28/04/11

Amarante Cinema - Cineclube apresenta no Cinema Teixeira de Pascoaes, "Cisne Negro", 6.ª Feira, dia 29, às 21H30M!

 


«Cinema Teixeira de Pascoaes


6ª Feira, dia 29 às 21: 30

Cisne Negro
Título original: Black Swan
De: Darren Aronofsky
Com: Natalie Portman, Vincent Cassel, Mila Kunis, Barbara Hershey, Winona Ryder
Género:Drama, Thriller
Classificação:M/16
EUA, 2010, Cores, 108 min
Estreia nacional: 03 de Fevereiro de 2011

5 Nomeações para os Óscares 2011

* MELHOR FILME
* MELHOR REALIZAÇÃO (Darren Aronofsky)
* MELHOR ACTRIZ PRINCIPAL (Natalie Potman vencedora do Óscar)
* MELHOR FOTOGRAFIA
* MELHOR MONTAGEM

Nina (Natalie Portman) pertence à companhia de Ballet de Nova Iorque e praticamente todos os dias da sua vida foram dedicados à dança. Erica (Barbara Hershey), sua mãe, é uma ex-bailarina cuja única obsessão é ver a sua filha triunfar e que, por essa razão, controla todos os seus movimentos. Quando Thomas Leroy (Vincent Cassel), o director artístico da companhia, decide substituir a intérprete principal no imortal "O Lago dos Cisnes", de Tchaikovsky, Nina aparece como uma das escolhas mais prováveis. Mas Lily (Mila Kunis), uma outra jovem em ascensão, revela algumas características essenciais ao papel que faltam a Nina. Assim, à medida que as duas raparigas se tornam cada vez mais próximas, a doce Nina começa a revelar o seu lado mais negro... Realizado por Darren Aronofsky ("A Vida não é um Sonho", "O Último Capítulo" e "O Wrestler"), um thriller psicológico sobre a dicotomia entre o Bem e do Mal, latente na personalidade de todos os seres humanos. Depois da sua estreia na 67.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, foi nomeado para cinco categorias na próxima edição dos Óscares, entre os quais melhores filme, actriz (Natalie Portman) e realizador (Darren Aronofsky). PÚBLICO



Do melodrama ao terror biológico passando pelo "slasher movie", o filme passa por tudo. Suspendamos a incredulidade perante essa metamorfose tão berrante com as aventuras "escapistas" de uma "pulp fiction"

Explica o mestre de ballet (Vincent Cassel), às tantas, que "O Lago dos Cisnes" conta a história de uma rapariga encerrada no corpo de um cisne que só o amor pode libertar; mas eis que aparece o Cisne Negro, que boicota a aproximação do Príncipe à rapariga encerrada no Cisne Branco, ela suicida-se e assim, finalmente, se liberta. Vincent Cassel está a falar menos do bailado do que do próprio filme de Aronofsky, e a coisa é igualmente literal, e óbvia, quando o mestre diz à sua bailarina (Natalie Portman): "go home and touch yourself". É o que ela faz, vai para casa masturbar-se.
"Cisne Negro" é menos a história de uma rivalidade em pontas, do que a vertigem da ponta sexual de uma reprimida, que se estatela, e assim se liberta, no seu labirinto. Aronofsky, nessa nova forma, encontrada com "O Wrestler", para estar junto do filme e das personagens, tão perto que as pode ir moldando, dando sucessivas formas ao "boneco" (em vez de, como acontecia em "O Último Capítulo", "A Vida não é um Sonho" ou "Pi", ficar a olhar para si próprio), arrisca, em pleno campo do "mainstream", com o óbvio, com o visceral e com o inverosímil - do melodrama ao terror biológico passando pelo "slasher movie", "O Cisne Negro" passa por tudo, e a nossa experiência de espectadores é essa, suspender a incredulidade e adeirir a essa metamorfose tão delirante e berrante com as aventuras "escapistas" de uma "pulp fiction".
É essa plasticidade, que parte do naturalismo para se esticar até aos terrenos da fábula, que faz a singularidade de "O Cisne Negro". E que torna o filme, para além das citações ou referências (Aronofsky assume toques de "Repulsa", de Polanski, ou de "A Mosca", do Cronenberg; e iríamos jurar que viu em Veneza 2008, no ano em que o seu "Wrestler" recebeu o Leão de Ouro, "L''Autre", de Patrick-Mario Bernard e Pierre Trividic, que também filmava Dominique Blanc em rota de colisão com a sua dupla), um parente nada afastado das incursões exibicionistas de Brian de Palma ao terror. Falamos do operático "O Fantasma do Paraíso" ("Cisne Negro" não tem medo de entrar pelo desvario de palco) e falamos de "Carrie" - a inquietante Barbara Hershey, mãe amorosa, castradora e assustadora, e Natalie Portman, a filha virginal, presa assustada capaz de passar a predadora, projectam-nos para a Piper Laurie e Sissy Spacek daquele filme, e até desejamos que Natalie crucifique Barbara com facas.
É isto e mais: a capacidade de investir um cenário, Nova Iorque - que entretanto se transformou em coisa transparente, à força de servir de décor -, de uma expressividade doentia. Como naqueles planos, breves e exteriores, fugaz imagem de uma casa assombrada e de assombros. Não há outro filme assim, que procede a experiências com o "grande público" a assistir em fundo, na lista dos títulos nomeados ao Óscar. Na verdade, não há muitos filmes assim no "mainstream" americano, e não é o tão seguro de si "A Rede Social" ou o paquidérmico "Inception" que fazem figura de excepção. Para além disso, e para continuarmos nos oscarizáveis, "Cisne Negro" não precisa de se escudar no programa de intenções liberais para filmar o sexo entre mulheres como o envergonhado e nada liberto (comparem-se as cenas...) "The Kids are All Right".

