27/09/08

F.C. Porto 2 vs Paços Ferreira 0 - 2.ª Vitória na Liga e exibição intermitente!

Meireles de "lucho" na vitória portista

Não esteve em campo Lucho González mas esteve Raúl Meireles. O médio português fez uma verdadeira exibição de luxo na vitória do FC Porto por 2-0, coroada com um grande golo, aos 13 minutos, e uma assistência para o golo de Hulk, aos 72 minutos.
A primeira parte foi quase sempre controlada pelo campeão nacional e, por isso, não foi de estranhar o primeiro golo logo aos 13 minutos de jogo. Uma perda de bola infantil de Leandro Tatú faz com que a bola chegue a Lisandro López, que cruzou atrasado para a entrada da área, onde Raúl Meireles disparou um autêntico "tiro" que só parou no fundo da baliza de Cássio.
Até ao intervalo o FC Porto continuou a dominar o jogo, e Lisandro teve nos pés o 2-0, mas sozinho na área rematou por cima, depois de mais uma boa jogada de Raúl Meireles. Antes do descanso, foi o Paços de Ferreira que teve uma boa jogada, num remate de longe de Ricardo, que obrigou Hélton a defender com alguma dificuldade.
A segunda parte trouxe um FC Porto diferente. O "dragão" apresentou-se mais intranquilo e com dificuldades em chegar à área adversária, e foi a equipa de fora que começou a incomodar a defesa portista. Aos 65 minutos, Pedrinha tem uma boa jogada individual e remata cruzado para uma boa defesa do guardião brasileiro do FC Porto.
Nos últimos 20 minutos os "azuis-e-brancos" voltaram a comandar o jogo, e Candeia teve uma boa oportunidade, num remate muito violento, mas que passou um pouco ao lado do poste.
Pouco depois surge o segundo golo do jogo. O recém-entrado Hulk faz um grande passe "a rasgar" para Raúl Meireles (quem mais...) que devolve o passe, num cruzamento rasteiro, para Hulk facturar o segundo golo na Liga, quando Guarín também já se preparava para encostar para o fundo da baliza.
Após o golo, Paulo Sérgio respondeu logo com a entrada de dois homens, William e Chico Silva, mas o jogo chegaría aos 90 minutos sem mais golos.
Depois de dois empates consecutivos (Luz e Vila do Conde), o campeão nacional volta às vitórias, mas ainda não convenceu totalmente. A ausência de Lucho não justifica tudo, principalmente o inicio de segunda parte do FC Porto, que não se livrou novamente de assobios vindos da bancada.
Com a vitória, os "dragões" ficam com oito pontos, menos um que Sporting e mais três que o Benfica, e fica confortável à espera do que fazem, amanhã, os rivais lisboetas.» in http://infordesporto.sapo.pt/Informacao/Modalidades/Futebol/noticiafutebol_fcp_futfcppacoscrofinal_260908_545664.asp

Raul contra a pressão

Dois golos, e muitos que poderiam ter sido e não foram, sublinharam, com invulgar requinte, a vitória lógica do tricampeão, que não somou apenas novo e simples triunfo. Ao desfecho, o único expectável, o F.C. Porto acrescentou o aperfeiçoamento de uma original faculdade, revelando uma admirável imunidade à pressão negativa que irrompe extemporaneamente entre aplausos.Mais do que a barreira psicológica em que soube envolver-se, o F.C. Porto revelou alternativas criativas na ausência de Lucho. E especialmente credíveis. Como Raul Meireles, talvez o melhor exemplo da noite, em que não lhe bastou a condição de um dos mais ilustres intérpretes das transições rápidas que fazem do campeão um caso sério de velocidade e de autoridade atacante. Particularmente interventivo nos dois instantes que resultaram em golo, Raul marcou e deu a marcar. Primeiro, num remate primoroso, num cálculo cruel de força e colocação, directamente proporcional à sábia avaliação permitida pela fracção de segundo de um passe atrasado de Lisandro. Cássio estava condenado a um voo inconsequente e as redes a um violento balanço. Sensivelmente uma hora depois, Raul voltava ao local das decisões, desenhando com Hulk um triângulo perfeito, apesar de móvel, deixando que o brasileiro terminasse o que começara. Serviu-lhe a assistência sem margem para erro e com a precisão que o autor do golo imaginara. Desta vez, Cássio não pôde fazer mais do que assistir. O destino do jogo, que começara a ganhar forma em poucos segundos, na imagem gerada pela aproximação inicial do F.C. Porto à baliza adversária, ficava irreversivelmente traçado. Então, também ele ao abrigo de qualquer infortúnio ou catástrofe que pudesse fazer o adversário, irritante e teimosamente encolhido, tropeçar acidentalmente no golo.

FICHA DE JOGO

Liga 2008/09, 4ª jornada
Estádio do Dragão, no Porto
26 de Setembro de 2008
Assistência: 31.816 espectadores

Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa)
Assistentes: Hernâni Fernandes e Ricardo Santos
4º árbitro: Augusto Costa

F.C. PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves «cap» e Lino; Tomás Costa, Fernando e Raul Meireles; Lisandro, Farías e Rodriguez
Substituições: Sapunaru por Candeias (56m); Farías por Guarin (56m); Lisandro por Hulk (70m)
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Benítez e Mariano
Treinador: Jesualdo Ferreira

PAÇOS DE FERREIRA: Cássio; Ricardo, Ozeia, Tiago Valente e Josa; Filipe Anunciação, Pedrinha «cap» e Paulo Sousa; Cristiano, Leandro Tatu e Filipe Gonçalves
Substituições: Filipe Gonçalves por Rui Miguel (46m), Paulo Sousa por Chico Silva (74m), Pedrinha por William (74m)
Não utilizados: Coelho, China, Edson e Dedé
Treinador: Paulo Sérgio Brito
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Raul Meireles (14m), Hulk (72m)
Disciplina: cartão amarelo a Tiago Valente (33m), Raul Meireles (49m), Josa (80m) e Ozeia (85m)» in site F.C. Porto.

1.º Golo do F.C. do Porto, apontado por Raul Meireles, um golão!

2.º Golo do F.C. Porto, apontado por Hulk, fruto de uma boa jogada com Raul Meireles!

Resumo de um jogo em que o F.C. do Porto venceu, mas não convenceu!

26/09/08

Jesualdo Ferreira agastado com dualidade de critérios!

«Ainda o Apito Dourado!

"'Apito Dourado' condiciona competência dos árbitros"

FC Porto. Jesualdo poupa Lucho para jogo com o Paços de Ferreira, mas não a arbitragem Que balanço faz da arbitragem na Liga?

O "Apito Dourado" foi tantas vezes referido que está a condicionar a competência das pessoas, e estou a falar da arbitragem. Se olharem para os três jogos, e para os encontros dos três grandes, vão perceber que isto não é um choradinho. Isso, contudo, não retira nada à nossa falta de competência perante o Rio Ave.

Que críticas em concreto lhe merece?

O facto de haver um sumaríssimo para o Luisão não impediu que ele continuasse em campo contra o FC Porto. E posso também falar do jogo do Sporting em Braga e do penálti do Benfica em Paços de Ferreira. Essa mão foi claríssima e assinalada, porque é que a mão do jogador do Rio Ave não foi? Não falo sobre suspeições, nem truques, nem esquemas, apenas de competência. Às vezes um golo e uma vitória resolvem para o exterior e para a classificação aquilo que a capacidade da equipa não foi capaz de fazer. Em Vila do Conde, um golo não mudaria a minha ideia sobre tudo o que sucedeu na partida

Teme os efeitos de assobios no Dragão no jogo com o Paços de Ferreira?

A questão dos assobios já foi ultrapassada. Provavelmente em Vila do Conde foram justos, mas amanhã [hoje] espero aplausos.

O FC Porto não tem margem de erro frente ao Paços de Ferreira?

O FC Porto nunca tem jogos com margem para falhar. O jogo de amanhã [hoje, 21.15, RTP1] é para acertar. Vou apresentar a equipa que melhor garantias nos der. Queremos jogar bem, ser muito competitivos e ganhar este jogo. Nós estamos sempre alerta e desta vez também. Nós não fomos capazes de marcar qualquer golo e o Paços fez três golos ao Benfica.

Vai mexer na equipa?

Mais do que mexer na equipa, vou é mexer com a equipa.

Vem aí um ciclo difícil...

