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Um estrondo de silêncio
O inferno turco durou para lá dos 90 minutos, mas, no final, a grande labareda foi azul e branca. É assim o futebol. Fora do campo não se ganha jogos, por mais ensurdecedora que a atmosfera se apresente. Os cânticos guerreiros impressionam, mas não marcam golos. Para isso, é preciso muito mais. É preciso, por exemplo, ter Quaresma, que acreditou até ao fim e vestiu a pele de justiceiro. Mas o sucesso do F.C. Porto englobou muito mais que aquele momento mágico.
Istambul está entalada entre a Europa e a Ásia, por isso é previsível que o vulcão tenha sido escutado nos dois continentes. Esse, de resto, seria o primeiro adversário dos
Bicampeões, que entraram num palco em ebulição, num cenário bélico que procurava levar a equipa da casa ao sucesso e atemorizar o visitante. Com gritos, todavia, não se consegue derrubar o Dragão.
A história deste jogo tem de centrar-se naquele instante de pura crença azul e branca.
Cech rompeu pela esquerda e cruzou largo,
Lucho amorteceu para Quaresma e o extremo, que já tinha espicaçado o mar de chamas com momentos de requinte, rematou para o golo. O silêncio foi estrondoso. E se, de repente, o inferno se calasse para, no segundo seguinte, explodir em tons azuis e brancos?
Quaresma, já se disse, fez justiça. O F.C. Porto foi personalizado, combinou qualidade colectiva com bons desempenhos individuais, criou perigo em investidas repetidas. Especialmente na segunda parte. Nos primeiros 45 minutos predominou o equilíbrio. A equipa de
Jesualdo Ferreira, mesmo assim, podia ter inaugurado o marcador, em maquinações que
Tarik e Raul Meireles não conseguiram dirigir com pontaria.
Do intervalo, contudo, voltou um Dragão que teve momentos irresistíveis.
Tarik,
Lucho e Raul
triangularam para golo, mas o esquema perdeu-se na fatalidade; Quaresma, após crença fortíssima de
Lucho, falhou por pouco; Adriano, a fechar cruzamento de
Cech, num lance que envolveu as novas características lançadas à discussão por
Jesualdo Ferreira, merecia muito mais.
O Estádio
Inonu, apesar das ameaças, não se calava. O seu
Besiktas procurava sobreviver, mas não conseguia mais que espicaçar o braseiro. O fogo caseiro estava mortiço, por mais lenha que os adeptos lhe lançassem. Via-se muito F.C. Porto nas proximidades do
Bósforo, mas também já não restava muito tempo para explosões. Quaresma achou que ainda chegava perfeitamente a horas. O Dragão ganhou. A sua chama não se mede em decibéis.
FICHA DO JOGO
UEFA
Champions League (Grupo A - 2ª jornada)
Estádio
Inonu, em Istambul
Árbitro:
Pieter Vink (Holanda)
Assistentes:
Adriaan Inia e Patrick
Gerritsen
4º árbitro:
Reinold Wiedemeijer
BESIKTAS:
Hakan Arikan;
Serdar Kurtulus,
Gokhan Zan,
Ibrahim Toraman e
Ibrahim Uzulmez «
cap.»;
Edouard Cissé,
Serdar Ozkan e
Tello; Delgado;
Ibrahim Akin e Bobo
Substituições: Bobo por Márcio Nobre (26m),
Ibrahim Akin por
Higuain (67m) e
Serdar Kurtulus por Ali
Tandogan (71m)
Não utilizados:
Rustu,
Mehmet Yozgatli,
Diatta e
Koray Avci
Treinador:
Ertugrul Saglam
F.C. PORTO:
Helton;
Bosingwa,
Stepanov, Bruno Alves e
Fucile; Paulo Assunção,
Lucho González «
cap.» e Raul Meireles;
Sektioui,
Lisandro Lopez e Quaresma
Substituições:
Sektioui por
Cech (65m),
Lisandro Lopez por Adriano (75m) e Raul Meireles por Leandro Lima (87m)
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Mariano
Gonzalez e
Bolatti
Treinador:
Jesualdo Ferreira
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Quaresma (90m)
Disciplina: Cartão amarelo a
Lucho González (45m), Bruno Alves (66m) e Ali
Tandogan (87m)»
in site F.C. Porto!
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O
Harry Potter andou à solta na Turquia e... saiu pura magia! O F.C. Porto continua a ser a melhor equipa portuguesa, dentro e fora de portas, grande equipa esta! Há quem nos intitule de clube regional, tentado ofender-nos... Mas nós somos regionais e regionalistas com muito gosto; não fazemos parte da corte podre da capital, que esbanja o dinheiro do povo trabalhador do norte. Por falar em capital, ouvi dizer que existe por lá um clube, que leva 0 pontos na Liga dos Campeões que se equivocou nas regras do futebol internacional. Como na Taça da Liga os favoreceram, roubado outros escandalosamente, marcando um penalti, por um jogador ter cabeceado uma bola dentro da área, os jogadores mouros, sempre que os adversários cabeceavam dentro da área, ficavam a reclamar penalti. Azar, apanharam árbitros competentes e honestos, que não pertencem ao apito encarnado! Viva o F.C. Porto, o melhor de Portugal!