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13/02/14

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Manuel Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poema: "Violinos a sussurrar".






"Violinos a sussurrar 
um Danúbio fotográfico,
trapezistas kafkianos, 
vagabundos artistas,
devastada, imensa alma russa,
aí vás peregrino.
Labirínticos atapetados recantos,
confuso chá, altaneiras tâmaras.
Enormíssima musical litania,
samba, mescla santa.
Cordilheiras, píncaros, 
mansas enseadas,
virgens florestas, morrinha, 
encantatórios ermos.
Soberana voz amordaçada 
cantando pra bailico,
voláteis engenhocas 
obrigando-nos a baixarmo-nos,
vergada erva, dunas ondulantes, 
percorrido vento.
Que rumoreja o Sena?
Quem chora em Notre-Dame?"

Manuel Ângelo Ochôa, Poeta



"Violinos a sussurrar" - (Manuel Ângelo Ochôa)


02/01/14

Arte Poesia - O Meu Amigo e Colega, Professor Eugénio Mourão, interpela-nos com o Poema: "Inverno da minha rua".

Fotografia do Mestre @Eduardo Teixeira Pinto 


"INVERNO DA MINHA RUA

Ó inverno da minha vida,
Cobres com triste manto,
O outono em despedida,
E o coração em pranto.

Chuva a vento batida,
Fazes brotar a semente,
Do amor à terra despida,
E o despertar à mente.

Beijo que o chão implora,
São lágrimas de esperança,
Sorrisos de sol d’outrora,
Que acordam a lembrança.

Quarto da minha infância,
Aconchego em noite fria,
No peito sinto uma ânsia,
Saudades da ventania.

Adeus à nuvem que passa,
Sinto uma paixão inocente,
Quando me beija à vidraça,
A chuva! De tão contente!

Hoje cinza o pensamento,
Este inverno da minha rua,
Calçada que corre em lamento,
E no céu, envergonhada lua."

Eugénio Mourão



26/11/13

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Manuel Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Belo Poema: "Talvez lá tenhamos andado a sol e água"



"Talvez lá tenhamos andado a sol e água,
no pleno fogo estival, por essas Ilhas Comores.
Ou talvez lá tenhamos deixado o errante olhar
p’la extasiada plenitude,
ou um breve relance lançado a mar:
Grande voo a sonhos, leves asas, acalmia, velas,
numa curva d'alguma estrada rente ao oceano
mais do que pacífico, por onde alheadamente
hajamos derivado. Ou talvez que, desfeita mortal tenda,
por lá prossigamos indefinidamente.

Manuel Ângelo Ôchoa, Poeta


"talvez lá tenhamos andado", Manuel Ângelo Ôchoa

03/11/13

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poema: "Folhagem bailando ao quê da luz".





"Folhagem bailando ao quê da luz;

jovens p’lo clima ameno

a tudo atiçam fulgurações;

um dia desperta expandindo-se

a apelativos recantos."

Ângelo Ochôa, Poeta



"Folhagem bailando ao quê da luz" - Ângelo Ochôa


27/10/13

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poema: "Tanto machucaram feridas vivas.".



"Tanto machucaram feridas vivas.
Infernos sofri a bom sofrer.
Já em mim, nem sei contar os golpes cometidos. 
Oswiecins vivi, dos descaminhos. 

Ante os novíssimos, espero, creio e amo, 
pois Maria Graça é e Poesia."

Ângelo Ochôa, Poeta


"Tanto machucaram feridas vivas.", Ângelo Ochôa


24/09/13

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poemeto: "Joaquim".



"Joaquim,
antes queres ferrar ou ser ferrado?
Cá por mim antes quero ferrar.
Então ferra-me aqui as ventas no olho do cu."

Ângelo Ôchoa, "Sonhadas palavras"



(Uma do meu avô Manuel Inácio Ochôa, por Ângelo Ochôa)

31/07/13

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poema: "O carteiro Candeias".



"O carteiro Candeias
mais conhecido por flaviense, 
conversador, ou vagaroso, 
apregoa, a todo o mundo, 
maravilhas do melhor presunto, 
desde que por Chaves passou, 
uma ocasião, uns oito dias."

Ângelo Ochôa, Poeta


Ângelo Ochôa, "O Carteiro Candeias"


20/09/12

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poema: ‘Meus amigos, que desgraça nascer em Portugal.’