É um ciclo de jogos difíceis. Este calendário teve a particularidade de defrontarmos o Benfica à segunda jornada, em que tivemos um comportamento muito bom face às expectativas antes do jogo e depois ao que aconteceu. Vem aí novo ciclo importante, com o Paços de Ferreira, que é o jogo mais importante, e depois Arsenal e Sporting. Mas há muito tempo que estes jogos estão calendarizados e temos de nos preparar para eles.

Houve algum castigo a jogadores por noitadas?

Os nossos regulamentos são claros e há penalizações quando elas têm de acontecer. Até ao momento, nada houve que nos fizesse intervir. Haver regulamentos é fácil. Nós temos e fazemo-los cumprir. Os jogadores têm sido exemplares.

Declarações recolhidas em conferência de imprensa» in http://dn.sapo.pt/2008/09/26/dnsport/apito_dourado_condiciona_competencia.html
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Atenção que isto é dito por um Benfiquista confesso! Mas se fosse ao contrário, já sabemos, que caía o Carmo e a Trindade!

25/09/08

Notícias em Curral de Moinas - Parto da Deolinda!


O complicado parto da Deolinda com nove gémeos mais uma menina!

Padre Amaro Gonçalo, deixa Amarante e passa para a Paróquia da Senhora da Hora, em Matosinhos!















«Padre Amaro Gonçalo assumiu a Paróquia da Senhora da Hora

“Estou e conto convosco”


No ano em que a Paróquia da Senhora da Hora assinala os 90 anos da constituição, o Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, nomeou, em 28 de Julho, um novo pároco, padre Amaro Gonçalo Ferreira Lopes, que assumiu
as funções no passado domingo.
A igreja paroquial foi pequena para todos aqueles que quiseram conhecer o novo responsável pela comunidade católica. Aos habitantes da Senhora da Hora, juntaram-se ainda grupos oriundos de Eiriz (Paços de Ferreira), terra natal do sacerdote e das paróquias Amarante (São Gonçalo) e São Veríssimo, onde esteve, em trabalho pastoral, de 1992.
A testemunhar a entrada do novo pároco estiveram igualmente os presidentes da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, e da Junta de Freguesia da Senhora da Hora, Alexandre Lopes, bem como representantes de instituições da paróquia e da freguesia.
Coube ao vigário da vara de Matosinhos e pároco de S. Mamede de Infesta, padre António Ângelo Sousa, ler a Carta de Nomeação e conduzir os primeiros momentos da missa em que marcaram presença alguns párocos do concelho (Perafita e Padrão da Légua), do Porto e de outras zonas pastorais da Diocese do Porto.
Na sua primeira intervenção, e referindo-se às leituras do último domingo, Amaro Gonçalo considerou que os cristãos vivem hoje um dilema, pois por um lado morrer é para Cristo ou viver para continuar a missão que terá como objectivo o progresso e a alegria dos fieis.
“É preciso compreender Cristo e viver segundo as suas regras. Devemos ser um instrumento nas mãos do Senhor e fazer com que a comunidade progrida na alegria e na fé. Estes são os critérios que os cristãos devem ter em conta na hora de serem chamados”, referiu.
Dirigindo-se aos seus novos paroquianos, o sacerdote mostrou-se empenhado naquilo que classificou como sendo um colaborador e um servidor da alegria, numa missão que o fez lembrar “um certo macedónio a quem era pedido para passar uma ponte e viesse ajudar quem precisasse”.
Já no final da celebração, Amaro Gonçalo mostrou-se esperançado de poder contar com todos os católicos da Senhora da Hora. “Espero oferecer e receber uma colaboração, conduzindo-nos para o bem comum e integral da freguesia da Senhora da Hora”. Eduardo Coelho.» in http://www.matosinhoshoje.com/index.asp?idEdicao=381&id=19143&idSeccao=3000&Action=noticia


«PALAVRAS FINAIS
Padre Amaro Gonçalo



Ocorrem-me agora, e mais uma vez, as palavras do Apóstolo Paulo, que já me serviram de inspiração, ao anunciar-vos, no final de Julho, a nomeação do vosso novo pároco. E volto a citar: “Todas as vezes que me lembro de vós, dou graças ao meu Deus. É uma oração que faço com alegria, por causa da vossa participação no anúncio do Evangelho, desde o primeiro dia até agora. E é exactamente nisto que ponho a minha confiança: Aquele que em vós deu início a uma boa obra, há-de levá-la ao fim” (Fil.1,3-5).
Nesta hora de celebrar a alegria de uma vida partilhada, dou graças a Deus por todos vós: os que aqui estão e também os que não puderam, não quiseram, ou não conseguiram estar! Tenho presentes, na minha oração (de súplica e de acção de graças) paroquianos e não paroquianos, praticantes e não praticantes, crentes e descrentes, amigos e familiares. E quero incluir nesta oração de acção de graças, todas as pessoas, associações, autarquia e instituições da freguesia e da cidade, que, como nós, procuram servir a pessoa humana e o seu bem comum e integral.
Mas tenho, em lugar muito próprio, alguns filhos gerados na fé, na dor e no amor de Cristo, que foram minha alegria, ajuda e companhia, todos os dias; agradeço a Deus, o dom de algumas famílias, onde fui dado como pai, ou recebido como filho. Não sei, como agradecer a Deus, esse meu grande amigo, meu “irmão gémeo” de adopção, que me acompanha na vida, e vai sempre à minha frente, na missão. São pessoas que expuseram a vida por mim, e pelo evangelho, e que bem conheceis. Não tenho a coragem, nem sinto necessidade de aqui as nomear!
No final desta longa jornada, de quase dezasseis anos, agradeço a generosidade no serviço à Igreja de muitos e bons colaboradores, de ambas as Paróquias. Não tenho nada a pagar, nem nada com que lhes pagar! Só tem a pagar, quem se porta, como patrão. E eu sempre quis estar no meio de vós, como Aquele que serve! Por isso, só tenho a partilhar convosco a alegria de quem vive e serve na Casa do Senhor. A esses muitos e bons colaboradores, anónimos, na oração e no sofrimento, ou conhecidos, no exercício dos diversos serviços e ministérios, para esses “humildes trabalhadores da vinha do Senhor”, sejam eles os da primeira ou os da última hora, sejam os de todas as horas ou apenas de algumas, asseguro que o vosso prémio está reservado nos céus. Mas estou certo de que a alegria de quem dá e se dá pelo evangelho, já vos pertence, e essa ninguém vo-la pode tirar. Tudo o que não é dado, é perdido! Olho com confiança, para todos vós e desejo que cresçais cada vez mais no amor a Cristo, no amor à Igreja, no amor entre vós, no amor ao próximo.
Desejo que a minha partida do meio de vós desperte, no seio destas comunidades, novo ímpeto e mais estreita corresponsabilidade na nova evangelização: nova no ardor, novas nas expressões, nova nos métodos, nova até nos seus colaboradores. Que o novo pároco possa estimular mais audácia, mais iniciativa e criatividade, mais alegria e beleza, no anúncio do evangelho!


«Meus queridos e saudosos irmãos, minha alegria e minha coroa» (Fil.4,1)


Hoje deixo de ser vosso pároco. Posso dizer-vos que vos amei e vos amei até ao fim e que o meu amor permanecerá. Jamais deixarei de vos chamar amigos! Em nome de Deus, em nome da Igreja, em meu nome próprio, obrigado ó Deus, obrigado a Deus, por tudo, obrigado a todos. Obrigado, Senhor, por aquilo e por aqueles que nem sei agradecer! Obrigado, porque apesar de todas as minhas fraquezas, realizastes a nosso favor maravilhas incontáveis e inefáveis.
Obrigado por todos estes últimos gestos de carinho, de ternura, de saudade e gratidão, da vossa parte; são sinais expressivos a confirmar a presença activa do Espírito de Deus, que edifica a comunidade na unidade do amor.
«Meus queridos e saudosos irmãos, minha alegria e minha coroa” (Fil.4,1), “procurai agora somente viver de maneira digna do Evangelho de Cristo” (Fil.1,27)!