Vasco Câmara, Público

Há um ponto de partida - uma primeira bailarina perfeccionista mas neurótica a quem o director da companhia dá o papel principal do "Lago dos Cisnes". O ponto de chegada não é forçosamente o que se espera; o que Darren Aronofsky tira daqui não é o proverbial "filme de ballet", mas um thriller psicológico que sugere a claustrofobia de alguns Polanski e o virtuosismo dos melhores Brian de Palma antes de escorregar gradualmente, mas sem retorno possível, para um "giallo" estilizado (pensem Dario Argento, pensem Mario Bava, pensem, num registo mais derivativo, o "Shutter Island" de Scorsese).
É o encontro entre um realizador que sabe muito bem o que quer fazer - desenhar meticulosamente a desintegração progressiva de uma personagem confrontada com o momento da verdade para o qual se treinou a vida toda e com a violência das relações humanas - e uma actriz em estado de graça, Natalie Portman, que se atira de cabeça para um daqueles papéis que só aparecem uma vez na vida. É, provavelmente, o melhor e mais arrojado dos "filmes dos Óscares" do ano.
Jorge Mourinha, Público




"Black Swan" - (Official Trailler HD)


"El cisne negro" - trailer doblado -  (Black Swan) - 2010

----------------------------------------------------------------------------------------------------
Elsa Cerqueira
Cineclube de Amarante


Liga Europa: F.C. do Porto 5 vs Villarreal 1 - Dragões goleiam Espanhóis e Falcao faz um Póquer que espantou o Mundo do Futebol!

Dublin já sente a chama do Dragão (SAPO)


«Dublin já sente a chama do Dragão


O FC Porto venceu, esta quinta-feira, o Villarreal por 5-1, reforçando a hipótese de existir uma final 100 por cento portuguesa em Dublin. Falcao voltou a ter a Europa a seus pés ao fazer póquer.
Os Dragões saíram para o intervalo a perder por 0-1, no Estádio do Dragão, mas na segunda parte André Villas-boas injectou uma boa dose na veia goleadora de Falcao e o colombiano fez póquer (quatro golos) o primeiro da sua carreira. Guarín ajudou à mão cheia de golos.
Com esta vitória sobre os espanhóis, o FC Porto parte para a segunda mão, agendada para a próxima quinta-feira em Villarreal, com uma vantagem confortável de quatro golos, antevendo uma final 100 por cento portuguesa, seja Braga ou Benfica, no dia 18 de Maio. Os dragões estão, desta forma, a 90 minutos de conseguir afundar o submarino amarelo.
Quando duas equipas atacantes se juntam para jogar à bola o resultado é este: Muitas oportunidades de golo, para ambas equipas, e recheado de pormenores técnicos e tácticos, com grande destaque para a “gaiola” que a equipa espanhola formou quando os Dragões começavam a construir o ataque no primeiro tempo. 
Nos lances de ataque, deslumbraram-se os grandes momentos de desmarcação, com o azul Falcao e o “amarillo” Rossi, os melhores marcadores desta Liga Europa, a brilharem na sua plenitude.
A meio da primeira parte, Hulk ainda ouviu os gritos de “Golo” no Estádio do Dragão quando os adeptos viram a bola roçar as malhas laterais. Falso alarme.
Helton voltou a fazer uma grande exibição, começando o desafio com uma grande defesa, evitando um rumo diferente neste primeiro encontro europeu. No entanto, o guarda-redes brasileiro não conseguiu evitar o golo de Cani em cima do minuto 45, depois de uma jogada de ataque da direita.
O árbitro Bjorn Kuipers apitou para intervalo com o marcador a mostrar um 1-0, favorável à equipa espanhola, fazendo antever uma segunda parte ainda melhor com alterações no sistema táctico por parte de André Villas-Boas e Juan Carlos Garrido. O técnico portista fê-lo com maior sucesso.
A segunda parte começou da melhor forma para a equipa azul e branca com o árbitro da partida a assinalar grande penalidade a favor do FC Porto. Na conversão, o incontornável Falcao apontou com sucesso.
Depois do primeiro, o FC Porto deixou a torneira bem aberta e seguiu-se uma chuva de golos azuis e brancos. Guarín fez o segundo e Radamel Falcao marcou mais três, somando já 15 golos nesta prova europeia.
Esta foi a derrota mais pesada do Villarreal até hoje numa altura em que o futebol português se prepara para proporcionar a primeira final 100 por cento portuguesa.
Mais a Sul, em Lisboa, o Benfica venceu o Sporting de Braga por 2-1 no Estádio da Luz.» in http://desporto.sapo.pt/futebol/liga_europa/artigo/2011/04/28/dublin_j_sente_a_chama_do_drag_.html


«SUBMARINO AO FUNDO

Cinco rombos no casco do submarino, quatro deles provocados por Falcao, fizeram muito mais do que encurtar distâncias para Dublin. Ainda antes do «poker» do colombiano, os disparos da reviravolta (5-1) promoveram a abordagem à vitória sobre a Lázio, no percurso imparável de 2003. Só que, desta vez, os Dragões foram ainda melhores, num upgrade que apenas carece de certificação irlandesa.

