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ogar, ameaçar e… sofrerA trave,
Almunia e um defesa, em cima da fatalidade. Obstáculos finais para três desenhos fabulosos que mereciam golo, oportunidades precoces que dariam ao Dragão uma vantagem firme e espalhariam o pânico num estádio surpreendido pela cirurgia atacante do F.C. Porto. A transição e o perfume mereciam melhor sorte, justificavam abraços e festejos. A interrupção abrupta de uma chama não faz sentido. A injustiça deixará para sempre uma mácula neste desafio.
Ainda antes das explicações para o infortúnio, importa recordar que o F.C. Porto subiu ao relvado do
Emirates Stadium com sete novos jogadores, cinco deles a cumprir o segundo jogo na UEFA
Champions League e um em estreia absoluta na montra continental. O
Tricampeão está diferente, está a construir uma nova máquina e faz das provas de fogo um processo de crescimento fundamental.

Esta terça-feira, num ambiente adverso, num palco encharcado e condicionado pelo registo em solo inglês, a equipa de
Jesualdo Ferreira impôs-se durante meia hora, silenciou os adeptos da casa e colocou o Arsenal em sentido, exigindo saltos, gritos e rectificações assustadas a
Arsène Wenger. Um golo, que podia ser a triplicar, ofereceria novos contornos ao desafio, obrigando os ingleses a apostar no risco. Rodriguez, que cabeceou ao ferro, e
Lisandro, que disparou para o voo de
Almunia e acertou em
Clichy na fronteira da euforia, mereciam mais.

Os deuses de
Highbury, todavia, quiseram que uma jogada no limite do fora de jogo redundasse no golo de Van
Persie, lançando o Arsenal para um desenlace feliz em todos os aspectos.
Adebayor marcou pouco depois, com o apoio da trave, Van
Persie repetiu a festa no primeiro ensejo da etapa complementar e, novamente, o
togolês, de grande penalidade, fechou a contagem.
O azar azul e branco dava agora lugar ao
jackpot vermelho, com todas as tentativas a serem empurradas pelo sopro da fortuna. O futuro registará um encontro desequilibrado entre Arsenal e F.C. Porto. Quem esteve em Londres, porém, fica com outra sensação. O Dragão podia ter escrito outra história.
FICHA DO JOGO
UEFA
Champions League 2008/09 (Grupo G – 2ª jornada)
Emirates Stadium, em Londres
Assistência: 59.623 espectadores
Árbitro: Herbert
Fandel (Alemanha)
Assistentes:
Carsten Kadach e
Mike Pickel4º árbitro: Helmut
FleischerARSENAL:
Almunia;
Sagna,
Touré,
Gallas «
cap.» e
Clichy;
Walcott,
Fabregas,
Denilson e
Nasri; Van
Persie e
AdebayorSubstituições: Van
Persie por
Bendtner (65m),
Nasri por
Eboué (65m) e
Walcott por Vela
Não utilizados:
Fabianski,
Ramsey, Silvestre e
DjourouTreinador:
Arsène WengerF.C. PORTO:
Helton;
Sapunaru, Rolando, Bruno Alves «
cap.» e
Benitez; Fernando, Tomás Costa,
Guarin e Raul Meireles;
Lisandro Lopez e Rodriguez
Substituições: Fernando por
Lucho González (46m), Raul Meireles por
Hulk (64m) e Rodriguez por Candeias (79m)
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel,
Stepanov e Lino
Treinador:
Jesualdo Ferreira
Ao intervalo: 2-0
Marcadores: Van
Persie (30 e 48m),
Adebayor (40 e 71m, de g.p.)
Disciplina: Cartão amarelo a
Clichy (75m) e Tomás Costa (83m)»
in site F.C. Porto.