Pe. Amaro Gonçalo
Igreja de São Gonçalo
20 de Setembro de 2008» in http://www.agencia.ecclesia.pt/pub/24/noticia.asp?jornalid=24&noticiaid=64271
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O Senhor Padre Amaro Gonçalo é uma das figuras que vai ficar, incontornavelmente, ligada à história da Cidade de Amarante e na minha opinião, de uma forma muito positiva. Encontrou uma Paróquia ao abandono, uma Igreja de S.º Gonçalo em elevado estado de degradação, mas, mesmo assim, soube empreender uma dinâmica de mudança e de transformação que culminou com o ponto alto da sua obra, a Construção do Centro Pastoral. Esta edificação foi muito criticada por alguns políticos responsáveis locais, mas pasme-se, serviu muitas de vezes de Salão de Visitas de muitos eventos públicos ocorridos em Amarante, dado que, sabe-se que Amarante precisava há muito de um espaço físico condigno de suporte à realização de conferências, eventos públicos, festas, reuniões importantes, seminários, etc. Mas a obra mais importante que o Padre Gonçalo Amaro desenvolveu, teve a ver essencialmente com a sua dimensão humana e social, com uma pastorícia de proximidade, uma postura dinâmica, do lado da resolução dos problemas e não a clássica postura passiva da Igreja de ficar dentro da Cátedra a assistir ao que se passa no Mundo, dado que a sua missão extravasou muitas vezes as portas da Igreja de S.º Gonçalo, fazendo questão de ir de casa em casa dar apoio e conforto aos mais necessitados. Claro que ganhou muitos inimigos e resistências entre os seus pares, mas isso é normal quando se dá uma "pedrada no charco". Muito mais haveria a dizer sobre o Padre Amaro Gonçalo, mas basta atentar na perspicácia do novo Bispo do Porto que, de imediato, o chamou para servir o Bispado, reconhecendo aí toda a sua capacidade Evangélica e, concomitantemente, de gestor de projetos inovadores. Gonçalo de nome como o nosso Santo Patrono, que a vida lhe pague por tudo o que fez por nós amarantinos. Obrigado, Padre Gonçalo Amaro! Temos agora que ajudar o novo Pároco de S.º Gonçalo de Amarante, a continuar a Obra do Padre Amaro Gonçalo, sendo esta, quanto a mim, a melhor forma de perpetuar a sua obra e de lhe agradecer! Bem haja, Padre Gonçalo!

24/09/08

Ive Mendes - Suavidade em forma de música!





Ive Mendes - "If you leave me now" - (Chicago)

Chicago - "If You Leave Me Now"

Ive Mendes - "Natural High"

Ive Mendes - "Hear the Silence"

Ive Mendes - "Você"


Ive Mendes - "Não vou fugir"

Ive Mendes - "Não vou Fugir" - (DJ Marky & XRS Mainline Mix)

Ive Mendes - "Siesta del Sol"
IVE MENDES - NIGHT NIGHT - (Craigie Remix)

«Ive Mendes

Ive Mendes, nasceu em Goias, na cidade de Ceres, entre Brazilia e Goiania, perto da fazenda de seus pais, onde ela passou toda infancia apaixonada por cavalos e por musica, pois ja cantava na igreja protestante local. Como tradicao da familia de seu pai, aprendeu a tocar piano desde dos 9 anos, pois todas as mulheres da familia sao fomadas para ser professoras de piano, cantoras de Opera ou cantoras Gospel.
Formada em 'Musica e Artes Cenicas' pela Universidade Federal de Goiania. Cursou musicoterapia em Londres as a extra corriculo. Comecou a dar aulas particulares de piano desde os 16 anos. Na faculdade foi monitora da UFG, lecionando piano para criancas e acompanhou o coral Infanto - Juvenil da UFG. Tambem foi educadora de artes cenicas e iniciacao musical da escola particular 'Comecinho de Vida'. E ainda lecionava piano no 'Instituto de Musica Veiga Valle', em Goiania. Foi a cantora revelacao do primeiro 'Festival de Musica Pop' de Goiania, onde sua primeira composicao 'Casticais', alcancou uma boa popularidade, pois sua cancao foi e ainda e a mais tocada do CD ate os dias de hoje. Participou da trilha sonora da novela da TV Globo, 'Corpo Dourado' com uma composicao dela e do Fernando Morello, chamada 'Hanime', que foi o tema de Clara. A personagem muda de Monica Carvalho. A musica foi produzida pelos produtores Carlos Trilha e Fernando Morello, onde Ive cantou em portugues e em linguas dos anjos e que foi lancada como um single pela BMG.
Em Londres, Ive gravou seu primeiro CD titulado Ive Mendes, com o produtor Robin Millar, que gravou os 2 primeiros discos da cantora Sade e dos grupos 'Everything But The Girl', 'Fine Young Cannibals' e outros nomes famosos. Todas as musicas do seu album foram compostas por ela mesma, sendo que" Nao vou fugir" foi escrita por Ive, mas melodia escrita por Ive e Fred Ala, 'Afternoon' escrita por Ive e Andre Ervilha e melodia escrita por Ive. Tendo uma excessao da musica 'If you leave me now' de Pete Cetera do grupo 'Chicago' que interpretou usando algumas frases em portugues. O CD Ive Mendes foi gravado pelo selo Mister Bongo (UK) com liberdade de ser licenciado para todo o mundo, exceto para o Brasil que ficou fora do contrato, ao pedido de Ive Mendes porque ela gravou umas musicas extras para Brasil quer trabalhar este no tempo oportuno, pois ela escreveu este CD dedicado aos amigos e familiares no Brasil.» in http://forum.autohoje.com/showthread.php?t=11532

"Ive Mendes - If you leave me now

If you leave me now You’ll take away the biggest part of me.
Oooh I know baby please don’t go.
And if you leave me now you’ll take away the very heart of me
Oooh I no baby please don’t go.
Oooh now boy I just want u to stay…

A love like ours is love that’s hard to find
How could we let it slip away
We’ve come to far to leave it all behind
How could we end it all this way…

When tomorrow comes we’ll both regret the things we said today

A love like ours is love that’s hard to find
How could we let it slip away
We’ve come to far to leave it all behind
How could we end it all this way…

When tomorrow comes we’ll both regret the things we said today.

If you leave me now You’ll take away the biggest part of me.
Oooh I no baby please don’t go.

please don’t go.

(spoken) please don’t go.

Oooh I no please don’t go.

(spoken) this love is hard to find.

Oooh I no baby please don’t go. (repeat 3 Xs)

(spoken) I just want you to stay

Oooh I no baby please don’t go. (repeat 3 Xs)"

Mais informações sobre esta Cantora Brasileira, no seguinte link:
http://www.ivemendes.co.uk/

Há declarações desnecessárias, Sr. Presidente!




















É escusado avisar os Portugueses para a vinda da crise, Sr. Presidente; ela instalou-se em Portugal há muito e sabemos que veio para ficar, pelo menos com estas políticas implantadas!

Basquetebol: F.C. Porto Ferpinta 81 - Gestiberica Ciudad de Vigo 75 - Apresentação Vitoriosa!

«Burns aqueceu apresentação portista

O F.C. Porto Ferpinta venceu o Gestiberica Ciudad de Vigo, por 81-75, em jogo de carácter particular, disputado terça-feira, no Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos, que serviu de apresentação e primeiro ensaio para a estreia dos Dragões na reformulada Liga portuguesa.
Perante o adversário espanhol da LEB Prata, que apresentou de início o português Jaime Silva, os azuis e brancos revelaram uma clara superioridade, especialmente perceptível no terceiro período, fase em que construíram um parcial favorável de 27-14, mesmo não podendo contar com três elementos nucleares do cinco inicial da época passada: os lesionados Nuno Marçal, João Figueiredo e Paulo Cunha.
Com Daniel Monteiro na pele de mentor de todos os movimentos ofensivos, Christian Burns, de lançamento fácil, depressa emergiu na partida para ultrapassar a barreira das duas dezenas na estreia de azul e branco e converter 24 pontos, mais seis do que o seu compatriota Kevin Martin, que acrescentou 14 ressaltos e um sem-número de afundanços à exibição.
Em desvantagem no final do primeiro período (18-19) e, pontualmente, no decurso do segundo, o F.C. Porto Ferpinta foi para o descanso já na frente do marcador (39-37), chegando a construir uma diferença expressiva de 18 pontos (78-60) sensivelmente a meio do último quarto.
No intervalo, os Dragões apresentaram todas as equipas dos escalões de formação, com treinadores incluídos.» in site F.C. Porto.

23/09/08

Amarante Canadelo - Rio Olo em Canadelo, Amarante - Verão 2008!