O jogo, que deixou o FC Porto a uma mera formalidade da final da UEFA Europa League, não conheceu preâmbulo. Não houve adaptação, estudo mútuo ou tentativa de encaixe. Na verdade, não houve sequer tempo para ensaios ou sinais de receio, até porque, aos 17 segundos, o guarda-redes espanhol já tinha sido intimado a interceptar um cruzamento directo à cabeça de Falcao, quase a meio caminho do golo.

O Villarreal, que também nunca fizera segredo da estratégia, responderia em transições rápidas, que tinham Borja Valero e Bruno Soriano como cérebros e Nilmar como destino preferencial. Bem executada, a trama valenciana produzia o desequilíbrio entre a supremacia portista e exigia o melhor de Helton.

Antes de assumir proporções demolidoras, a intensidade e o volume eram, claramente, azuis e brancos, mas o perigo amarelo consumaria a ameaça e fechou a primeira parte a marcar, por Cani. Entre a desvantagem portista e o empate não houve muito mais do que intervalo, porque, depois de derrubado na área, Falcao transformava a consequente grande penalidade aos 48 minutos. E esse era apenas o começo do recital colombiano do Dragão. Ou, sob a perspectiva adversária, o início de uma noite de terror.

Antes de Falcao voltar a marcar, o que fez por mais três vezes, assinando o seu primeiro «poker», e recuperar a condição de melhor goleador das competições europeias, com 15 golos, foi Guarín quem deu a volta ao resultado, numa jogada individual que juntou brilho e persistência: ao tirar um adversário do caminho com o pé direito, ao rematar com o pé esquerdo e ao concluir de cabeça, depois de uma primeira defesa de Diego López.

O domínio portista era já avassalador e o contra-ataque espanhol, menos efectivo, passava a confundir-se com alívios desesperados, numa trégua efémera para a defesa do Villarreal, em dificuldades crescentes para travar a torrente portista à medida que a água se avolumava na casa das máquinas do submarino.

Genial, intuitivo, instintivo, Falcao afundava a resistência valenciana enquanto trilhava em terra o percurso aéreo para Dublin. E confirmava, em simultâneo, o estatuto de fora de série e a invulgar propensão portista para ultrapassar jogos difíceis com a obtenção de cinco golos. E a Irlanda ficava mais perto, mesmo que entre o Dragão e Dublin se erga ainda uma deslocação a Villarreal e um opositor frequentemente comparado, no estilo, ao esplendor do Barcelona.

FICHA DE JOGO

FC Porto-Villarreal, 5-1
UEFA Europa League, meias-finais, primeira mão
28 de Abril de 2011
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 44.719 espectadores

Árbitro: Bjorn Kuipers (Holanda)
Assistentes: Sander van Roekel e Berry Simons
Quarto árbitro: Pol van Boekel
Assistentes adicionais: Ricard Liesveld e Ed Janssen

FC PORTO: Helton «cap.»; Sapunaru, Rolando, Otamendi e Alvaro Pereira; Fernando, Guarín, João Moutinho; Hulk, Falcao e Rodríguez
Substituições: Rodríguez por Varela (71m), Guarín por Souza (78m) e Hulk por James (84m)
Não utilizados: Beto, Maicon, Walter e Rúben Micael
Treinador: André Villas-Boas

VILLARREAL: Diego López; Mario Gaspar, Musacchio, Marchena e Catalã; Borja Valero, Bruno, Cani Soriano e Santi Cazorla «cap.»; Nilmar e Rossi
Substituições: Borja Valero por Mubarak (67m), Cani por Matilla (71m) e Nilmar por Marco Ruben (71m)
Não utilizados: Juan Carlos, Capdevilla, Cicinho e Kiko
Treinador: Juan Carlos Garrido

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Cani (45m), Falcao (49m, g.p., 63m, 75m e 90m) e Guarín (61m)
Disciplina: cartão amarelo a Fernando (6m), Hulk (26m), Borja Valero (41m), Diego López (48m), Catalá (73) e Helton (83)» in 
http://www.fcporto.pt/Noticias/Futebol/noticiafutebol_futfcpvillarrealcro_280411_61075.asp

Highlights - MyVideo
Resumo de Mais um Jogo Europeu Memorável no Dragão, para mais tarde recordar...

Política Educativa - "Maria Alexandre Costa, do Instituto Superior de Engenharia do Porto, conclui que os professores não conseguem desligar-se do trabalho e recarregar baterias nos tempos livres!"




«“Profissão desgastante a nível psicológico”


João Grancho, Presidente da Associação Nacional de Professores, sobre estudo que aponta stress entre classe docente.



