, expressa em todos os capítulos de um jogo que se decidiu no hiato de seis minutos, num intervalo demasiado curto para um encontro que só “fechou” no último suspiro. Mas o grupo permanece em aberto, com a qualificação para os “oitavos” da Champions ao alcance dos Dragões.
Apesar de advertido sobre os perigos que o estilo de jogo do APOEL encerra, especialmente assente numa estratégia capaz de explorar os de erros do adversário, o FC Porto entrou a cometê-los. Mas sem consequências graves num primeiro momento. Em menos de dez minutos, os Dragões transmitiram a sensação de poder dar ao encontro uma orientação única, mas a sugestão não resistiu ao único remate dos cipriotas à baliza de Helton, em toda a primeira parte.
A vantagem portista, materializada aos 13 minutos, mas anunciada por duas vezes nos segundos que precederam o livre de Hulk, indiciavam a suspeita de que o golo, com responsabilidade e autoria dividida pelo avançado brasileiro e pelo guarda-redes Chiotis, era o único elemento que faltava para provocar o reencontro entre o campeão português e as grandes exibições europeias.
Mas, seis minutos depois, o jogo voltou à forma e à fórmula com que começara, numa condição imposta por Aílton, que rematou cruzado e sem defesa possível. No rescaldo do primeiro e único remate de toda a primeira parte enquadrado com a baliza, o APOEL podia recuperar a quase junção de “linhas”, extremamente recuadas, e as dificuldades de construção que daí resultavam para o opositor.
Mesmo na procura persistente de espaços, o FC Porto dominava, mas não no género de assédio absoluto e assumido, até porque os cipriotas mantinham o modo de contra-ataque ligado, uma ameaça que manteve Helton em alerta até ao último instante, segurando o empate, que, só por si, já é castigo pesado.
Do “massacre” final, que encostou o APOEL às cordas, resultou apenas a reacção do público em “bruás” frequentes, que misturavam prenúncio de golo e decepção a um pontapé violento de Hulk, a um cabeceamento do mesmo intérprete, aos centímetros e à fracção de segundo a que Kléber ficou da emenda perfeita num cruzamento de Varela ou ao remate de Defour, que tinha tudo para selar a vitória. Na selou, mas fica tudo em aberto, num percurso a acelerar já em Chipre, na quarta jornada do Grupo G.
FICHA DE JOGO
FC Porto-APOEL, 1-1
UEFA Champions League, Grupo G, terceira jornada
19 de Outubro de 2011
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 32.512 espectadores
Árbitro: Antony Gautier (França)
Assistentes: Michael Annonier e Frédéric Cano
Quarto árbitro: Jean-Charles Cailleux
Assistentes adicionais:
Olivier Thual e Ruddy Buquet
FC PORTO: Helton «cap.»; Sapunaru, Rolando, Otamendi e Alvaro; Fernando, Guarín e João Moutinho; Hulk, Kléber e James
Substituições: Fernando por Belluschi (69m), James por Varela (69m) e João Moutinho por Defour (79m)
Não utilizados: Bracalli, Djalma, Mangala e Souza
Treinador: Vítor Pereira
APOEL: Chiotis; Poursaitides, Oliveira, Kaká e Boaventura; Nuno Morais e Hélio Pinto; Charalambides «cap.», Trickovski e Manduca; Aílton
Substituições: Chiotis por Pardo (52m), Manduca por Jahic (72m), Trickovski por Adorno (90m+3)
Não utilizados: Solari, Belaid, Alexandrou e Solomou
Treinador: Ivan Jovanovic
Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Hulk (13m) e Aílton (19m)
Disciplina: cartão amarelo a Hélio Pinto (28m), Otamendi (29m), Kléber (45m+2), Trickovski (47m), James (54m), Sapunaru (73m), Alvaro (78m), Kaká (84m), Guarín (84m) e Hulk (90m+3)» in http://www.fcporto.pt/Noticias/Futebol/noticiafutebol_futfcpapoelcro_191011_64594.asp