Rio Olo
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Antes que o Plano de Construção de Barragens que o Eng. Sócrates teima em levar adiante, ao arrepio das normas básicas de preservação do Património Ecológico e Sócio-Cultural das populações afetadas, seque e fala desaparecer o Rio Olo, vamos fotografando o que existe, como legado futuro, ao menos isso podemos guardar! As paisagens não sabem nadar... lembra-se Eng. Sócrates!


Religião - Santo Agostinho pelas mãos de Piero della Francesco!



«Santo Agostinho

Piero della Francesca (c.1420-1490)
c.1465
Têmpera sobre madeira dechoupo
Aquisição (leilão da Colecção Burnay), 1936
Inv. 1785 Pint

Adquirido na década de 1880-90 pelo coleccionador Henry Burnay no mercado antiquário de Paris, o Santo Agostinho é um dos painéis que originalmente constituíram o políptico pintado por Piero della Francesca para a igreja dos Eremitas de Santo Agostinho em Borgo Sansepolcro (Itália), obra contratada em 1454 e concluída pelos finais da década seguinte.
O retábulo teria ao centro uma representação da Virgem entronizada com o Menino (painel desaparecido) ladeada por quatro pinturas de idêntico formato hoje dispersas por vários museus: à esquerda, situava-se este Santo Agostinho e o S. Miguel da National Gallery, Londres; do lado direito, inscreviam-se o S. João Evangelista da Frick Collection, New York, e o S. Nicolau Tolentino do Museu Poldi Pezzoli, Milão. Segundo as propostas de reconstituição mais coerentes, o políptico apresentaria também uma predela composta por vários painéis de pequenas dimensões. Porém, desse elemento retabular apenas subsistem quatro pinturas: Crucificação, Santa Mónica e Santo Agostiniano, todas na Frick Collection, e Santa Apolónia, da National Gallery de Washington.
O Santo Agostinho é uma excepcional demonstração da genialidade de Piero, seja pela profunda e solene monumentalidade da figura do Doutor da Igreja e pela extraordinária simplicidade da construção do espaço pictórico, seja pelo magistral virtuosismo de certos pormenores da composição, como a transparente estrutura da vara de cristal do báculo, signo da autoridade episcopal. Seja, ainda, pelos episódios bíblicos que decoram o sebasto do pluvial - uma sequência historiada que abarca a Infância e a Paixão de Cristo -, em que a execução pictural de cada uma das cenas se adapta ao movimento do tecido, sugerindo a natureza têxtil dessas imagens ao negar-lhes uma extrema e límpida definição óptica.No firmal da capa inscreve-se a Ressurreição e, vértice superior da própria figura, a mitra acolhe, por fim, uma imagem de Cristo Triunfante e Ressurrecto. O paramento de Santo Agostinho constitui, assim, uma súmula doutrinal por imagens, uma espécie de compêndio aberto que faz de contraponto ao livro fechado que o santo enverga.
A moldura da obra, embora adoptando um vocabulário classicista, não é original. Foi aplicada à pintura depois da sua incorporação no museu.» in http://www.e-cultura.pt/DestaquesDisplay.aspx?ID=987

«Agostinho de Hipona

Santo Agostinho de Hipona
Santo Agostinho no detalhe de um vitral em St. Augustine, Florida, Estados Unidos da América
Bispo, Padre da Igreja e Doutor da Igreja (Doctor Gratiae)
Nascimento 13 de Novembro de 354 em Tagaste, Argélia
Falecimento 28 de Agosto de 430 em Hipona, Argélia
Venerado pela maioria das comunidades cristãs
Festa litúrgica 28 de Agosto
Padroeiro: teólogos, agostinianos, cervejeiros e impressores.
Polêmicas Combateu as heresias do Maniqueísmo, do Donatismo e do Arianismo. A sua posição relativamente aos Judeus.

Aurélio Agostinho (do latim, Aurelius Augustinus), Agostinho de Hipona, São Agostinho ou Santo Agostinho[1] (Tagaste, 13 de Novembro de 354 — Hipona, 28 de Agosto de 430) foi um bispo católico, teólogo e filósofo, considerado pelos católicos santo e Doutor da Igreja.

Vida

Agostinho cresceu no norte da África colonizado por Roma, educado em Cartago. Foi professor de retórica em Milão em 383. Seguiu o Maniqueísmo nos seus dias de estudante e se converteu ao cristianismo pela pregação de Ambrósio de Milão. Foi batizado na Páscoa de 387 e retornou ao norte da África, estabelecendo em Tagaste uma fundação monástica junto com alguns amigos. Em 391 foi ordenado sacerdote em Hipona. Tornou-se um pregador famoso (há mais de 350 sermões dele preservados, e crê-se que são autênticos) e notado pelo seu combate à heresia do Maniqueísmo. Defendeu também o uso de força contra os Donatistas, perguntando "Por que (...) a Igreja não deveria usar de força para compelir seus filhos perdidos a retornar, se os filhos perdidos compelem outros à sua própria destruição?" (A Correção dos Donatistas, 22-24)
Em 396 foi nomeado bispo assistente de Hipona (com o direito de sucessão em caso de morte do bispo corrente), e permaneceu como bispo de Hipona até sua morte em 430. Deixou seu mosteiro, mas manteve vida monástica em sua residência episcopal. Deixou a Regula para seu mosteiro que o levou a ser designado o "santo Patrono do Clero Regular", que é uma paróquia de clérigos que vivem sob uma regra monástica.
Agostinho morreu em 430, durante o cerco de Hipona pelos Vândalos. Diz-se que ele encorajou seus cidadãos a resistirem aos ataques, principalmente porque os Vândalos haviam aderido ao arianismo, que Agostinho considerava uma heresia.

Agostinho e os Judeus

Agostinho escreveu, no Livro 18, Capítulo 46, da Cidade de Deus, "Os Judeus que O assassinaram, e não criam nele, porque coube a Ele morrer e viver novamente, foram ainda mais miseravelmente assolados pelos romanos, e completamente expulsos do seu reino, onde estrangeiros já os tinham dominado , e foram dispersos pelas terras (tanto que não há lugar onde eles não estejam), e são assim, pelas suas próprias Escrituras, um testemunho para nós de que não forjámos as profecias a respeito de Cristo." 1. Escreveu também uma das principais obras que apoia a crença na Trindade.
Agostinho considerou a dispersão importante, porque ele acreditava que isto era um cumprimento de certas profecias, provando assim que Jesus era o Messias. Isto deve-se ao facto de Agostinho crer que os judeus que foram dispersados eram inimigos da Igreja Cristã. Ele também cita parte da mesma profecia, que diz "Não os mates, para que o meu povo não se esqueça; espalha-os pelo teu poder". Algumas pessoas usaram as palavras de Agostinho para atacar os judeus, enquanto outros as usaram para atacar cristãos. Veja cristianismo e anti-semitismo.

Influência como teólogo e pensador

Na história do pensamento ocidental, sendo muito influenciado pelo platonismo e neoplatonismo, particularmente por Plotino, Agostinho foi importante para o baptismo do pensamento grego e a sua entrada na tradição cristã e, posteriormente, na tradição intelectual europeia. Também importantes foram os seus adiantados e influentes escritos sobre a vontade humana, um tópico central na ética, que se tornaram um foco para filósofos posteriores, como Schopenhauer e Nietzsche, mas ainda encontrando eco na obra de Camus e Hannah Arendt (ambos os filósofos escreveram teses sobre Agostinho).
É largamente devido à influência de Agostinho que o cristianismo ocidental concorda com a doutrina do pecado original e a Igreja Católica sustenta que baptismo e ordenações feitos fora dela podem ser válidos (a Igreja Católica Romana reconhece ordenações feitas na Igreja Ortodoxa Oriental e Ocidental, mas não nas igrejas protestantes, e reconhece baptismos de quase todas as igrejas cristãs). Os teólogos católicos geralmente concordam com a crença de Agostinho de que Deus existe fora do tempo e no "presente eterno"; o tempo só existe dentro do universo criado.
O pensamento de Agostinho foi também basilar na orientação da visão do homem medieval sobre a relação entre a fé cristã e o estudo da natureza. Ele reconhecia a importância do conhecimento, mas entendia que a fé em Cristo vinha restaurar a condição decaída da razão humana, sendo portanto mais importante. Agostinho afirmava que a interpretação das escrituras deveria ser feita de acordo com os conhecimentos disponíveis, em cada época, sobre o mundo natural. Escritos como sua interpretação do livro bíblico do Génesis como o que chamaríamos hoje de um "texto alegórico" iriam influenciar fortemente a Igreja medieval, que teria uma visão mais interpretativa e menos literal dos textos sagrados.
Tomás de Aquino tomou muito de Agostinho para criar sua própria síntese do pensamento grego e cristão. Dois teólogos posteriores que admitiram influência especial de Agostinho foram João Calvino e Cornelius Jansen. O Calvinismo desenvolveu-se como parte da teologia da Reforma, enquanto que o Jansenismo foi um movimento dentro da Igreja Católica; alguns Jansenistas entraram em divisão e formaram a sua própria igreja.
Agostinho foi canonizado por reconhecimento popular e reconhecido como um doutor da Igreja. O seu dia é 28 de Agosto, o dia no qual ele supostamente morreu. Ele é considerado o santo padroeiro dos cervejeiros, impressores, teólogos e de um grande número de cidades e dioceses.