Correio da Manhã – Um estudo de Maria Alexandre Costa, do Instituto Superior de Engenharia do Porto, conclui que os professores não conseguem desligar-se do trabalho e recarregar baterias nos tempos livres, funcionando como "baterias viciadas".
– A ciência vem demonstrando que há elevados níveis de stress na profissão docente, uma das mais desgastantes a nível psicológico. Mas a percepção social é a oposta, como se fosse uma profissão com muitas férias e pouco exigente.
– Como explica essa diferença?
– Decorre do desconhecimento em relação às dificuldades dos professores. A heterogeneidade dos alunos, a indisciplina, a falta de empenho. Há professores que fazem centenas de quilómetros para dar aulas e ficam esgotados. E quando vão para casa transportam a profissão consigo.
– Defende que devia ser uma profissão de desgaste rápido?
– Apesar de oficialmente a carreira docente ser especial dentro da Função Pública, na prática tem um tratamento idêntico. E as pressões exercidas nos últimos seis anos a nível social e governativo criaram mais dificuldades. As expectativas em torno da profissão são muito elevadas.
– Como superar o problema?
– Reduzindo as turmas para um limite de 20 alunos; dando espaço e tempo para os docentes prepararem aulas na escola; dotando as escolas com psicólogos; dando estabilidade aos docentes, pois muitos não sabem se terão emprego no ano seguinte. Os docentes precisam de sentir confiança de quem governa e da sociedade.
– Com a crise actual não deverá ser fácil as coisas melhorarem?
– Sim, apesar de haver muito por onde cortar, para poder aplicar no essencial. Não faz sentido requalificações de escolas megalómanas. Há que investir mais nas pessoas e menos no cimento, reduzir os pequenos poderes intermédios e dar autonomia às escolas.» in http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/ensino/profissao-desgastante-a-nivel-psicologico
------------------------------------------------------------------------------------------------
Este estudo, com todo o respeito pelo seu autor, traz à colação um facto que é facilmente verificável, todos os dias, em qualquer escola portuguesa...
Aos Professores pede-se um esforço sobre-humano, pois para além da sua nobre missão de ensinar, que deveria ser o principal factor preocupação dos docentes, são bombardeados com um trabalho árduo desgastante ligado à componente excessivamente burocrática, que o Modelo de Avaliação de Desempenho Docente implica, num esforço inútil de tudo registar, de tudo medir, de tudo relatar, papeis, papeis, papeis... claro que o tempo da escola não chega e vem para casa muito trabalho, não se conseguindo desligar e descansar, o que seria natural para qualquer ser humano... mas isso que interessa a um Primeiro Ministro que fazia cadeiras ao Domingo, via fax... mas impoluto pelo mainstream comunicacional Português!

27/04/11

Poesia: O Meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poema: "A Sul"



"A Sul


Donzelas roxas poncítias desmaiam, mas basta do sol um ténue raio
e reanima-se a rua; se não tivéssemos bolsos as mãos despedaçavam-se;
saltitam avezinhas p’lo empedrado ensaiando uns tímidos devaneios;
gaivotas pairam voos altos, brancuras rompem entre neblina;
rafeiros vão perdidos em remanescente ruína, já antes noite petrificada;
salpicando relva, estremece uma límpida água musical, que purifica;
a negrilhos em fila prolongando a avenida parecem ascender
para os olhos sonhadores do poeta as folhas num amarelento matiz;
gotículas do orvalho à clara luz refervidas cristalizam lacrimosas;
aéreas flâmulas transmitem morse, vento, murmúrios libertários;
na nogueira o estorninho desfaz o bico em açúcar a pissitar;
caudalosa a fluir o alto júbilo a hora grita escancarada."

(Ângelo Ochôa "Sonhadas Palavras" - Livro V)


Ângelo Ochôa - "A Sul"

F.C. do Porto Andebol: F.C. do Porto Vitalis 28 vs S.L. Benfica 18 - Dragões arrasam águiam e estão mais próximos de serem tri-campeões!

«FC Porto "arrasa" Benfica



Os bicampeões nacionais venceram o Benfica por 28-18, em jogo da sexta jornada da segunda fase do campeonato nacional de Andebol.
Com esta vitória, os Dragões distanciam-se dos rivais lisboetas, somando agora 45 pontos, mais três que o Benfica, que é segundo.

No domingo, às 17h15, há novo clássico com duelo entre FC Porto e Sporting.


FICHA DE JOGO
FC Porto Vitalis-Benfica, 28-18
Andebol 1, fase final, sexta jornada
27 de Abril de 2011
Pavilhão Dragão Caixa, no Porto
Assistência: 1572 espectadores
Árbitros: Daniel Martins e Roberto Martins
FC PORTO: Hugo Laurentino (g.r.), Nuno Grilo (1), Filipe Mota, Tiago Rocha (3), Dario Andrade (3), Ricardo Moreira (5) e Inácio Carmo (3)
Jogaram ainda: Gilberto Duarte (4), Pedro Spínola (4), Wilson Davyes (3), Elias Nogueira (2), Alfredo Quintana e Augusto Pedro
Treinador: Ljubomir Obradovic
BENFICA: Ricardo Candeias (g.r.), David Tavares (1), Cláudio Pedroso (2), Pedro Graça, Carlos Carneiro (8), Rui Silva (3) e Milan Vucicevic
Jogaram ainda: João Lopes, João Pais (1), Nuno Roque (2), José Costa, João Ferreirinho e António Areia (1)
Treinador: José António Silva

«DRAGÕES BATEM BENFICA E APROXIMAM-SE DO «TRI»



 Fotos do jogo


O FC Porto Vitalis bateu esta quarta-feira o Benfica por 28-18 e ampliou para quatro pontos a sua vantagem na liderança do Andebol 1. Foi a quarta vitória consecutiva dos Dragões na fase final e pode dizer-se que o título fica mais perto, mas ainda está longe de estar garantido. Importa agora vencer o Sporting, já no domingo (17h15).