"‘Meus amigos, que desgraça nascer em Portugal.

Boi da paciência, que sempre reencontro,
amo-te e detesto-te até ao vómito.
Quisesse afagar-te os vis corninhos,
e ririas melífluo, como quem padece coceguinhas.
Conheço-te bem demais, engenhoso atávico ruminante.
Conheço e reconheço ‘teu minucioso e porco ritual’.
E ainda aí estás, a ti igual: Anos 0, anos 60.
Marras agora, como já antes marravas,
no tempo em que te toparam O’Neill e Ramos Rosa.
Pronto resmungas, desmaias, fazes que desfaleces;
como em derriço; como se te sorrisse um incisivo.
Deixa-me que te diga: Com os 60, que conto, na passagem,
já não estou pra ti virado.
Mas, se é esse teu melhor gozo, envolve-me de blandícias,
revolvendo-me p’lo bandulho.
Estou farto.
Desafias-me a que nem a relance te suspeite.
Tal nojo me mete a tua baba.
Tais emboscadas tramas a poético transporte, meu tesouro.
Cerre os dentes firme, Cego A Alta Luz.
A que aspiras, mansarrão?
Abre os olhos e vê:
Esses não são já os melhores dias.
Ateimas ’inda?
Continuas, boi boizinho?
Pertinaz aderente,
sei que só sumirás quando, por minha vez, me der o fora.
Espera sentado,
que vou ali, e já morro."

Ângelo Ochôa - "Boi da Paciência"


Ângelo Ochôa - "Boi da Paciência", escrito in Caleidoscópio.


06/08/12

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com um poema de Amor: "Por abraçar-te última em meus braços".



"Por abraçar-te última em meus braços:

Estavas desde início comigo, não te esqueci, enviada,
força estabelecida sob ângulo da nossa casa com uvas.
Assim fomos nascendo do grande nada,
lágrimas, sorrisos, perdas redimidas,
na alegria feroz das horas, companheira."

(Ângelo Ochôa, Poeta)

(A Otília Mulher, Ângelo Ochôa)


01/08/12

Arte Poesia - O meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poema: ‘Não deixes emudecer a boca dos que Te louvam.’.


"Não deixes emudecer
a boca dos que Te louvam.’
Glória sempre a Teu Nome.
Dobre-se todo o joelho.
Voem alados pés a promotores da paz.
Jorrem águas dos rochedos.
Possa reverdecer a terra desolada."


(Ângelo Ochôa, Poeta)



Ângelo Ochôa - "Não deixes emudecer a boca dos que Te louvam"


07/10/11

Poesia - O meu Amigo Poeta Ângelo Ochôa, apresenta-nos o Poemeto - "Caleidoscópio".



"Portalegre, Museu da Tapeçaria:
A caligrafia poética
consiste em completa teia
dia a dia tecida com os nós em lã
das todas as cores que há
por onde nadam algumas
vivíssimas sanguíneas gotículas."

(Ângelo Ochôa, Poeta)




Ângelo Ochôa - "Caleidoscópio"


02/09/11

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poemeto: "Na encruzilhada".




"Na encruzilhada de todos os caminhos
estou eu e Deus, esperando os irmãos para abraçar.
Desvairadas gentes, donde venhais, para onde vades, eu sou vosso,
com o coração posto no sangue redentor que vos envolve, e me ama,
o sangue eucarístico que alimenta os meus dias.
Estou na encruzilhada de todos os caminhos
para abraçar o irmão que vem na luz do amor."


(Ângelo Ochôa, Poeta)



Ângelo Ochôa - "Na encruzilhada"


31/07/11

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poemeto: "Nautas refizemos o inimaginável."




"Nautas refizemos o inimaginável.
No bolso fundo esquecido o roteiro,
com o que sobrou dum raminho de oliveira.
Despojos outros da gesta, brônzea rosa
verdade, colámo-los nuns álbuns."


Ângelo Ochôa - "Nautas refizemos o inimaginável"

19/06/11

Arte Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poemeto: "Lisboa com tantas casas"




"Lisboa

com tantas casas,
com tanta vida
não minha.
-
As pedras da minha rua
desenham-me uns sonhos bailarinos;
amanhecendo a anil os melhores céus."


"Lisboa com tantas casas", Ângelo Ochôa (Poeta)


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