Escritos

* Da Doutrina Cristã, 397-426
* Confissões, 397-398
* A Cidade de Deus, iniciado c. de 413, terminado 426.
* Da Trindade, 400-416
* Enquirídio
* Retratações
* De Magistro
* Conhecendo a si mesmo

Cartas

* Da Catequese dos não instruídos
* Da Fé e do Credo
* Fé concernente às coisas que não se vêem
* Do benefício da crença
* Do Credo: Um sermão para catecúmenos
* Da continência
* Da bondade do casamento
* Da Santa Virgindade
* Da bondade da viuvez
* Da mentira
* Para Consêncio: Contra a mentira
* Do trabalho dos monges
* Da paciência
* Do cuidado de ser tido pelos mortos
* Da Moral da Igreja Católica
* Da Moral dos Maniqueístas
* Das duas almas, contra os Maniqueístas
* Actos ou disputa contra Fortunato, o Maniqueísta
* Contra a Epístola de Maniqueu chamada Fundamental
* Resposta a Fausto o Maniqueísta
* Concernente à Natureza de Deus, contra os Maniqueístas
* Do Baptismo, contra os Donatistas
* Resposta às cartas de Petiliano, bispo de Cirta
* A correcção dos Donatistas
* Méritos e remissão do pecado e baptismo de crianças
* Do Espírito e da carta
* Da Natureza e Graça
* Da perfeição e rectidão do homem
* Dos procedimentos de Pelágio
* Da graça de Cristo, e do pecado original
* Do casamento e concupiscência
* Da alma e sua origem
* Contra duas cartas dos Pelagianos
* Da graça e livre arbítrio
* Da repreensão e graça
* A predestinação dos santos/Dom de perseverança
* O Sermão do Monte de Nosso Senhor
* A harmonia dos Evangelhos
* Sermões sobre lições seleccionadas do Novo Testamento
* Tratados sobre o Evangelho de João
* Sermões sobre a Primeira Epístola de João
* Solilóquios
* As enarrações, ou exposições, dos Salmos

Agostinho foi um autor prolífico em muitos géneros -- tratados teológicos, sermões, comentários da escritura, e autobiografia. As suas Confissões são geralmente consideradas como a primeira autobiografia; Agostinho descreve sua vida desde sua concepção até à sua então (com cerca de cinquenta anos) relação com Deus, e termina com um longo discurso sobre o livro de Génesis, no qual ele demonstra como interpretar as escrituras. A consciência psicológica e auto-revelação da obra ainda impressionam leitores.
No fim da sua vida (426-428?) Agostinho revisitou os seus trabalhos anteriores por ordem cronológica e sugeriu que teria falado de forma diferente numa obra intitulada Retracções, que nos daria uma imagem considerável do desenvolvimento de um escritor e os seus pensamentos finais, além de se arrepender de ter utilizado demais filósofos pagãos.

A exegese

A exegese de Ambrósio está centrada no Antigo Testamento, e o jovem ouvinte Agostinho declara ter frequentemente encontrado aí resposta para questões perturbadoras. Não se conhece dele a não ser um único escrito consagrado ao Novo Testamento, aliás o mais volumoso. O texto de Lucas é estudado sistematicamente, como o são, no caso do Antigo Testamento, a narrativa da criação, doze Salmos e as 22 estrofes do Salmo 118. Habitualmente, o texto anunciado por Ambrósio é antes um pretexto. Ora reagrupa deliberadamente um florilégio de citações bíblicas comentadas em torno de um tema: a morte, a fuga dos séculos, a felicidade..., ora prolonga o texto de partida mediante outro texto da Escritura no qual se demora longamente: o reencontro de Isaac e Rebeca desemboca definitivamente no Cântico dos cânticos. Muitas vezes a personagem principal do texto torna-se a encarnação de uma virtude, e o comentário torna-se um tratado sobre a paciência, a castidade ou o jejum... Esse desenvolvimento supõe uma interpretação alegórica. Ambrósio, sem negá-lo, ultrapassa constantemente os factos históricos. Nos quatro poços cavados pelos servos de Isaac (Gn 26 15-24), ele descobre não verdades “terrestres”, mas do “espiritual”, “a profundeza de uma ciência abissal”, uma tripla sabedoria inspirada nas três partes da filosofia antiga, que ele situa além do racional: moral, física (ou metafísica) e mística, divisão essa encontrada pelo menos quinze vezes na sua obra. Algures, ele vê nos personagens e acontecimentos do Antigo Testamento as realidades da vida de Cristo. Noé e as águas do dilúvio são “tipos” que anunciam a “verdade”: Jesus, seu sangue e as águas do Baptismo. Alegoria e tipologia misturam-se numa procura progressiva de Deus, que tem seus altos e baixos, enquanto espera a visão. Já se chamou muitas vezes a atenção para os empréstimos de Ambrósio na sua obra Os quatro poços (cf. Gn 26,15-24) terem sido explicados precedentemente por Ambrósio no seu contexto (IV, 22), em que o primeiro poço, chamado poço da visão, é identificado com a parte racional da alma.

Moral, física e mística

Do mesmo modo, no próprio livro do Cântico, Salomão exprimiu claramente esta tripla sabedoria, embora tenha sido nos Provérbios que ele disse que aquele que quisesse entender a sabedoria devia escrevê-la três vezes para si mesmo (cf. Pr 22,20).
No Cântico, pois, a esposa diz ao esposo: “Como és belo, meu querido, como és gracioso! Como é verdejante o nosso leito! As colunas de nossa casa são os cedros e os lambris, os pés de zimbro” (1,16-17). Podemos entender esta passagem da moral. Onde, pois, Cristo descansa com a Igreja, senão nas obras de seu povo? Porque onde reinavam lascívia, orgulho, iniquidade, Jesus diz: “O Filho do Homem, porém, não tem onde recostar a cabeça” (Mt 8,20).
A respeito da física, que ficamos nós a saber? Ela diz: “Sento à sua sombra, assim como eu desejo; o seu fruto é doce ao meu paladar” (Ct 2,3). Porque aquele que se eleva acima das coisas terrestres e para o qual as coisas deste mundo estão mortas, porque o mundo está crucificado para ele e ele para o mundo (Gl 6,14), despreza tudo o que existe debaixo do sol e de tudo foge.
A respeito da mística ele diz: “Faz-me entrar na taberna, seu estandarte sobre mim é Amor” (Ct 2,4). Porque assim como a vinha rodeia a sua parreira, assim também Jesus, como uma vinha eterna, rodeia de alguma maneira o seu povo, com os braços do amor.
Surlsaac et l’âme, IV, 27-29, PL, 14, 512 C-153 A = CSEL, 32/1, pp. 659, 21-660, 16, trad. G. Nauroy, a partir de 5. Sagot.