Os lisboetas já não vencem no pavilhão do FC Porto desde a época 1989/90, tendo desde aí sido disputados j23 jogos. Estes números deixam bem a imagem da dificuldade que os adversários encontram no Dragão Caixa, onde os azuis e brancos já não perdem desde Setembro de 2009. Os portistas não deixaram os créditos por mãos alheias e materializaram uma exibição sólida, superiorizando-se em quase todos os sectores.

Em termos de ataque, apenas nos livres de sete metros o FC Porto não foi mais eficaz do que o adversário. Houve 50 por cento de eficácia na primeira linha, 75 na segunda linha e 83 no contra-ataque. Para além disso sublinhe-se a exibição notável do guarda-redes Hugo Laurentino. A eficácia dos guarda-redes portistas, nas contas globais, foi de 55 por cento.

O FC Porto iniciou a partida de forma demolidora, chegando aos 7-1 aos oito minutos. Com uma defesa agressiva, o guarda-redes Hugo Laurentino inspirado e várias soluções no ataque (sublinhe-se, por exemplo, a troca de bola que dá origem ao 5-1, concretizado por Tiago Rocha), os Dragões «cavaram» um fosso no marcador. O Benfica conseguiu reorganizar-se e reduzir para 8-5, à entrada dos 20 minutos.

Nos últimos 10 minutos da primeira parte, os azuis e brancos recuperaram a clarividência no ataque, destacando-se Wilson Davyes, com três tentos. O FC Porto chegava ao intervalo com uma vantagem de seis golos (13-7) e transmitindo uma imagem de absoluta segurança. Este era um encontro decisivo que os Dragões não estavam dispostos a perder.

A primeira metade do segundo tempo reforçou essa ideia. Sempre sólido na defesa, o FC Porto nunca deixou o adversário tomar as rédeas da partida e manteve uma vantagem mínima de quatro golos. O lance do 18-12, em que Dario Andrade concretiza, em contra-ataque, quando a equipa se encontrava em inferioridade numérica, foi emblemático. A vantagem disparou a partir dos 19-13 (um remate picado de Inácio Carmo, que apareceu como rematador na segunda parte).

A partir daí, houve um festival de ataque dos Dragões, que atingiram mesmo os 11 tentos de vantagem (25-14). Gilberto Duarte surgiu em grande, com quatro golos, e houve margem para Obradovic dar oportunidade a Elias Nogueira, ao guarda-redes Alfredo Quintana e a Augusto Pedro. O marcador final espelhou bem a superioridade dos Dragões: dez golos de vantagem não dão margem para dúvidas.

Na conferência de imprensa, Ljubomir Obradovic destacou a exibição da equipa, mas reconhece que ainda faltam alguns passos para chegar ao «tri»: «Esperava um bom jogo e assim foi. O resultado espelha-o. Foi uma grande luta, com grande apoio dos adeptos e dirigentes e conseguida graças a muito trabalho. Foi um grande passo para o título, mas isto ainda não acabou. Festejamos durante 24 horas e chega. Depois, voltamos ao trabalho».

FICHA DE JOGO

FC Porto Vitalis-Benfica, 28-18
Andebol 1, fase final, sexta jornada
27 de Abril de 2011
Pavilhão Dragão Caixa, no Porto
Assistência: 1572 espectadores

Árbitros: Daniel Martins e Roberto Martins

FC PORTO: Hugo Laurentino (g.r.), Nuno Grilo (1), Filipe Mota, Tiago Rocha (3), Dario Andrade (3), Ricardo Moreira (5) e Inácio Carmo (3)
Jogaram ainda: Gilberto Duarte (4), Pedro Spínola (4), Wilson Davyes (3), Elias Nogueira (2), Alfredo Quintana e Augusto Pedro
Treinador: Ljubomir Obradovic

BENFICA: Ricardo Candeias (g.r.), David Tavares (1), Cláudio Pedroso (2), Pedro Graça, Carlos Carneiro (8), Rui Silva (3) e Milan Vucicevic
Jogaram ainda: João Lopes, João Pais (1), Nuno Roque (2), José Costa, João Ferreirinho e António Areia (1)
Treinador: José António Silva

Ao intervalo: 13-7» in 
http://www.fcporto.pt/OutrasModalidades/Andebol/Noticias/noticiaandebol_andcrofcpslb_270411_61051.asp

F.C. do Porto Sub-19: Naval 1.º Maio 0 vs F.C. do Porto 3 - Jovens Dragões Juniores A são Campeões Nacionais de Futebol da sua categoria!

«JUNIORES A TAMBÉM SÃO CAMPEÕES

O FC Porto é, de novo, campeão nacional de Juniores A. Ainda com duas jornadas da fase final por disputar, a equipa Sub19 dos Dragões somou o 20.º título da categoria, ao vencer, esta quarta-feira, a Naval 1.º de Maio, na Figueira da Foz, por 3-0.

Os azuis e brancos, que dominaram toda a partida, chegaram ao intervalo a ganhar por 2-0, com Filipe Barros a apontar os dois golos, o segundo dos quais na transformação de uma grande penalidade, já depois de Edu ter rematado à trave da baliza da Naval.

O encontro, marcado por uma clara hegemonia portista, não sofreria alterações profundas na segunda parte, com os azuis e brancos a ditar o ritmo e a ampliar a vantagem por Edu.

Recuperado o título que escapava desde 2007, os azuis e brancos recebem, no domingo, no Estádio do Dragão, o Gondomar, naquele que será o jogo da consagração, antes da deslocação à Luz, na última jornada.» in 
http://www.fcporto.pt/Noticias/Formacao/noticiaformacao_futjuncampeoes_270411_61043.asp

Acidente nuclear de Chernobil - Já foi há 25 anos que o grande desastre abalou o Mundo!