O Problema do Mal

Em seu livro 'O Livre-arbítrio', Santo agostinho tenta provar de forma filosófica de que Deus não é o criador do mal. Pois, para ele, tornava-se inconcebível o fato de que um ser tão bom, pudesse ter criado o mal. A concepção que agostinho tem do mal, esta baseada na teoria platônica, assim o mal não é um ser, mas sim a ausência de um outro ser, o bem. O mal é aquilo que “sobraria” quando não existe mais a presença do bem. Deus seria a completa personificação deste bem, portanto não poderia ter criado o mal. No diálogo com seu amigo Evódio, Agostinho tenta explicar-lhe de que a origem do mal esta no Livre-Arbítrio concedido por Deus. Deus em sua perfeição, quis criar um ser que pudesse ser autônomo e assim escolher o bem de forma voluntária. O homem, então, é o único ser que possuiria as faculdades da vontade, da liberdade e do conhecimento. Por esta forma ele é capaz de entender os sentidos existentes em si mesmo e na natureza. Ele é um ser capacitado a escolher entre algo bom (proveniente da vontade de Deus) e algo mal (a prevalência da vontade das paixões humanas). Entretanto, por ter em si mesmo a carga do pecado original de Adão e Eva, estaria constantemente tendenciado a escolher praticar uma ação que satisfizesse suas paixões (a ausência de Deus em sua vida). Deus, portanto, não é o autor do mal, mas é autor do livre-arbítrio, que concede aos homens a liberdade de exercer o mal, ou melhor, de não praticar o bem.

A moral

Se a obra exegética de Ambrósio, divulgada sob este nome, é preponderante, nem por isso o bispo de Milão deixa de ser essencialmente um moralista. Ele é, antes de tudo, o autor de uma célebre exposição geral de moral prática. Sobre os deveres dos clérigos, inscreve-se na moldura do tratado Sobre os deveres, de Cícero: “Ele adoptou ou adaptou o título da obra de Cícerna na sua formulação textual”, escreve G. Madec, mas a crítica, mesmo admitindo alguma influência “provavelmente (...) mais importante do que aquela que Ambrósio não teria querido”, destaca a sua vontade de independência e considera os empréstimos mais literários que filosóficos. Por meio do honesto (I), do útil (II) e de seus conflitos (III), o autor trata, em especial, sobretudo na primeira parte, das grandes virtudes que ele chama de cardeais: a prudência, a justiça acompanhada da beneficência, da benevolência e até da gratidão, a fortaleza e a temperança. Mas a Bíblia insufla outra alma nesse corpo e toda a actividade moral está orientada para a vida eterna. A obra, de composição fluída e de terminologia equívoca, mal emanada de Cícero e de uma Antiguidade ao mesmo tempo explorada e contestada, não é uma síntese entre o cristianismo e o estoicismo predominante, nem ‘o primeiro tratado de moral cristã, mas uma série de definições e de conselhos, na maioria das vezes tradicionais, dirigidos sobretudo aos clérigos, mas também ao povo cristão. Ambrósio é mais ele próprio num grande número de estudos e de exortações particulares. É o caso de uma parte das suas cartas, em que ele trata com Simpliciano da “verdadeira liberdade”, com o conde Studion da demência cristã no exercício da justiça, com o diácono Ireneu do bem supremo... É também ocaso, com o já vimos, de muitos escritos exegéticos, em que se assiste ao desfile da paciência com Jó, da castidade com José, do jejum com Elias, da penitência e do perdão dos grandes com David... Se procurarmos temas predominantes, poderíamos ficar, no bem, com a misericórdia e, no mal, com o abuso das riquezas. Certas formas da misericórdia aparecem já no objecto mesmo dos opúsculos e comentários enumerados. No tratado Da penitência, o autor sublinha a compaixão de Cristo, oposta à intransigência dos novacianos. Pede para si mesmo “a graça da compaixão”, que chama de “a virtude suprema”. Convida a “pesar de alguma forma a fraqueza humana nos próprios ombros em lugar de rejeitá-la”. Faz alusão à “ovelha cansada”, tema que ele trata magnificamente no final da sua Exposição sobre o Salmo 118: “Vem, pois, Senhor Jesus, procurar teu servo, procurar a ovelha cansada (...). Vem trazer a salvação à terra, a alegria ao céu”. “Os braços de Cristo são os braços da cruz”, diz ele algures. Nabot encarna precisamente o homem vítima da dureza e do egoísmo. É ocasião de páginas terríveis contra a rapacidade dos ricos: “São os vossos imensos palácios que vos enchem de orgulho? (...) Recobris os muros enquanto desnudais os homens. (...) A pedra preciosa que cintila no teu dedo poderia muito bem salvar a vida de todo um povo”. Ambrósio encontra também na história de Tobias ocasião para denunciar a usura e a avareza. Com as suas sátiras, desprende uma moral do uso dos bens terrenos em que se percebe facilmente a marca dos capadócios. Mas existe um ponto sobre o qual ele talvez insista mais do que eles no conjunto da sua obra: a comunidade original das riquezas. A tese aparece em Comentário do Hexaémeron e Sobre Nabot, em que ela pode até provir dos seus mestres gregos, mas as expressões mais vigorosas encontram-se na Exposição sobre o Salmo 118 e nos Deveres dos clérigos, tratado sistemático, em que elas são inspiradas em Cícero e, às vezes, tiradas dele literalmente.

«Vem procurar a tua ovelha”

28.(...) Vem, pois, Senhor Jesus, procurar teu servo, procurar a ovelha perdida. Vem, pastor, procurar-me, como José procurou suas ovelhas. Tua ovelha andava desgarrada enquanto tu, lá nas montanhas, habitavas. Deixa lá as tuas outras noventa e nove ovelhas e vem procurar a única que se desgarrou. (...) Vem, mas não com a vara, mas com a caridade e a mansidão do espírito. 29.Não hesites em deixar na montanha as tuas noventa e nove ovelhas; demorando nas montanhas, elas não precisam de temer a incursão dos lobos rapaces. (...) Vem procurar-me, pois eu também te procuro. Procura-me, encontra-me, toma-me contigo; leva-me. Aquele que procuras, podes encontrá-lo; digna-te a acolher aquele que tiveres encontrado e colocá-lo sobre teus ombros. Esta piedosa carga está longe de ser fastidiosa para ti, nem fastidioso este transporte de justiça. (...) Aqueles que deixaste para trás não haverão de ficar tristes; pelo contrário, darão graças pelo retorno do pecador. Vem trazer a salvação à terra, a alegria ao céu. 30.Vem procurar atua ovelha, não por intermédio de servos ou mercenários, mas vem em pessoa. Toma-me nesta carne que, em Adão, foi um fracasso; toma-me a mim, saído não de Sara, mas de Maria, Virgem incorruptível, virgem pela graça de qualquer mancha de pecado. Leva-me sobre tua cruz, salvação dos que erram, único lugar de repouso para quem está fatigado, único elemento de vida para quem morre. Exposé du Ps. 118, sermão 22, trad. D. Gorce.

A terra é de todos

A natureza derramou todas as coisas em comum para todos. Com efeito, Deus mesmo ordenou que todas as coisas fossem criadas de tal sorte que o alimento fosse comum para todos e que a terra, por conseguinte, fosse uma espécie de propriedade comum de todos. Foi, pois, a natureza que produziu o direito comum, e a usurpação (usurpatio) que criou o direito de propriedade. Ora, sobre este ponto, dizem os filósofos, “os estóicos achavam que os produtos da terra são todos criados para as necessidades dos homens e que os homens foram gerados por outros homens, a fim de que eles próprios possam ajudar uns aos outros” (Cícero, Dos deveres, 1, 7, 22). Ambrósio, Surtes
O Senhor nosso Deus quis que esta terra fosse a posse comum de todos os homens e que os frutos dela fossem destinados a todos. Mas a avidez repartiu os direitos de propriedade. É, pois, justo, se reivindicas para ti em particular uma coisa que foi posta em comum para o género humano, ou antes para todos os seres vivos, que distribuas entre pobres pelo menos alguma coisa dela, de forma que não recuses o alimento a quem deves a partilha de teu direito. Exposé du Ps. 118, VIII, 22, PL, 15, 1303 C-1304 A = CSEL, 62/5, pp. 163, 23-164, 3.
A natureza não é de forma alguma deficiente: ela deu os alimentos, não propôs vícios. Fez seus dons em comum, para que tu não reivindiques certas coisas como próprias. (...) Os elementos são dados a todos em comum. Sur l’Hexaéméron, V, 1, 2 e VI, 8,52, PL, 14, 206 C e 263 B = CSEL, 32/1, pp. 141, 16-18 e 244, 2-3.
A terra foi estabelecida em comum para todos, tanto ricos como pobres; por que então vos arrogais para vós somente, ó ricos, o direito de propriedade? A natureza não conhece ricos, ela nos gera todos pobres. Sur Naboth, 1, 2, PL, 14, 731 C, em A-G. Hamman, Riches etpauvres..., p. 220, trad. Fr. Quéré-Jalmes.
O mundo foi criado para todos, e vós, que sois uma minoria de ricos, quereis a todo o custo reivindicá-lo para vós. SurNaboth, III, 11, PL, 14, 734 B, ibid., p. 224.
Não é teu aquilo que distribuis ao pobre, estás apenas lhe restituindo o que é dele. Porque foste tu que usurpaste aquilo que é dado a todos para o bem de todos. A terra pertence a todos, e não aos ricos. SurNaboth, XII, 53, PL, 14, 747 B, ibid., p. 252. Este texto é citado pela encíclica Populorum progressio, n. 23.

A virgem fecunda na Igreja

É assim que a Igreja é imaculada em sua união, fecunda em seu parto, virgem em sua castidade, mãe em seus filhos. Ela nos gera, pois, permanecendo virgem, tendo concebido não de um homem, mas do Espírito. Gera-nos na qualidade de virgem, não na dor de seus membros, mas na alegria dos anjos. Ela nos nutre como virgem não de um leite corporal, mas do leite [da doutrina] de que fala o Apóstolo (l Cor 3,2) e que nutriu a infância ainda frágil do povo [de Deus]. Qual esposa tem mais filhos do que a santa Igreja, que é virgem em seus sacramentos, mãe em seu povo e cuja fecundidade a Escritura mesma atesta quando diz: “Ei-los aqui em multidão, os filhos da desolada mais numerosos que os filhos da desposada, diz o Senhor” (Is 54,1). É a nós que pertence aquela que não tem marido [terrestre], mas um Esposo [celeste], quer dizer, a Igreja para todos os povos, a alma para cada um daqueles que, pela palavra de Deus, sem que seu pudor seja atingido, se une ao Esposo etemal, indene, fecunda espiritualmente.


Sur les vierges, 1, 6, 31, PL, 16,197 CD, trad. L. Bouyer, ibid., pp. 544-545.


A espiritualidade

Há poucos textos em que Ambrósio se entrega a uma fria filosofia. Seja qual for o género literário, a cada momento aflora sua alma apaixonada pelo Verbo. Esse homem de acção é um espiritual que faz da partilha do fervor um dever seu: Cristo deve “viver em mim e falar em mim”, diz ele comentando 5. Lucas. As sete cartas a Horonciano são um verdadeiro curso de espiritualidade. Nelas ele pede a seus discípulos que vivam continuamente na presença de Deus: “Aquele que procura a salvação de Deus medita dia e noite”. “Medita, pois, sempre, e tem sempre nos lábios as realidades divinas. (...) Fala contigo mesmo. (...) Fala enquanto caminha. (...) Fala durante o sono.” Ele situa no centro de sua vida Cristo, que é “tudo para nós”. A perfeição encarna-se nas virgens, às quais ele consagrou quatro tratados. Dá-lhes por modelo a Virgem Maria, “imagem da castidade e ideal da virtude”. Associa-as à fecundidade universal da Igreja, esposa de Cristo, “virgem em seus sacramentos, mãe em seu povo Mas todo cristão é convidado, como as virgens, à experiência mística vivida em Cristo. Sobre Isaac e a alma é a aventura da alma humana, que se purifica das volúpias carnais para se unir à Rebeca, à sabedoria. Inversamente, Rebeca é também a alma ou a Igreja; ela é figura do Antigo Testamento, que vê vir para ela Isaac-o-Cristo. Na exposição sobre o Salmo 118, Ambrósio descreve poeticamente todos os acontecimentos da história do Verbo como tantos saltos da esposa na direcção da Igreja. Como a gazela do Cântico dos cânticos, “ele salta sobre as montanhas” que são Isaías, Jeremias, Pedro, Tiago e João. Mas, acrescenta ele, “se não podes ser uma montanha (...), sê ao menos um vale para que, sobre ti, suba Cristo”. Depois de ter “falado de Cristo e da Igreja”, passa a falar “à alma e ao Verbo”, a essa atenção em que “o Verbo, de ausente, se torna presente em nossos corações”. Assim, Ambrósio vincula sempre a união pessoal com o Verbo e a da Igreja com Cristo. Uma se faz na outra. Insiste sobre a oração na Igreja, convida a receber quotidianamente “o pão nosso de cada dia”, o corpo de Cristo: “Recebe cada dia aquilo que deve te aproveitar cada dia (...). Aquele que não merece recebê-lo cada dia não merece recebê-lo uma vez por ano”. É preciso tornar quotidiano o hoje da ressurreição. É assim que se procura a construção da Igreja, Eva mística saída do novo Adão, que será um dia “transportada ao céu”. Ambrósio permaneceu a vida toda um dignitário romano. Ardente patriota, ao Império que abandonava progressivamente seus deuses tradicionais ele apresentou o cristianismo rigoroso como religião nacional diante dos invasores heréticos. Grande deste mundo, familiar de imperadores, longe de os bajular como bispo cortesão, ele os enfrenta nobremente quando sua consciência o convida a isso, chegando a impor-lhes mais de uma vez seu ponto de vista, mas como teólogo e sempre respeitando cada um deles. Ele se serviu algumas vezes de sua autoridade e até se alegrou com ela, mas foi para favorecer a ortodoxia, com certa falta de tolerância; mas previu e denunciou o perigo da confusão de poderes. Ele, tão firme diante do erro, diante da injustiça ou de sua ameaça, mostra-se sensível aos imperadores crianças, como Graciano ou Valentiniano II, ou mesmo ao grande Teodósio: “Eu amei este homem”. Sua correspondência com a irmã Marcelina é profundamente fraternal, e ele faz um duplo elogio, todo afectuoso, de seu irmão Sátiro, que renunciara à administração pública para dirigir seu palácio episcopal. Esse aristocrata não fizera sua revolução social para se tornar amoroso dos pobres e se colocar do lado dos pequeninos? Ele sempre se confessou pecador entre os pecadores, com uma comovente humildade. O próprio Santo Agostinho atesta a benevolência desse “homem de Deus”, que o acolheu com “a caridade de um bispo”: “Comecei a amá-lo”, escreve ele. Quem não o ama? Catecúmeno Agostinho é seduzido também pela eloquência do pregador e por sua exegese espiritual do Antigo Testamento. Ambrósio deixa uma obra abundante e variada. A delicadeza de sua fé, de seu coração e de sua pena inspira-lhe páginas de uma comovente beleza, dignas de entrar nos florilégios mais selectos. Sublinha-se naturalmente que ele tomou dos que o precederam e de seus contemporâneos o melhor de suas doutrinas, às vezes até na expressão. É bem verdade que ele lhes deve muito. Mas, se é um leitor dócil de seus colegas, que ajudam a traduzir a fé de sua Igreja, não deixa de manifestar sempre a respeito de seus inspiradores uma independência crítica. Plotino, mas sobretudo Philon e Cícero não são menos fontes que modelos a contrariar, e dos quais ele parece sentir necessidade para formular e desenvolver seu próprio pensamento. Seja o que for, por sua abertura aos autores gregos, ele tem o mérito de haver colocado, com mais sedução que os tradutores, o Oriente ao alcance do Ocidente. Ambrósio, na página admirável que coroa sua exegese da obra dos seis dias, justifica o repouso de Deus: ele criara “o homem em sua perfeição”. Deus certamente descansou quando Ambrósio abriu os olhos.


Os segredos da experiência mística


A estas palavras, a alma colhe a embriaguez dos mistérios celestes, e, como que adormecida pelo vinho, e, por assim dizer, colocada num estado de êxtase e de arrebatamento, diz: “Eu durmo, e meu coração vela” (Ct 5,2). Então, surpreendida pela luz da presença do Verbo, enquanto ela repousava com as pálpebras dobradas, é despertada pelo Verbo (...). Pela quarta vez já, ele a desperta do sono, enquanto ela velava com o coração, a ponto de ouvir sempre a voz daquele que batia. Mas, tendo demorado um tanto para se levantar, por não poder alcançar a rapidez do Verbo, quando ela abre a porta, o Verbo já tinha passado. E ei-la que sai, fiada em sua palavra, para procurá-lo no meio de suas feridas, suas feridas de amor. A custo, finalmente ela o encontrou e o reteve, para nunca mais perdê-lo.
Sur lsaac et l’âme, VI, 50, PL, 14, 519 C-520 A = CSEL 32/1, 673, 21-675, 1.