«Acidente nuclear de Chernobil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
51° 23′ N 30° 06′ E
NoFonti.svg
Este artigo ou secção cita fontes fiáveis e independentes, mas elas não cobrem todo o texto.
Por favor, melhore este artigo providenciando mais fontes fiáveis e independentes, inserindo-as em notas de rodapé ou no corpo do texto, nos locais indicados.
Encontre fontes: Googlenotícias, livros, acadêmicoScirus


Cidade fantasma de Pripyat com a usina nuclear de Chernobil ao fundo.

Localização do reator nuclear de Chernobil na Ucrânia.
O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima.[1] Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas,[2] resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas.
Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente.[2] O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.
O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi detectada em outros países. Segue um trecho do pronunciamento do líder da União Soviética, na época do acidente, Mikhail Gorbachev, quando o governo admitiu a ocorrência:
Cquote1.png Boa tarde, meus camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na usina nuclear de Chernobyl. Ele afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós confrontamos a força real da energia nuclear, fora de controle. Cquote2.png

Índice

[esconder]

[editar] A instalação


Usina nuclear de Chernobil atualmente.
A usina de Chernobil está situada no assentamento de Pripyat, Ucrânia, 18 quilômetros a noroeste da cidade de Chernobil, 16 quilômetros da fronteira com a Bielorrússia, e cerca de 110 quilômetros ao norte de Kiev. A usina era composta por quatro reatores, cada um capaz de produzir um gigawatt de energia elétrica (3,2 gigawatts de energia térmica). Em conjunto, os quatro reatores produziam cerca de 10% da energia elétrica utilizada pela Ucrânia na época do acidente. A construção da instalação começou na década de 1970, com o reator nº 1 comissionado em 1977, seguido pelo nº 2 (1978), nº 3 (1981), e nº 4 (1983). Dois reatores adicionais (nº 5 e nº 6, também capazes de produzir um gigawatt cada) estavam em construção na época do acidente. As quatro unidades geradoras usavam um tipo de reator chamado RBMK-1000.[3]

[editar] O acidente


Imagem de satélite da área atingida pelo acidente.
Sábado, 26 de abril de 1986, à 1:23:58 a.m. hora local, o quarto reator da usina de Chernobil - conhecido como Chernobil-4 - sofreu uma catastrófica explosão de vapor que resultou em incêndio, uma série de explosões adicionais, e um derretimento nuclear.

[editar] Causas

Há duas teorias oficiais, mas contraditórias, sobre a causa do acidente. A primeira foi publicada em agosto de 1986, e atribuiu a culpa, exclusivamente, aos operadores da usina. A segunda teoria foi publicada em 1991 e atribuiu o acidente a defeitos no projeto do reator RBMK, especificamente nas hastes de controle. Ambas teorias foram fortemente apoiadas por diferentes grupos, inclusive os projetistas dos reatores, pessoal da usina de Chernobil, e o governo. Alguns especialistas independentes agora acreditam que nenhuma teoria estava completamente certa. Na realidade o que aconteceu foi uma conjunção das duas, sendo que a possibilidade de defeito no reator foi exponencialmente agravado pelo erro humano.
Porém o fator mais importante foi que Anatoly Dyatlov, engenheiro chefe responsável pela realização de testes nos reatores, mesmo sabendo que o reator era perigoso em algumas condições e contra os parâmetros de segurança dispostos no manual de operação, levou a efeito intencionalmente a realização de um teste de redução de potência que resultou no desastre. A gerência da instalação era composta em grande parte de pessoal não qualificado em RBMK: o diretor, V.P. Bryukhanov, tinha experiência e treinamento em usina termo-elétrica a carvão. Seu engenheiro chefe, Nikolai Fomin, também veio de uma usina convencional. O próprio Anatoli Dyatlov, ex-engenheiro chefe dos Reatores 3 e 4, somente tinha "alguma experiência com pequenos reatores nucleares".
Em particular:
  • O reator tinha um fração de vazio positivo perigosamente alto. Dito de forma simples, isto significa que se bolhas de vapor se formam na água de resfriamento, a reação nuclear se acelera, levando à sobrevelocidade se não houver intervenção. Pior, com carga baixa, este coeficiente a vazio não era compensado por outros fatores, os quais tornavam o reator instável e perigoso. Os operadores não tinham conhecimento deste perigo e isto não era intuitivo para um operador não treinado.
  • Um defeito mais significativo do reator era o projeto das hastes de controle. Num reator nuclear, hastes de controle são inseridas no reator para diminuir a reação. Entretanto, no projeto do reator RBMK, as pontas das hastes de controle eram feitas de grafite e os extensores (as áreas finais das hastes de controle acima das pontas, medindo um metro de comprimento) eram ocas e cheias de água, enquanto o resto da haste - a parte realmente funcional que absorve os nêutrons e portanto pára a reação - era feita de carbono-boro. Com este projeto, quando as hastes eram inseridas no reator, as pontas de grafite deslocavam uma quantidade do resfriador (água). Isto aumenta a taxa de fissão nuclear, uma vez que o grafite é um moderador de nêutrons mais potente. Então nos primeiros segundos após a ativação das hastes de controle, a potência do reator aumenta, em vez de diminuir, como desejado. Este comportamento do equipamento não é intuitivo (ao contrário, o esperado seria que a potência começasse a baixar imediatamente), e, principalmente, não era de conhecimento dos operadores.
  • Os operadores violaram procedimentos, possivelmente porque eles ignoravam os defeitos de projeto do reator. Também muitos procedimentos irregulares contribuíram para causar o acidente. Um deles foi a comunicação ineficiente entre os escritórios de segurança (na capital, Kiev) e os operadores encarregados do experimento conduzido naquela noite.
É importante notar que os operadores desligaram muitos dos sistemas de proteção do reator, o que era proibido pelos guias técnicos publicados, a menos que houvesse mau funcionamento.
De acordo com o relatório da Comissão do Governo, publicado em agosto de 1986, os operadores removeram pelo menos 204 hastes de controle do núcleo do reator (de um total de 211 deste modelo de reator). O mesmo guia (citado acima) proibia a operação do RBMK-1000 com menos de 15 hastes dentro da zona do núcleo.