Os saltos do Esposo rumo à Igreja e à alma

6.“Ei-lo, diz-nos o Cântico do esposo, que vem, semelhante à gazela”. (...) Ele salta sobre as alturas para subir até a esposa. (...) Ele salta acima de Adão; passa por cima da sinagoga, salta sobre as nações; passa por cima dos juízes. Vejamos seus saltos: ele salta do céu ao seio da Virgem, de seu seio ao presépio, do presépio ao Jordão, do Jordão à cruz, da cruz ao túmulo, do sepulcro ao céu... Agora ele ainda salta, agora ele ainda corre do coração do Pai por cima de seus santos, do Oriente ao Ocidente, do Setentrião ao Meio-Dia. 7.(...) Deus é o deus das montanhas, não dos vales. Onde salta ele? “Sobre as montanhas.” Se és uma montanha, ele salta sobre ti. Ele salta sobre Isaías, salta sobre Jeremias, salta sobre Pedro, João, Tiago. “Há montanhas ao seu redor” (51 124,2). Se não podes ser uma montanha e não tens a envergadura dela, sejas pelo menos um vale para que, sobre ti, suba Cristo e, se ele vier passar, o faça de tal modo que sua passagem te guarde sob sua sombra. 8. Falamos de Cristo e da Igreja. Falemos agora da alma e do Verbo. A alma do justo é esposa do Verbo. Se ela deseja, se ela cobiça, se ela roga, e roga assiduamente e sem cessar, se ela está inteiramente voltada para ele, parece-lhe subitamente entender a voz daquele que ela não vê. (...) 9.Não é verdade que, quando temos em vista algum ponto das Escrituras sem poder encontrar a explicação disso, parece-nos de repente vê-lo subir sobre os ensinamentos mais elevados, como sobre as montanhas, depois, parece-nos como sobre as colinas, iluminar nosso espírito, para levar até o intimo de nosso sentido o que nos parece difícil chegar a encontrar. O Verbo, a partir de então, de ausente se torna presente em nossos corações... Exposé du Ps. 118, sermão 6, PL, 15, 1269 C-1270 C, trad. D. Gorce

Da Eva carnal à nova Eva


86. (...) A mãe dos viventes é a Igreja que Deus construiu tendo por pedra angular o próprio Cristo, no qual todo o edifício está aparelhado e se eleva para formar um templo (Ef 2,20). 87. Que venha Deus, pois; que construa a mulher: a outra como ajuda de Adão, esta para Cristo; não que Cristo precise de um auxiliar, mas porque desejamos, nos, e procuramos chegará graça de Cristo por meio da Igreja. No momento ela ainda está em construção, por enquanto ela ainda se forma, por enquanto ainda a mulher está sendo moldada, por enquanto ela ainda está sendo criada. (...) Vinde, Senhor Deus, construí esta mulher, construí a cidade. Que vosso servo venha também; porque creio em vossa palavra: “E ele que construirá minha cidade” (Is 45,13). Eis a mulher, mãe de todos, eis a morada espiritual, eis a cidade que vive para sempre, porque ela não poderia morrer: é precisamente ela a cidade de Jerusalém, que agora vemos sobre a terra, mas que será arrebatada para o alto com Elias. Exposé de l’Évangile selon Luc, II, 86-88, SC, n. 45 bis, pp. 113-114, trad. G. Tissot.

A humildade de um bispo

67. Possas tu reservar-me, a mim também, ó Jesus, o cuidado de lavar teus pés, que sujaste enquanto caminhavas em mim! Possas tu apresentar-me, para que eu as lave, as manchas de teus pés, que prendi a teus passos por minha conduta! Mas onde encontrarei a água viva com a qual poderia lavar teus pés? Não tenho água, mas tenho lágrimas. Possa eu, lavando teus pés com elas, purificar-me a mim mesmo! Como fazer para que tu possas dizer de mim: “Muitos pecados lhe são perdoados, porque ele muito amou”. Confesso que minha dívida é mais considerável, mas que muita coisa me foi perdoada, a mim que fui arrancado ao barulho das querelas do fórum e às terríveis responsabilidades da administração pública para ser chamado ao sacerdócio. Temo, pois, ser considerado um ingrato se amo menos, quando muito me foi perdoado. (...) 71.Digna-te, pois, vir, Senhor Jesus, a este túmulo que sou! Lava-me com tuas próprias lágrimas, porque em meus olhos demasiado secos não encontro lágrimas suficientes para poder lavar minhas faltas. Se chorar por mim, estarei salvo. Se sou digno de tuas lágrimas, estarei livre do mau odor de todas as minhas faltas. Se eu for digno de que chores nem que seja um pouco, tu haverás de chamar-me para fora do túmulo deste corpo, dizendo: “Vem para fora!” (...) 73.Vela, Senhor, sobre teu presente; tem sobre tua custódia o dom que me fizeste apesar de minha resistência! Eu sabia que não era digno de ser chamado ao episcopado, porque eu me tinha entregado totalmente a este mundo. É por tua graça que sou o que sou. E sou, sem a menor dúvida, o mínimo de todos os bispos e o mais pobre em méritos. Mas uma vez que também eu empreendi algum trabalho por tua santa Igreja, encarrega-te dos frutos deste trabalho. Não permitas que se perca, agora que é ele sacerdote, aquele que chamaste ao sacerdócio quando ainda estava perdido. E acima de tudo, permite-nos saber partilhar do fundo do coração a aflição daqueles que pecam. E esta a virtude suprema, pois está escrito: “Não te rejubilarás sobre os filhos de Judá no dia de sua ruína e não farás grandes discursos no dia de sua tribulação”. Cada vez que se trata do pecado de alguém que caiu, que eu seja o primeiro a compadecer dele! Possa eu, em vez de me derramar em invectivas com orgulho, de preferência gemer e chorar, de tal modo que ao chorar o outro, chore também a mim mesmo, dizendo: “Tamar é mais justa do que eu!”. Sur Ia Pénitence, II, 8, 67-73, SC, n. 179, pp. 177-181, trad. R. Gryson.

O repouso de Deus no homem

Que aqui termine nossa exposição, pois o sexto dia já se terminou e a totalidade do mundo á se completou; quero falar agora do homem em sua perfeição. Nele estão contidos os princípios de todos os seres animados e de alguma maneira a totalidade do universo, e toda a beleza da criação. Decerto fazemos silêncio porque Deus repousou de todas as obras deste mundo. Repousou no retiro do coração do homem. Repousou em seu espírito, em seu pensamento. Ele tinha moldado, com efeito, um homem capaz de razão, seu imitador, rival de suas virtudes, ávido das graças celestes. Deus repousa neles, ele diz: “E para este que eu olho: para o humilhado, o que tem o espírito abatido, e que treme à minha palavra” (Is 66,1-2).
Dou graças ao Senhor nosso Deus cuja obra foi tal que ele teve de repousar dela! Ele fez o céu e não consta que tenha repousado por isso. Fez também a terra e nunca li que tenha repousado! Fez o sol, a lua e as estrelas, e nem nesse caso consta que tenha repousado. Mas eis que leio que ele fez o homem e então repousou, pois tinha feito alguém a quem ele pôde perdoar os pecados! Ou então, talvez já se tivesse antecipado o mistério da paixão futura do Senhor, ou tivesse sido revelado que Cristo repousaria como homem, ele que desde todo o sempre preparou o repouso num corpo para a redenção do homem, de acordo com o que ele próprio disse com justeza: “Deitei-me e dormi; acordei: o Senhor me sustenta” (51 3,6). L’Hexaéméron, VI, 10, 75-76, PL, 14, 272 B-273 A = CSEL, 32/1, pp. 260, 22-261, 18 (fim da exposição sem a doxologia).

Referências

1. ↑ Agostinho é um dentre os santos que é chamado tanto de "santo" quanto de "são". Normalmente, apenas os santos com a letra inicial de seu nome iniciada em vogal são chamados de "santo" (Ex. Santo Antonio), e os que possuem a letra inicial de seu nome em consoante, são chamados de "são" (Ex. São João, São Pedro)[carece de fontes?].

DILMAN, Ilham. Free Will: An Historical and Philosophical Introduction. Florence, KY, USA: Routledge, 1999.

www.fapas.edu.br/frontistes/artigos/Artigo%2006.doc

http://www.ufpel.edu.br/ich/filosofiamedieval/pdf/monografia_elisa.pdf» in Wikipédia.

Mais informações sobre este Santo, no seguinte link:
http://www.vidaslusofonas.pt/santo_agostinho.htm