[editar] Cronologia


Vila abandonada nos arredores do acidente.
Dia 25 de abril de 1986, o reator da Unidade 4 estava programado para ser desligado para manutenção de rotina. Foi decidido usar esta oportunidade para testar a capacidade do gerador do reator para gerar suficiente energia para manter seus sistemas de segurança (em particular, as bombas de água) no caso de perda do suprimento externo de energia. Reatores como o de Chernobil têm um par de geradores diesel disponível como reserva, mas eles não são ativados instantaneamente – o reator é portanto usado para partir a turbina, a um certo ponto a turbina seria desconectada do reator e deixada a rodar sob a força de sua inércia rotacional, e o objetivo do teste era determinar se as turbinas, na sua fase de queda de rotação, poderiam alimentar as bombas enquanto o gerador estivesse partindo. O teste foi realizado com sucesso previamente em outra unidade (com as medidas de proteção ativas) e o resultado foi negativo (isto é, as turbinas não geravam suficiente energia, na fase de queda de rotação, para alimentar as bombas), mas melhorias adicionais foram feitas nas turbinas, o que levou à necessidade de repetir os testes.
A potência de saída do reator 4 devia ser reduzida de sua capacidade nominal de 3,2 GW para 700 MW a fim de realizar o teste com baixa potência, mais segura. Porém, devido à demora em começar a experiência, os operadores do reator reduziram a geração muito rapidamente, e a saída real foi de somente 30 MW. Como resultado, a concentração de nêutrons absorvendo o produto da fissão, xenon-135, aumentou (este produto é tipicamente consumido num reator em baixa carga). Embora a escala de queda de potência estivesse próxima ao máximo permitido pelos regulamentos de segurança, a gerência dos operadores decidiu não desligar o reator e continuar o teste. Ademais, foi decidido abreviar o experimento e aumentar a potência para apenas 200 MW. A fim de superar a absorção de neutrons do excesso de xenon-135, as hastes de controle foram puxadas para fora do reator mais rapidamente que o permitido pelos regulamentos de segurança. Como parte do experimento, à 1:05 de 26 de abril, as bombas que foram alimentadas pelo gerador da turbina foram ligadas; o fluxo de água gerado por essa ação excedeu o especificado pelos regulamentos de segurança. O fluxo de água aumentou à 1:19 – uma vez que a água também absorve nêutrons. Este adicional incremento no fluxo de água requeria a remoção manual das hastes de controle, produzindo uma condição de operação altamente instável e perigosa.
À 1:23, o teste começou. A situação instável do reator não se refletia, de nenhuma maneira, no painel de controle, e não parece que algum dos operadores estivesse totalmente consciente do perigo. A energia para as bombas de água foi cortada, e como elas foram conduzidas pela inércia do gerador da turbina, o fluxo de água decresceu. A turbina foi desconectada do reator, aumentando o nível de vapor no núcleo do reator. À medida que o líquido resfriador aquecia, bolsas de vapor se formavam nas linhas de resfriamento. O projeto peculiar do reator moderado a grafite RBMK em Chernobil tem um grande coeficiente de vazio positivo, o que significa que a potência do reator aumenta rapidamente na ausência da absorção de nêutrons da água, e nesse caso a operação do reator torna-se progressivamente menos estável e mais perigosa.
À 1:23 os operadores pressionaram o botão AZ-5 (Defesa Rápida de Emergência 5) que ordenou uma inserção total de todas as hastes de controle, incluindo as hastes de controle manual que previamente haviam sido retiradas sem cautela. Não está claro se isso foi feito como medida de emergência, ou como uma simples método de rotina para desligar totalmente o reator após a conclusão do experimento (o reator estava programado para ser desligado para manutenção de rotina). É usualmente sugerido que a parada total foi ordenada como resposta à inesperada subida rápida de potência. Por outro lado Anatoly Syatlov, engenheiro chefe da usina Nuclear de Chernobil na época do acidente, escreveu em seu livro:
Cquote1.png Antes de 01:23, os sistemas do controle central... não registravam nenhuma mudança de parâmetros que pudessem justificar a parada total. A Comissão...juntou e analisou grande quantidade de material, e declarou em seu relatório que falhou em determinar a razão pela qual a parada total foi ordenada. Não havia necessidade de procurar pela razão. O reator simplesmente foi desligado após a conclusão do experimento. Cquote2.png
Devido à baixa velocidade do mecanismo de inserção das hastes de controle (20 segundos para completar), as partes ocas das hastes e o deslocamento temporário do resfriador, a parada total provocou o aumento da velocidade da reação. O aumento da energia de saída causou a deformação dos canais das hastes de controle. As hastes travaram após serem inseridas somente um terço do caminho, e foram portanto incapazes de conter a reação. Por volta de 1:23:47, o a potência do reator aumentou para cerca de 30GW, dez vezes a potência normal de saída. As hastes de combustível começaram a derreter e a pressão de vapor rapidamente aumentou causando uma grande explosão de vapor, deslocando e destruindo a cobertura do reator, rompendo os tubos de resfriamento e então abrindo um buraco no teto.
Para reduzir custos, e devido a seu grande tamanho, o reator foi construído com somente contenção parcial. Isto permitiu que os contaminantes radioativos escapassem para a atmosfera depois que a explosão de vapor queimou os vasos de pressão primários. Depois que parte do teto explodiu, a entrada de oxigênio – combinada com a temperatura extremamente alta do combustível do reator e do grafite moderador – produziu um incêndio da grafite. Este incêndio contribuiu para espalhar o material radioativo e contaminar as áreas vizinhas.
Há alguma controvérsia sobre a exata sequência de eventos após 1:22:30 (hora local) devido a inconsistências entre declaração das testemunhas e os registros da central. A versão mais comumente aceita é descrita a seguir. De acordo a esta teoria, a primeira explosão aconteceu aproximadamente à 1:23:47, sete segundos após o operador ordenar a parada total. É algumas vezes afirmado que a explosão aconteceu antes ou imediatamente em seguida à parada total (esta é a versão do Comitê Soviético que estudou o acidente). Esta distinção é importante porque, se o reator tornou-se crítico vários segundos após a ordem de parada total, esta falha seria atribuída ao projeto das hastes de controle, enquanto a explosão simultânea à ordem de parada total seria atribuída à ação dos operadores. De fato, um fraco evento sísmico foi registrado na área de Chernobil à 1:23:39. Este evento poderia ter sido causado pela explosão ou poderia ser coincidente. A situação é complicada pelo fato de que o botão de parada total foi pressionado mais de uma vez, e a pessoa que o pressionou morreu duas semanas após o acidente, envenenada pela radiação.

[editar] Sequência de eventos


Mapa mostrando o avanço da radiação após o acidente.
  • 26 de abril de 1986 - Acidente no reator 4, da Central Elétrica Nuclear de Chernobil. Aconteceu à noite, entre 25 e 26 de abril de 1986, durante um teste. A equipe operacional planejou testar se as turbinas poderiam produzir energia suficiente para manter as bombas do líquido de refrigeração funcionando, no caso de uma perda de potência, até que o gerador de emergência, a óleo diesel, fosse ativado. Para prevenir o bom andamento do teste do reator, foram desligados os sistemas de segurança. Para o teste, o reator teve que ter sua capacidade operacional reduzida para 25%. Este procedimento não saiu de acordo com planejado. Por razões desconhecidas, o nível de potência de reator caiu para menos de 1% e por isso a potência teve que ser aumentada. Mas 30 segundos depois do começo do teste, houve um aumento de potência repentina e inesperada. O sistema de segurança do reator, que deveria ter parado a reação de cadeia, falhou. Em frações de segundo, o nível de potência e temperatura subiram em demasia. O reator ficou descontrolado. Houve uma explosão violenta. A cobertura de proteção, de 1000 toneladas, não resistiu. A temperatura de mais de 2000°C, derreteu as hastes de controle. A grafite que cobria o reator pegou fogo. Material radiativo começou a ser lançado na atmosfera.
  • de 26 de abril até 4 de maio de 1986 - a maior parte da radiação foi emitida nos primeiros dez dias. Inicialmente houve predominância de ventos norte e noroeste. No final de abril o vento mudou para sul e sudeste. As chuvas locais frequentes fizeram com que a radiação fosse distribuída local e regionalmente.

O "sarcófago" que abriga o reator 4, construído para conter a radiação liberada pelo acidente.
  • até 5 de maio 1986 - durante os 10 dias após o acidente, 130 mil pessoas foram evacuadas.
  • 6 de maio de 1986 - cessou a emissão radioativa.
  • Novembro de 1986 - o "sarcófago" que abriga o reator foi concluído. Ele destina-se a absorver a radiação e conter o combustível remanescente. Considerado uma medida provisória e construído para durar de 20 a 30 anos, seu maior problema é a falta de estabilidade, pois, como foi construído às pressas, há risco de ferrugem nas vigas.
  • 1989 - o governo russo embargou a construção dos reatores 5 e 6 da usina.
  • 12 de dezembro de 2000 - depois de várias negociações internacionais, a usina de Chernobil foi desativada.

Referências

  1. Chernobyl’s Legacy: Health, Environmental and Socio-Economic Impacts and Recommendations to the Governments of Belarus, the Russian Federation and Ukraine (em inglês). IAEA - International Atomic Energy Agency. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
  2. a b Stone, Richard. Inside Chernobyl (em inglês). National Geographic. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
  3. Chernobyl - A nuclear disaster (em inglês). Oracle Think Quest Education Foundation. Página visitada em 28 de setembro de 2009.

[editar] Ver também

O Commons possui uma categoria com multimídias sobre Acidente nuclear de Chernobil

[editar] Ligações externas


Vitimas do Acidente nuclear de Chernobyl - (Nuclear accident)

Chernobyl foi há 25 anos!

The Chernobyl disaster - (The severe days)
Pin It button on image hover